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Permeametria
PRÁTICA 4
Sumário ................................................................................................................... 2
Índice de Tabelas .................................................................................................... 3
Índice de Figuras .................................................................................................... 4
Legenda de Símbolos ............................................................................................. 5
1. Introdução .................................................................................................. 6
2. Objetivos .................................................................................................... 7
3. Revisão Bibliográfica ................................................................................. 8
4. Materiais e Métodos ................................................................................... 13
4.1 – Matéria – Primas ............................................................................... 13
4.2 – Equipamentos .................................................................................... 13
4.3 – Metodologia ...................................................................................... 13
4.4 – Aplicações ......................................................................................... 13
5. Resultados e discussões .............................................................................. 14
5.1 – Permeâmetro de areia ......................................................................... 14
5.1.1 – Equação de Darcy – Cálculo Experimental ................................ 17
5.1.2 – Equação de Kozeny-Carman – Cálculo Teórico ........................ 18
5.2 – Permeâmetro de polietileno ............................................................... 18
5.2.1 – Equação de Forchheimer – Cálculo Experimenta ...................... 22
5.2.2 – Equação de Kozeny-Carman – Cálculo Teórico ........................ 23
6. Conclusões ................................................................................................. 24
7. Bibliografia ................................................................................................. 25
2
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Dados das medidas de permeabilidade no leito de areia ................................ 16
3
Índice de Figuras
Figura 1 – Esquema de um permeâmetro .......................................................................... 10
de areia .................................................................................................................... 16
polietileno .............................................................................................................. 21
Legenda de Símbolos
4
β Fator de Forma [Adimensional]
∆P Queda de Pressão do Fluido Através do Leito [N/m²]
ε Porosidade do Leito [Adimensional]
μ Viscosidade do Fluido [kg/MS]
ρ Massa Específica do Fluido [kg/m³]
φ Esfericidade da Partícula [Adimensional]
c Parâmetro [Adimensional]
DP Diâmetro da Partícula [m]
h Altura Manométrica [m]
k Constante de Permeabilidade do Leito [m²]
Q Vazão [m³/s]
V Volume [mL]
Re Número de Reynolds [Adimensional]
t Tempo [s]
g Gravidade [m/s 2 ]
1 – Introdução
5
Permeabilidade é um parâmetro característico do meio poroso. É uma propriedade de arranjo e
distribuição do tamanho dos poros por onde o fluido deve passar. A determinação da permeabilidade
deve ser feita experimentalmente. No presente trabalho, essa será determinada por uma operação
Na permeametria um meio poroso é inserido em um tubo, bem ajustado de modo a não permitir
o escoamento entre a parede do tubo e o meio poroso. Um fluido newtoniano com viscosidade
determinação da constante de permeabilidade serve, por exemplo, para estimar a perda de carga que
um fluido sofre ao passar por uma coluna de troca iônica recheada com uma matriz porosa que serve
para estimar da capacidade de um filtro de areia, ou ainda para estimar o tempo de percolação de óleo
em um leito de carvão ativo. Além disso, o estudo é de extrema importância para confecção de filtros
2 – Objetivo
6
O experimento tem como objetivo determinar as constantes de permeabilidade ( k ) de
dois leitos particulados, sendo um constituído de areia (fluído – água) e outro de polietileno
sistema experimental. Além disso, aplicar regressão linear e fazer análise da perda de carga
de Darcy.
3 – Revisão Bibliográfica
7
O escoamento de fluidos através de meios porosos é uma situação encontrada em larga
escala em hidrologia e na indústria química na produção de óleo e gás, na filtração, nos leitos
fluidizados, nas colunas de recheio para absorção, destilação e extração líquido-líquido. Pode-
se determinar a permeabilidade de uma amostra, através de sucessivas medições da vazão e
das quedas de pressão, tal técnica é a denominada permeâmetria.
A permeabilidade é uma propriedade importante na descrição do escoamento através de
um meio poroso, indica a facilidade com que o fluido escoa através dos poros, ou seja, um
material é caracterizado por um fluido que é forçado a atravessar um meio poroso. A trajetória
realizada pelo fluido é constituída por muitos canais paralelos e que se intercomunicam. Estes
canais repetidamente expandem-se e restringem-se, e curvam-se e recurvam-se nas mais
diversas direções à medida que as partículas obstruem temporariamente as passagens. No
escoamento, através destas passagens, a fase fluida é repetidamente acelerada e desacelerada.
Assim, a complexa interação existente entre o fluido e o canal poroso ocasiona uma mudança
na energia do sistema, o que resulta, normalmente, na queda da pressão exercida pelo fluído.
Em virtude do meio poroso ser constituído por uma rede de canais de grande
complexidade, a descrição do escoamento em termos de tamanho ou área das partículas é
difícil. No entanto, a função geral da queda de pressão contra a vazão é de tal forma que a
transição do escoamento laminar a turbulento é gradual.
Na dinâmica dos fluidos, a Lei de Darcy é uma equação constitutiva fenomenológica
derivada que descreve o fluxo de um fluido através de um meio poroso. A Lei foi formulada
por Henry Darcy com base nos resultados de experimentos, publicado em 1856 sobre o fluxo
de água através de leitos de areia. Constitui também a base científica da permeabilidade de
fluidos utilizados em ciências da terra.
A partir Lei Darcy, pode-se resolver a maioria dos problemas relativos ao escoamento
de fluidos em meios porosos. Esta fornece para a força resistiva ( m ) a seguinte equação
constitutiva:
(1)
(2)
8
Com isso, a equação da força resistiva fica na forma linear conhecida como: Lei de
Darcy
(3)
Na situação de escoamento incompressível a equação de Darcy é representada por:
(4)
Onde P é a pressão piezométrica dada por:
(5)
E h é a distância (positiva na direção contrária a gravidade), que deve ser medida a
partir de um plano horizontal de referência. No escoamento incompressível, sendo válida a
Lei de Darcy, tem-se:
(6)
A aceleração do fluido na percolação através da matriz porosa não é levada em conta na
equação de Darcy. Isso é aceitável quando a permeabilidade é inferior a 10-5cm², o que ocorre
na maioria dos problemas de interesse tecnológico.
A permeabilidade ( k ), a porosidade ( ε ) e o fator ‘ c ’ são as propriedades estruturais da
matriz porosa, ou seja, esses são os parâmetros que caracterizam a matriz porosa na
percolação de um fluido homogêneo através deste meio.
Os parâmetros estruturais devem ser determinados experimentalmente. A porosidade
pode ser obtida utilizando-se a picnometria, já a permeabilidade é determinada através de um
experimento em que um fluido, de densidade e viscosidade conhecidas, atravessa um leito a
várias velocidades, realizando-se medições de queda de pressão ao longo do leito. O
equipamento utilizado para determinação da permeabilidade é composto por partículas sólidas
que constituem uma matriz porosa indeformável. Na Figura 1, pode-ser observar um esquema
de um permeâmetro.
9
Figura 1. Esquema de um permeâmetro
1 ∆P µ c ρ q 2
− = + (7)
q L k k
(8)
A porosidade (ε) é a razão entre o volume de vazios pelo volume total do leito, tem-se
que a razão da área superficial do leito ( a ) pelo volume total do leito é:
(9)
Onde: (1 – ε) é a fração volumétrica de partículas no leito.
Essas equações podem ser agregadas na equação do raio hidráulico ( Rh ), que é a razão
entre a área de seção de escoamento e o perímetro molhado, sendo expresso por:
volume de vazios
Rh = (10)
superfície molhada
Assim:
ε ε
Rh = = ⋅ Dp (11)
a 6(1 − ε )
10
Sendo que a velocidade superficial está relacionada com a velocidade média intersticial
como sendo v ' e o diâmetro equivalente para o canal é D = 4 Rh , chega-se ao número de
Reynolds para leitos empacotados:
(13)
e da equação clássica da mecânica dos fluidos, válida para escoamento laminar e
incompressível em dutos:
dP µ
− = u
dZ Rh 2
β
(14)
ε ⋅ Rh 2
k= (15)
β
Logo, a razão entre a área superficial da matriz porosa pelo volume do meio saturado
com o fluido é dada por:
6(1 − ε )
a= (17)
D pφ
ε ( Dp ⋅ φ )ε
Rh = = (18)
a 6(1 − ε )
11
Com esses dados chega-se, então, à equação de Kozeny-Carman, que correlaciona
permeabilidade com as propriedades da partícula e a porosidade do meio.
ε ⋅ Rh 2 ( D p ⋅ φ ) ε
2 3
k= = (19)
β 36 β (1 − ε ) 2
( Dp ⋅φ )2 ε 3
k=
150(1 − ε ) 2
(20)
4 - Materiais e Métodos
4.1 – Matérias-Primas
Areia;
Água;
Partículas de Polietileno.
4.2 – Equipamentos
Bomba peristáltica;
Controlador de velocidade;
Placa de orifício;
Termômetro;
Manômetro de tubo em U de Mercúrio;
Proveta graduada;
Proveta;
Régua.
4.3 – Metodologia
12
Para determinarmos a permeabilidade do leito poroso de areia, utilizou-se a bomba
peristáltica, que controla a vazão do fluxo de água de modo a apresentar uma diferença de
pressão. O fluido que escoa através do leito é a água. Assim, mediu-se a queda de pressão no
manômetro de mercúrio conectado ao sistema. Com um tempo fixado, para cada queda de
pressão, coletava-se a água em uma proveta graduada. Utilizando-se de uma régua e de um
termômetro medem-se, respectivamente, a variação na altura das colunas de mercúrio no
manômetro e a temperatura da água.
Na determinação da permeabilidade do leito de polietileno o fluído que escoava
através do leito era o ar. Através de um manômetro inclinado (água) acoplado a uma placa de
orifício controla-se a vazão do fluxo de ar que foi injetado pelo soprador e teve a velocidade
controlada manualmente através de uma válvula, essa velocidade foi determinada pela medida
da perda de carga ocorrida na placa de orifício de equação característica. Para a determinação
da perda de carga no leito utilizou-se um manômetro de mercúrio de tubo em U.
Equação da placa:
Q = 0,35662 ∆h (21)
Para ambos os leitos utilizados nesse experimento a perda de carga foi calculada pela
seguinte equação:
∆P = ρ .g .h (22)
4.4 – Aplicações
O permeâmetro da Figura 3, através de medidas de vazão e pressão, determina a
permeabilidade de um filtro.
13
(a) (b)
5 - Resultados e Discussões
5.1 – Permeâmetro de Areia
A determinação da permeabilidade em um leito de areia consiste em bombear um fluido
ao longo do leito medindo-se a queda de pressão ao longo do mesmo, bem como a vazão do
fluido que é controlada pela bomba peristáltica.
A permeabilidade é determinada experimentalmente por permeametria através de um
conjunto de medidas de vazão ( Q ) e da queda de pressão (P) efetuadas na amostra. Na Figura
5 pode-se verificar o permeâmetro de leito de areia
(a) (b)
Figura 5. Permeâmetro de leito de areia; (a) Desenho esquemático e (b) Permeâmetro
de leito de areia utilizado no experimento
Dados experimentais:
14
Esfericidade ( φ ) da areia: 0,75
0 0 0 0 0 0 0
15
Com os dados da Tabela 1, se obtém a Figura 6, que nos permite determinar a
permeabilidade do leito de areia através do coeficiente angular da reta obtida.
Como a correlação obtida foi de 0,9985, pode-se considerar um ajuste satisfatório, para
os fins que se propõe o experimento.
Pela visualização do gráfico, a partir da curva gerada, podemos notar que o regime
parece ser laminar, devido à curva linear gerada. Porém, para podermos calcular a constante
de permeabilidade do leito, ou seja, das partículas que caracterizam este meio, temos que ter a
certeza do tipo do regime, ou seja, verificar através da equação de Reynolds se este é laminar
ou turbulento. Assim, usa-se a Equação (12).
A partir da análise da Tabela 2 , verificamos os valores do número de Reynolds para
cada ponto do experimento:
Tabela 2. Cálculo do Reynolds para a verificação do regime no leito de areia
Ponto ῡ (m/s) Re
1 0 0
2 0,000104184 0,019786562
3 0,000246967 0,046904135
4 0,000365928 0,069497088
5 0,000494273 0,093872435
6 0,000634005 0,120410488
7 0,000780862 0,14830159
16
8 0,000901555 0,171223533
9 0,001025645 0,194790823
10 0,001157083 0,21975345
11 0,001167868 0,221801873
∆P µ
= ×v Modelo: y=ax (23)
L K
y = 1.108 x
R ² = 0,9985
Onde:
y = ΔP/L
x=ῡ
µ
α= (24)
K
Assim:
1, 002.10−3
1.10 = 8
K exp = 1, 002.10−11 m²
K
17
Assim, obtem-se:
K t = 2, 438.10−11 m²
Portanto, após realização dos cálculos, pode-se notar uma diferença de 41,1 % do kexp
para o K t .
18
(b) Leito de polietileno
Dados experimentais:
19
polietileno foi calculado por picnometria. Ambos os valores utilizados foram retirados de
práticas realizadas em anos anteriores.
Na Tabela 3 constam os dados das leituras realizadas em aula prática para o leito de
polietileno:
Tabela 3 – Dados das medidas de permeabilidade no leito de polietileno
Com os dados da Tabela 3, podemos plotar um gráfico de ΔP/L versus ῡ, que nos
permite determinar a permeabilidade do leito de polietileno através do coeficiente angular
da reta obtida. Esse gráfico pode ser conferido na Figura 8.
20
Figura 8 – Gráfico para a determinação da constante de permeabilidade do leito de
polietileno.
Como a correlação obtida foi de 0,9941, pode-se considerar um ajuste satisfatório, para
os fins que se propõe o experimento.
Através da visualização do gráfico, percebe-se que a curva gerada não se enquadra a
uma curva linear, ou seja, podemos pressupor que se trata de um regime turbulento. Porém,
para termos certeza desse regime, devemos realizar o cálculo do Reynolds através da Equação
(12).
Ponto ῡ (m/s) Re
5 8,339143 1730,653702
6 8,914919 1850,146631
Tabela 4 – Cálculo do
7 9,455699 1962,376843 Reynolds para o verificação
8 10,21332 2119,609245 do regime no leito de
polietileno
9 10,68861 2218,247884
10 11,36434 2358,483443
11 11,79333 2447,513937
12 12,20726 2533,417611
13 12,6076 2616,502457
14 12,99562 2697,029
15 21
13,55683 2813,50065
16 13,91841 2888,540501
17 14,09572 2925,338679
Como os valores obtidos para Reynolds para este regime são Re > 1, faremos uso da
equação de Forchheimer.
5.2.1 – Equação de Forchheimer – Cálculo experimental
∆P µ C×ρ 2
= ×v + ×v Modelo: y=ax+bx² (25)
L K K
Fazendo uso da Equação (25) e de seu modelo obtido através do gráfico da Figura
8, chega-se:
y = 176, 43 x 2 + 2402,5 x
R ² = 0,9941
µ
α=
K
22
1,87.10−5
2402,5 = K exp = 7, 784.10−9 m²
k
Assim, obtem-se:
Portanto, após realização dos cálculos, pode-se notar uma diferença grande entre o kexp
e o Kt .
6 – Conclusões
Após a realização dos experimentos e de todos os cálculos, obtivemos resultados
Darcy, pois nossos dados experimentais confirmam que o regime é laminar. Os valores
23
K exp = 1, 002.10−11 m² e K t = 2, 438.10−11 m²
é menor que o teórico, em 41,1%. Apesar desta diferença, o valor experimental é aceito,
Por fim, os resultados experimentais para ambos os leitos podem ser aceitos, pois a
entanto, essa diferença entre a experimental e a teórica pode ser explicada devido a
7 – Bibliografia
GEANKOPLIS, C. J. – Transport Process and Unit Operations. 3ª Ed.
Prentice Hall
International Editions.
24
MASSARANI, G. – Fluidodinâmica em Sistemas Particulados. 1ª Edição.
UFRJ. 1997.
http://www.slidefinder.net/a/aula18_escmeiosporosos/31083802
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Darcy
http://pt.scribd.com/doc/30467269/Capitulo-1-Permeabilidade-Lei-de-Darcy
http://www.ericolisboa.eng.br/
http://www.polimate.com.br/produtos/polimeros/permeabilidade.php
http://pt.labthink.cn/product/info-1010500.html
http://www.brats.com.br/Servi%E7os1.htm
25