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O MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
GLOBALIZAÇÃO
NEOLIBERALISMO
Análise geopolítica
Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle
da elite militar, era conveniente redemocratizar esses países, pois os militares foram úteis
enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos
movimentos populares de tendência socialista, mas, como, agora, o interesse é comercial e
econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implantação dos blocos
econômicos. Que, necessariamente, defende o fim do comportamento nacionalista.
A nanobiotecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para os países do
Sul, alterando o papel de cada país no comércio internacional, a Divisão Internacional do
Trabalho (DIT), isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento
mundial.
A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como
conseqüência o desemprego estrutural, fortalecendo, como reação ao processo de
globalização, o retorno de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado.
É cada vez mais difícil analisar de forma sedimentada a realidade econômica mundial, mas
é fácil perceber como as situações política e sociais são resultados diretos da realidade
econômica e do poder de manipulação do capital financeiro internacional.
É possível distinguir como a implantação das idéias neoliberais altera a forma de
funcionamento das sociedades, principalmente na eliminação dos valores coletivos e avanços
do individualismo. Em contrapartida, o mundo se surpreende cada vez mais com os discursos
de cunho social das autoridades nacionais e internacionais, quanto à necessidade de investir
na solução das questões que afetam as populações do Terceiro Mundo, como a fome, a
tuberculose, a AIDS, o ebola, o analfabetismo, o excedente populacional, as guerras tribais, de
interesse econômico para as empresas multinacionais, como as guerras de diamantes na
África, pois o processo de exclusão também está atingindo parcela significativa das populações
dos países ricos, tanto na Europa como na América do Norte.
O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil, foi submetido às idéias neoliberais, de forma muito
rápida. As elites nacionais embarcaram nessas idéias, implantaram seus planos econômicos,
sem preocupações quanto à capacidade de absorção de suas sociedades.
Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G8), em julho de 2001
em Gênova, na Itália, em que pela primeira vez os sete países mais ricos e a Rússia, priorizam
em suas discussões, uma pauta na qual a maioria dos itens é de cunho social, devido ao
processo de exclusão provocado pela globalização. Resultando no perdão de 50% da dívida
externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilhões de dólares para
o continente africano.
No último encontro do G.8, julho de 2006 em San Petrsburgo (Rússia), a Inglaterra propôs
mudanças no G.8, com a implantação do G.13, incluindo ao G.8 países como o Brasil, China,
Índia, México e África do Sul, como forma de reduzir as diferenças entre os países na relação
Norte/Sul, e a demonstração da importância destes países na realidade mundial.
Questão 01.
Questão 02.
Considerando o assunto trabalhado na questão anterior, marque a alternativa correta.
a) A disseminação mundial da crise foi facilitada pela própria natureza da economia
contemporânea, a globalização, caracterizada pela vigorosa interdependência entre os mais
diversos setores da economia e o isolamento de distintas regiões do planeta. Certo.
b) Aproveitando a experiência do passado, os países recusam-se, com essa crise, a tomar
medidas de cunho protecionista, para não agravar uma situação que atinge a todos.
c) Tal como ocorre no presente, o desemprego costuma ser um dos mais elevados custos
sociais que uma crise econômica de grandes proporções acarretam.
d) Países considerados emergentes no cenário econômico mundial, como o Brasil e a Índia,
podem não ser muitos afetados pela atual crise por serem detentores de matérias primas
estratégicas e por pouco dependerem do consumo externo, ao contrário do que ocorre com os
de economia mais desenvolvida.
e) Blocos econômicos, como a União Européia e o MERCOSUL, compõem o panorama do que
se convencionou chamar de globalização e derivam, entre outras razões, da necessidade de.
Se posicionar bem no competitivo mercado mundial. Criando subsídios e barreiras
protecionistas na proteção de suas economias.
Questão 03.
TEXTO I
―A globalização é a revolução do fim do século. Com ela a conjuntura social e política das
nações passam a ser desimportante na definição de investimentos. O indivíduo torna-se uma
peça na engrenagem da corporação. Os países precisam-se ajustar para permanecer
competitivos numa economia global – e aí não podem ter mais impostos, mais encargos ou
mais inflação do que os outros‖.
(Antônio Delfim Netto)
TEXTO II.
TEXTO III.
TEXTO IV.
Questão 04.
―Sobretudo a partir da década de 60 começou a surgir uma economia cada vez mais
transnacional, ou seja, um sistema de atividades econômicas para as quais os territórios e
fronteiras de Estados não constituem o esquema operatório básico.‖
(Hobsbawm, Eric. Era dos extremos – o breve século XX: 1914-1991, 1995).
Entre os principais aspectos, diretos ou indiretos, dessa transnacionalização não se destaca:
(A) a nova divisão internacional do trabalho.
(B) o crescimento de financiamento offshore.
(C) a formação de cadeias produtivas internacionais.
(D) o aumento generalizado da remuneração do trabalho. Incorreta.
(E) a maior eficiência nos setores de transporte e de
Comunicação.
Questão 05.
Recentemente as autoridades da União Européia interromperam uma reunião e decidiram
que ela aconteceria de modo virtual através da internet, este acontecimento chamou a
atenção do Mundo, pois o motivo alegado para este comportamento foi provocado pelo
movimento de grupos organizados que são contra as medidas globalizantes.
Quanto a estas medidas e suas conseqüências para o mundo, assinale o item incorreto.
a) A globalização da economia está gerando mudanças estruturais, afetando a qualidade
de vida das populações, inclusive dos países ricos.
b) O processo de globalização, também é de exclusão, acarretando o famoso
desemprego estrutural.
c) Ao globalizar a economia dos países do Sul, os países do Norte estão aumentando seu
poder de influência externa, transformando os países de economia emergente nos
famosos ―bola da vez‖.
d) Ao defenderem a teoria do estado mínimo, os países ricos estão reduzindo o poder de
influência das elites locais.
e) Com a implantação da terceira revolução industrial, usando a robótica, a informática e
a automação no sistema de produção, há uma tendência de reduzir o tempo de
trabalho do ser humano, melhorando sua qualidade de vida. Incorreto.
Desafio: texto e exercícios.
Maiores economias propõem limite de aquecimento de 2ºC. 09/07 - BBC Brasil
ITÁLIA - Ao fim de uma reunião na Itália para tentar chegar a um acordo sobre cortes de
emissões de gases que provocam o efeito estufa, líderes das 17 principais economias do
mundo divulgaram nesta quinta-feira uma nota concordando sobre a necessidade de manter o
aquecimento global médio em no máximo 2º em relação aos níveis pré-industriais. "Como
líderes das maiores economias do mundo, tanto desenvolvidas quanto em desenvolvimento,
temos a intenção de reagir com vigor a este desafio, convencidos de que a mudança climática
representa um perigo claro, que requer uma reação global extraordinária", diz a nota. (com
adaptações).
(01) O consenso entre a maior parte dos cientistas é de que a partir de um aquecimento
de 2º C, as consequências para o planeta passam a ser "imprevisíveis". Errado.
(02) O comunicado dá indicações de como esse objetivo deve ser atingido, já que não
estabelece qualquer meta ou compromisso conjunto nem prevê financiamento para
desenvolvimento limpo das economias mais pobres. Certo.
(03) Por não dá indicações de como esse objetivo deve ser atingido, a nota foi duramente
criticada pelos principais grupos ambientalistas. O Greenpeace afirmou que "as
esperanças de um resultado positivo" do encontro foram "torpedeadas pela falta de
liderança demonstrada pelos líderes do G8 (Alemanha, Itália, Estados Unidos, França,
Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Rússia)". Certo.
(04) Em linhas gerais, o Fórum das Principais Economias (MEF, na sigla em inglês),
propõe cooperações para reduzir emissões provocadas por desmatamento, além de
fixar o prazo de 15 de novembro de 2009 para a apresentação de planos de ações, a
serem propostos "por países interessados", para uma economia de baixas emissões.
Certo.
(08) O Tratado de Kyoto, firmado em 1997 e que vence em 2012, estabelece metas para
corte de emissões entre os países desenvolvidos, mas poupa os países em
desenvolvimento, o que reduz sua eficácia. Além disso, com a não retificação pelos E
stados Unidos, maior emissor histórico de poluentes, seu alcance ficou limitado. Certo.
(11) Em reunião paralela do G5, o grupo dos países emergentes pediu que as nações ricas
façam mais para controlar o aquecimento global e que estabeleçam um mecanismo de
compensação financeira por eventuais cortes de emissões realizados pelos países
mais pobres. Certo.
Apresentação
O Brasil destacou-se na América Latina, contando com um terço da população e do produto
interno bruto de toda a região, e a melhor desempenho no PIB. No âmbito da política externa, o
Brasil exerceu a capacidade de negociação inicialmente com a América Latina e depois em
nível das relações externas, mas os fluxos comerciais colocam-no ainda entre os países
periféricos, que comercializam mais com os países desenvolvidos do que com os seus
vizinhos.
Os maiores clientes e fornecedores são ainda os EUA e a Europa (à exceção do
fornecimento de petróleo pelo Oriente Médio). Dados recentes da ALADI (Associação Latino-
Americana de Desenvolvimento e Integração) indicam que as importações latino-americanas
de produtos originários dos EUA têm aumentado em países como o Brasil e a Argentina a
taxas, em certos casos, cinco vezes superiores às do incremento de suas exportações.
Obs.:
O Brasil conquista a auto-suficiência em petróleo em 2006. Graças ao aumento da
produção nacional e a substituição no consumo de derivados do petróleo por fontes
alternativas de energia, como o etanol e o gás natural, sendo este importado em mais de 50%
da Bolívia.
Em 2005, a China Popular supera a Argentina como o segundo país em comércio com o
Brasil.
Questão 01.
Questão 02.
Mercosul
Globalização, o Brasil e o Mercosul.
questão 03.
Tomando o texto como referência inicial, assinale a opção correta no que concerne ao papel do
Brasil na América do Sul.
A) O país vem conseguindo impor suas visões de mundo sem contestações dos vizinhos.
B) A força do Brasil no seu entorno decorre da capacidade econômica e política de empreender
projetos produtivos voltados para a integração. Certo.
C) A internacionalização das empresas brasileiras na região tem um papel nefasto aos projetos
de desenvolvimento locais.
D) O Brasil possui poder proporcional ao da Alemanha e da França em capacidade de
patrocinar os custos totais da integração na região, sem riscos de debates internos e com
recursos para bancá-los.
QUESTÃO 04.
Ainda considerando o texto como referência inicial, assinale a.
Opção correta.
A) A Amazônia, por estar no coração do centro-norte da América do Sul, é área de grande
interesse para a integração da região. Certo.
B) A Amazônia brasileira, incluída nos novos projetos de investimento energético, como o
primeiro leilão para construção de hidrelétrica no rio Madeira, é a área mais dinâmica de
integração sul-americana.
C) A integração sul-americana caminha sem sustos e crises de valores e políticas.
D) A força do empreendimento sul-americano tem no tema do desenvolvimento sustentável seu
eixo estrutural e condição primeira para a aproximação das sociedades envolvidas no esforço
de adensamento nas relações internacionais da região.
Questão 05.
Terminou com um anúncio do próprio ditador a era de Fidel Castro à frente do regime socialista cubano. A
renúncia abre espaço para uma outra relação entre Cuba e os Estados Unidos da América (EUA), que, por
enquanto, mantêm o embargo. O Brasil terá papel destacado na transição pós-Fidel. Empresas nacionais
investirão US$ 1 bilhão para capitalizar a abertura econômica da ilha, reduzindo a dependência cubana do
mercado americano e das promessas da Venezuela.
Jornal do Brasil, 20/2/2008, capa (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas dimensões do tema por ele
focalizado, além de aspectos marcantes da realidade mundial contemporânea, marque a alternativa
correta.
a) Os EUA assumiram, ao longo do tempo, a liderança continental na oposição ao castrismo, mas, a partir
de um ponto de vista oficialmente definido como humanitário, Mantiveram o intercâmbio comercial com a
ilha. Errado;
b) Apesar da parceria histórica com o governo comunista de Moscou, para Cuba foi irrelevante o colapso
da União Soviética, na medida em que, quando isso ocorreu, a Economia cubana já apresentava inegável
autonomia e dependência insignificante em relação ao exterior. Errado.
c) Independentemente do juízo de valor que se faça em relação ao regime cubano, Fidel Castro conquistou
posição de inegável destaque na história contemporânea, sobretudo em face da luta empreendida pelas
nações do denominado Terceiro Mundo em busca de independência, de defesa da soberania nacional e do
princípio da autodeterminação dos povos. Certo.
d) Em se concretizando a abertura econômica cubana, mencionada no texto, o novo governo poderá
espelhar-se na bem-sucedida experiência soviética, cuja Perestroika, ao lado da glasnost, garantiu a
tranqüila e estável transição da antiga União Soviética para a Rússia de hoje.
e) A eventual abertura econômica cubana aprofundaria o isolamento e a singularidade da China, que, a
despeito de mudanças aparentes, insiste na manutenção de um modelo.
Econômico comunista, refratário a qualquer concessão ao mercado e à ação da iniciativa privada.
Questão 06 – texto.
Zelaya e Micheletti começam diálogo mediado sobre Honduras. 09/07 - BBC Brasil.
O presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya e o líder interino Roberto Micheletti iniciaram
nesta quinta-feira, na Costa Rica, um diálogo mediado para tentar por fim à crise política em
Honduras. Os dois rivais se encontraram separadamente com o presidente da Costa Rica,
Oscar Arias - que mediador das negociações -, mas não se encontraram cara a cara. (com
adaptações).
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto tratado, julgue os itens.
(01) Oscar Arias, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1987 por ajudar a por fim às
guerras civis da América Central, foi escolhido para intermediar as negociações entre o
governo de fato, golpista, e Manuel Zelaya, presidente deposto e expulso do país.
Certo.
(02) Zelaya foi deposto e expulso de Honduras sob a mira de uma arma no último dia 28 de
junho. Uma tentativa de retornar ao país no fim de semana passado fracassou depois
que as autoridades bloquearam a pista de pouso do aeroporto de Tegucigalpa. Certo.
(03) A crise política eclodiu depois que Zelaya tentou fazer uma consulta pública para
perguntar se os hondurenhos apoiavam suas medidas para mudar a Constituição.
Certo.
(06) Foi em Honduras que ocorreu a Reunião histórica da OEA, onde, por unanimidade,
seus 34 chanceleres terminaram com a exclusão de Cuba da organização. Com
retorno imediato do país caribenho para a OEA. Errado.
(07) A ALBA – Alternativa Bolivariana das Américas e seus principais líderes, optaram por
não interferir nas questões relacionadas ao golpe de estado em Honduras. Errado.
Questão 07 – texto.
L'AQUILA - Os líderes do G-8 (grupo formado pelos países mais industrializados do mundo e a
Rússia) prometeram nesta sexta-feira (10/7), na reunião de cúpula na Itália, aplicar US$ 20
bilhões durante os próximos três anos no financiamento de projetos agrícolas de países em
desenvolvimento. A intenção é ajudar a combater a fome e a volatilidade dos preços dos
alimentos.
O nível de emprego na indústria caiu 0,5% em maio, na comparação com abril, informou nesta
sexta-feira (10/07) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do oitavo
recuo consecutivo, na comparação com o mês imediatamente anterior.
Em relação a igual período do ano passado, a queda foi ainda pior. A retração chegou a 6%,
sexta recuo consecutivo e também o maior de toda a série iniciada em 2001. No acumulado
dos últimos 12 meses, a retração é de 1,1%, também a mais significativa da série. No
acumulado de janeiro a maio, verifica-se queda de 4,7% em relação a igual período em 2008.
Julgue os itens.
(01) A queda no nível de emprego formal no Brasil é conseqüência direta da crise
internacional, hoje o emprego informal é superior ao trabalho formal no país.
Errado.
(02) O processo acelerado de macrocefalismo nas ultimas décadas gerou como resultado
um terciarização do trabalho humano, concentrando a maioria da mão de obra em
atividades típicas de prestação de serviços. Certo.
(03) A queda no nível de emprego formal no país é conjuntural, pois resulta de uma
redução na capacidade de consumo da sociedade. Errado.
Questão 09 – texto.
Sarney usa CPI da Petrobras para sobreviver. Publicação: 10/07/2009.
Com a crise interna sem data para terminar, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),
se curvou aos apelos da oposição e determinou a instalação da CPI da Petrobras com um
portfólio de denúncias para todas as facções da política. A intenção é ver se as atenções de
seus adversários internos e externos se voltam para as mazelas do setor petrolífero, deixando
em segundo plano as pressões pelo seu afastamento do cargo. A decisão de Sarney foi
tomada na noite de quarta-feira, quando o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) anunciou a
intenção de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para garantir a instalação da CPI. Para não
sofrer o constrangimento de ver o STF mandando que ele instalasse uma CPI, Sarney decidiu
se adiantar.
De acordo com o texto e seus conhecimentos quanto a crise política que afeta o Senado
Federal Brasileiro, julgue os itens.
(1) Com instalação prevista para terça-feira, 14 de julho, a CPI da Petrobras pretende
investigar denúncias, a saber: 1) indícios de fraudes em licitações para reforma de
plataformas e construção de novas refinarias, como a Abreu e Lima (PE). 2) manobras
contáveis para redução de impostos devidos pela Petrobras ao governo. 3) um suposto
esquema de favorecimento a municípios na distribuição de royalties de petróleo, 4)
patrocínio de programas culturais e festas juninas pela empresa. 5) pagamentos
volumosos a usineiros feitos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Certo.
(2) É de opinião geral que uma reforma político-partidária seria a solução total para os
problemas de nepotismo que hoje atinge o Congresso Nacional Brasileiro. Errado.
Aula 03.
TÓPICOS DA ATUALIDADE.
O Gatt e a OMC
O Gatt – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que entrou em vigor em 1º/1/1948,
apesar da oposição dos EUA e de não significar uma organização oficial, foi de grande
importância para coordenar o comércio do bloco capitalista no período da bipolarização. Mas,
com as mudanças do câmbio, a chegada dos megablocos, as novas tecnologias e a atual
desregulamentação do comércio mundial deixaram a desejar na fase atual de multipolarização
e está sendo substituído pela OMC – Organização Mundial do Comércio, que já foi criada, mas
não foi estruturada, até porque a desregulamentação da economia está favorecendo muito os
países do Norte, detentor das tecnologias de ponta.
Não há dúvidas, a fome que se alastra pelo mundo é uma questão mais política, ideológica
e econômica do que as próprias condições naturais oferecidas para a prática agrícola.
Vejamos:
• de acordo com dados da FAO (ONU), o mundo hoje produz 10% a mais do que o mínimo
necessário para alimentar toda à população, que é, em média, 2.400/2.600 calorias/dia,
e ainda existem imensos espaços para serem ocupados;
• com o processo da ―Revolução Verde‖, a produção de alimentos vai perdendo cada vez
mais o cunho social, e os interesses capitalistas avançam pelas atividades primárias.
Portanto, o objetivo do lucro prioriza as monoculturas exportadoras em detrimento da
produção diversificada para alimentar a população local. Além de acelerar o
desmatamento, as queimadas, a erosão, com perda de solos férteis, o assoreamento
dos rios e principalmente a perda da biodiversidade da fauna e da flora devido às
monoculturas e ao uso absurdo dos agrotóxicos;
• nos últimos anos, essa situação se agravou com os avanços biológicos, em que os
processos de sementes selecionadas e vegetais híbridos das últimas décadas
começaram a ser substituídos pelos produtos trangênicos, os quais aumentam o poder
econômico e tecnológico das multinacionais, que são donas desses novos produtos, com
direitos de patentes (know how) e exclusividades na sua criação e produção. Voltando à
velha discussão: até que ponto o ser humano pode alterar a natureza com a transgenia e
o processo de clonagem?
O contexto histórico não pode ser esquecido, pois é certo que antes da expansão marítima
européia não há registro da existência da fome em escala significativa na América, África, Ásia
e Oceania, pois, nessa época, a produção era comunitária e de subsistência na maioria das
sociedades existentes nesses continentes.
Os colonizadores introduziram a propriedade privada e a cobrança de impostos absurdos
nas áreas dos colonizados e ainda obrigaram a mudança no tipo de produtos, pois o que
interessava aos dominadores eram produtos como oleaginosas, fibras têxteis e frutos tropicais
para atender às necessidades do consumo industrial e da população européia. Quem nunca
ouviu falar das mortes de escravos e índios – de fome – no meio dos grandes canaviais, no
litoral do Nordeste? O governo português não permitia a plantação de outros vegetais, só era
permitido o plantio de cana-de-açúcar, que dominava até 120 léguas para o interior. Qual o
significado real da palavra plantation? Para os ingleses, o que foi a guerra do ópio, na Ásia, e a
matança dos búfalos na pradaria da América do Norte?
Não há dúvida de que os problemas da fome, subnutrição e desnutrição crônica podem ser
resolvidas. Atualmente, o problema todo é que a produção de alimentos se transformou numa
―arma poderosa‖ que é utilizada pelos países do Norte no domínio mundial. O controle das
multinacionais sobre a produção de alimentos demonstra que o controle sobre onde, como,
quanto, o que, por quanto e para quem deverão ser produzidos os alimentos não depende mais
de quem dispõe das terras. Basta ver o exemplo brasileiro, onde mais de 40% de nossa
produção é exportada e menos de 15% é utilizada na alimentação interna. Outro exemplo
interessante é ver que pastagens artificiais, isto é, o espaço agrícola ocupado e cuidado pelo
homem para alimentar os rebanhos no Brasil, se somado com as perdas devido ao processo
de colheita, transporte, armazenagem, comercialização e os parceiros do homem (ratos,
insetos, etc.), superam a produção para o consumo interno; não podendo esquecer que a cada
sete calorias vegetais produzidas para alimentar os rebanhos e aves, só uma caloria retorna
para a alimentação humana.
O programa Fome Zero lançado pelo governo brasileiro já ultrapassou a fronteira nacional
ao ser defendido na 58ª plenária da ONU, quando recebeu apoio da maioria dos países-
membros, com os discursos de abertura da plenária pelo presidente Lula, pelo presidente
George Bush e o Secretário-Geral da ONU, Kofi Anan. Inclusive, o presidente da França lançou
a idéia de chamar o programa internacional sob o comando da ONU de programa Lula.
O programa Fome Zero defende uma ação não paternalista, e sim, montar a estrutura e
redirecionar parte da produção agrícola nacional para o consumo interno. Esta proposta viria
acompanhada de outros projetos como a erradicação do analfabetismo e geração de mais
empregos com a retomada do crescimento econômico, pois, após a primeira fase, com
distribuição de cestas básicas e unificação dos projetos assistenciais como bolsa-escola, vale-
gás etc., a proposta do governo é de oferecer condições para que a população recupere seu
poder de consumo. No primeiro ano do atual governo, este projeto não avançou da forma
desejada, pois o próprio governo priorizou a recuperação da imagem do País nas relações
internacionais, o famoso plano A, alegando que primeiro era necessário recuperar o risco país
e a confiança externa para atrair novos investimentos e, com isto, foi preciso manter os juros
internos elevados com manutenção do endividamento interno. Enfim, o atual governo, em seu
primeiro ano de mandato, repetiu todo o comportamento já conhecido pela sociedade nos
governos neoliberais da década de 90.
Outro fato importante é o da produção agrícola brasileira. Não há dúvida de que a última
safra superou em mais de 20% a produção da safra anterior, principalmente por causa dos
trangênicos, supera em muito as necessidades de consumo da população do País, mas,
infelizmente, a produção é mais direcionada para as monoculturas, mecanizadas para a
exportação, do que para a policultura para abastecer o mercado interno. É correto dizer que o
Programa Fome Zero no Brasil só conseguirá avançar de forma satisfatória se conseguir
convencer os empresários da área do agronegócio de que o mercado interno oferece
vantagens econômicas, também não é possível implantar o projeto na fase não-paternalista,
com cerca de 55 milhões de brasileiros situados abaixo da linha de pobreza. Concluindo: para
implantar o Programa Fome Zero de forma satisfatória, primeiro é necessário oferecer
qualidade de vida ou condições para que uma alta parcela da sociedade possa praticar sua
cidadania, para isto, é preciso resolver os problemas de 5 milhões de brasileiros hoje com
renda zero, as 5 milhões de crianças que são exploradas no trabalho infantil e muitas vezes
escravo. Enfim, sem solucionar os graves problemas socioeconômicos, é muito difícil elevar o
IDH da população brasileira.
Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) calculado pela ONU classifica o
Brasil entre 1/3 dos países melhores colocados – 65ª posição entre 175 países, o IES (Índice
de Exclusão Social) coloca o Brasil entre o 1/3 com pior resultado.
O IDH mede o desenvolvimento dos países com base na expectativa de vida, no nível
educacional e na renda per capita. O IES acrescenta outros indicadores como pobreza,
desemprego, desigualdade social, alfabetização, escolarização superior, homicídios e
população infantil. De acordo com o IES, o Brasil ocupa a 167ª posição no ranking de
desigualdade, 161ª em homicídios, 99ª em desemprego. Portanto, de acordo com o IES, o
Brasil ocupa a 109ª posição entre 175 países. Na América, entre 35 países, ocupamos a 28ª
posição e de 1998, quando éramos a 8ª Economia Mundial, em 2004 passamos para a posição
de 15ª economia, sendo superados por vários países emergentes (China, México, Coréia do
Sul).
Pelo IES, os países mais bem colocados são Canadá (1º), Japão (2º) e Finlândia (3º),
enquanto os piores são Namíbia (173º), Lesoto (174º) e Honduras (175º).
Em 14 de julho de 2004, a ONU publica novo levantamento quanto ao IDH. Infelizmente, o
Brasil passou da posição 65ª para 72ª no ranking mundial, ficando muito abaixo de alguns
países vizinhos como a Argentina, que, apesar da crise, ficou em 34º lugar.
Com esse último levantamento, a Noruega permanece em 1º lugar e Serra Leoa em último
(177º lugar).
O PIB/2005 do Brasil foi de aproximadamente 1,8 trilhões de reais, com crescimento
econômico de 2,3% em relação ao PIB/2004, com isso, o Brasil superou as economias da
Coréia do Sul, Holanda, Índia e México, de 15ª economia, voltou para a 11ª posição mundial. O
crescimento do PIB brasileiro foi um dos menores em 2005 na América, só foi superior ao PIB
do Haiti, sua recuperação no ranking mundial foi devido à valorização da moeda nacional.
Em 2007, de acordo com novo relatório sobre aquecimento global, 1,1 bilhão de habitantes,
principalmente das áreas mais carentes do Planeta, sofrem com a carência de água e
alimentos e que esse número pode duplicar nas próximas décadas.
Exercícios.
Questão 01.
Texto.
Londres – O Brasil é uma ―solução óbvia‖ para o problema da alta do preço dos alimentos que
ameaça o mundo, avalia o Financial Time. Conforme o jornal inglês, no entanto, o potencial do
país nessa área tem sido largamente ignorado. ―O mundo desenvolvido parece
propositadamente míope em relação às oportunidades que o Brasil apresenta.‖
Publicação: 28/04/2008.
De acordo com o assunto do texto e seus conhecimentos, assinale o item incorreto:
a) O Brasil tem grande reserva de terras cultiváveis desocupadas, a maioria delas hoje
servindo como pasto, e que podem facilmente se transformar em áreas de produção de grãos e
outros alimentos.
b) O Brasil possui sua parcela de culpa nessa discussão, pois tem feito pouco para combater a
―histeria contra a suposta ameaça do etanol à floresta amazônica‖, por exemplo. ―Uma ameaça
que, se existe, está mais relacionada à ilegalidade na região da Amazônia do que aos
imperativos econômicos da produção de etanol.‖
c) ―A fome mundial é resultado de falta de oferta de alimentos no mercado mundial e,
principalmente do baixo nível de renda dos países pobres‖. Incorreto.
d) ―O problema é que a maior parte da produção agrícola brasileira continua enfrentando tarifas
proibitivas e outras barreiras colocadas pelos mercados desenvolvidos na Europa e nos
Estados Unidos‖.
e) Segundo o jornal, se a produtividade da pecuária for elevada de 0,8 gados por hectare para
1, 2, cerca de 80 milhões de hectares de terras seriam liberados para o plantio de alimentos.
―Mas isso irritaria os fazendeiros americanos e europeus.‖
Questão 02.
Texto.
O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação,
Jean Ziegler, pediu a suspensão da produção de biocombustíveis, que são apontados como
uma das causas da forte alta nos preços dos alimentos.
Questão 03.
Texto.
Questão 04.
Safra deste ano será 7,2% maior que a de 2007, estima IBGE.
Agência Brasil. - Conab prevê safra recorde de grãos.
A produção brasileira de grãos deve totalizar 142,6 milhões de toneladas em 2008. O resultado
é 1,5% maior que o previsto em março (140,5 milhões) e 7,2% acima da produção obtida em
2007, que foram de 133,1 milhões de toneladas. Os dados do Levantamento Sistemático da
Produção Agrícola (LSPA) foram divulgados nesta quinta-feira (08/05) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Questão 05.
Aumento do nível do mar, derretimento das geleiras, chuvas intensas, furacões: diante das
graves conseqüências de um planeta cada dia mais quente, torna-se urgente adaptar, e até
reinventar, o desenvolvimento urbano, alertam especialistas em recursos hídricos.
Segundo o Siwi, "as mudanças climáticas, aliada a uma população que continua aumentando e
à expansão dos centros urbanos, é uma receita para catástrofes". "As cidades costeiras podem
ficar ameaçadas se medidas para adaptação não forem tomadas agora", afirma o instituto.
Para Sunita Narain, diretora do Centro para a Ciência e o Meio Ambiente da Índia, seu país
está em pleno processo de urbanização e passa por um "boom" da construção civil nas
cidades, uma oportunidade para desenvolver alternativas que amenizariam os efeitos das
mudanças climáticas e inventar "novos modelos" de cidades, considera a especialista.
―As mudanças climáticas significam que cada vez haverá mais acontecimentos imprevisíveis,
cada vez mais inundações‖. Temos de planejar uma gestão da água, para onde ela irá",
explicou Narain, destacando que até hoje à construção das cidades gira em torno dos edifícios,
sem levar em conta a questão dos recursos hídricos.
"Temos de fazer cidades mais resistentes às mudanças climáticas", insistiu. (com adaptações).
a) Nas próximas décadas o maior crescimento da população urbana será nas regiões e
países mais pobres do Planeta. Certo.
e) Hoje, cerca de 70% da água doce utilizada diariamente é para a irrigação, com o
crescimento em mais três bilhões de habitantes até o ano de 2050 é provável que a
disponibilidade diária de água doce seja insuficiente para produzir alimentos para todos
os habitantes. Certo.
Desafio:
Aula 04.
SISTEMA FINANCEIRO.
Paraísos ou infernos fiscais/ lavagem do dinheiro.
O capital volátil – o mesmo que capital especulativo, rotativo, hot money e over night
Função – como o próprio nome indica, não é regulamentado, servindo somente ao
processo da ciranda ou especulação financeira, alimentando uma bolha especulativa. Se um
país tenta regulamentar ou reduzir seus lucros nas bolsas de valores ou entra em crise
econômica ou política, rapidamente este tipo de capital desaparece de sua economia.
O capital volátil cresceu muito nas últimas décadas devido à queda nos investimentos e nos
lucros que eram obtidos com a corrida armamentista. Muito do capital investido nesta área foi
deslocado para atividades normais da economia.
É óbvio que os paraísos fiscais facilitaram para que o capital das máfias do narcotráfico, da
venda ilegal de animais silvestres, da corrupção e do contrabando de riquezas naturais como o
ouro, diamantes, etc. se legalizassem e se transformassem em capital volátil.
Para um país manter este capital em sua economia e transformá-lo em capital de produção,
é obrigado a manter seus juros internos elevados e lucrativos, só que acaba prejudicando as
empresas nacionais e sua população. Favorecendo o capital volátil, o país é obrigado a abrir
sua economia de acordo com os interesses dos países desenvolvidos.
• Por que as crises econômicas atuais não são mais localizadas, mas acabam afetando a
economia mundial num processo de cascata – o ―efeito dominó‖?
• A maior internacionalização da economia com enfraquecimento dos Estados e das elites
nacionais em conseqüência da globalização.
• Como o capital volátil passou a dominar a economia dos países emergentes, como o
Brasil, e a maior dependência destes às imposições do Fundo Monetário Internacional
(FMI)?
Sem muitas preocupações quanto ao ―economês‖ ou aos termos tecnocratas, e com uma
análise mais geopolítica com objetivo didático, a melhor forma para desenvolver e explicar
estes questionamentos é utilizar um modelo prático como laboratório. Para nós, brasileiros, o
melhor modelo é o Plano Real desenvolvendo suas etapas de implantação.
Estava claro que a sociedade não aceitava mais os planos econômicos heterodoxos, com
mero congelamento de preços e salários. Era preciso ser diferente, pelo menos na aparência,
em relação aos Planos Cruzado, Bresser, verão e Collor. E o mundo exigia a abertura da
economia brasileira, isto é, ou se adotava o neoliberalismo ou continuaria isolado das relações
econômicas e do comércio mundial.
Os Estados Unidos elaboram a famosa Lei Super 301, na qual as autoridades norte-
americanas são obrigadas a defender suas empresas multinacionais, combatendo qualquer
forma de obstáculos que elas venham a sofrer em qualquer local do planeta.
O Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento passa a não exigir que
os países pobres que necessitam de seus empréstimos elaborem projetos de viabilidade
econômica em relação aos valores solicitados, desde que atendam às exigências prescritas no
famoso Plano de Reformas Estruturais (1980), isto é, desde que os países do Terceiro Mundo
implantem as reformas tributária, fiscal, jurídica, orçamentária, política, previdenciária e
trabalhista em conjunto com um projeto de privatização de suas empresas estatais.
Em 1983, o Bird desenvolve um novo plano, o também famoso Plano de Reformas
Setoriais Estruturais, obrigando os países periféricos a liberalizarem a agricultura, bem como a
privatizarem setores estratégicos, como o sistema energético, o setor de comunicação, os
bancos do governo e os serviços urbanos, como o serviço de limpeza, coleta de lixo,
tratamento de água, esgoto, etc.
O FMI, que havia perdido muito de suas funções a partir de 1971 em razão de os Estados
Unidos ter mudado seu sistema cambial, passa a exercer novas funções, muito atreladas e até
mesmo conflitantes, com o Banco Mundial. Isto não quer dizer que entram em choque ou que
haja perda de identidade. Na verdade, é facilmente percebido que estas duas organizações
trabalham em conjunto na tentativa de implantarem as idéias neoliberais nos países periféricos.
O FMI fiscaliza, coordena e exige que os países periféricos e, mais recentemente, os
países remanescentes do ex-bloco socialista, como os do Leste Europeu, implantem as
medidas impostas pelos Planos de Reformas Estruturais do Bird. Caso o País aceite, o FMI
ajuda e autoriza que o Bird faça os empréstimos.
Essa realidade acaba por elevar a vulnerabilidade ou dependência externa dos países do
sul ao humor do sistema financeiro internacional. Basta lembrar dos efeitos: tequila, saquê,
vodka e cachaça, que afetaram importantes países emergentes na década de 90, pois foram
transformados na ―bola da vez‖, resultando num efeito cascata ou a crise e exclusão
globalizada.
Exercícios.
"Fizemos questão de dizer que tinha acabado aquele momento de subserviência. Queremos
ser tratados em pé de igualdade", disse Lula em uma solenidade ao ar livre na fábrica de
caminhões, que contou ainda com a presença de trabalhadores e dirigentes da montadora.
Lula criticou os EUA, afirmando que o país, em vez de reduzir os subsídios agrícolas -- como
quer os países em desenvolvimento --, pretendia, na prática, aumentá-los.
Segundo o presidente, os EUA gastaram em média 15 bilhões de dólares por ano em subsídios
com sua agricultura nos últimos três anos e propuseram fixar o teto de gastos com subsídios
agrícolas na OMC em 17 bilhões de dólares, ou seja, na prática elevariam os gastos, em vez
de reduzír.
Os países do G20, grupo de emergentes que o Brasil lidera, queriam que o teto de gastos dos
EUA na área fosse muito menor, em torno dos 12 bilhões de dólares por ano.
"Chega de ser pequeno, chega de ser o país do futuro. Chega de ser a esperança do mundo,
chega de ser um monte de adjetivos que nunca se concretizaram. Agora vamos concretizar", o
completou.
Depois do fracasso da reunião do G4, a Rodada de Doha corre o risco de ficar em suspenso
por vários anos.
Durante o evento, Lula se referiu ainda às queixas dos empresários sobre a valorização do real
frente ao dólar. Ele disse que não vai "inventar um número mágico, porque o câmbio é
flutuante".
De acordo com o presidente, a justificativa para a queda do dólar no mundo se deve ao défict
fiscal nos EUA e cabe ao país resolver isso.
a) Rodada de Doha tem como objetivo resolver as diferenças entre as partes interessadas
quanto ao Tratado de Doha, isto é, superar as diferenças entre os países do norte e os países
do sul, quanto ao regulamento da OMC – Organização Mundial do Comércio. O Prazo para isto
é de 2002 até 2013.
b) A Rodada de Doha foi decidida na 3ª Cúpula da OMC, em 2001, na cidade de Doha, capital
do Katar, no Oriente Médio.
(c) Na última Reunião do G.8, na Alemanha, ficou fortalecida a proposta de criação do G.13,
incluindo o Brasil, Índia, México, China e África do Sul ao grupo dos países que formam o G.8.
(d) O Grupo dos 20 é liderado pelos países que formam o BRIC+S+M = Brasil, Rússia,
Índia, China, México e África do Sul, considerados pelos países do norte, como os
principais países emergentes. Errado.
(E) O câmbio flutuante significa que a moeda brasileira oscila de valor de acordo com a
menor ou maior oferta de moedas internacionais no país, no momento o superávit
comercial e a entrada de investimentos internacionais são fatores que desvalorizam a
moeda brasileira.
Questão 2 – texto.
Segundo semestre de 2007, início da crise hipotecária nos EUA. Setembro de 2008 a crise
financeira afeta a economia real ao afetar a o consumo mundial.
São Paulo, SP – O mercado financeiro tem uma segunda-feira de muito pessimismo. Por causa
do recrudescimento dos temores de desaceleração da economia mundial, os grandes
investidores internacionais abandonam suas aplicações de maior risco. Assim, às 16h02, o
dólar comercial avançava 3,57%, para R$ 2, 289, e a Bovespa desabava 3,84%, para 36.280
pontos. No mesmo horário, o risco-país subia 5,69%, para 279 pontos, indicando uma vigorosa
venda de títulos brasileiros.
A grande preocupação é de que a inflação dos EUA aumente e obrigue o Fed (Federal
Reserve, banco central norte-americano) a continuar elevando seus juros, atualmente em 5%
ao ano. Nesse caso, os seus títulos do Tesouro ficam mais atraentes, escolhidos como opção
segura em tempos de turbulência...
O Banco Central tenta acalmar os ânimos, entretanto. O diretor de política monetária do BC,
Rodrigo Azevedo, disse hoje que é "pouco provável" que uma crise de grandes proporções
como a da Ásia, que atingiu o país em 1997, se repita. Segundo ele, os fundamentos da
economia brasileira melhoraram muito desde então. No curto prazo, a volatilidade deve
persistir. Analistas de mercado também vêem o movimento atual como exagerado.
Para os investidores pessoa física, a recomendação dos especialistas é de cautela. "É melhor
esperar a definição de uma tendência", afirma Rodrigo Aché, responsável pela área de equity
Sales do Banco Brascan. Espera-se que a ata da última reunião do Fed, a ser divulgada em 31
de maio, possa dar pistas mais claras e objetivas sobre o rumo dos juros nos EUA. Se houver
indicações de que a taxa tende a subir mais, o mercado pode se acomodar neste nível mais
baixo. Ao contrário, se sinalizar uma pausa no ciclo de elevações – a última foi a 16ª –, o
otimismo de antes pode até ser retomado... (CorreioWeb, com adaptações).
De acordo com o texto e as características da economia e o sistema financeiro, assinale a
alternativa correta:
Questão 03.
Quanto a Reunião do Grupo dos Vinte (G.20) no dia 02 d2 abril de 2009, em Londres. Marque
a alternativa incorreta.
a) Quando citamos o Grupo dos vinte estamos falando da OMC – Organização Mundial do
Comércio. Este mesmo grupo passa a ser denominado de Grupo dos vinte e um quando
relacionado a outras organizações Mundiais.
b) O Brasil, Rússia, Índia, China Popular e África do Sul, formam o BRICS, principais países
emergentes, que lideram os países subdesenvolvidos nas reuniões da OMC. Errado.
c) na Reunião do G.20, no Rio de Janeiro, o principal assunto em pauta foi o Regulamento da
OMC, denominado de Tratado de Doha.
d) o principal impasse para que o regulamento da OMC seja aprovado pelos países membros
são a pratica dos Estados Unidos e União Européia de protecionismos e subsídios, gerando
discordância nos objetivos do G.20,
e) O comércio Mundial sofreu significativo crescimento nas últimas décadas, graças aos
avanços provocados pela nano biotecnologia e seus resultados como facilidade e baixo custo
dos transportes, a robótica, informática e a automação.
Questão 04.
Multilateralismo
O premiê acredita ser mais fácil encontrar soluções em grupos menores do que os
atuais 120 signatários de Kyoto, diz o jornal. O primeiro-ministro também esperaria que sua
proposta pudesse diminuir as críticas sobre a realização do encontro na Rússia, por causa
da situação dos direitos humanos no país.
―Ele sabe que a Rússia é igualmente importante para a manutenção de uma frente
unida contra os planos do Irã de conseguir uma bomba nuclear.‖ Mesmo assim, o Guardian
declarou que os valores britânicos sobre democracia e direitos humanos seriam colocados
com firmeza, ―mas sem destruir o quarto de hotel‖.
―Durante o encontro, o premiê vai argumentar que a única saída para os problemas
estruturais do mundo passa pelo fortalecimento de instituições multilaterais, a disposição de
encarar desafios como à manutenção da paz e o combate à pobreza‖, diz o jornal. (com
adaptações).
Questão 05.
Aula 05.
ORIENTE MÉDIO
Questão Palestina.
A Questão Curda
O Curdistão compreende uma região montanhosa entre as cadeias do Taur Oriental e dos
Zagros. Desde o desmembramento do Império Turco Otomano encontra-se dividida por quatro
fronteiras nacionais: Turquia, Iraque, Irã e Síria, além de uma pequena parte na Armênia e o
Azerbaijão. Apenas o Irã reconhece a região por esse nome, que é habitada pelos curdos,
população de origem indo-européia.
O Curdistão nunca foi politicamente unido, apesar de algumas tribos organizadas em
principados terem experimentado autonomia ao longo de sua história. No final da Primeira
Guerra Mundial (1914/1918), os curdos nacionalistas já tinham desenvolvido a idéia de um
estado nacional. O Tratado de Sévers, assinado entre as potências vencedoras e
representantes do Império Turco Otomano, previa a autonomia não só do Curdistão como
também da Armênia, além do reconhecimento dos Estados árabes de Hajaz (região oeste da
atual Arábia Saudita), Síria e Iraque. No entanto, o tratado não é ratificado, sendo substituído
em 1923 pelo Tratado de Lausanne, que não faz nenhuma menção aos curdos e aos armênios.
Na Turquia, o líder Mustafa Kemal Atarturk procura fortalecer a identidade nacional e inicia uma
forte política de assimilação dos curdos. Passam a ser chamados de ―turcos montanheses‖,
sua língua é declarada ilegal ou classificada como dialeto turco e são impedidos de usar suas
vestes típicas. Desde 1925 ocorrem rebeliões curdas, principalmente na Turquia, no Iraque e
no Irã.
Exercícios.
Questão 01.
Da France Presse
BAGDÁ - O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, chegou nesta quarta-feira a
Bagdá para uma visita surpresa, durante a qual se reunirá com o primeiro-ministro Nuri al-
Maliki e presidente Jalal Talabani. Cheney solicitará às autoridades iraquianas um maior
esforço em favor da reconciliação nacional, mas também insistirá ante os deputados iraquianos
para que cancelem as férias de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) de dois meses.
O governo americano está irritado com a lentidão na discussão dos projetos de lei importantes
no Parlamento iraquiano, como a distribuição dos recursos do petróleo ou o que pretende
permitir aos ex-membros do partido Baath participar na vida pública e social.
Dick Cheney iniciou uma viagem de uma semana pelo Oriente Médio e passará ainda pelos
Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito e Jordânia.
De acordo com o assunto do texto e seus conhecimentos sobre o Oriente Médio e suas
relações com o Mundo Ocidental, assinale a alternativa correta:
Questão 02.
No encontro com Mubarak, foram discutidas tanto as questões bilaterais como "a necessária
promoção de um processo de paz entre Israel e os palestinos", afirmou Livni. A visita da chefe
da diplomacia israelense ao Egito está centrada no plano de paz árabe, apresentado pela
Arábia Saudita, que foi retomado na reunião de cúpula da Liga em Riad em março.
Essa iniciativa prevê a normalização das relações entre Israel e os países árabes em troca da
retirada israelense dos territórios que o Estado hebreu ocupa desde 1967. Essa iniciativa
também propõe a criação de um Estado palestino com Jerusalém leste como capital e a
solução da questão dos refugiados palestinos.
A Liga Árabe encarregou Egito e Jordânia, os dois únicos países que normalizaram suas
relações diplomáticas - com embaixadores - com o Estado hebreu, da tentativa de convencer
as autoridades israelenses em adotar esse plano de paz.
Da France Presse
10/05/2007
12h37-A reunião da qual participam nesta quinta-feira os chefes das
De acordo com o assunto do texto e seus conhecimentos sobre a Região da Palestina, no
Oriente Médio, marque a alternativa incorreta:
a) Um dos fatores que dificultam a implantação definitiva do Estado Palestino é a posição
radicalizada das autoridades do Estado de Israel e dos EUA. Que, em conseqüência do
acontecimento de 11/09/2001. Não admitem conversar sobre a necessidade de ser
implantado um Estado para os Palestinos.
b) Ao sair vitorioso na última eleição parlamentar, o Hamas, partido político que defende a
implantação de um Estado Palestino teocrático, facilitou as negociações com o Plano
dos Quatro – EUA, ONU, União Européia e Rússia. Para que fosse acelerada a
implantação de um Estado Palestino.
c) O Fatah, liderado pelo Presidente da Autoridade Nacional Palestina Abu Korei, defende
o laicismo como forma de organização do futuro Estado palestino.
d) O Hamas defende os valores Xiitas e o Fatah o Estado Secular, de base Sunita.
Portanto, o Ocidente favorece ao Hamas quanto ao controle do Estado Palestino.
e) A necessidade de implantação do Estado Palestino defendida pelos EUA, não está
relacionada com a pressão exercida por sua sociedade, devido aos atos de violência
praticados por grupos islâmicos, principalmente o 11/09/2001.
Questão 03.
Da France Presse
Responsáveis do Hamas e do Fatah anunciaram uma trégua na madrugada desta segunda-
feira (hora local) para que terminem as violências entre palestinos registradas há três dias na
Faixa de Gaza, com quatro mortos e 14 feridos no domingo.
A trégua, promovida por mediadores egípcios, entrou em vigor de imediato, à 0h30 (18h30 de
Brasília), acrescentaram as fontes. "Aceitamos parar os combates, retirar os homens armados
das ruas e libertar os reféns", declarou o porta-voz do Hamas, Ayman Taha.
A informação foi confirmada por membros do Fatah.
Questão 04.
(Turquia) - Pelo menos 1,5 milhão de pessoas participaram neste domingo em Izmir, no leste
da Turquia, de uma manifestação para defender o caráter leigo do Estado e pressionar o
governo a não misturar política com religião, constatou a AFP. Os manifestantes, que
carregavam retratos do fundador da moderna Turquia, Mustafa Kemal Ataturk, se
concentraram em uma praça de Izmir, a terceira maior cidade turca, situada à beira do Mar
Egeu.
A eleição presidencial, que é realizada pelo Parlamento turco, se tornou a maior crise
envolvendo o governo islamita moderado, que chegou ao poder em 2002. Os parlamentares da
oposição boicotaram a eleição, impedindo o quórum necessário para a votação, enquanto o
Exército ameaçava intervir para garantir o caráter leigo do Estado.
(com adaptações).
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa incorreta:
TEERÃ (Irã) - O Irã anunciou que aceita participar de novas conversações com os Estados
Unidos a respeito da situação no Iraque, de acordo com a agência oficial Irna, informação que
foi confirmada no Cairo por uma porta-voz do vice-presidente americano, Dick Cheney...
"A data do encontro e o nível das delegações negociadoras serão conhecidas no final desta
semana iraniana (que termina sexta-feira, 18 de maio)", acrescentou o porta-voz da diplomacia
de Teerã. Segundo as agências semi-oficiais Isna e Mehr, Hosseini afirmou que o encontro
acontecerá em Bagdá. De acordo com o porta-voz, os Estados Unidos apresentaram um
pedido oficial a favor das conversações...
Cheney, que fez uma escala noturna em Aqaba (Jordânia), depois de uma rápida passagem
pela Arábia Saudita, também pretende se encontrar com o ministro egípcio da Defesa,
Mohamed Hussein Tantaui. A viagem de Cheney tem por objetivo estimular os aliados árabes
de Washington a promover a participação da minoria sunita no processo político do Iraque e
limitar a influência do Irã xiita na região. (com adaptações).
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto, marque a alternativa incorreta:
Da BBC Brasil
09/05/2007
10h17-Duas guerras e uma década de sanções econômicas fizeram do Iraque o país em que a
mortalidade de crianças abaixo de cinco anos mais piorou no mundo, de acordo com um
relatório divulgado nesta quarta-feira pela organização não-governamental Save the Children.
Entre os anos 1990 e 2005, a taxa saltou de 50 para 125 mortes em cada mil nascimentos,
uma elevação de 150%, a maior entre os 60 países do ranking. Juntas, essas 60 nações
respondem por 94% das mortes de crianças com menos de cinco anos no planeta, ressaltou o
relatório, feito pelo braço americano da Save the Children.
"Mesmo antes da última guerra, as mães e crianças iraquianas estavam sofrendo uma grave
crise, causada por anos de repressão, conflitos e sanções externas", disse a ONG. "Desde
2003, falta de eletricidade, água potável insuficiente, serviços de saúde em deterioração e
inflação galopante pioraram as já difíceis condições de vida. Cerca de 122 mil crianças
iraquianas – uma em cada oito – morreram em 2005 antes de chegar ao quinto ano de idade."
Guerras e Aids
O relatório destacou que as guerras são a principal causa de mortalidade entre as crianças
menores de cinco anos de idade. As maiores taxas são registradas em países marcados por
instabilidades, como Serra Leoa, Angola, Afeganistão, Libéria, Somália, Chade e República
Democrática do Congo. "As guerras, a violência e a ausência de lei causam grande mal a mães
e crianças, e normalmente afetam de maneira desproporcional a setores específicos da
população", ressalta o relatório.
"As condições de subgrupos étnicos ou geográficos dentro de um país podem variar muito em
relação à média nacional. Áreas remotas no campo e os pobres nas cidades tendem a ter
acesso a menos serviços e a registrar estatísticas piores."
Entre os países onde a situação da mortalidade infantil mais piorou no mesmo período, estão
ainda Botsuana e Zimbábue, este último "devastado" pela Aids, nas palavras do relatório. Em
2005, cerca de 20 mil crianças abaixo de cinco anos morreram no Zimbábue em decorrência
da síndrome, 41% do total registrado naquele ano.
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa incorreta:
a) Até a década de 80 do século passado o Iraque era um dos países que já oferecia
menor qualidade vida no Oriente Médio, seus habitantes eram um dos povos que mais
migravam para outros países por motivos econômicos.
b) A queda na qualidade de vida, da população iraquiana, tem como principal causa à
ocupação militar pelos EUA, que teve início em 1991, durante a primeira Guerra do
Golfo.
c) A queda na qualidade de vida da população iraquiana é de responsabilidade exclusiva
pelos fatores externos, principalmente a Guerra contra o Irã, que durou de 1980 a
1988.
d) Pela atuação das autoridades dos EUA, a questão social é o principal fator que
provocou as Guerras contra a ditadura de Saddan Hussein. Incorreto.
e) Como fator interno os conflitos entre Xiitas, Curdos e Sunitas pelo poder no Iraque,
justificam a atual ocupação militar feita pelos EUA e seus principais aliados.
Aula 06.
DESTAQUES DE ATUALIDADES.
Internacionalização da Amazônia.
Destaques: O Brasil precisa transformar a floresta em pé, mais importante que a floresta
deitada. Pesquise – PAS = Programa Amazônia Sustentável (bolsa floresta, Programa
Territórios da Cidadania, Fundo Para Preservação da Amazônia).
O maior problema da Amazônia é a ausência do Estado.
O principal fator de importância da Amazônia para o mundo atual é a
BIOTECNOLOGIA.
Há séculos que os poderosos alegam que ―é uma injustiça a Amazônia pertencer somente
aos portugueses e espanhóis‖ depois, com a independência do Brasil transferiram esta
interpretação para os brasileiros. Mas, nas últimas décadas, este discurso vem adquirindo uma
forma mais radicalizada de defesa quanto a Amazônia ser um território internacional, inclusive
passando do discurso para atitudes práticas, com o objetivo de forçar o Brasil a tomar medidas
concretas na área de preservação e proteção da região amazônica, ao mesmo tempo em que
força o governo brasileiro a facilitar ocupações de organizações estrangeiras com a justificativa
de estarem fazendo estudos científicos e estratégicos por representantes dos países
desenvolvidos nesta região.
Desde o século XVIII os ingleses faziam esse tipo de discurso. No século XIX, os norte-
americanos já pensavam na necessidade de provocar divisões, criando vários países no lugar
do Brasil. Algumas notícias e discursos de autoridades internacionais, como os da última
campanha presidencial nos EUA, onde o candidato republicano e o candidato democrata
defenderam o perdão de parte da dívida externa dos países pobres, em troca de áreas de
florestas tropicais, a transformação do pantanal e parte do cerrado em estação biosfera
patrimônio natural da humanidade pela Unesco, os mapas nas escolas dos EUA, onde a
Amazônia Legal é apresentada como território internacional, etc.
Por trás desta realidade aparece a pergunta: o que existe de tão importante na Amazônia?
É uma pergunta que envolve questões ambientais, econômicas e estratégicas tão complexas,
que fica impossível num trabalho curto que tem como objetivo imediato levantar tópicos de
atualidades, sem pesquisas e dados bibliográficos. Mas é possível fazer um levantamento
histórico, complementado por dados atuais da imprensa nacional e mundial, e desenvolver os
principais tópicos que justifiquem o interesse mundial pela região.
1) O que há na Amazônia?
– um grande reservatório de água potável;
– apresenta 65% da biodiversidade tropical do planeta;
– um grande regulador térmico;
– a maior concentração de biomassa.
Recursos energéticos
Os afluentes do rio Amazonas apresentam o maior potencial hidráulico não aproveitado no
País.
A floresta Amazônica
Dos 5.400.000 km 2, 10% já foram retirados, portanto, a Amazônia é um dos últimos
reservatórios de madeira no mundo.
Durante séculos, o tratamento de ―inferno verde‖ para a Amazônia foi muito útil para os
interesses internacionais, pois o Brasil não se preocupou em ocupar a região.
Nas décadas de 60 para 70, o governo brasileiro criou o Projeto Radar da Amazônia
(projeto Radam), que, utilizando Radares Passivos de Visão Lateral (RVL), doados pelos EUA,
conseguiu fazer um levantamento minucioso sobre as características naturais da região, com
dados hidrológicos, geológicos, geomorfológicos, pedológicos, edafológicos, climatológicos e
fitográficos, que espantou a sociedade, não pela grandeza das riquezas e do potencial
existentes, mas pelo desconhecimento e, principalmente, pelas informações erradas que
tínhamos quanto às características da região. Desse trabalho resultaram os relatórios técnicos,
mapas, gráficos, tabelas e livros, que finalmente revelaram o elevado potencial existente na
área.
Finalmente, o Brasil descobre a Amazônia, mas, infelizmente, o mundo descobre que
descobrimos a Amazônia.
* A estratégia mundial então muda: é preciso internacionalizar a Amazônia, antes que o
Brasil a ocupe.
Exercícios.
Questão 01.
O mapa e o relatório elaborados pelo International Water Managment Institute (Instituto
Internacional de Gerenciamento de Água, IWMI, na sigla em inglês) foram apresentados na
Semana Mundial de Água em Estocolmo, Suécia em Julho de 2007.
Questão 02.
Questão 02.
China insiste na responsabilidade dos países ricos na questão do aquecimento global
Da France Presse
03/07/2007
11h43-PEQUIM - A China, um dos principais países poluentes do planeta, reiterou nesta terça-
feira que continuará lutando contra o aquecimento global, apesar de insistir na necessidade de
que os países ricos se dediquem empenhadamente em resolver este problema. "Os países em
desenvolvimento, como a China, participarão de maneira positiva no combate contra o
aquecimento global, segundo suas possibilidades e seu nível econômico", declarou um porta-
voz do ministério das Relações Exteriores chinês.
"A China já começou e prosseguirá com seus esforços nesse âmbito", afirmou Qin Gang
respondendo a uma pergunta sobre o pedido feito na véspera pelo secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon. "A China é um dos mais importantes países emissores (de gases de
efeito estufa) e deve participar nos esforços coletivos da comunidade internacional", declarou
Ban em Genebra.
Questão 03 – texto.
Da France Presse
07/11/2006
16h52-NAIRÓBI - Delegados da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima debateram,
nesta terça-feira, como enfrentar o aquecimento global em meio aos crescentes alertas sobre
seus efeitos na vida humana, no meio ambiente e no patrimônio mundial. No segundo dia da
conferência, que ocorre em Nairóbi, na capital do Quênia, os participantes buscaram formas de
redução das ameaças.
"Foi um começo muito bom", disse Yvo de Boer, secretário-executivo da conferência. O evento
é feito em conjunto com a segunda reunião de signatários do Protocolo de Kyoto, que pretende
reduzir as emissões de gases de efeito estufa por países industrializados.
O tratado, que não foi assinado pelo principal poluente mundial, os Estados Unidos, expira em
2012. Os delegados analisam como substituí-lo. De Boer elogiou "as intervenções muito
construtivas" sobre um tratado pós-Kyoto feitas por União Européia, Japão, Noruega e Brasil.
"Os países industrializados afirmam que já sentiram os efeitos da mudança climática, inclusive
a Europa", disse, falando sobre o consenso crescente para uma ação conduzida pelos países
ricos para enfrentar o problema.
Cientistas afirmam que a temperatura da Terra já subiu 0,7 graus Celsius desde 1900. Uma
possível elevação de mais 2 graus pode afetar a vida de bilhões de pessoas. A conferência
termina nesta quarta-feira.
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto, marque a alternativa incorreta:
a) Ao absorver o calor emitido pela superfície do planeta gases como o monóxido e o
dióxido de carbono provocam o efeito estufa.
b) Uma elevação da temperatura do planeta em mais de dois graus neste século poderá
reduzir o espaço favorável à produção de alimentos. Errado.
c) Ao elevar a superfície dos oceanos, devido ao maior volume de água no estado liquido,
fenômenos climáticos, como furacões, tempestades tropicais e tornados podem
aumentar em quantidade e intensidade.
d) O Brasil, mesmo com a sua localização geográfica privilegiada, sofrerá as
conseqüências das mudanças climáticas.
e) O aquecimento global pode aumentar a disponibilidade de água doce e potável na
superfície do território brasileiro.
Questão 04.
LONDRES (Inglaterra) - Pelo menos um bilhão de pessoas vai emigrar até 2050, como
conseqüência do aquecimento global que agravará os conflitos e as catástrofes naturais atuais,
além de criar novas, adverte uma organização humanitária britânica.
Em seu relatório "Maré humana: a verdadeira crise migratória", a ser publicado nesta segunda-
feira, a organização Christian Aid lança uma "advertência sem rodeios sobre o ritmo acelerado
dos deslocamentos de população no século XXI".
"A quantidade de pessoas que deixaram suas casas por causa dos conflitos, das catástrofes
naturais e dos grandes projetos de desenvolvimento (minas ou represas) já é
surpreendentemente elevada, algo em 163 milhões", segundo estimativas da própria ONG.
Além disso, "no futuro, as mudanças climáticas a farão subir ainda mais", afirma a organização,
que pede uma "ação urgente" da comunidade internacional para tomar "fortes medidas de
prevenção".
O grupo avalia ainda que "no ritmo atual, 1 bilhão de pessoas se verão forçadas a deixar suas
casas até 2050". Assim, completa o texto, a mudança climática terá como conseqüência uma
intensificação dos fatores atuais de migração forçada e acelerará a "crise migratória
emergente".
"Estimamos que a migração forçada é, agora, a ameaça maior para as populações pobres nos
países em desenvolvimento", disse em um comunicado John Davison, um dos autores do
informe... (com adaptações).
a) De acordo com o Programa das Nações Unidas (PNUMA), até 2020, as áreas de seca
perpétua e poluição severa irão aumentar. Podendo gerar carência na produção de
alimentos para a humanidade.
b) A população mundial deve aumentar até o ano de 2050, dos 6,5 bilhões de habitantes
atuais para 9,5 bilhões. De acordo com a Organização das Nações Unidas, 96% desse
aumento demográfico será nos países do Sul, agravando mais as péssimas condições
de vida das populações nesses países.
c) A oferta de água doce/diária deve diminuir nas próximas décadas, podendo provocar o
deslocamento de milhões de habitantes das áreas mais carentes de recursos hídricos
ou com água poluída e contaminada, para regiões já ocupadas por outros povos.
d) De acordo com declarações de autoridades e cientistas, inclusive do Pentágono, a
questão das mudanças climáticas no planeta é mais séria para a humanidade do que o
terrorismo internacional.
e) O Brasil é um país abençoado pela natureza quanto à oferta diária de água doce e
biodiversidade. Portanto, se depender somente dos fatores internos, não existe
dificuldades quanto à distribuição territorial e a oferta de água para a população.
Incorreto.
Textos.
1) (a) A posse dos candidatos eleitos e/ou reeleitos para cargos do executivo no
Brasil.Tomam posse os 27 Governadores dos 26 Estados, do Distrito Federal e o Presidente
Lula.
(b) A Bulgária e a Romênia são incluídas no bloco da União Européia.
A União Européia passa a ser formada por 27 países membros.
A Bulgária e a Romênia são incluídas na organização com as mesmas restrições que os 10
países, a maioria do leste europeu ou ex-bloco socialista, sob restrições, como: cotas anuais
para a imigração de sua população para os demais países membros e não adotam o Euro,
moeda única, enquanto não avançarem na implantação de economia de mercado (capitalismo).
c) A Turquia deve ser incluída no bloco até 2017.
Permanecem as negociações para que a Turquia adote medidas internas que avancem na
resolução de questões como: respeito aos direitos humanos, o povo Curdo em diáspora e pena
de morte. Outro fator que dificulta a inclusão da Turquia na União Européia é que 97% de seu
território é localizado no continente asiático e a maioria de sua população ser composta de
islâmicos, ficando difícil a sua inclusão no bloco pelos povos cristãos que predominam na
maioria da população dos países membros.
A partir de 2008, de acordo com o projeto europeu, não deve ser aceita a inclusão de novos
países membros até 2010, prazo definido para que todos os atuais países membros adotem o
Euro e aprovem a Constituição Européia.
Obs.: A Eslovênia, país membro desde 1º de maio de 2004, é o primeiro país, entre os
novos, a aprovar em plebiscito (set/2006) a extinção de sua moeda nacional e a adoção do
Euro a partir de 1º de janeiro de 2007. Portanto, dos 27 países membros, 13 já adotaram o
Euro. Não esquecer que entre os membros mais antigos o Reino Unido, Suécia e Dinamarca,
até hoje, permanecem com suas moedas nacionais devidos a fatores internos e externos
como: importância histórica e valor de compra da Libra Esterlina.
EXERCÍCIOS.
Questão 05.
Os últimos acontecimentos, de violência e prisões de autoridades, no espaço urbano
brasileiro comprovam a colocação da ONU – Organização das Nações Unidas. Pois há
décadas que estamos vivendo, apesar de não declarada, a realidade de uma guerra civil.
Comprovando que em alguns lugares a narcocracia é uma realidade em nossa sociedade.
Gabarito.
Aula 04 - 1 = E, 2 = B, 3 = B, 4 = E, 5 = B.
Aula 05 - 1 = C, 2 = C, 3 = D, 4 = A, 5 = B.
Aula 06 - 1 = C, 2 = C, 3 = A, 4 = E, 5 = C.
Depois de nove meses de negociações, o Brasil conquistou o direito de ter poder de veto no
FMI (Fundo Monetário Internacional).
Com isso, os países do BRICs, formado por Brasil, Rússia, China e Índia, passam a ter o
mesmo peso dos países avançados nas reuniões do FMI.
Agora, somente os BRICs, os Estados Unidos, o Japão e os países da União Européia terão
poder de veto sobre as principais decisões do FMI.
O anúncio será feito hoje à tarde em Brasília pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A decisão foi tomada após reunião realizada ontem em Washington. Foi decidido que o Brasil
passa a integrar o NAB (Novos Acordos de Empréstimo, na sigla em inglês), com uma
contribuição de até US$ 14 bilhões ao Fundo, o que garante ao Brasil ter o poder de veto nas
decisões do FMI.
O Brasil já havia se comprometido a proporcionar até US$ 10 bilhões para o FMI por meio da
compra de bônus de sua emissão. Na reunião, o Brasil decidiu aportar mais US$ 4 bilhões.
O NAB é um pool de reservas que tem como finalidade reforçar a capacidade financeira do
FMI. É o principal instrumento pela qual o Fundo financia as suas operações de empréstimos.
O NAB foi criado em 1998 e conta atualmente com 26 participantes e uma disponibilidade de
recursos de US$ 54,5 bilhões. O novo NAB será 11 vezes maior. O valor total deve ficar
próximo a US$ 600 bilhões.
A maneira como essa meta será alcançada será definida em decreto presidencial. Como o
projeto sofreu mudanças no Senado, voltou à Câmara dos Deputados para novo exame.
A senadora Marina Silva (PV-AC), relatora da matéria na Comissão de Meio Ambiente, Defesa
do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), apresentou emendas com destaque.
A principal alteração que proposta por ela estabelecia o ano 2005 como referência para a
redução das emissões até 2020, que não poderia ser inferior a 20%. Segundo ela, não é
possível fazer uma lei com base numa projeção, mas nas taxas conhecidas e reais de emissão
de gases.
Mas o Plenário preferiu manter o texto do senador Renato Casagrande (PSB-ES), que era o
relator da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), na qual o projeto foi aprovado
pela manhã. O relatório de Casagrande teve apoio do líder do governo, senador Romero Jucá
(PMDB-RR), e do líder do DEM, senador José Agripino (RN).
Também foi rejeitada a emenda que retira a palavra "voluntário" da proposta de Política
Nacional sobre Mudança do Clima. Marina explicou que o Brasil é país voluntário no estatuto
da Conferência Climática, mas a meta tem efeito vinculante e o país não poderia voltar atrás.
Ela disse que aprovar a lei assim seria uma imprecisão técnica.
Do mesmo modo foi rejeitada a emenda que determina a criação de um portal na internet para
acompanhamento dos esforços brasileiros na redução da emissão de gases. Para Marina, essa
é uma maneira de garantir transparência para os resultados da política nacional e fiscalização
na aplicação dos recursos. Além disso, acrescentou a senadora, todos os países farão o
mesmo. Outra emenda rejeitada é a que estabelece a proteção das áreas marinhas, que são
sumidouros de carbono e estão sendo destruídas.
A única emenda de Marina Silva que foi aprovada é a que especifica que os planos de combate
ao desmatamento se estendem a todos os biomas.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que os presidentes dos Estados Unidos e da China não
têm o direito de se reunir e impor ao planeta o que desejam fazer em relação ao meio
ambiente. Segundo ela, o esforço brasileiro para estabelecer metas levou o presidente
americano, Barack Obama, a apresentar "tímidos 17%" como meta de redução na emissão de
gases de efeito estufa. Ideli observou que chegar na Conferência de Copenhague com essas
duas leis aprovadas, vai fazer toda diferença.
- O presidente Obama diz: 'Sim, nós podemos' e o Brasil pode dizer: 'Sim, nós fazemos' -
afirmou.
O senador Renato Casagrande disse que foi uma decisão política do governo federal assumir o
compromisso voluntário de anunciar como meta a redução de 36,1% a 31,9% até 2020.
Ele informou que, em conversa com os demais senadores, chegou à conclusão que, se a
decisão estava tomada, não havia motivo para que não fosse institucionalizada. Assim, o limite
máximo foi alterado para 38,9% através de emenda. Ele disse ainda que Marina Silva
estabeleceu como submeta o percentual mínimo de 20% até 2020 para a redução na emissão
de gases.
"A Resolução VI, adotada em 31 de janeiro de 1962 na oitava reunião de consulta de ministros
das Relações Exteriores, através da qual o governo de Cuba foi excluído (...), fica sem efeito
na Organização dos Estados Americanos", afirma a resolução lida pela chanceler de Honduras
e presidente da assembléia, Patricia Rodas.
"Hoje demos um passo histórico", disse Ruy de Lima Casaes e Silva, embaixador brasileiro na
OEA. "Enterramos o cadáver insepulto que era um obstáculo para um sistema interamericano
inclusivo e solidário."
Na resolução de 1962, período da Guerra Fria, Cuba foi suspensa da entidade, pois os países-
membros consideraram incompatível o regime marxista-leninista adotado pela ilha e suas
relações com a União Soviética.
A Carta da OEA estabelece que seus integrantes sejam países com regimes democráticos,
representativos e pluralistas. Os EUA, que mantêm um embargo comercial contra o regime
comunista há quase meio século, dizem que, para voltar à OEA, Havana deveria prestar contas
quanto à situação dos direitos humanos e liberdades individuais no país.
A reincorporação de Cuba à OEA é mais simbólica do que prática. Tanto o líder cubano Fidel
Castro, como seu irmão e presidente, Raúl Castro, anunciaram não estarem interessados em
voltar à entidade, por considerarem-na um "instrumento" dos Estados Unidos para o controle
regional.
No mês passado, Raúl Castro chegou a afirmar que "era mais fácil que uma águia nasça do
ovo de uma serpente" que Cuba pretender regressar à OEA.
Críticas de Fidel
O líder cubano Fidel Castro acusou nesta quarta-feira a Organização dos Estados Americanos
(OEA) de ser cúmplice dos "crimes" dos Estados Unidos, chamando de "proeza" a "rebeldia"
latino-americana na Assembleia Geral que debate em Honduras o retorno de Cuba à
instituição.
"A OEA foi cúmplice de todos os crimes cometidos contra Cuba", disse Castro em sua coluna
publicada na imprensa, afirmando que a existência da organização, que excluiu a ilha em 1962,
é injustificável.
Em seu artigo, intitulado "O cavalo de Tróia", Fidel diz que nenhum país da América Latina
pode negar que foi, em algum momento, "vítima das intervenções e agressões políticas e
econômicas" de governos dos Estados Unidos.
Em seguida, criticou a OEA por abrir "as portas para o cavalo de Tróia que apoiou as Cúpulas
das Américas (para as quais Cuba não é convidada), o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases
militares e as crises econômicas".
Fidel acrescenta que "as intervenções e o saque" feitos pelos Estados Unidos são a causa "da
ignorância, do subdesenvolvimento, da dependência econômica, da pobreza, da rejeição aos
imigrantes, do 'roubo de cérebros' e das armas sofisticadas do crime organizado".
"Ao resistir às agressões do império mais poderoso que jamais existiu, nosso povo lutou pelos
demais povos irmãos deste continente", continua o texto.
Este pacto foi reiterado no encontro de Lima, Peru, em 2001, no qual, em acréscimo, definiu-se
um conceito de democracia, incluindo obediência à Declaração Universal dos Direitos do
Homem e às liberdades públicas, ao Estado de Direito, com eleições periódicas e livres, ao
voto direto com expressão da soberania, ao regime plural, com partidos de matizes ideológicos
diversos e à separação e independência entre os três poderes (Judiciário, Executivo e
Legislativo).
Tanto o pacto de Lima quanto o de San José foram ratificados pelos Senados de quase todos
os membros, tornando-se lei nacional. Nessa cláusula democrática baseiam-se os Estados
Unidos para lutar, agora em Honduras, para manter a suspensão de Cuba da Organização,
consumada em 1962 na reunião de Punte del Este, no Uruguai, em virtude de seu alinhamento
com a União Soviética e a China.
Em 6 de agosto de 1946, Hiroshima sofreu, por parte dos Estados Unidos, um ataque atômico.
No dia 9, uma segunda bomba caiu em Nagasaki. O imperador Hiroito rendeu-se e a Coreia foi
divida em duas: a do Norte, sob o controle soviético, e da Sul, sob mando norte-americano,
pouco tempo depois.
Anota Norman Davies que a expressão ―Guerra Fria‖ ―havia sido cunhada pelo escritor
britânico George Orwell em outubro de 1945‖; Todavia, ressalva: ―uma incipente ―Guerra Fria‖
entre o Ocidente (Estados Unidos) e União Soviética estava em curso muito antes das
instituições e terminologias. Certamente, passos importantes na direção desse conflito foram
dados em 1946, quando os soviéticos negaram-se a assinar o Plano Baruch, para uso pacífico
da energia atômica‖.
Observa Davies, em adição, que os Aliados ganharam a Segunda Grande Guerra, mas
perderam a paz: ―derrotaram o Terceiro Reich, mas brigaram pelos espólios e não conseguiram
forjar a paz duradoura que a vitória merecia‖. A crise atual da Coréia do Norte e o caso Cuba
são ainda exemplos irresolutos da ―Guerra Fria‖, que – com a extinção e desintegração da
União Soviética em 1991 – provocou nos setores financeiros do Ocidente o sentimento
equivocado e afoito de seu encerramento definitivo, ponte para a gastança generalizada que,
subestimando a própria História, desembarcou na depressão econômica, política, ética, ora em
curso.
Coreia do Norte e Cuba estão entre os países mais pobres do mundo. Cuba pretende
reingressar na OEA, para obter recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
São duas ditaduras inquebrantáveis. O Embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a
eles não os fez mudar em nada. Cuba é dirigida há 50 anos pela família Castro e a Coréia
desde 1948 pela família de Kim Il-sung, pai de Kim Jong-il, que, agora, nomeou seu filho mais
novo como seu sucessor.
A Guerra da Coréia, com início em 1950, e apoio da ONU, encerrou-se numa trégua em 1953,
reificando a divisão entre a do Sul e a do Norte, como convinha às duas potências nucleares.
Tecnicamente, as Coréias estão ainda em guerra. A China dominou todo o território da
península coreana por séculos. O léxico da língua coreana é metade chinês. Houve um período
japonês. O Japão incorporou a Península de 1910 até 1948. Essa ―terra de ninguém‖ – que não
consegue alcançar uma coesão e uma identidade – é hoje controlada ao norte pela China e ao
sul pelo Ocidente. A questão crucial é que não há mais uma potência forte o suficiente para
solucionar as duas questões de modo unilateral e duradouro.
A Coréia tem mais de um milhão de soldados e arsenal atômico eficaz. O tópos coreano é
muito mais delicado do que o cubano. A situação econômica da Europa é pior do que a dos
Estados Unidos (moeda forte, economia em baixa e falta de comando único político – a União
Européia está em crise enquanto desenho institucional e caminha para os braços da direita na
figura de Tony Blair).
O Japão está paralisado desde 1989. Ironicamente, hoje é aliado dos Estados Unidos e não
mais da Alemanha de Adolf Hitler e ou da Itália de Benito Mussolini. A China, que tem modelo
econômico predador e não é paradigma para nenhum país, vê na Coréia do Norte o único
anteparo entre ela e o Japão e a Coréia do Sul, ou seja, os Estados Unidos. Não tem interesse
na desnuclearização de Pyongyang. Ameaça os americanos por via indireta, a Coréia, sob seu
absoluto controle econômico (e político). A China é, em certo aspecto, a nova União Soviética.
Extraio desses episódios que a política, mesmo em período no qual se exigiria dela estadismo,
persiste em sua cultura de transgressão da lei. Cito Boris Fausto: ―o caráter transgressor da
cultura política é um problema complexo, cujo nó não pode ser desatado facilmente‖.
Em suma, essa crise econômica é, como anota Irene Khan, secretária geral da Anistia
Internacional, uma crise de direitos humanos: ―os ricos são em grande parte os responsáveis
por ela, mas os pobres sofrem as piores conseqüências‖. Acrescento: nenhum país se
interessa de verdade pela preservação do meio ambiente e mudança de modelo para o verde.
A hipocrisia vai prevalecer; Cuba não levantará sua suspensão da OEA, embora George Bush
tenha torturado e matado tanto quanto Fidel Castro, e Barack Obama hesite em relação a tais
atos: ora não quer puní-los, ora que puní-los.
Foi um magistrado norte-americano que, semana passada, declarou ilegais todas as provas
colhidas contra os prisioneiros de Guantánamo. Os Estados Unidos encaixam-se apenas em
parte na definição de democracia de Lima. Aliás, Obama deveria devolver Guantánamo aos
cubanos, num gesto pós-colonial.
A França explodiu bombas atômicas em 1995, no atol de Muroroa e não sofreu ―embargos‖ dos
Estados Unidos e ou sanções da ONU. A ―Guerra Fria‖ prossegue, em plena depressão
econômica, único fator que poderá evitar mais uma guerra: nem a poderosa China está em
condições de encará-la, pois é a maior credora dos Estados Unidos.
PS: às 17h (horário de Brasília) a OEA consensualmente encerrou a suspensão a Cuba, o que
abre caminho para a reincorporação do país à organização. Uma medida justa, demonstrando
que os Estados Unidos alteraram de fato sua política externa. Ao que tudo indica, o capítulo
americano - das Américas - da "Guerra Fria" encerrou-se.