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PRIMEIRO MÓDULO
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DIREITO DE EMPRESA
1) Fontes primárias: é a fonte primeira ou fonte principal, como expressão genérica da ordem jurídica.
- Constituição;
- Código Comercial, na parte não revogada;
- Código Civil de 2002;
- Leis extravagantes, tratados e convenções internacionais;
- Normas regulamentadoras provindas do Estado.
a) Analogia (art. 7° da LICC): aplicam-se nos casos omissos, as disposições concernentes aos casos análo-
gos, e, não as havendo, os princípios gerais de direito.
- Analogia legis: acontece quando uma regra já existente no sistema aplica-se a uma hipótese
essencialmente idêntica;
- Analogia juris: ocorre quando não havendo norma similar, socorre-se a um complexo ou
síntese de princípios jurídicos que seja consonante com a situação não prevista no ordenamen-
to jurídico.
b) Costumes:
- Continuidade
- Uniformidade
- Conformidade legal
- Assentamento (Lei 8934/94 art. 32, III, ―E‖. Dec. 1800/96, art. 87)
Obs.: art. 337, CPC – A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, pro-
var-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz.
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c) Princípios gerais de direito1: Estão no sistema jurídico e são descobertos pela analogia júris. Não
geram normas; apenas revelam normação implícita, mediante invocação das idéias superiores reitoras do ordena-
mento (W. F. Júnior, p 43).
a) Perfil subjetivo: é definido como o sujeito (pessoa física ou jurídica) que, em nome
próprio, exerce atividade econômica organizada, com o fim de operar para o mercado e
não para consumo próprio, de forma profissional, isto é, não ocasionalmente.
b) Perfil funcional: de acordo com este perfil a empresa aparece como aquela força em movimento
que é atividade empresarial dirigida para um determinado escopo produtivo.
c) Perfil objetivo: trata-se do estabelecimento empresarial, também denominado azienda
ou fundo aziendal, definido como complexo de bens móveis e imóveis, corpóreos e
incorpóreos, utilizado pelo empresário para o exercício de sua atividade empresarial.
Conceito: Empresa é atividade econômica organizada de produção e circulação de bens e
serviços para o mercado, exercida pelo empresário, em caráter profissional, através de um
complexo de bens (W. Bulgarelli, in Ricardo Negrão).
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Na área civil: - Ninguém deve descumprir a lei alegando que não a conhece; - Nas declarações de vontade
deverá ser mais considerada a intenção do que o sentido literal da linguagem; - O enriquecimento ilícito deve
ser proibido; - Ninguém deve transferir ou transmitir mais direitos do que tem; - A boa-fé se deve presumir e a
má-fé deve ser provada; - Deve ser preservada a autonomia da instituição familiar; - O dano causado por dolo
ou culpa deve ser reparado; - As obrigações contraídas devem ser cumpridas (pacta sunt servanda); - Quem
exercitar o próprio direito não estará prejudicando ninguém; - Deve haver equilíbrio nos contratos, com res-
peito à autonomia da vontade e da liberdade para contratar; - Os valores essenciais da pessoa humana são in-
tangíveis e devem ser respeitados; - A interpretação a ser seguida é aquela que se revelar menos onerosa para o
devedor; - A pessoa deve responder pelos próprios atos e não pelos atos alheios; - Deve ser mais favorecido
aquele que procura evitar um dano do que aquele que busca realizar um ganho; - Ninguém deve ser responsa-
bilizado mais de uma vez pelo mesmo fato; - Nas relações sociais se deve tutelar a boa-fé e reprimir a má-fé;
etc. (Wladimir Flávio Luiz Braga. Disponível em:
<www.fdc.br/Artigos/..%5CArquivos%5CArtigos%5C14%5CPrincipiosGeraisDireito.pdf >
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3.1 Exercício de atividades empresariais
ESPÉCIE DE EMPRESÁRIOS
INDIVIDUAL COLETIVO
Empresário individual (art. 966) Sociedade Empresária (art. 983)
- Art. 972: Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e
não forem legalmente impedidos.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros,
desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória. (C. Civil)
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a) Agentes políticos
- Membros do Ministério Público: art. 128, § 5°, ―c‖, CF/88 e art. 44, III, Lei 8.625/93.
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1. o entendimento do que são as "cláusulas uniformes", sendo aquelas que se estabelecem indistintamente a todos os cida-
dãos, os chamados "contratos de adesão", aonde não se transige na prestação do serviço e no seu preço, aderindo às condições
do contrato, tais como: fornecimento de telefone, luz, água, contrato de transporte, seguros, serviços bancários, etc. 2. tem-se
ainda que é controvertida a conceituação doutrinária destas "cláusulas uniformes", sendo que a submissão aos princípios e
preceitos estabelecidos no certame licitatório permite, a partir disto, a discussão teorética de que se considerem como obediên-
cia a cláusulas uniformes quando o edil participa de um processo de licitação com a estrita submissão ao que prevê a Lei nº
8.666/93, o que não é manso doutrinariamente; MIRANDA, Paulo Rogério Pereira. Impedimentos e incompatibilidades no
exercício da vereança. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4549>. Acesso em: 18 fev. 2008.
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I - a partir da expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou com concessionário de serviço público, salvo quando o contrato obe-
decer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, alínea
"a";
c) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
b) Servidores Públicos
- Lei 8.112/90, art. 117, inc. X (Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais).
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) X - participar
de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, salvo a parti-
cipação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha,
direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para
prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005).
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da
falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1 o do art. 181 desta
Lei.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
d) Penalmente proibidos (CP, art. 47 e 56). Atividade que exige habilitação especial,
licença ou autorização do poder público.
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Interdição temporária de direitos
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para
todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que hou-
ver violação dos deveres que lhes são inerentes.
- Exemplos.: atividade securitária (Lein.° 4.594/64); atividade financeira (Lei n.° 4.595/64);
serviços de vigilância e de transportes de valores (Lei n.° 7.102/83)
e) Estrangeiros
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráuli-
ca constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e per-
tencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é pri-
vativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 36, de 2002)
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empre-
sas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indireta-
mente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a
gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 36, de 2002)
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são
privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunica-
ção social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a
prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei especí-
fica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacio-
nais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
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- Turista – Lei n.° 6.815/80, arts. 98 e 99
Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo de visto de turista, de trânsito ou tem-
porário de que trata o artigo 13, item IV, bem como aos dependentes de titulares de quaisquer vistos
temporários é vedado o exercício de atividade remunerada. Ao titular de visto temporário de
que trata o artigo 13, item VI, é vedado o exercício de atividade remunerada por fonte brasileira.
Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se encontre no Brasil na condição do ar-
tigo 21, § 1°, é vedado estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de
administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil, bem como inscrever-se
em entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada.
Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou gerência de socie-
dade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade
anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada: Pena - suspensão do exercício do posto,
de seis meses a dois anos, ou reforma.
Em relação às cooperativas:
Art. 47. A sociedade será administrada por uma Diretoria ou Conselho de Administração, composto
exclusivamente de associados eleitos pela Assembléia Geral, com mandato nunca superior a 4
(quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho de Admi-
nistração. (Lei 5.764/71)
- Obs.: No Código Militar não há vedação para a administração de cooperativas. Por sua vez, as coope-
rativas não admitem administradores diversos dos cooperados, a não ser na condição de gerente, submisso à
administração.
1) Registrar-se na Junta Comercial antes de dar início à exploração de sua atividade (Art. 967, C.
Civil);
2) Manter escrituração regular de seus negócios (Dec.-Lei n.° 486/69)
3) Levantar demonstrações contábeis periódicas (Art. 1179, C. Civil)
1. REGISTRO DE EMPRESA
a) Toda e qualquer sociedade empresária, independentemente de seu objeto, deve ser inscrita na
Junta Comercial do Estado em que está sediada, por força da Lei de Registro de Empresas Mercantis
e atividades afins (Lei n0 8.934/94 e Decreto n.° 1.800/96) e, consoante o novo Código Civil (art.
1.150);
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b) As sociedades simples devem ser inscritas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de soci-
edade empresária.
Obs.: as sociedades adquirem personalidade com o registro de seus atos constitutivos no órgão com-
petente, devendo-se atentar para o fato de que também as sociedades empresárias estão disciplinadas,
neste particular, pelo novo Código Civil, artigo 985.
Os serviços do registro serão exercidos em todo o território nacional de maneira uniforme, harmôni-
ca e interdependente pelo SINREM - Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis. Este
órgão administrativo, de natureza híbrida (órgão federal e órgão estadual), é composto pelo Departamento
Nacional do Registro do Comércio —DNRC e pelas Juntas Comerciais.
- Sua estrutura esta delineada na Lei n.° 8.934, de 18.11.94 e seu regulamento, o Decreto n.° 1800, de
30.01.96.
b)Promover a correição dos órgãos - corrigir falhas existentes nos serviços prestados pelos órgãos
de execução do registro do comércio. Em regra, as JC têm plena autonomia na esfera de sua compe-
tência. Entretanto, o DNRC pode decretar a intervenção correcional no órgão, com vistas a sanar a
irregularidade dos serviços.
c) Organizar o Cadastro Geral dos Comerciantes - esse cadastro não tem efeitos notariais; não
registra o comerciante para os fins de regularidade do exercício do comércio; é um banco de dados
para fins estatísticos, servindo de subsídio à política governamental voltada para o comércio, poden-
do sugerir ao chefe do executivo federal a elaboração de projeto de lei concernente a uso mercantil
de caráter nacional, além da adoção de medidas pertinentes ao registro do comercio.
Competindo-lhe, porém, fixar as diretrizes gerais para a prática desses atos pelas Juntas Comerciais,
acompanhando a sua aplicação e corrigindo eventuais falhas.
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Cumpre aduzir, inicialmente, que se trata de órgão da administração estadual, cabendo-lhe a execu-
ção do registro de empresas mercantis, além de outras atribuições legais, como as que se seguem:
a) Assentamento dos usos e práticas mercantis: o comércio rege-se por normas consuetudinárias
cuja compilação cabe às JC proceder.
Observacões:
A JC, no exercício de suas funções notariais, está adstrita aos aspectos exclusivamente formais dos docu-
mentos que lhe são dirigidos para registro, só podendo, assim, negar a prática de ato notarial com
base em vício de forma.
A Lei de Registro Mercantil (Lei n.° 98.934/94, art. 32) prevê o registro dos seguintes atos:
a) Matrícula - diz respeito aos leiloeiros, corretores de mercadorias e de navios, trapicheiros, admi-
nistradores de armazéns de depósito de mercadorias ou empresas de armazéns gerais.
b) Arquivamento - refere-se aos atos constitutivos das sociedades comerciais, sua transformação,
fusão, cisão ou incorporação, dissolução e liquidação, além do contrato antenupcial do comerciante e
outros (cooperativas).
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1. 2. DA INSCRIÇÃO
Obs: o termo inscrição foi adotado pelo novo Código Civil e refere-se aos atos constitutivos da em-
presa no órgão competente, no caso, o Registro Público de Empresas Mercantis. Enfim, é uma das
modalidades de registro, enquadrando-se nos atos de arquivamento.
- O registro dos atos sujeitos a esta formalidade será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no
caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado, sob pena de responderem por per-
das e danos, em caso de omissão ou demora (novo Código Civil, ad. 1.151).
- Na mesma linha adotada pelo Registro Mercantil, os documentos necessários ao registro deverão
ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos (Art. 998, C. Ci-
vil). Requerido além do prazo previsto, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua
concessão (Art. 36, Lei n.° 8.934/94).
- ―A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma de lei, dos seus atos cons-
titutivos‖ (Art. 985, C. Civil)
a) Titularidade jurídica negocial – quando um sócio atua, representando uma sociedade empresá-
ria, é esta quem celebra negócios jurídicos, já que sujeito de direito autônomo, quer dizer, pessoa;
Uma das sanções impostas à sociedade empresária irregular é a ilimitação da responsabilidade dos
sócios pelas obrigações da sociedade (novo Código Civil, art. 990), quando esta prever a limitação da
responsabilidade do sócio.
a) A ausência de legitimidade ativa para o pedido de falência (Lei 11.101/05, art. 98):
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
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IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que compro-
ve a regularidade de suas atividades.
Art. 198. Os devedores proibidos de requerer concordata nos termos da legislação específica em
vigor na data da publicação desta Lei ficam proibidos de requerer recuperação judicial ou extra-
judicial nos termos desta Lei.
c) A ausência de eficácia probatória de seus livros comerciais, ante à falta de autenticação do Registro Mercantil
(CPC, art. 379);
d) Por fim, caso de venha a ser decretada falência do empresário ou da sociedade empresária não
registrada, será esta necessariamente fraudulenta, com o cometimento de crime falimentar, conforme
Lei 11.101/05, art. 178:
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a
falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os
documentos de escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
OUTROS EFEITOS:
d) Impossibilidade de contratar com o Poder Público, por força do art. 195, §3° da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988.
e) Não existindo perante os órgãos fiscais não poderá emitir nota fiscal;
1.3.1. Empresário rural (art. 971 e 984, C. Civil): inscrição opcional na Junta Comercial
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- Poderá impetrar concordata e sofrer falência
b) Se não requerer a inscrição no Registro de Empresas Mercantis, não será considerado juridica-
mente empresário submetendo-se ao regime civil.
- Art. 970, C.Civil: ―A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao
pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes”.
Art. 9º O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a empre-
sários e pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro empresarial e na abertura da em-
presa, dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações
tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos
sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades
do empresário, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato
de extinção.
I – certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração do titular ou
administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer atividade mercantil ou a
administração de sociedade, em virtude de condenação criminal;
- Determina a norma que a firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer
arquivamento no período de 10 (dez) anos consecutivos deverá comunicar à Junta Comercial
que deseja manter-se em funcionamento.
2. ESCRITURAÇÃO
2.1. O pequeno empresário (art. 1179, § 2°, C. Civil). Com a Lei Complementar n. 123/2006:
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Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e
1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o empresário individual caracterizado como micro-
empresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta
e seis mil reais).
b) Documental: Serve como suporte para as informações do interesse de terceiros e desta forma
deve ser feita com critérios uniformes (Art. 2°, Dec.-Lei n.° 486/69);
2.3. Livros Diário (Art. 1180, C. Civil) e Registro de Duplicatas (Lei n.° 5474/68, art. 19)
a) Requisitos intrínsecos: São os requisitos pertencentes à técnica contábil, estão definidos no art.
2°, do Dec.-Lei n.° 486/69 e no novo C. Civil, art. 1183. São eles:
- Escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por
ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas e transportes para as margens.
b) Requisitos extrínsecos: São os requisitos relacionados com a segurança dos livros comerciais e
vêm estabelecidos no artigo 5°, § 2° do Dec.-Lei n.° 486/69. O livro tem que conter Termo de Abertu-
ra e Encerramento e estar autenticado pela Junta Comercial.
Só é considerado regular o livro que preenche a ambos os requisitos, pois se somente preencher
um dos requisitos, equivalerá a um não-livro. O titular desse livro é considerado titular de livro al-
gum.
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No plano civil, o empresário não poderá:
- Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros
contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresen-
tados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
b) Valer-se da eficácia probatória que o CPC concede aos livros comerciais, art. 379;
- Art. 198. Os devedores proibidos de requerer concordata nos termos da legislação específica em
vigor na data da publicação desta Lei ficam proibidos de requerer recuperação judicial ou extrajudici-
al nos termos desta Lei.
OBSERVAÇÃO:
- Caso seja requerida a exibição de livro comercial obrigatório contra o empresário ou a sociedade
empresária, e não o possuindo, ou possuindo-o de forma irregular, presumir-se-ão como verdadeiros os fatos
relatados pelo requerente, acerca dos quais fariam prova os livros obrigatórios, conforme previsto no
CPC, art. 358, I.
- Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a
falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os do-
cumentos de escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
a) Proteção do sigilo: Os livros comerciais, em princípio, gozam da proteção do sigilo, isto é, res-
guardam o empresário da curiosidade alheia. Tal princípio pode ser inferido pelo disposto no artigo
1.190 do novo Código Civil, que seguiu a mesma linha do Código Comercial.
b) Exibição parcial: a exibição de livro comercial em juízo pode ser determinada de oficio ou a
requerimento da parte, devendo-se ressaltar que, ainda assim, a regra é a da exibição parcial, ou seja,
quando necessário à solução da demanda será extraído um sumário apenas no que interessar para o
deslinde da questão. Verifica-se, então, que o novo Código Civil (art. 1.191), nesta parte, não alterou
a essência da lei comercial a qual revogou.
c) Exibição integral dos livros: em situações muito excepcionais e especificas, a lei permite a exibi-
ção integral dos livros, é o caso das questões relacionadas à sucessão, à comunhão ou sociedade e,
ainda, quando a administração for efetivada por terceiro, além dos casos de falência e concordata.
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d) Recusa na exibição dos livros comerciais: implicará na prova em desfavor do empresário, ou
seja, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária (novo Código Civil, art. 1.192).
Não obstante, tal presunção é relativa, podendo ser elidida por prova documental em contrário.
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de conta-
bilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspon-
dência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de
resultado econômico.
Obs.: Lembre-se que o pequeno empresário, nos termos da definição legal, está dispensado
desta obrigação.
1. Conceito de estabelecimento:
- Negócios de alienação inter vivos a título oneroso: cessão ou trespasse, permuta, dação
em pagamento;
- A título gratuito: doação;
- Negócios de alienação mortis causa: sucessão legítima ou testamentária;
- Negócios de gestão para fim de desfrute: arrendamento, usufruto, constituição de dote,
etc.
- Como garantia: penhor.
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OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Tratado de Direito Empresarial Brasileiro. Campinas: LZN, 2004.
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4. Contrato de trespasse do estabelecimento empresarial (arts. 1.144, 1.145 e 1.146)
a) Art. 1.144: O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento
do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado á mar-
gem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro de Público de
empresas mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
a) Se os bens do alienante são insuficientes para saldar o passivo, deverá, para a validade
do negócio:
4.3.1. Solidariedade
a) Haverá solidariedade entre alienante e adquirente por um (01) ano em relação aos débi-
tos anteriores à alienação. Passado o prazo, responderá o adquirente sozinho;
b) A regularidade contábil é elemento indispensável para responsabilidade o adquirente;
c) Contagem de prazos:
a) Art. 10 da CLT: Qualquer alteração na estrutura da empresa não afetará os direitos ad-
quiridos por seus empregados;
b) Art. 448 da CLT: A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não
afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
a) Art. 133, CTN: A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra,
por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou pro-
fissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob
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firma ou nome individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimen-
to adquirido, devidos até a data do ato:
a) Art. 1147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não po-
de fazer concorrência ao adquirente, nos 5 (cinco) anos subseqüentes à transferência.
3 Requisitos da locação empresarial (Lei n. 8.245/91, art. 51) para efeitos de inerência
ao ponto.
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Obs.:
Obs.:
c) Requisito material: Exploração da mesma atividade econômica por pelo menos 3 anos
ininterruptos.
- Realização de obras no imóvel, que importem sua radical transformação, por exigência
do Poder Público;
- Reformas no imóvel, que o valorizem, pretendidas pelo locador;
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- Insuficiência da proposta apresentada pelo locatário, na ação renovatória;
- Proposta melhor de terceiros;
- Transferência de estabelecimento existente há mais de um ano, pertencente ao cônjuge,
ascendente ou descendente do locador, ou a sociedade por ele controlada;
- Uso próprio.
5 Ação renovatória:
a) Conceito: a ação renovatória é o instrumento processual do qual pode lançar mão o locatá-
rio para fazer valer o seu direito de inerência ao ponto.
b) Prazo: o prazo é decadencial, não sofrendo interrupção ou suspensão, e alcança o interreg-
no de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo
do contrato em vigor (LL, art. 51, § 5°).
Obs.: se não houver a propositura da ação e contrato tiver continuidade, prorrogar-se-á o vín-
culo. Todavia, a locação perde a sua natureza empresarial. O bem pode ser retomado mediante
aviso com 30 dias de antecedência.
Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por
escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação.
c) Requisitos da petição inicial (LL, art. 71), além do exigidos pelo art. 282, do CPC:
- Preenchimento dos requisitos da locação empresarial;
- Exato cumprimento do contrato em curso, inclusive quanto a quitação dos impostos e
taxas que lhe cabia;
- Proposta de aluguel para o novo período locatício;
- Indicação de novo fiador, não sendo o mesmo, provando a assunção dos encargos da
fiança, com outorga uxória, sendo casado.
6 Indenização do ponto
- Se a exceção de retomada foi a existência de proposta melhor de terceiro (LL, art. 52, §
3° e art. 75);
20
- Se o locador demorou mais de 3 meses, da entrega do imóvel, para dar-lhe o destino a-
legado na exceção de retomada (LL, art. 52, § 3°);
- Exploração, no imóvel, da mesma atividade do locatário;
- Insinceridade da exceção de retomada.
Art. 884, C. Civil: Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem,
será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores
monetários.
Art. 75, Lei de Locações: Na hipótese do inciso III do art. 72 (ter proposta de ter-
ceiro para a locação, em condições melhores), a sentença fixará desde logo a indeni-
zação devida ao locatário em conseqüência da não prorrogação da locação, solidari-
amente devida pelo locador e o proponente.
1.1. Conceito (IN n. 104/2007, art. 1°): Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e
a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes e com-
preende a firma e a denominação.
a) firma individual: Firma é o nome utilizado pelo empresário, pela sociedade em que houver
sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma facultativa, pela sociedade limitada(Art. 2º)
Obs.: O novo código civil não reproduziu o vocábulo razão social e nem a IN 104/2007.
21
Estabelece que deva ser verdadeiro o nome do sócio (no caso de firma social) ou do titular da
firma individual e sincera a indicação da atividade que venha a incorporar o nome (deve estar
explicitada no objeto da empresa).
Havendo indicação de atividades econômicas no nome empresarial, essas deverão estar conti-
das no objeto da firma individual ou da sociedade mercantil.
a) Estabelece que deva ser adotado um nome novo e diferente de outro já existente a fim de
evitar erros e confusões nas identificações das empresas.
b) Não poderá haver colidência do nome empresarial por identidade ou semelhança com
outro já protegido (Art. 7°, IN n. 53/96).
- Entre firmas ou razões sociais: consideram-se os nomes por inteiro, havendo identidade
se homógrafos e semelhança se homófonos;
1°) Consideram-se os nomes por inteiro, quando compostos por expressões comuns, de
fantasia, de uso generalizado ou vulgar, ocorrendo identidade se homógrafos e semelhança
se homófonos;
2°) Quando contiverem expressões de fantasia incomuns, serão elas analisadas isoladamen-
te, ocorrendo identidade se homógrafas e semelhança se homófonas.
3°) Não são exclusivas, para fins de proteção, palavras ou expressões que denotem:
a) denominações genéricas de atividades;
b) gênero, espécie, natureza, lugar ou procedência;
c) termos técnicos, científicos, literários e artísticos do vernáculo nacional ou estrangeiro,
assim como quaisquer outros de uso comum ou vulgar;
d) nomes civis.
Obs.: Não são suscetíveis de exclusividade letras ou conjunto de letras, desde que não con-
figurem siglas.
22
2.2. Proteção em outras unidades da federação
A proteção do nome empresarial pode ser estendida pela empresa interessada a outras uni-
dades da federação, mediante procedimentos próprios perante a Junta Comercial da unidade
da federação onde se deseja a proteção. Pode ocorrer em caso de instalação de filial ou por
arquivamento de pedido específico (Art. 13, §§ 1° e 2°, IN n. 53/96).
O comerciante individual:
Observação:
Não constituem sobrenome: Filho; Júnior; Neto; Sobrinho; etc., que indicam uma ordem ou
relação de parentesco.
Exemplos:
Pedro Xavier de Jesus;
Pedro X. de Jesus - Comércio de Bebidas;
P. X. de Jesus - Supermercado.
O comerciante individual:
DEVERÁ alterar o nome empresarial quando houver modificação do nome civil do titular da
firma individual ou quando houver modificação da atividade constante do nome.
Exemplos:
23
4. FORMAÇÃO DO NOME DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
a) Conceito: é a empresa mercantil constituída por duas ou mais pessoas onde cada uma é
diretamente responsável pela integralização de suas cotas e indireta e subsidiariamente respon-
sável pela integralização das cotas dos demais sócios, respondendo inclusive, com seus bens
particulares.
FIRMA:
- É constituída pelo nome civil completo ou abreviado de um, de alguns - nesses casos
acrescida da expressão "e companhia" ou "e Cia.", para indicar a existência de outros
sócios -, ou de todos os sócios, além da palavra "limitada", por extenso ou abreviada.
- A expressão "e companhia" indica tratar-se de uma sociedade que na composição da FIRMA
não declinou o nome de todos os sócios, podendo ser substituído por qualquer outro capaz
de exercer a mesma função, por exemplo: "e Filhos", "e Irmãos", "e Sobrinhos", "e Amigos"
(Art. 6°, §1°, c, IN n. 53/96).
Exemplos:
DENOMINAÇÃO SOCIAL
- É formada por expressões de fantasia incomuns (termos criados) e/ou por palavras de
uso comum ou vulgar livremente escolhidas pelos sócios, seguidas da palavra "limitada",
abreviada ou por extenso. Omitida a palavra "limitada", os sócios passam a responder ilimita-
damente pela empresa.
Caso figurem no nome empresarial uma ou mais atividades econômicas, essas deverão
constar expressamente no objeto social da empresa.
O nome empresarial não pode incluir ou reproduzir em sua composição sigla ou denominação
de órgão público da administração direta, indireta e fundacional, federal, estadual ou municipal,
bem como de organismos internacionais.
Exemplos:
24
Padaria e Mercearia Oliveira Limitada.
a) Conceito: é a sociedade em que somente pessoas físicas podem tomar parte, respondendo
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais (Art. 1039, C. Civil).
b) Formação do nome empresarial: somente pode utilizar FIRMA (Art. 1041, C. Civil, e art.
3°, IN n. 53/96). Se não individualizar todos os sócios, deverá conter o nome de pelo menos
um deles, acrescido do aditivo "e companhia", por extenso ou abreviado.
Obs.: A expressão "e companhia" indica tratar-se de uma sociedade que na composição da
FIRMA não declinou o nome de todos os sócios, podendo ser substituído por qualquer
outro capaz de exercer a mesma função, por exemplo: "e Filhos", "e Irmãos", "e Sobrinhos", "e
Amigos" (Art. 6°, §1°, c, IN n. 53/96).
Exemplos:
b) Formação do nome empresarial: somente pode utilizar FIRMA (Art. 3°, IN n. 53/96) e
deverá conter o nome de pelo menos um dos sócios comanditados, com o aditivo "e compa-
nhia", por extenso ou abreviado. O nome dos sócios comanditários não pode constar da fir-
ma social sob pena de responderem como sócios comanditados (Art. 1047, C. Civil).
4.4. Sociedade em comandita por ações (Arts. 1090 a 1092, C. Civil e arts 280 a 284, Lei
6404/76)
a) Conceito: a sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se
pelas normas relativas à sociedade anônima, com as alterações do C. Civil. É administrada por
diretores gerentes, obrigatoriamente acionistas, que respondem ilimitada e solidariamente. Os
25
demais acionistas, comanditários, não têm responsabilidade a não ser pela integralização de suas
ações.
b) Formação do nome empresarial: opera sob firma ou denominação (Art. 1090, C. Civil e
art. 3°, IN n. 53/96). Operando sob FIRMA, só poderá conter o nome de um ou mais sócios
diretores ou gerentes, com o aditivo "e companhia", por extenso ou abreviado, acrescida da
expressão "comandita por ações", por extenso ou abreviada. Tratando-se de DENOMINA-
ÇÃO SOCIAL, deverá ser seguida da expressão "em comandita por ações", por extenso ou
abreviada.
Exemplos:
26
Exemplos:
Art. 3o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pe-
queno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada
ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais);
II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada,
aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais)
e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
Art. 14. As microempresas e empresas de pequeno porte acrescentarão à sua firma oudenominação
as expressões ―Microempresa‖ ou ―Empresa de Pequeno Porte‖, ou suas respectivasabreviações,
―ME‖ ou ―EPP‖.
a) Conceito:
artigo I
Definições
1. Os Estados Partes estabelecem o Estatuto que regulará as empresas de caráter binacional, que
se constituam de acordo com o mesmo.
2. Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por empresa binacional brasileiro - argentina - do-
ravante Empresa Binacional - aquela que cumpra simultaneamente as seguintes condições:
a) que ao menos 80% do capital social e dos votos pertençam a investidores nacionais da República
Federativa do Brasil e da República Argentina, assegurando-lhes o controle real e efetivo da Empre-
sa Binacional;
b) que a participação do conjunto dos investidores nacionais de cada um dos dois países seja de, no
mínimo, 30% do capital social da empresa, e
c) que o conjunto dos investidores nacionais de cada um dos dois países tenha direito de eleger, no
mínimo, um membro em cada um dos órgãos de administração e um membro do órgào de fiscaliza-
ção interna da empresa.
27
b) Formação do nome empresarial:
Art. 15. Aos nomes das Empresas Binacionais Brasileiro-Argentinas deverão ser aditadas ―Empresa
Binacional Brasileiro-Argentinas‖, ―EBBA‖ ou ―EBAB‖ e as sociedades estrangeiras autorizadas a
funcionar no Brasil poderão acrescentar os termos ―do Brasil‖ ou ―para o Brasil‖ aos seus nomes de
origem.
- É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplica-
ção industrial (Art. 8°, LPI)
28
1.2 Adição de Invenção: O certificado de adição de invenção é um aperfeiçoamento ou de-
senvolvimento introduzido no objeto de determinada invenção. A proteção é cabível para o
depositante ou titular da invenção anterior a que se refere (Art. 76 da LPI).
1.3 Modelo de Utilidade: o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação in-
dustrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em
melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação (Art. 9°, LPI).
Exemplo:
- O aperfeiçoamento deve constituir avanço tecnológico, que os técnicos da área reputem en-
genhoso, caso contrário, sua natureza jurídica é de adição de invenção (Art. 76, LPI).
1.4 Marca: é o sinal distintivo, suscetível de percepção visual, que identifica, direta ou indire-
tamente, produtos ou serviços (LPI, art. 122).
- No Brasil os sinais sonoros, ainda que originais e exclusivos, capazes de individualizar produ-
tos e serviços, não são suscetíveis de registro como marca.
- Também não são marcas as características de cheiro, gosto ou tato de que se revestem os
produtos ou serviços.
- É suscetível de registro.
- É a alteração da forma dos objetos. Sua característica de fundo é a futilidade. Ou seja, a altera-
ção que o desenho industriar introduz nos objetos não amplia a sua utilidade.
- O traço da futilidade é essencial para que a alteração no objeto seja, do ponto de vista jurídi-
co, um desenho industrial, e não um eventual modelo de utilidade ou uma adição de invenção
(F. Ulhoa, p. 138).
29
2 PATENTEABILIDADE
- Os bens industriais patenteáveis são a invenção e o modelo de utilidade, sendo que a lei esta-
belece quatro condições para a concessão do direito à patente, que são: a) novidade; b) atividade
inventiva; c) industriabilidade; d) desimpedimento.
2.1 Novidade: A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não com-
preendidos no estado da técnica (LPI, art. 11).
a) Estado da Técnica: O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao
público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso
ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior (LPI, art. 11, § 1°).
- Quando o próprio inventor dá notícia de sua invenção nos 12 meses anteriores ao depósito;
- Se a divulgação é feita por terceiros, com base em informações obtidas direta ou indiretamen-
te do inventor ou em decorrência de atos por este realizados.
- A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não
decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica (LPI, art. 13).
- O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto,
não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica (LPI, art. 14).
- Dessa forma as invenções, para serem patenteáveis, não podem ser decorrência de justaposi-
ções de processos, meios e órgãos conhecidos, simples mudança de forma, proporções, dimen-
sões e materiais, salvo se, no conjunto, o resultado obtido apresentar um efeito técnico (resul-
tado final alcançado através de procedimento peculiar a uma determinada arte, ofício ou ciên-
cia) novo ou diferente (que resulte diverso do previsível ou, não óbvio, para um técnico no
assunto) (www.inpi.org.br).
- Não tem direito a patente o criador da invenção que, por se mostrar tão avançada em relação
ao estado da técnica, ainda não pode ser fabricada.
- Também não atendem ao requisito da industriabilidade as invenções sem qualquer utilidade
para o homem.
30
2.4 Desimpedimento:
- Três são os impedimentos na legislação brasileira atual (LPI, art. 18, incisos):
a) o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
c) o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos4 que atendam aos
três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previs-
tos no art. 8° e que não sejam mera descoberta.
3 REGISTRABILIDADE
3.1.1 Novidade: O desenho industrial é considerado novo quando não compreendido no esta-
do da técnica.
a) Estado da Técnica: o estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao
público antes da data de depósito do pedido, no Brasil ou no exterior, por uso ou qualquer
outro meio (LPI, art. 96, e par. Único).
4
O Que é Patente Biotecnologia?
As patentes em biotecnologia são aquelas que contemplam processos de produção baseados em materiais biológi-
cos, tais como microorganismos, produtos resultantes, materiais biológicos e os próprios microorganismos desde
que sejam transgênicos, conforme explicitado no Art. 18 , inciso III e seu parágrafo único da Lei 9279/96 (LPI).
Os conceitos que norteiam a concessão são basicamente os mesmos já estabelecidos para as outras áreas tecnoló-
gicas acrescidos de alguns procedimentos diferenciados necessários ao preenchimento dos critérios de repetibili-
dade e suficiência descritiva da invenção.
O requisito de suficiência descritiva em biotecnologia nem sempre é possível ser alcançado por uma descrição
escrita e, com efeito, a realização prática da invenção trona-se inviável e inacessível ao público interessado no
assunto. A solução internacionalmente aplicada é a de garantir o acesso ao material biológico, que não seja conhe-
cido e acessível ao público, através de depósito de uma amostra correspondente em centros depositários especial-
mente destinados e adequados à sua manutenção e ao processamento de patentes.
Outro aspecto interessante a ser ressaltado é a necessidade de serem fornecidos, no relatório descritivo dessa mo-
dalidade de patente, uma cuidadosa e detalhada descrição do material biológico, dos parâmetros técnicos envolvi-
dos no processamento de obtenção deste material visando a obtenção de um produto efetivamente biotecnológi-
co.
Cabe ressaltar que no Ato Normativo 127/97 - itens 16.1, 16.2, 16.3 e 16.4 - há referencia, de forma especial po-
rém não exaustiva, área biotecnológica. (Fonte: Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/>. Acesso em: 27 set.
2007).
31
b) Não Configuram o Estado da Técnica: No caso do design, a lei estabeleceu os 180 dias
anteriores ao depósito do pedido de registro, para fins de excuir do estado da técnica a divulga-
ção feita, nesse período, pelo próprio designer, ou realizada em decorrência de fraude (LPI, art.
96, § 3°).
3.1.2 Originalidade: O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma
configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores (LPI, art. 97).
3.1.3 Desimpedimento:
b) o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de
pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e
sentimentos dignos de respeito e veneração;
c) apresenta forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada
essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.
3.2.1 O registro de marca está sujeito a três condições: I) novidade relativa; II) não-
colidência com marca notória; III) desimpedimento.
I) Novidade Relativa: não é exigida a novidade absoluta para concessão do registro. Não é
necessário que o requerente tenha criado o sinal, em sua expressão lingüística, mas que lhe dê,
ou a signo não lingüístico escolhido, uma nova utilização.
a) Princípio da Especificidade
- O fabricante de colchões adota a marca estrela, apresentando a sua forma em três pontas. A
novidade é vincular o símbolo a colchões, que está na classe 20 (Artigos do mobiliário em geral,
acolchoados, utensílios domésticos, recipientes e embalagens, vidros, espelhos, cristais, pincéis
e espetos).
- Outro empresário poderia usar o mesmo símbolo vinculando-o a cortinas, por exemplo, que
está na classe 27 (Cortinas, tapetes e materiais para revestimento de interiores).
- O INPI estabelece classes diversas de produtos e serviços. Uma vez registrado em relação a
determinado produto ou serviço, o símbolo somente poderá ser vinculado a outra classe.
32
- Diz respeito à marca de alto renome, passível de proteção extensiva a todos os ramos de
atividade (LPI, art. 125).
- Neste caso o titular da marca, registrada numa ou mais classes, pode requerer ao INPI que lhe
atribua a qualidade de alto renome.
II) Não-Colidência Com Marca Notória: A marca notoriamente conhecida em seu ramo de
atividade nos termos do art. 6° bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da
Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente
depositada ou registrada no Brasil (LPI, art. 126).
Art. 6o bis Os países contratantes comprometem-se a recusar ou a invalidar, seja " ex-
officio ", se a legislação do país o permitir, seja a pedido do interessado, o registro de uma
marca de fábrica ou de comércio que fôr uma reprodução ou uma imitação suscetível de pro-
duzir confusão, de uma marca que a autoridade competente do país do registro considerar
que é notoriamente conhecida como já sendo a marca de um cidadão de outro país contratan-
te e utiliza para produtos do mesmo gênero ou de gênero semelhante.
Exemplo: inciso XVI - o caso de pseudônimo ou apelido, cujo registro não é impedido, mas
condicionado à autorização da pessoa.
c) Vedações:
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, na-
cionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;
II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes
ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, cren-
ça, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e veneração;
VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo,
quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente
para designar uma característica do produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso,
valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de
suficiente forma distintiva;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distin-
tivo;
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que possa falsa-
mente induzir indicação geográfica;
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou
utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina;
33
XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação com o produ-
to ou serviço a distinguir;
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, ou, ainda,
aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico;
34
APOSTILA DE DIREITO EMPRESARIAL
SEGUNDO MÓDULO
TÍTULOS DE CRÉDITO
35
I - TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITOS
1. - Noções gerais
2.2.1. Conceito de garantia: é ―...a perspectiva de certeza, que tem o credor, de receber o va-
lor do seu crédito no termo ajustado. É perspectiva, porque a certeza só se materializa com a
satisfação da obrigação, pecuniariamente, em dinheiro‖ (C. F. Freitas, 2000, p. 11).
a) Garantia pessoal
- Conceito: é a garantia de natureza geral e abrange a universalidade dos bens e direitos do de-
vedor.
1º- Aval
2º Fiança
3º Endosso
b) Garantia real:
- Conceito: é a garantia que incide sobre um bem específico do devedor ou de terceiro, interve-
niente garante.
1º- Hipoteca
2º- Penhor
3º- Alienação fiduciária
1º) Hipoteca
- Art. 809, CC: A lei da hipoteca é a civil, e civil a sua jurisdição, ainda que a dívida seja comer-
cial, e comerciantes as partes.
- Art. 810 – Podem ser objeto de hipoteca: I- os imóveis; II- os acessórios conjuntamente com
eles; III- o domínio direto; IV- o domínio útil; V- as estradas de ferro; VI- as minas e pedreiras,
independetemente do solo onde se acham; VII- os navios.
2º) Penhor
36
- Art. 768, CC: Constitui-se o penhor pela tradição efetiva, que, em garantia do débito, ao cre-
dor, ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de um objeto móvel, suscetível
de alienação.
- Art. 769. Só se pode constituir o penhor com a posse da coisa móvel pelo credor, salvo no
caso de penhor agrícola ou pecuário, em que o objetos continuam em poder do devedor, por
efeito da cláusula constituti.
- Art. 66. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse
indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição, efetiva do bem, tornando-se o
alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e en-
cargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal.
3. Título de Crédito
3.1. Conceito de título de crédito: ―Título de crédito é o documento necessário para o exer-
cício do direito, literal e autônomo, nele mencionado‖. (Vivante, in F. Martins)
Novo Código Civil: Art. 887. O Título de crédito, documento necessário ao exercício do
direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preenche os
requisitos da lei.
3.2. Características
b) Literalidade: vale nos títulos apenas o que neles está escrito. Isto significa que tudo o que
está escrito no título tem valor e, conseqüentemente, o que nele não está escrito não pode ser
alegado. Literalidade é, assim, o que está escrito no título, limitando os direitos nele incorpora-
dos.
c) Autonomia: o cumprimento das obrigações assumidas por alguém no título não está vincu-
lado ao outra obrigação qualquer, mesmo ao negócio que deu lugar ao nascimento do título. A
autonomia das obrigações assumidas é uma das maiores garantias dos títulos de crédito, dando
ao portador a segurança do cumprimento dessas obrigações por qualquer uma das pessoas que
tenham lançado suas assinaturas nos mesmos.
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a) Independência: trata-se da auto-suficiência. ―Alguns títulos, como as cambiais, prescindem
de qualquer outro coadjuvante documental para completá-los. São independentes sem quais-
quer amarras. Já não é, por exemplo, o caso das ações, uma vez que estão vinculadas pelo esta-
tuto da companhia que as emitiu‖. (Waldo Fázzio Júnior).
b) Abstração: uma vez o título emitido, liberta-se de sua causa, e, assim, a mesma não poderá
ser alegada futuramente para invalidar as obrigações decorrentes do título, pois esse, uma vez
emitido, passa a conter direitos abstratos, não cabendo, de tal modo, a exigência de contrapres-
tação para poder ser satisfeita a obrigação.
Luiz E. da Rosa Júnior entende que a abstração surge a partir do início da circulação, ou seja,
quando o título sai da relação fundamental, através de endosso e o portador endossatário não
esteja de má-fé.
1ª) Quando o emitente incluir a cláusula ―não à ordem‖ (art. 11, al. 2ª, LUG)
2ª) Quando o endosso for posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de
expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz os efeitos de uma cessão ordinária de
créditos (Art. 20, LUG).
3ª) Quando o endossatário adquirir o título com o propósito de prejudicar o devedor (Art. 17,
LUG).
DUPLICATA
1ª) A duplicata mercantil endossada antes do aceite não adquire abstração por força dos arts. 7°
e 8° da LD, que concedem o prazo de 10 dias ao sacado, contados da apresentação do título,
para a sua devolução com as razões da falta de aceite;
2ª) A duplicata endossada posteriormente ao protesto por falta de pagamento, ou após a expi-
ração de seu prazo (30 dias do vencimento, conf. art. 13, § 4°), não adquire abstração por força
da aplicação subsidiária do art. 20 da LUG, conforme art. 25 da LD que determina a aplicação
subsidiária da LUG referentemente a circulação5;
3ª) Quando o endossatário adquirir o título com o propósito de prejudicar o devedor (Art. 25,
da LD c/c art. 17, da LUG)
OBS.: A duplicata não admite a cláusula ―não à ordem‖ por força do art. 2°, § 1°, inc. VII, da
LD.
CHEQUE
5
Luiz Emygdio F. Rosa Jr. tem entendimento contrário, mas com fundamentação equivocada: “A LD não
contém norma idêntica a do art. 20 da LUG, pela qual o endosso feito após o protesto ou o decurso do prazo
legal para protesto produz efeitos de cessão. (...)” p. 688-689. Em nota de rodapé entende pela aplicação sub-
sidiária do Código Civil que em seu projeto previa no art. 922, agora, 920 que: o endosso posterior ao venci-
mento produz os mesmos efeitos do anterior. Todavia, esquece o teor do art. 903: salvo disposição diversa em
lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. A LD remete à LUG em caso de omis-
são (art. 25).
38
1ª) Quando o emitente incluir a cláusula ―não à ordem‖ (Art. 17, § 1°, LC);
2ª) Quando o endosso for posterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à expiração do
prazo de apresentação (Art. 27, LD);
3ª) Quando o endossatário adquirir o título com o propósito de prejudicar o devedor (Art. 25,
LD);
Cada espécie de título possui uma forma própria que é obtida pelo cumprimento de requisitos,
expressamente enumerados na lei. Os documentos que não se revestem das formalidades le-
galmente exigidas não possui valor de título de crédito.
Novo C. Civil: Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua
validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe
deu origem.
- Art. 1507, CC revogado: ―Ao portador de boa-fé, o subscritor, ou o emissor, não poderá opor
outra defesa, além da que assente em nulidade interna do título, ou em direito pessoal ao emis-
sor, ou subscritor, contra o portador‖.
- Art. 17, Lei Uniforme: ―As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao
portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os porta-
dores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente
em detrimento do devedor‖.
- Novo C. Civil: Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais
que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e
ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de
representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício
da ação.
- Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes,
somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de
má-fé.
- Exceções pessoais em caso de endosso-mandato: Art. 917, § 3° “pode o devedor opor
ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossan-
te”.
a) Títulos nominativos: Os títulos nominativos são emitidos em favor de pessoa cujo nome
conste no registro do emitente, transferindo-se mediante termo naquele registro, assinado pelo
proprietário e pelo adquirente (Arts.921 e 922, CC).
b) Títulos à ordem: a cláusula à ordem permite ao beneficiário do título transferir a outra pes-
soa o direito à prestação. A transferência ocorre mediante o endosso, consistente na assinatura
do beneficiário.
39
c) Títulos ao portador: não consignam o nome do favorecido, credenciando a quem os porta
de todos os direitos emergentes do título. Os títulos ao portador podem trazer a expressão ―pa-
gue-se ao portador...” ou apenas deixar em branco o espaço destinado ao nome do beneficiário.
No direito brasileiro os títulos ao portador estão vedados pela Lei n. 8.021/90.
d) Títulos não à ordem: a cláusula ―não à ordem” impede a circulação livre do título. Todavia, a
circulação pode efetivar-se mediante uma cessão, através de termo de transferência, assinado
pelo cedente e pelo cessionário. O primeiro não se obriga com os posteriores possuidores.
a) Títulos de crédito próprios: os títulos de crédito próprios encerram uma verdadeira opera-
ção de crédito e sua exigência está subordinada à confiança depositada naqueles que deles parti-
cipam. A letra de câmbio e a nota promissória, respectivamente, ordem e promessa de paga-
mento de uma quantia certa a um beneficiário determinado ou à sua ordem, são exemplos típi-
cos de títulos de crédito próprios.
b) Títulos de crédito impróprios: os títulos de crédito impróprios não encerram uma verda-
deira operação de crédito, mas revestem-se de certos requisitos dos títulos de crédito propria-
mente ditos. ―É o caso, por exemplo, do cheque, ordem de pagamento à vista, em favor do
subscritor ou de outra pessoa, que, por ter requisitos dos títulos de crédito propriamente ditos,
circula como esses e tem garantias semelhantes ou bastante aproximadas do títulos de crédito
próprios‖ (F. Martins). Para sua emissão legítima é preciso que haja provisão mãos da instituição
financeira (sacado).
c) Títulos de legitimação: estes títulos não dão um direito de crédito propriamente dito àque-
les que os portam, senão a expectativa de prestação de coisas ou de serviços. Ex.: conhecimen-
to de depósito ou frete, passagens, etc.
Não representam verdadeiros títulos de crédito. Todavia, incorporam elementos dos títulos de
crédito por tratar-se de prestação futura.
d) Títulos de participação: trata-se daqueles títulos que dão ao portador direito de participa-
ção. Exemplo típico é o caso das ações de sociedades anônimas. O portador participa na fisca-
lização e nos resultados financeiros da sociedade. Tais títulos podem circular mediante endosso
ou por tradição manual.
a) Abstratos
b) Causais: ―...os títulos causais têm uma causa necessária, isto é, só existem em função de um
determinado negócio fundamental, e esse negócio especial influencia a sua existência, trazendo,
assim, os documentos, nas declarações literais que contém, referência ao mesmo‖. (F. Martins).
É o caso da duplicata. Já com os títulos de créditos abstratos pode ocorrer de se originar de um
ato unilateral da vontade, sem causa aparente que force o seu nascimento.
II - LETRA DE CÂMBIO
40
1. Conceito: ―Entende-se por letra de câmbio uma ordem dada, por escrito, a uma pessoa, para
que pague a um beneficiário indicado, ou à ordem deste, uma determinada importância em
dinheiro. Requer, assim, a letra de câmbio, três elementos pessoais, que no título têm funções
diversas: o que dá a ordem, chamado sacador; o que a quem a ordem é dada, que se chama de
sacado; e aquele a favor de quem é emitida a ordem, denominado de tomador ou beneficiário‖ (F.
Martins).
2. Histórico
3. Natureza jurídica
41
- Wormos: é uma estipulação em favor de terceiros.
4. Requisitos essenciais nas letras de câmbio: art. 1º do Dec. 57.663/66, Lei Uniforme.
f) A assinatura do sacador.
- A assinatura do sacador é garantia, caso o sacado não aceitar ou não efetuar o pagamento.
42
- Se o sacador é incapaz > a pessoa capaz que assinou posteriormente responde pela obriga-
ção (autonomia).
- Letra emitida por ordem e conta de terceiro (art. 3º, 3ª al.) > o sacador é quem assina e é
responsável. Dá-se em contrato de comissão
- A identificação do sacador pela impressão digital, ou a rogo, ou por sinal particular não é
permitida.
- Chancela mecânica > cheque, Res. 74 de 1967 do BACEN, e reserva do art. 2º da Lei Uni-
forme.
c) Lugar da emissão
- ―A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo sido no lugar
designado, ao lado do nome do sacador‖ (art. 2º, 4ª al.).
- Se não houver menção ao domicílio do sacador, aplica-se o disposto no art. 889, § 2°, CC:
considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o
domicílio do emitente.
- Importância > art. 4º da Convenção destinada a regular certos conflitos de leis em matéria das letras de
câmbio e notas promissórias e protocolo. A Letra é regida pelas normas do local de emissão. Ape-
sar da uniformização, cada país fez ressalvas.
III - O ACEITE
43
- Aceite separado: Art. 29, Lei Uniforme, última alínea: ―se, porém, o sacado tiver informado
por escrito o portador ou qualquer outro signatário da letra de que aceita, fica obrigado pa-
ra com estes, nos termos do seu aceite‖.
- Vencimento antecipado por recusa de aceite total ou parcial (art. 43, LU).
- Falência do sacado: não pode aceitar a letra. O sacado perde a administração dos bens.
- Letra sacada à vista: vence no ato da apresentação. Não há que se falar em aceite.
- Letras a um certo termo de vista: a apresentação para aceite marca o início do prazo concedido
para o vencimento e pagamento.
Situações. Art. 22 da Lei Uniforme:
- Apresentação, sem exigência de prazo, até o vencimento.
- Proibição de apresentação antes de determinada data.
- Proibição de apresentação para aceite: não há protesto por falta de aceite. Fica afastada a
possibilidade de vencimento antecipado.
- Exclusão da cláusula de não-aceitação: Quando a letra é pagável em domicílio de terceiro a-
quele que tiver de pagá-la por conta do sacado precisa saber se este a reconheceu exata.
3 Limitação do aceite
4 Cancelamento do aceite
- Art. 29, Lei Uniforme: ―Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite que tiver dado, tal
aceite é considerado como recusado. Salvo prova em contrário, a anulação do aceite considera-se feita antes
da restituição da letra”.
Conceito de intervenção: “é o ato cambiário pelo qual uma pessoa, estranha ou não à letra de câmbio,
nela intervém, espontaneamente ou por força de indicação feita pelo sacador, endossante ou avalista, para aceita-
la ou pagá-la por honra de um dos devedores indiretos e de regresso”6.
6
DA ROSA Jr, Luiz Emygdio F. Títulos de crédito. 1. ed. São Paulo: Renovar, 2000, p. 199.
44
O aceite por intervenção pode realizar-se em todos os casos em que o portador de uma
letra aceitável tem direito de ação antes do vencimento (Art. 56).
- Ocorrendo falta ou recusa de aceite, falência do sacado, o vencimento antecipado
da obrigação pode ser obstada com o aceite por intervenção do sacador ou qualquer
dos endossantes coobrigados.
A letra de câmbio pode ser aceita ou paga por uma pessoa que intervenha por um devedor
qualquer contra quem existe direito de ação (Art. 55, 2ª al.).
Na intervenção espontânea o portador pode recusar o aceite por intervenção. Se, porém, o
admitir, perde o direito de ação antes do vencimento contra aquele por quem a aceitação
foi dada e contra os signatários subseqüentes (Art. 56).
É preciso indicar na letra por honra de quem se fez a intervenção; na falta desta indicação,
presume-se que interveio pelo sacador (Art. 57).
O aceitante por intervenção fica obrigado para com o portador e para com os endossantes
posteriores àquele por honra de quem interveio da mesma forma que este (Art. 58).
IV - O AVAL
1 - Conceito:
- ―Entende-se por aval a obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o
pagamento da letra de câmbio nas mesmas condições de um outro obrigado‖ (F. Martins)
- ―Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra‖ (Art. 30, al. 2ª,
Lei Uniforme).
2 - Natureza jurídica
- Garantia do cumprimento da letra em função das obrigações assumidas pelo avalizado (F.
Martins).
- Obs.: os obrigados não têm direito de ação contra os que se obrigam posteriormente.
P. ex.: A=>B=>C=>D=>=E=>F
- ―F‖ renunciou ao direito de cobrar de ―E‖ e de ―X‖ a importância constante da letra. ―D‖
não tem ação contra ―E‖ ou ―X‖.
3 - Requisitos do aval
45
- O aval deve ser escrito na própria letra;
- Exprime-se pela palavras ―bom para aval‖ ou fórmula equivalente;
- Assinatura do avalista no anverso da letra, salvo tratando-se do sacado ou sacador;
- Indicação da pessoa por quem se dá. Na falta presume-se dado ao sacador.
5 - Aval ao sacado
- A obrigação futura só se torna efetiva se o sacado aceitar a letra. ―Não aceitando o aval é in-
subsistente, por inexistir obrigação do sacado; aceitando com modificação ou limitação, a obri-
gação do avalista irá apenas ao limite da restrição... (Lei Uniforme, art. 26) (F. Martins).
- Simultâneos: quando todos os avalistas garantem diretamente o avalizado. Neste caso, o que
paga só pode reaver dos demais avalistas a quota que lhe cabe na divisão da dívida por todos.
- Sucessivos: quando um avalista garante um outro avalista. Neste caso, o avalista que paga
tem o direito de cobrar toda importância do que lhe está anterior. (Lei Uniforme, art. 47).
46
V – ENDOSSO
OBS.:
- Ato exclusivamente cambiário: só pode ter por objeto título de crédito.
- Ato abstrato: desvincula-se da sua causa, sendo inoponível ao endossatário de boa-fé
as exceções extracartulares que o devedor possa invocar em relação ao credor
originário, uma vez que o terceiro adquire direito novo, originário e autônomo (LUG,
art. 17).
- Ato formal: só pode ser dado no título, não se admitindo em documento dele separado
(LUG, art. 13, al. 1ª). Sendo endosso em branco, deve ser dado no seu dorso (LUG, art.
13, al. 2ª).
- Declaração unilateral de vontade: não é necessária a declaração de vontade do
endossatário.
- Declaração eventual: porque a sua falta não desnatura o documento como título de
crédito.
- Declaração sucessiva: porque manifestada no título após a declaração originária
(saque).
3. RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE
47
- Não há fórmula determinada, podendo ser consignado no título: “endosso sem garantia”, “endosso
sem devedor”, “endosso sem responsabilidade”, etc.
4. ENDOSSO E CESSÃO7
ENDOSSO CESSÃO
a) Natureza cambiária a) Direito comum
b) Declaração unilateral de vontade b) Contrato bilateral
c) Ato abstrato: não se vincula à sua causa
c) Ato causal
d) Opera transferência de direito novo,
d) Direito derivado: o devedor pode opor
autônomo e originário, desvinculado doao cessionário as exceções causais (Art.
direito do endossante 294, novo CCB)
e) Salvo cláusula em contrário, o e) Na cessão por título oneroso, o cedente,
endossante garante o pagamento (LUG, ainda que não se responsabilize, fica res-
art. 15, al. 1ª) ponsável ao cessionário pela existência do
crédito ao tempo em que lhe cedeu; a
mesma responsabilidade lhe cabe nas ces-
sões por título gratuito, se tiver procedido
de má-fé (Art. 295, novo CCB); Salvo
estipulação em contrário, o cedente não
responde pela solvência do devedor (Art.
296, novo CCB).
f) A nulidade de um dos endossos não f) A cessão viciada prejudica as demais
prejudica a cadeia sucessória
g) Transfere o título g) Transfere o direito de crédito
h) Ato puro: independe da anuência do h) Pode estar sujeito a encargo, condição
devedor ou termo: não vale em relação ao devedor,
antes de sua notificação (CCB revogado,
art. 1069, art. 290, novo CCB).
a) Endosso em preto:
b) Endosso em branco:
7
Cf. ROSA JR, Luiz Emydgio F. da. Títulos de crédito. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.
48
Art. 19. Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sem-
pre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso
em preto.
1° Revestir-se-ão de forma nominativa os títulos, valores mobiliários e cambi-
ais em circulação antes da vigência desta lei, quando, por qualquer motivo, reemiti-
dos, repactuados, desdobrados ou agrupados.
2° A emissão em desobediência à forma nominativa prevista neste arti-
go torna inexigível qualquer débito representado pelo título, valor mobiliá-
rio ou cambial irregular.
3° A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará o disposto neste
artigo em relação aos valores mobiliários.
c) Endosso ao portador:
a) Quem pode apor: só pode ser inserida por quem cria o título (LUG, art. 11, al. 2ª).
b) Efeitos: não proíbe a circulação do título, mas apenas veda que seja feita através de endos-
so, e, não retira a natureza cambiária do título.
Os efeitos são os seguintes:
1°- veda a transferência do título por endosso;
2°- o título só pode circular pela forma de cessão;
3°- os cedentes não respondem pela solvência do devedor, não são obrigados cambiários (CCB,
arts. 1074 e 1073, novo CCB, art. 286 a 298).
7. ENDOSSO PARCIAL
a) Vedação: a legislação cambiária considera nulo o endosso parcial (LUG, art. 12, al. 2ª, e LC,
art. 18, § 1°).
- É direito do devedor efetuar pagamento parcial e exigir do portador que se faça menção na
letra e lhe dê quitação parcial (LUG, art. 33, als. 2ª e 3ª, e LC, art. 38, § único).
- O portador pode transferir por endosso o saldo restante do título. Não se trata de endosso
parcial.
a) O portador, ao endossar o título, pode proibir que o endossante efetue novo endosso.
49
- Se o endossatário, mesmo assim, endossa o título, o endosso é válido, mas o endossante que
apôs a cláusula não responde perante os portadores posteriores (LUG, art. 15, al. 2ª, e LC, art.
21, § único)
b) Distinção com a cláusula sem garantia (LUG, art. 15, al. 2ª, e LC, art. 21).
- A cláusula sem garantia exonera o endossante que a insere da responsabilidade cambiária peran-
te qualquer portador.
- A cláusula proibitiva de novo endosso não afasta a responsabilidade do endossante para com o seu
endossatário.
c) Distinções com a cláusula não à ordem (LUG, art. 11, al. 2ª, e LC, art. 17, § 1°).
a) Cancelamento legítimo (LUG, art. 50, al. 2ª, e LC, art. 54, § único):
- Quando emana de endossante que tenha pago a soma cambiária, porque tem o direito de ris-
car o seu endosso e os endossos posteriores.
- O endossante pode ainda cancelar o endosso antes da tradição do título ao endossatário, res-
tabelecendo sua propriedade.
b) Cancelamento ilegítimo:
- Quando não se justifica por qualquer das razões anteriores e visa apenas prejudicar o direito
de outrem.
- OBS.: O portador prejudicado poderá, pela via ordinária, pleitear o ressarcimento do prejuízo
pois não poderá exigir cambiariamente o cumprimento da obrigação do devedor que teve sua
assinatura riscada.
a) Noção geral: Endosso póstumo é o efetuado após o protesto por falta de pagamento ou depois de
expirado o prazo legal para a sua efetivação e produz os efeitos de cessão (LUG, art. 20, al. 1ª)8.
8
Cf. ROSA JR, Luiz Emydgio F. da. Títulos de crédito. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 247.
50
Quando o protesto não comprova a falta de pagamento da letra, como é o que é feito em face
da recusa total ou parcial do aceite ou nos demais casos mencionados nos números 2° e 3° do
art. 43 da Lei Uniforme, não tira os efeitos cambiários do endosso, o que significa que os obri-
gados anteriores não ficam desonerados em relação àqueles a quem a letra for endossada, como
aconteceria se esse endosso significasse mera cessão civil9.
b) Endosso sem data (LUG, art. 20, al. 2ª, e LC, art. 27): Salvo prova em contrário, o endosso
sem data presume-se anterior ao decurso de prazo legal para se efetivar o protesto, ou tratando-se
de cheque, também anterior à declaração equivalente ao protesto (a apresentação).
c) Forma de endosso: O endosso póstumo tem forma de endosso, mas produz efeitos de
cessão, ou seja, corresponde à cessão sob forma cambiária.
Observações:
- Tendo o endosso tardio a forma de endosso, a sua validade em relação ao devedor in-
depende da sua notificação, não se aplicando, portando, a norma do art. 290 do novo
CCB (Art. 1069 do CCB revogado).
- O portador não tem ação cambiária contra os endossantes póstumos porque não garan-
tem a solvência do devedor (efeitos de cessão) e nem contra os endossantes anteriores,
caso o título não tenha sido protestado (LUG, art. 53, al. 2ª).
d) Efeitos da cessão:
- Os devedores podem opor ao adquirente do título eventual exceção que tenham em ra-
lação ao credor originário (CCB, art. 1.072, e novo CCB, art. 294);
- Salvo cláusula em contrário, o endossante póstumo não responde pela solvência do de-
vedor, e, portanto, não garante o pagamento (CCB, art. 1.074, e art. 296, novo CCB) e nem o
aceite da letra de câmbio, respondendo apenas pela existência do crédito ao tempo da
cessão (CCB, 1.073, e art. 295, novo CCB).
a) Noção: Endosso impróprio, não translativo, incompleto ou não pleno, é o ato cambiário pelo qual o
endossante transfere apenas o exercício dos direitos emergentes do título, sem ficar responsável
cambiário pelo aceite e pagamento. O endosso denomina-se impróprio porque não cumpre a
sua função precípua de operar a transferência dos direitos decorrentes do título10.
―Através do endosso impróprio, lança-se na cambial um ato que torna legítima a posse do en-
dossatário sobre o documento, sem que ele se torne credor. Chama-se impróprio o endosso,
nesse caso, exatamente porque um de seus efeitos normais – a transferência da titularidade do
crédito – não se opera. Existem duas modalidades dessa categoria de ato cambial: o endosso-
mandato e o endosso-caução.‖11
9
Cf. MARTINS, Fran. Títulos de crédito. 13 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 129-30.
10
Cf. ROSA JR, Luiz Emydgio F. da. Op. Cit., p. 259.
11
COELHO, Fábio U. Curso de Direito Comercial. v. 1. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 404.
51
a) Noção: é a cláusula cambiária pela qual o endossante constitui o endossatário seu mandatá-
rio para a prática de todos os atos necessários ao recebimento da soma cambiária, e para tal lhe
transfere o exercício de todos os direitos decorrentes do título.
b) Forma:
d) Argüição de exceções:
- Conforme o art. 18, 3ª al. da LUG, o mandato que resulta de um endosso por procuração não se
extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandante;
- Na lei civil a morte ou interdição de uma das partes faz cessar o mandato (CCB revoga-
do, art. 1316, n. II, novo CCB, art. 682, II).
- Obs.: A norma garante a adimplência do devedor que paga ao endossatário-mandatário.
12
op. cit. p. 126.
52
- A LUG em seu art. 19 prevê que ―quando o endosso contém a menção „valor em garanti‟, „valor
em penhor‟ ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os
direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procura-
ção”.
- Não sendo proprietário do título não pode o endossatário pignoratício transferi-lo a ou-
tro, na qualidade de proprietário.
- ―Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais
deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em
detrimento do devedor” (LUG, art. 19, al. 2ª).
- O credor da caução (endossatário-caucionado) exerce direito próprio, age em seu inte-
resse, e é titular de direito autônomo, que o torna invulnerável à exceções pessoais que
os coobrigados tenham em relação ao endossante-caucionante.
VI – PROTESTO
1- Conceito de protesto
- ―Entende-se por protesto o ato solene destinado principalmente a comprovar a falta ou recusa
do aceite ou do pagamento da letra‖ (F. Martins, p. 199).
2 - Modalidades de protesto
3 - Efeitos do protesto
53
- E no caso de dispensa do protesto por falta de pagamento (art. 44, 4ª al.), quando já efetua-
do o protesto por falta de aceite? Também o endosso teria efeito de cessão civil.
- Art. 94, I, Lei 11.101/05: Será decretada a falência do devedor que sem relevante razão de
direito, não para, no vencimento, obrigação liquida materializada em título ou títulos execu-
tivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na
data do pedido de falência. Neste caso, o pedido será instruído com os títulos e as certidões
de protesto. (§ 3º)
- Obrigação líquida: certa quanto a sua existência e determinada quanto ao seu objeto (art.
1533, C. Civil).
- Comprovação da falta de pagamento: protesto (art. 44, Lei Uniforme).
- Trata-se do protesto por falta ou recusa de pagamento, estando a letra aceita. Não é hábil
para pedido de falência o protesto por falta de pagamento de letra não aceita, nos casos de
letra à vista. É que se não houve aceite não há obrigação.
- Protesto para efeito de falência fora do prazo estipulado no art. 44, al. 3ª, L. Uniforme.
54
7 - Protesto por falta de devolução da letra
- Art. 44, I, Dec. 2.044/08: a cláusula era considerada como não escrita.
- Art. 46, Lei Uniforme.
- Efeitos de acordo com a posição na letra daquele que inseriu a cláusula:
Sacador: a cláusula produz efeitos em relação a todos os signatários da letra. Se houver pro-
testo, as despesas correm por conta do portador-protestante (art. 48, §3º)
Endossante ou avalista: os efeitos são apenas em relação a esse endossante ou avalista. Se a
letra é protestada, as despesas com o protesto podem ser cobrados de todos as signatários
da letra (art. 46, 3ª al., LUG).
Não há dispensa de apresentação (art. 46, 2ª al.)
9.1 - Tempo de apresentação da letra para protesto por falta ou recusa de aceite
- Primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento (art. 28,
Dec. 2044/08 c/c art. 9ª, anexo II, LUG).
- Art. 24, 2ª al.: ―o protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apre-
sentação ao aceite‖.
- Reapresentação para aceite: art. 24, 1ª al.
- Regras específicas:
Letras à vista
Letras a dia certo
Letras a certo termo da data
Letras a certo termo de vista
- Primeiro dia útil que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento (art. 28,
Dec. 2044/08 c/c art. 9ª, anexo II, LUG).
- Letra à vista: art. 44, 3ª al. (aplica-se a reapresentação)
- Letras a dia certo, a tempo certo da data e a tempo certo de vista.
- Prorrogação
- Mais de 30 dias do vencimento. Promoção da ação independentemente de apresentação ou
protesto (art. 54, LUG)
55
- Art. 28, do Dec. n.º 20044/08: dentro de 3 dias úteis.
- Art. 12, da lei n.º 9.492/97: ―o protesto será registrado dentro de 3 dias úteis contados da
protocolização do título‖
- Obs.: na verdade o prazo de 3 dias é contado a partir da intimação do devedor, ficta ou
real.
- Falência do aceitante. Não há necessidade de protesto (art. 44, al. 6ª, L. Uniforme).
- Letra de Câmbio: O lugar indicado na letra para o aceite ou pagamento (art. 28, Dec.
2044/1908)
- Cheque: Lugar do pagamento ou do domicílio do emitente (LC, art. 28, e LP, art. 6°)
- Duplicata: Na praça do pagamento constante do título (LD, art. 13, § 3°).
10 - Sustação de protesto
11 Cancelamento de protesto
VII – CHEQUE
1. Conceito:
- ―O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sobre quantia determinada, emitida contra
um banco, com base em provisão de fundos depositados pelo emitente ou oriundos de aber-
tura de crédito‖ (W. Fazzio Júnior, 2000, p. 415).
- ―...é título cambial, mas não título de crédito (...) É instrumento de pagamento, um quase
dinheiro, que traduz uma ordem de pagamento que se exaure com o recebimento do seu
valor‖ (Paulo R. Neto, apud W. F. Júnior, p. 418).
- Presença dos elementos que caracterizam uma operação de crédito – a confiança e o prazo.
É também um título de crédito (J. Eunápio Borges, apud W. F. Júnior).
56
- Não é título de crédito em sentido estrito. É um instrumento de pagamento que se exaure
com o recebimento do seu valor, todavia, possui literalidade e abstração, elementos peculia-
res aos títulos de crédito tradicionais (W. F. Júnior).
I- O saque contra o banco, ou instituição financeira equiparada (art. 3º, Lei n.º
7.357/85).
Obs.: instituições financeiras equiparadas (arts. 17 e 18, Lei 4.595/64)
- Sociedades de crédito, financiamento e investimento;
- Caixas econômicas;
- Cooperativas de crédito.
II- Provisão de fundos disponíveis em poder do sacado (art. 4º)
- Disponibilidade (§ 2º)
a) os créditos constantes de conta corrente bancária não subordinados a termo;
b) o saldo exigível de conta corrente contratual;
c) soma proveniente de abertura de crédito.
- Existência de fundos no momento da apresentação (art. 4º, § 1º)
III- Autorização para emitir cheque em virtude de contrato (art. 4º, § 1º)
- Regras para abertura de conta bancária: circular 559/1980 do Bacen, alterada pela circular
597/1980, alterada pela Res. 2025/1993 do Bacen.
- Art. 4º, parte final: ―a infração destes preceitos não prejudica a validade do título como
cheque‖.
- A falta de fundos não descaracteriza o cheque.
3.2 A assinatura
- Assinatura: chancela mecânica (circular 103/1967, Bacen), art. 1º, parág. único, Lei
7.357/85.
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- As obrigações dos outros signatários não deixam de ser válidas se há no cheque assinaturas
de pessoas incapazes de obrigarem por cheque, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas
fictícias (art. 10, L. Uniforme, e 13, Lei 7.357/85).
- Mandatário, sem tais poderes, ou que os excede ao assinar cheque: obriga-se pessoalmente.
Pagando, tem os mesmos direitos daquele em cujo nome assinar (art. 14, Lei 7.357/85).
3.3 A apresentação
a) Art. 35: ―o emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso
epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato”.
b) Características
- É de iniciativa apenas do emitente do cheque
- Não produz efeito durante o prazo de apresentação
- Independe de motivo especial
- Obs.: o título não perde a força executiva.
c) Objetivo:
- Visa desconstituir a ordem contida no cheque, razão pela qual só pode competir ao emiten-
te.
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6 O cheque quanto a circulação
Art. 69, Lei 9.069/96: “a partir de 1º de julho de 1994 fica vedada a emissão, pagamento e
compensação de cheque de valor superior a R$ 100,00 (cem reais), sem identificação do
beneficiário”.
- Art. 8º, Lei 7.357/85: pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja feito:
I- a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa “à ordem”;
II- a pessoa nomeada, com a cláusula “não à ordem”, ou outra equivalente;
III- ao portador (vedação: Lei n.º 9.069/95)
- Art. 14, Lei Uniforme:
É desnecessária a cláusula à ordem para transferência por endosso (1ª al.)
Inserção da cláusula “não à ordem”: o cheque é transmissível apenas através de
cessão civil.
6.1 O endosso
- Com a Lei da CPMF houve restrição a apenas 1 (um) endosso no período de vigência da
Lei (art. 17, I, Lei n.º 9.311/96)Endosso do sacado: é nulo (art. 15, L. Uniforme e 18, § 1º,
Lei n.º 7.357/85.
- Endosso ao sacado: vale como quitação, salvo no caso de o sacado ter vários estabeleci-
mentos e o endosso ser feito em favor de estabelecimento diverso daquele contra o qual o
cheque foi emitido (art. 15, L. Uniforme e 18, § 2º, Lei 7.357/85)
- Endosso ao portador: vale como branco (art. 18, § 2º, Lei 7.357/85).
- Endosso com cláusula ―não endossável‖ ou ―não à ordem‖: não responde perante os ulte-
riores endossatários (art. 18, L. U. e 17, § 1º, Lei 7.357/85).
- Endosso com cláusula ―sem garantia‖: exclusão da garantia de pagamento (art. 18, L. U. e
21, Lei 7.357/85)
- Endosso posterior ao protesto ou após findo o prazo de apresentação: não produz senão
os efeitos de cessão civil. Mas, salvo prova em contrário, presume-se lançado antes do pro-
testo ou de expirado o prazo de apresentação. (art. 24, l U. e art. 27, Lei 7.357/85)
- Endosso mandato: o portador pode exercer todos os direitos resultantes do cheque, mas só
pode lançar no cheque endosso mandato. Os obrigados somente podem invocar contra o
portador as exceções oponíveis ao endossante.
7 Modalidades de cheque
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7.1 Cheque marcado (art. 11 Dec. n.º 2.591/1912, vedação: LUG, art. 4º)
2.9.7.2 Cheque visado (LC, art. 7º, LUG, anexo II, art. 6º)
2.9.7.3 Cheque cruzado (LC, arts. 44 e 45, LUG, arts. 37 e 38, e anexo II, art. 18)
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7.4 Cláusula para ser creditado em conta (LC, art. 46, LUG, art. 39 e anexo II, art. 18)
a) Noção geral
- Ação de execução com base em título extrajudicial (art. 585, I, CPC)
- Lugar da execução: no juízo do lugar do pagamento do cheque (art. 100, IV, ―d‖ c/c art.
576, CPC)
- Instrução da petição com o título (cartularidade). Exceções:
Em caso de justificação plausível da impossibilidade de exibição do original, v. g., o título
instrui inquérito policial para apurar delito, utiliza-se cópia reprográfica autenticada.
- Cabimento da ação: não só em caso de ausência ou insuficiência de fundos, mas em caso de
contra-ordem ou oposição sem relevante razão de direito.
- Não pagamento pelo sacado decorrente de defeito extrínseco do cheque mutilado, rasurado
ou partido, etc.
- Conta conjunta bancária: não configura solidariedade entre os titulares. Há solidariedade
ativa apenas no que se refere ao contrato com o sacado e não em relação a terceiros, por
falta de previsão legal.
b) Legitimação ativa (LC, art. 47, LUG, art. 40)
- O portador legítimo
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- O endossante-mandante, representado por seu endossatário-mandatário
- O cessionário: fica vulnerável às exceções pessoais que possam ser argüidas pelo sacador
em ralação ao cedente, porque adquire direito derivado e não originário, como ocorre na
aquisição do título por endosso.
- O obrigado que paga a soma constante do cheque: ação regressiva (LC, art. 51, §1º, parte
final, e art. 51
c) Legitimação passiva
- O portador pode demandar todos os obrigados, individual ou coletivamente, sem observar
a ordem da obrigação.
- A ação contra um dos obrigados não impede sejam os outros demandados, mesmo que se
tenham obrigado posteriormente àquele (LC, art. 1, e §§1º e 2º)
- O sacado não é devedor cambiário porque não pode aceitar ou avalizar o cheque (LC, arts.
6º e 29)
- Não cabe chamamento ao processo dos outros devedores solidários (CPC, art. 77, III):
=>por tratar-se de ação de execução
=>por tratar-se de solidariedade cambiária
- A ação cambiária contra o emitente e seu avalista independe de protesto e de apresentação
hábil (LC, art. 47, I e súmula 600 do STF)
- Perda do direito de ação cambiária contra o emitente, no caso de apresentação tardia (LC,
art. 47, §3º). Não se aplica ao seu avalista.
- Mantença dos direitos do portador em relação aos devedores indiretos. Pressupostos:
1º) apresentação em tempo hábil (LC, art. 33)
2º) recusa de pagamento comprovada por protesto ou declaração do sacado ou câmara de
compensação (LC, art. 47, II)
- Dispensa do protesto ou declarações do art. 47: Se a apresentação ou pagamento são obs-
tados por intervenção, liquidação extrajudicial ou falência (LC, art. 47, §4º)
- Cláusula não à ordem (LC, art. 17, §1º) e endosso posterior ao protesto ou declaração equiva-
lente, ou a expiração do prazo de apresentação: o portador não terá ação de cobrança em face dos
cedentes e dos endossantes póstumos, porque o cedente não garante solvência do devedor, respondendo
apenas pela existência do crédito (CC/2002, art. 295 e 296).
- Cláusula excludente de responsabilidade cambiária (LC, art. 21) e endossante que proibiu
novo endosso: com a primeira o endossante não figurará no pólo passivo da ação cambiária; com a se-
gunda o endossante ainda responderá perante o endossatário, pelo menos.
d) Objeto (LC, art. 53)
O portador:
- A importância do cheque
- Juros legais desde o dia da apresentação e recusa de pagamento pelo sacado.
- Despesas que fez
- Compensação pela perda aquisitiva da moeda
Obrigado que paga:
- Juros legais a partir do dia do pagamento
Obs.: - considera-se não escrita a estipulação de juros convencionais (LC, art. 10)
- ação movida pelo portador: exclusão das normas do art. 219 do CPC e 40 da Lei 9492/97
sobre fluência dos juros de mora.
e) Exceções:
I) Exceções pessoais: p. ex., falsidade e falsificação de assinatura, coação, simulação,
fraude, ilicitude, ausência de causa debendi, exceção do contrato não cumprido, etc.
II) Exceções comuns a todos os devedores: vício de forma, prescrição, decadência, paga-
mento, etc.
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f) Prescrição
- Ação movida pelo portador:
. 6 meses da expiração do prazo da apresentação ou da data da 1ª apresentação (art. 59, LC)
- Ação movida pelo obrigado que pagou:
. 6 meses do dia em que pagou ou do dia em que foi demandado (LC, art. 59, § único)
g) Interrupção da prescrição
- Produz efeito somente contra o obrigado em relação ao qual foi promovido o ato interrup-
tivo (LC, art. 13 e 60)
- Súmula 153, STF: o simples protesto cambiário não interrompe a prescrição. Entendimen-
to alterado pelo art. 202, III, CC/2002.
- Obrigados na mesma condição: a interrupção estende-se aos demais
a) Noção geral
- Decadência (LC, art. 47, II) e prescrição (art. 59)
b) Natureza jurídica: ―é ação cambial, porque fundada em cheque não-pago, que perde a sua força execu-
tiva mas não deixa de ser título cambiariforme, e, por isso, em regra, não há necessidade da prova da causa
que o originou” (Luiz E. da R. JR.)
- O enriquecimento sem causa:
. Presume-se contra o emitente;
. Deve ser demonstrado em relação ao endossante;
. Obs.: na relação cambiária não há enriquecimento indevido do avalista.
- Pressupostos da ação de enriquecimento sem causa:
1º) Existência de cheque válido, que não tenha sido pago;
2º) Ocorrência de prescrição ou decadência;
3º) Enriquecimento injusto do sacador ou endossante;
4º) Empobrecimento do portador.
c) Prescrição:
- 2 anos, contados do término do prazo prescricional da ação de execução
- Exclui-se o dia do começo
d) Legitimação ativa
- O portador legítimo
- O obrigado cambiário de regresso
- Os possuidores que adquiriram o título de acordo com as normas de direito comum (ces-
sionário, sucessor, herdeiros, legatários)
e) Legitimação passiva
- Em face do emitente e outros obrigados que se locupletaram injustamente
- O avalista não se locupleta com o não pagamento. É ato de liberalidade o aval.
a) Requisitos:
- Natureza pro solvendo do cheque
- Apresentação do título
- Prova do negócio jurídico sujacente
b) Prescrição
- 10 anos (Dez anos) (art. 205, CC/2002)
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Obs.: ―A ação fundada na relação causal não será cabível quando o cheque tiver sido emitido com natureza
pro soluto, ou seja, dado em pagamento porque neste caso implica em novação, extinguindo a obrigação ínsita
na relação subjacente que gerou o cheque e fazendo surgir uma nova obrigação, decorrente do cheque” (Luiz E.
da Rosa Jr.).
VIII – DUPLICATA
1.1 Conceito: É―... título formal, circulante por meio de endosso, constituindo um saque fun-
dado sobre crédito proveniente do contrato de compra e venda mercantil‖. (R. Requião).
1.2 Natureza jurídica: É título causal exigindo para sua emissão provisão ―... consistente no
crédito decorrente da efetiva entrega da mercadoria (e não do contrato de compra e venda,
como se costuma afirmar). A Lei liga-se (a duplicata) a uma causa determinante, causa essa sus-
cetível de ser discutida entre as partes diretamente envolvidas, sacador e sacado, e não oponível
é claro, como acontece com todos títulos causais, ao terceiro de boa fé‖. (W. Bulgarelli).
Declaração principal: ordem de pagar (do vendedor) ou promessa de pagamento (do compra-
dor)?
Questão: É emitida duplicata simulada, endossada pelo emitente. Não há aceite, com-
provante da entrega ou remessa das mercadorias. Como fica o terceiro de boa fé?
2 Fatura comercial
3 Duplicata Mercantil
3.1 Conceito: ―É título de crédito formal, circulante por meio de endosso, constituindo um
saque fundado sobre crédito proveniente de contrato de compra e venda mercantil ou de pres-
tação de serviços, assimilado aos títulos cambiários por força de lei‖. (R. Requião)
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VI- A praça de pagamento;
VII- A cláusula à ordem;
VIII- A declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada
pelo comprador, como aceite cambial;
IX- A assinatura do emitente.
b) Lei n.° 6.268/75, art. 3°: as duplicatas de fatura, como todos os títulos de crédito, conterão
obrigatoriamente a identificação do devedor pelo número de sua cédula de identidade, de ins-
crição no Cadastro de Pessoas Físicas, do Título Eleitoral ou da Carteira Profissional.
a) Infração penal (Art. 26, LD, Lei n.° 8.137/90, art. 172, CP):
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aqule que falsificar ou adulterar a escritu-
ração do Livro de Registro de Duplicatas.
4 Emissão da duplicata
Emissão facultativa
Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura (LD, art. 2°, § 2°)
Se o pagamento é parcelado, pode ser emitida uma única duplicata (§ 3°)
Pode ser emitida uma série de duplicatas, uma para cada prestação, acrescendo-se uma le-
tra do alfabeto ao número de ordem.
Venda mercantil para pagamento contra entrega de mercadoria ou do conhecimento de
transporte, ou para pagamento em prazo inferior a 30 trinta dias, da entrega ou despacho
das mercadorias. Necessidade de declaração de que o pagamento será feito nessas
condições.
65
O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário,
em seu próprio nome, à conta do comitente (CC, art. 693).
Trata-se de contrato de mandato relativo a negócios mercantis, quando pelo menos o
comissário é empresário mercantil, sem que nesta gestão seja necessário declarar ou
mencionar ou nomear o comitente (C. Com., art. 165, revogado)
O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com que contratar. O ter-
ceiro não tem ação contra o comitente, nem este contra aquele, salvo se o comissário fi-
zer cessão dos seus direitos em favor de uma das partes (C. Com., art. 166, CC, art. 694)
O comissário tem direito a uma comissão
Venda feita por conta do comissário (Art. 4°, LD): cabe a este a emissão de fatura e,
facultativamente, de duplicata.
Venda feita por conta do consignatário (Art. 5°, §§ 1° e 2°, LD): havendo dois con-
tratos simultâneos no ato da venda da mercadoria pelo consignatário, este deve expedir
fatura e avisar o consignante para que este também a expeça para aquele assinar. A emis-
são de duplicata é facultativa (art. 2°, LD)
6 Aceite
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O prazo para remessa da duplicata é de 30 (trinta) dias, contado da data de sua
emissão (LD, art. 6°, § 1°)
Se a remessa for feita por intermédio de representantes, instituições financeiras,
procuradores ou correspondentes, estes deverão apresentar o título ao comprador
dentro de 10 (dez) dias, da data do seu recebimento na praça de pagamento.
Quando não à vista deve ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do
prazo de 10 (dez) dias, devidamente assinada ou acompanhada de declaração por
escrito, contendo as razões da falta de aceite.
O sacado pode reter a duplicata até a data do vencimento, desde que comunique,
por escrito, ao apresentante, o aceite e a retenção.
A comunicação ao apresentante substituirá, quando necessário, no ato do
protesto ou na execução judicial, a duplicata a que se refere.
Protesto por indicação do portador (LD, art. 13, § 1°, e Lei 9.492/97, art. 20, § 3°).
O sacador pode extrair triplicata (LD, art. 23) (Luiz E. da Rosa Jr.).
Ação cautelar de apreensão de título de crédito (CPC, art. 885) e prisão civil de depositá-
rio infiel por falta de devolução de título de crédito. Inconstitucionalidade da prisão.
6.6 Recusa justificada do aceite pode ocorrer por motivo de (LD, art. 8°):
1° - Avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por
sua conta e risco;
a) Primeiro prazo: Ainda na vigência do C.Com. o art. 211 estipulava que o comprador
teria o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento da mercadoria, para reclamar
dos defeitos ao vendedor, colocando a coisa à sua disposição ou constringindo-o a
recebe-la mediante depósito judicial. A situação implicava em rescisão contratual,
impedindo a emissão de duplicata ou tornando o título nulo, se já emitido, por falta de
relação causal.
O Novo C. Civil alterou o prazo de 10 (Art. 178, § 2°) para 30 dias (Art. 445), na
compra e venda civil de coisa móvel.
Obs.: Tratando-se de venda a consumidor, o prazo é de 30 (trinta) dias (art. 26, Lei n.°
8.078/90).
b) Segundo prazo: Prende-se à dação pelo sacado das razões para a recusa do aceite, que
é de dez dias, a contar do recebimento da duplicata para que a aceite ou não.
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Não correspondência com os serviços efetivamente contratados;
Vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;
Divergências nos prazos ou nos preços ajustados.
Obs.: as razões do não aceite também devem ser dadas no prazo decadencial do art. 7°, por
força do disposto no § 3° do art. 20.
7 PROTESTO
7.1 Conceito: “O protesto cambiário é o ato cambiário formal que prova a falta ou recusa de
aceite ou a falta de pagamento (LUG, art. 44, al. 1ª), na se admitindo, em regra, outro meio de
prova‖.
7.2 Modalidades
Deve ser tirado à vista da duplicata ou triplicata apresentada pelo seu portador.
Prazo: antes do vencimento e após o decurso do prazo legal para o aceite (Art. 44,
al. 2ª, LUG, e art. 21, §, Lei n.° 9.492/97).
A soma passa a ser exigível dos devedores indiretos (Art. 43, LUG, e art. 25, LD).
Prazo para devolução: 10 (dez) do recebimento para firmar o aceite (Art. 7°, LD).
O protesto é feito por indicações (Art. 13, § 1°, LD), com base nos dados extraídos do
Livro de Registro de Duplicatas (Art. 19, LD).
Execução: far-se-á mediante instrumento de protesto, acompanhado da prova da entrega
e recebimento da mercadoria ou da prestação de serviço (Art. 15, § 2°, LD).
Duplicata Virtual (§ único, art. 8°, Lei n° 9.492/97): Não havendo pagamento ou recusa
do aceite no prazo do art. 7°, pelas razões do art. 8°, dar-se-á a execução com base em
instrumento de protesto por indicação e no documento probatório da entrega e recebi-
mento das mercadorias.
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Prazo: 30 dias da data do vencimento, sob pena de perda do direito regressivo
contra os endossantes e respectivos avalistas (LD, art. 13, § 4°).
O sacador somente integra a relação cambiária como devedor indireto se
endossar o título a favor de terceiro.
Cláusula sem protesto ou sem despesas (LUG, art. 46).
A ausência de protesto por falta de aceite ou de devolução não impede o protesto
por falta de pagamento (LD, art. 13, § 2°).
Lugar do pagamento (LD, art. 13, § 3°), ainda que o devedor seja domiciliado em
outro lugar.
Lugar do domicílio do devedor, se este não sofre qualquer prejuízo (RJTJMS
80/87, in L. E. F. da Rosa Jr.).
Não indicado o lugar do pagamento pode ser efetivado no lugar do domicílio do
devedor.
Não constando do título nem a praça do pagamento, nem a indicação do
domicílio do devedor, o documento não valerá como duplicata.
Termo inicial: data do vencimento da duplicata (Art. 48, al. 1ª, n. 2, LUG e Art. 1°, §
1°, Lei n.° 6.899/81).
Não se aplica a regra geral estipulada no § 3°, art. 1°, da Lei da Usura (Dec. 22.626)
e no art. 40 da Lei do Protesto (Lei 9.492/97), que determinam o termo inicial
como sendo o do protesto ou da respectiva ação.
8 DUPLICATA DE SERVIÇOS
a) Requisitos (LD, art. 15, II, a e c, c/c art. 20, § 3°, 2ª parte):
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III – prova documental da efetiva prestação dos serviços;
IV– não tenha o sacado, comprovadamente, recusado o aceite no prazo do art. 7° e
pelos motivos do art. 21 da LD.
8.4 Protesto
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