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Principais expoentes do período que antecedeu a Reforma.

Os precursores da Reforma.

Principais expoentes do período que antecedeu a Reforma.

Na palestra anterior vimos aspectos da igreja cristã medieval que forjaram a estética da
piedade ocidental. Nem sempre é fácil falar no passado e ainda é mais difícil quando temos a
missão de remover os escombros do esquecimento e da desvalorização do patrimônio
histórico da tradição cristã, no entanto o que para muitos é obstáculo nos serve como desafio
para relembrar nosso legado. Assim sendo, na palestra de hoje vamos sobrevoar o contexto
dos gritos por transformação que antecederam a reforma protestante.

I. A derrocada do poder papal.

A construção do poder episcopal já estava presente ainda que de forma impúbere na função
do bispo monárquico, todavia com elevação hermenêutica e pragmática do bispo de Roma o
poder papal se consolidou gradativamente. É com Gregório I (590-604) que o papado ganha
uma projeção considerável na Europa. Quando assumiu o pontificado disse:

“Eu, indigno e fraco, assumi um navio velho e muito abalado pelas ondas, no qual
as vagas entraram por todos os lados e cujas tábuas podres, ininterruptamente
fustigadas pelas tempestades, anunciam o naufrágio iminente”[1].

Apesar das palavras impresumíveis de Gregório, ele trabalhou para recuperar o barco velho e
prepará-lo para se tornar o Estado Papal que dominaria a Europa por meio do poder temporal
do papado. Como “cônsul de Deus” Gregório fortaleceu o papado politicamente através de
acordos de paz, exercendo diaconia para com os pobres, reformado a liturgia, investindo nos
conventos, construindo alianças com os povos germânicos e incentivando a expansão da fé
cristã enviando Agostinho as Ilhas Britânicas. Ainda rejeitando títulos como “papa universal”,
Gregório preferiu ser chamado de “servus servorum Dei”. O historiador Robert H. Nichols
observou com precisão que nesse período o governo civil passou a ser chamado de “poder
temporal”. (…) Muitas vezes, em épocas de calamidade pública, como de pestilências ou
fome, perigo de invasão, motins ou desordens gerais, os bispos tiveram que assumir o
governo da cidade. (…) Esse poder temporal deu aos papas uma garantia e segurança de
mando que jamais teriam conseguido por outro meio”[2].

Sob as bases lançadas por Gregório I, o papa Hildebrando fincou as cordas do poder temporal
de Roma por toda a Europa. Foi no pontificado dele que o papa deixou de eleito pelos
imperadores, sendo desde então escolhido pelo colégio de cardeais. Ele também acabou com
a “investidura leiga” dos bispos que eram indicados pelos reis, todavia Henrique IV,
imperador do sacro império romano, rejeitou o entendimento do papa que por sua vez
excomungou Henrique, decretando sua exoneração da autoridade imperial. Tal ato humilhou
Henrique profundamente imprimindo-lhe uma derrota colossal e revelou ao mundo as
dimensões temporais do poder papal.

Isto posto, o projeto de supremacia do papa ficou plenamente manifesto na “dictatus papae”
que segundo Cairns foi um documento onde Hildebrando reivindicou o absoluto poder do
bispo de Roma, tendo em vista “que jamais houve erro na igreja e nem jamais haveria”[3].
Depois da consolidação do poder temporal do papa os registros históricos dão conta de que o
papa Inocêncio III, o vigário de Cristo, levou o poder papal ao ápice que ficou impresso na
convocação do quarto concilio de Latrão onde a dogmática da Igreja foi estabelecida quanto
a questões de ordem litúrgica e sacramental, além de propagar a força política de Roma.

Apesar de todo o poder construído o papa como líder político não conseguiu driblar os
desgastes diplomáticos com o rei francês Felipe IV e Eduardo I rei da Inglaterra. Nesse
período o papa era Bonifácio VIII que chegou a entrar em conflito com o rei da frança que
reagiu mandando prender o papa em Anagni, tal atitude do rei mostrou fraqueza do papa,
que debaixo do rei da França viveu o “seu cativeiro babilônico” durante 68 anos. Já em Roma
em 1378 foi eleito um novo papa, e ao mesmo tempo na França outro papa também foi
eleito, a crise de poder se agravou a tal ponto que em 1409 na cidade de Pisa foi escolhido
um terceiro papa.
Definitivamente o poder do papa entrou em colapso e de fato nunca mais exerceu um poder
temporal depois dessa derrota política e eclesiástica cujos ecos foram ouvidos nas bases da
igreja em que o clero estava perdido em meio aos vícios, o poder, a corrupção, a simonia e
as supertições. Roma vivia uma calamidade social, foi então quando convocaram o Concílio
de Constança (1414-1418) que elegeu Martinho V como papa e decidiu queimar na fogueira
um homem chamado João Hus.

O bispo foi figura eminente para igreja, enquanto usou o poder para proteger a reta doutrina.
No entanto na medida em que a autoridade deixou de ser escriturística para ser episcopal, e
quando o bispo de Roma consolidou seu poder sobre a igreja, a cristandade quase que
totalmente se desviou do significado original do cristianismo. O poder que dantes protegeu a
fé se tornou ironicamente a grande arma contra a igreja cristã levando o povo de cristão a
viver debaixo da ignorância, humilhação e pobreza. O poder papal levou a igreja a sua maior
crise de identidade e o povo ao seu pior estado espiritual que se tem conhecimento na
história, mas Deus levantou seu remanescente fiel.

II. O grito pela reforma.

É um grande engano pensar a reforma inaugurou os protestos contra Roma, bem antes de
Lutero escrever as teses, muitos pensadores se esforçaram para modificar a situação da
igreja, dentre eles podemos citar;

1. Petrobrussianos. Pedro de Bruys e Henrique de Lausanne começaram na França um


movimento de reação ao clero romano, bem como as imoralidades e as supertições.

2. Albigenses. Também chamados de cataristas esse movimento surgiu nos fins do


século 12 ressuscitando o dualismo entre matéria e espírito. Procuravam viver um de forma
santa em contraste com o clero. Foram duramente perseguidos pela igreja.

3. Valdenses. Pedro Valdo foi um homem rico que se desencantou com as posses do
mundo e decidiu viver o ideal da pobreza. Recebeu a bíblia de dois religiosos da época o que
só fez aumentar seu desgosto pelo mundo de então. Empolgado pela leitura da bíblia
procurou viver o ideal apostólico do livro de atos e da pregação do evangelho e devido às
lacunas de piedade, logo a postura de Pedro Valdo foi ouvida por outras pessoas que se
agregaram e de dois em dois pregavam o evangelho. A igreja reagiu à postura de Valdo,
alegando que ele estava se apropriando de algo exclusivo ao clero. Pedro não obedeceu a
Igreja e foi amaldiçoado perpetuamente pelo papa, todavia ele não foi intimidado e morreu
divorciado da instituição papal. “Valdo permaneceu fiel a imitação de Cristo, sem se curvar
as decisões da cúria”[4].

4. J. Wyclif. Como filósofo e teólogo Wyclif denunciou o poder temporal do papa e exigiu
que toda a igreja voltasse para as Escrituras, rejeitou a doutrina da transubstanciação e
também rejeitou a autoridade do papa. Os lolardos divulgaram seus ensinos no meio do
povo. Tillich observou que a teologia de Wyclif preconizava “a autoridade das Escrituras
contra a tradição e contra a interpretação simbólica dos textos. (…) A pregação da Palavra, é
mais importante do que todos os sacramentos eclesiásticos (…) É heresia o papa tornar-se
príncipe desse mundo quando seu poder é espiritual. É assim que ele se transforma no
Anticristo”[5].

5. Hus. Com o alcance das idéias de Wyclif na Boemia, um homem chamado Hus foi
influenciado começando a divulgar a doutrina reformista em Praga. Hus denunciou
duramente a simonia. Suas idéias também não foram aceitas e ele foi condenado pelo
concílio de Constança. Todavia sua força se fez sentir no movimento dos irmãos moravianos
que muito contribuíram na evangelização e na educação.

6. Savonarola. Lutou pela reforma da igreja em Florença. Morreu enforcado por


denunciar a libertinagem do bispo de Roma

Movimentos reformistas se levantaram contra as aberrações de Roma. O grito pela reforma


não silenciado pela truculência e intolerância da inquisição. Os pré-reformadores nos
ensinam que é preciso denunciar o erro ainda que o preço seja a vida.

III. Movimentos que pavimentaram o caminho da reforma.


O mundo estava mudando e o caminho da reforma estava sendo pavimentado por alguns
movimentos que surgiram na igreja medieval, a saber;

1. A escolástica. Esse movimento de estudos dentro das escolas medievais fundou um


marco da produção teológica da Igreja onde todo o mundo foi re-pensado sob categorias
teológicas. Não é possível prover um atalho ao emaranhado complexo da escolástica, os
pensadores tentaram hora submeter à razão em relação à fé e em outros momentos
acabaram por igualar a fé com a razão. Nesse período o aristotelismo foi a grande plataforma
filosófica usada pelos teólogos (Tomás de Aquino). “A escolástica foi uma maneira
independente de lidar com a tradição teológica herdada no passado (…) com o auxilio da
filosofia usada de uma ou de outra maneira”[6].

2. O misticismo. O misticismo explorou a piedade para além do aspecto intelectual tão


presente na escolástica. Dentre os místicos mais proeminentes podemos citar Catarina de
Sena que ousadamente exortava o papa. No contexto germânico M. Eckhart que buscava
uma união das criaturas dentro do ser divino que levou a inquisição de acusá-lo de panteísta.
A mística alemã se mostrou um caminho alternativo e superior ao caminho para Cristo
sugerido pela igreja.

3. O humanismo. O renascimento buscou repensar o passado buscando as fontes da


antiguidade, recuperando o antropocentrismo e a liberdade do ser humano. Erasmo de
Roterdã foi um dos grandes humanistas desse período e buscava beber e formular suas
idéias diretamente nos escritos bíblicos e nas obras dos pais da igreja. No humanismo a
transformação da cristandade não viria pelo caminho da escolástica, nem da mística, mas
das fontes originais. Com a invenção da impressa por Gutenberg publicou a bíblia e abriu
espaço para o novo meio de divulgar idéias. Sobre esse ponto Nichols diz:

“Esses humanistas interessados no problema religioso fortaleceram grandemente o espírito


da reforma na igreja. Eles também provocaram um grande interesse pelo estudo da bíblia,
preparando desses homens leitores e indagadores das escrituras para uma forma de religião
mais verdadeira”[7].

O palco estava montado para a explosão da reforma, os gritos por mundanças se tornaram
em movimentos e logo forjaram uma nova atitude cristã ou secular que quebrou a unidade
em torno do poder papal e da Igreja Católica.

Conclusão.

O mundo estava preparado para a reforma. A idade média e a cristandade foram esgotadas
na escolástica, o papado levou a igreja ao auge da riqueza e ao fundo do poço da corrupção.
Movimentos reformistas, místicos e culturais clamavam por reformas profundas e o papa já
não tinha autoridade nem temporal, e nem moral para represar os anseios por mudanças.

Rev. Francisco Macena da Costa.

[1] DREHER. Martin N. A Igreja no Mundo Medieval. Coleção História da Igreja,


volume 2. São Leopoldo: Sinodal, 1994, p. 26.

[2] NICHOLS. Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2000, p.
76,77

[3] CAIRNS. Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova, 1995, p.
172.

[4] DREHER. op. cit. p.103.

[5] TILLICH. Paul. História do Pensamento Cristão. São Paulo: ASTE, 2000, p. 209,210.

[6] HAGGLUND. Bengt. História da Teologia. Porto Alegre: Concórdia, 2003, p. 142.
[7] NICHOLS. Op. cit. p. 151.

A formação da cristandade.

História da Igreja – Entendendo o mundo anterior a reforma

A formação da cristandade.

Introdução

Nosso objetivo nesse pequeno curso é compreender a Reforma do século XVI e para
entendemos os principais acontecimentos do período histórico proposto, precisamos
visualizar três grandes momentos, a saber: a cristandade, o grande cisma, os precursores da
reforma e o renascimento. Hoje vamos sintetizar o fenômeno histórico que conhecemos
como cristandade. Vejamos, pois os principais aspectos.

I. O poder papal.

O termo “papa” era aplicado originalmente a todos os tipos de oficiais eclesiásticos, no


decorrer da história do cristianismo se tornou uma forte fonte de autoridade a partir do
momento em que a função do bispo passou a ser usada como invólucro da tradição
apostólica. Nas palavras de Inácio (112) os cristãos deviam seguir “o bispo como Jesus Cristo
seguiu o pai”[1]. Nesse contexto, a idéia que predominava, dizia que a verdade estava na
tradição apostólica, objetivada por uma linha de sucessão de bispos que estiveram em
contato com os apóstolos. Essa ligação com os apóstolos virtualmente credenciava o
episcopado como fonte autoritativa de poder espiritual para ensinar a verdade cristã.
Tempos depois Cipriano disse:

“Nosso Senhor, cujos preceitos e exortações nos cumpre observar, estabeleceu o excelso
ministério episcopal e toda ordem de sua igreja quando, no Evangelho, disse a Pedro: “Tu és
Pedro e sobre esta Pedra edificarei minha igreja” etc. (Mt 16.18)… Daí em diante, gerações
sucederam a gerações, bispos a bispos, e o ministério episcopal com toda a ordem
eclesiástica transmitiu-se de tal modo que a igreja está edificada sobre os bispos e todo ato
da igreja é dirigido por estes ministros que a presidem.”[2]

Em outro texto, Cipriano baseado em João 6.67-69, afirmou que “Pedro, sobre quem a igreja
seria construída, fala, como representante desta igreja, para nossa instrução”[3]. Com toda
essa força ideológica em torno da tríade Pedro-Bispo-Roma, progressivamente o primado do
bispo de Roma foi sendo construído e solidificado. Havia os defensores de que esse título
fosse conferido apenas ao bispo de Roma. De acordo com a versão de Inácio, Pedro foi
sucedido por Lino e depois por Anacleto e então por Clemente que escreveu uma epístola
mostrando a liderança do bispo de Roma na orientação dos cristãos. A partir do pontificado
de Leão Magno (440-61) que essa restrição vigorou e depois no século XI, o titulo papa foi
utilizado exclusivamente pelo bispo de Roma. Na questão cristológica da Calcedônia,
Eutiques depois de condenado, apelou para Leão que era naquela ocasião o bispo de Roma,
revelando que o bispo de Roma possuía grande destaque em questões litúrgicas, políticas e
jurídicas. Damaso I (366-384) tentou oferecer uma teoria formal do poder do bispo de Roma
sobre os outros bispos. Foi ele quem comissionou Jerônimo para padronizar a bíblia em latim.
O poder do papa do ponto vista prático e teórico chegou a ser exposto por Gelásio I (492-
496), o sucessor de Leão, que publicou uma teoria onde o papa possuía o poder espiritual
acima do secular sempre que estes entrassem em conflito.

Contudo, papado chegou ao auge com Gregório I (590-604) – O Magno. Ele defendeu Roma
contra o ataque dos lombardos, saneou as finanças e reorganizou as dioceses. Arrebatado
pelo estudo das Escrituras se tornou um dos maiores teólogos da idade média, influenciando
a liturgia, a vida monástica e a metodologia de estudo da bíblia com um método de
exegético que visava encontrar no texto bíblico o seu sentido literal, místico e moral. Deve-se
a ele o “canto gregoriano”. Gregório foi um pregador respeitado e também muito
empenhado na evangelização. Através do empenho dele o cristianismo chegou entre os
anglos saxões e também estabeleceu diálogo com a fé entre os celtas. Gregório era um
homem simples que se intitulava como “servus servorum Dei”. Na descrição de Cairns:

“Gregório foi também um destacado teólogo. Apontado junto com Jerônimo, Ambrosio e
Agostinho como um dos quatro doutores da igreja ocidental, colocou os fundamentos da
teologia que a igreja romana sustentaria na Idade Média até que Tomás de Aquino
formulasse sua Summa. Cria que o homem era um pecador por nascimento e escolha, mas
discordava da doutrina agostiniana ao afirmar que o homem não herdava a culpa de Adão,
mas apenas o pecado, como uma doença a que todos estão sujeitos. Sustentava que a
vontade era livre e que apenas sua bondade fora perdida. Aceitava a predestinação,
limitando-a, porém, aos eleitos. A graça não era irresistível, porque, segundo ele, dependia
da presciência de Deus e, em alguns casos, nos méritos humanos. Defendia a idéia de boas
obras e aceitava a do purgatório (…) Dava a tradição o mesmo papel da bíblia.”[4]

II. A formação da cristandade.

Contudo, desde 622, sob a religião islâmica se alastrou pelo oriente e esse crescimento
abalou o cristianismo oriental em Cartago e Constantinopla, chegando inclusive perto da
França. Além disso, as igrejas e os imperadores em Constantinopla não aceitavam as
prerrogativas do bispo de Roma. Por conta desse cenário o fato é que Roma precisava de um
apoio político para sustentar um ideal de sociedade ao redor da Igreja, e ela procurou esse
apoio na França, onde da linhagem merovíngia e carolíngia, foi construído o maior império
daquele período que estava nas mãos de Carlos Magno.

Na igreja dedicada a são Pedro, no final da missa de natal em 800 d.C, o rei dos franceses
chamado – Carlos – levantou-se para rezar diante do tumulo de Pedro e ao fazê-lo, o então
papa leão III adiantou-se e, segundo as palavras de uma testemunha ocular, “o venerável e
santo pontífice com suas próprias mãos coroou o rei Carlos com uma coroa mui preciosa”.
Então o povo romano levantou-se como um só. Então ecoou um grande brado: “Carolo
Augusto a Deo coronato, magno et pacifico imperiori, vita et Victoria”.[5]

Ali nascia uma nova sociedade a partir da união virtual entre o poder papal e o poder secular.
O resultado dessa união legou para Europa uma espécie de convênio social conhecido como
cristandade, que permanece resistente até hoje, mesmo depois de crises, reformas,
apostasia ainda permanece os elos que sustentam a cristandade. Quando Carlos assumiu o
poder, sua meta era baseada em três pontos: “o poder militar, para esmagar seus inimigos; o
poder religioso para dirigir as almas, e o poder intelectual para instruir tanto a alma como a
mente.”[6] Numa carta para Leão III, Carlos escreveu:

“Nossa missão é a de defender exteriormente a santa Igreja de Cristo em todas as partes


ante a investida dos pagãos e a devastação dos descrentes (islão), com as armas, e a de
fortalecer, interiormente, através do reconhecimento da fé católica; vossa missão é a de
apoiar nossa missão guerreira com as mãos erguidas a Deus, como Moisés, para que o povo
cristão vença em todos os lugares e em todos os tempos sobre os inimigos de seu santo
nome e para que o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo seja louvado em todo o mundo”[7]

Com a cooperação entre Carlos Magno e o papa Leão III foi forjada uma visão onde tudo
estava baseado na fé cristã conforme transmitida pela igreja católica romana e protegida
pelas ações dos governantes seculares.

Conclusão
Portanto os fatores que foram mencionados indicam, antes de tudo, uma ruptura definitiva
de Roma com o oriente, de tal maneira que consagração de Carlos Magno representou a
engenharia do poder do papa em proteger o norte europeu, contendo o alastramento do islã
por meio do poder secular que também teria a missão de salvaguardar a sociedade em torno
dos ensinos da igreja, ou seja, a cristandade.

A cristandade medieval permaneceu como a ideologia mais poderosa nas mãos do papa,
tendo os governantes como seus principais agentes (ainda que de forma tensa) a serviço da
memória da antiga Roma imperial. Nesse novo império o papa exercia grande poder
simbólico, a fim de promover uma sociedade dominada pelos valores católicos romanos.

Na cristandade havia forte convicção de pecado e necessidade de salvação em Cristo. E


através da teologia sacramental de Tomás de Aquino, a igreja institucional se tornou o meio
pelo qual os sacramentos eram distribuídos para infundir nos homem a graça. O fato de
existirem sete sacramentos de certa forma indica a forma como toda vida era orientada pela
fé católica. A idéia era que a salvação se fazia presente na vida do povo através dos
sacramentos e a igreja como administradora dos sacramentos oferecia fundamentos para
toda a vida.

Rev. Francisco Macena da Costa.

[1] NOLL. Mark A. Momentos Decisivos na História do Cristianismo. São Paulo: Cultura
Cristã, 2000, p. 43.

[2] BETTENSON, H. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: ASTE, 1998, p. 133.

[3] Idem.

[4] CAIRNS. Earle E. O Cristianismo através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova, 1995, p.
133,136.

[5] NOLL. Mark A. Momentos Decisivos na História do Cristianismo. São Paulo: Cultura
Cristã, 2000, p. 115.

[6] SHELLEY. Bruce L. História do Cristianismo. São Paulo: Shedd, 2004, p. 198

[7] DREHER. Martin N. A Igreja no mundo Medieval. São Leopoldo: Sinodal, 1994, p.38.

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