Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
RIO DE JANEIRO
2009
1º Ten Al ALINE BATISTA DE CASTRO
PERÍCIA MÉDICA: HÁ NECESSIDADE DE CAPACITAÇÃO
DO MÉDICO AO ENTRAR NO EXÉRCITO BRASILEIRO?
RIO DE JANEIRO
2009
C355p Castro, Aline Batista de
Perícia médica : há necessidade de capacitação do médico ao
entrar no Exército Brasileiro? / Aline Batista de Castro. - Rio de
Janeiro, 2009.
39 f. : il. color. ; 30 cm
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
RIO DE JANEIRO
2009
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEORICO ...................................................................... 11
2.1 PROBLEMA................................................................................................ 11
2.2 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 12
2.3 OBJETIVO................................................................................................. 13
2.4 METODOLOGIA ....................................................................................... 13
2.4.1 Tipo de Pesquisa ..................................................................................... 14
2.4.2 População do universo e amostra.......................................................... 14
2.4.3 Método utilizado para a coleta de dados e para análise....................... 14
3 DISCUSSÃO........................................................................................... 16
4 RESULTADOS........................................................................................... 26
5 CONCLUSÃO............................................................................................ 32
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 33
APÊNDICES............................................................................................... 35
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Art. 147 do CPC: O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2
(dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal
estabelecer.
Art. 436 do CPC: O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a
sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.
Art. 422 do CPC. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi
cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos
são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.
Tais idéias servirão de subsídio para compor uma linha de pensamento que
se mostrará em conformidade com a proposta do presente trabalho.
2.1 PROBLEMA
2.2 JUSTIFICATIVA
2.3 OBJETIVO
2.4 METODOLOGIA
O Código de Ética Médica trata da ética em perícia médica nos artigos 118,
119, 120 e 121. A seguir:
É vedado ao médico:
Art. 118 - Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir
como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e
competência.
Art. 119 - Assinar laudos periciais ou de verificação médico-legal, quando não
o tenha realizado, ou participado pessoalmente do exame.
Art. 120 - Ser perito de paciente seu, de pessoa de sua família ou de qualquer
pessoa com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho.
Parecer do CFM 24/96, de relatoria do conselheiro Léo Meyer Coutinho e
relatoria de vista do conselheiro Claudio B. S. Franzen: EMENTA: O médico não
pode ser perito de paciente para quem presta atendimento como médico-assistente,
mesmo que o faça em entidade pública.
Art. 121 - Intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos
profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do
examinado, reservando suas observações para o relatório.
De acordo com o Art. 8° do Código de Ética Médica, o médico não pode, em
qualquer circunstância ou sob qualquer pretexto, renunciar à sua liberdade
profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam
prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho.
Segundo o livro do CREMEGO, a perícia é factual, baseando-se no exame clínico,
subsidiário, necroscópico ou, excepcionalmente, em registros da história pregressa
do paciente.
O Código de Processo Civil (CPC), nos seus artigos 420 a 439 trata da prova
pericial. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação (artigo 420 do
CPC), realizada por perito, sobre pessoas ou coisas, para verificação de fatos ou
circunstâncias que interessam à lide.
Segundo o Art. 429 do CPC - Para o desempenho de sua função, podem o
perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder
de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas,
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.
Segundo o Art. 342 do Código Penal, constituem falsa perícia: a afirmação contra
verdade, a negação da verdade e o silêncio sobre a verdade.
E pelo Art. 160 do Código Penal, os peritos descreverão minuciosamente o
que examinarem e responderão aos quesitos formulados.
O Conselho Federal de Medicina, através do parecer CFM n° 40/95 sobre a
subordinação hierárquica e autonomia de perito, de relatoria do conselheiro
Léo Meyer Coutinho, define que o médico, na função de perito, pode e deve
obedecer algumas regras básicas, visando evitar nulidades periciais ou o
levantamento de dúvidas quanto à exatidão do laudo. São elas, entre outras que
casos especiais exijam:
1) certificar-se da identidade da pessoa a ser examinada, solicitando sua
cédula de identidade, ou documento equivalente, para conferência;
2) caso a pessoa não possua documento de identidade, o médico deve
registrar, no laudo, dados que permitam confronto ante qualquer dúvida futura, tais
como: sexo, cor da pele, dos olhos, idade aparente, estatura, sinais particulares
congênitos ou adquiridos, etc.;
3) que o exame seja efetuado reservadamente, com privacidade, ou seja,
presentes somente o indivíduo a ser examinado e os peritos, em local adequado,
preferencialmente no consultório médico-legal. Quando menor, seu representante
legal poderá estar presente. Nos processos civis, quando nomeado peritos
assistentes, obviamente estes participarão do ato.
A condição de médico perito implica em dois princípios básicos (CFM):
1) Princípio da veracidade: tanto quanto os demais médicos, os peritos têm
compromisso com a verdade, mesmo quando atuam como assistentes de uma das
partes. Entretanto, tal compromisso não está dirigido para o cliente, como na clínica,
mas para quem o incumbiu da perícia.
2) Princípio da fidelidade profissional: diferentemente da clínica, quando a
fidelidade ou lealdade prioritária se dirige para o paciente, na perícia o dever de
lealdade profissional dirige-se para o interesse da sociedade.
Sobre o sigilo médico, o Médico perito deverá manter sigilo quanto às
informações confidenciais que tiver conhecimento no desempenho de suas funções,
também em empresas públicas ou privadas, exceto no caso em que seu silêncio
prejudique ou ponha em risco a saúde do trabalhador ou da comunidade (Art. 11
CEM).
Sobre o segredo médico, é vedado ao médico perito :
Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício da profissão,
salvo por justa causa, dever legal ou autorização expressa do paciente (Art. 102
CEM).
Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de
trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresa ou instituição,
salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade. (Art.
105 CEM).
É vedado ao médico perito :
Deixar de orientar seus auxiliares e de zelar para que respeitem o segredo
profissional a que estão obrigados por lei. (Art. 107 CEM)
Facilitar o manuseio ou conhecimento dos prontuários, papeletas, etc., sujeitas ao
segredo profissional, por pessoas não obrigadas ao mesmo compromisso, (Art. 108
CEM).
De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Goiás, a Perícia Médica
é classificada em tipos, expostos a seguir:
1) Administrativa: exame médico-pericial realizado no servidor público, regido
por estatuto ou regimento próprio, contribuinte de órgão previdenciário também
próprio, de uma unidade administrativa, seja federal, estadual ou municipal.
Portanto, destina-se ao servidor público civil e militar, os quais são avaliados quanto
à capacidade laboral, mediante exame pericial pelo órgão competente. Atua como
ferramenta imprescindível para o equilíbrio social e financeiro das instituições.
2) Previdenciária: finalidade precípua a emissão de parecer técnico
conclusivo, quando da avaliação da incapacidade laborativa, em face de situações
previstas em lei; faz análises sobre o requerimento dos benefícios referentes à
aposentadoria especial, do enquadramento do Benefício de Prestação
Continuada/Lei Orgânica de Assistência Social e dos portadores da síndrome de
talidomida; assessora as Procuradorias e Juntas de Recurso, com acompanhamento
de processos judiciais, emitindo parecer técnico em juízo, quando convocado ou
indicado como assistente técnico do INSS; homologa as concessões do auxílio-
acidente, aposentadoria por invalidez e o acréscimo de 25%; avalia o dependente
maior inválido, bem como delega competências de acordo com os atos vigentes;
trabalha em conjunto com a fiscalização na identificação da presença de agentes
nocivos nos ambientes de trabalho e estabelece nexo causal entre as doenças do
trabalho, atua como um dos setores mais importantes da Seguridade Social. Cumpre
ressaltar que o reconhecimento dos benefícios por incapacidade é atribuição
exclusiva dos médicos-peritos (GONZAGA, 2004).
3) Judicial ou Forense é o meio de prova realizada por profissional da
Medicina legalmente habilitado visando a informar e esclarecer alguma autoridade
sobre fato próprio de sua especificidade funcional, no interesse da justiça e da
administração. As perícias forenses têm o objetivo de instruir ações judiciais em
curso que requerem a produção da prova pericial médica.
4) Médico-Legal é um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem
como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça, ou um ato pelo
qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou
não de certos acontecimentos capazes de interferir na decisão de uma questão
judiciária ligada à vida ou à saúde do homem (FRANÇA, 1977)
5) Securitária: procedimento técnico diretamente ligado à Medicina de
Seguros e ao ramo de seguro de pessoas. Faz avaliação de doenças pré-existentes,
valoração de danos para indenização e avaliações excludentes de pagamento
(suicídio/acidente). Os peritos desta área podem atuar como assistentes técnicos em
ações judiciais.
O resultado da perícia é um laudo, quando se trata de perícia judicial, médico-
legal ou para seguradora, ou um parecer, quando se trata de perícia previdenciária e
administrativa.
No caso da perícia ser feita por junta médica, de acordo com o parecer nº
34/2002 do CFM, de relatoria da Conselheira Eliane de Souza, o profissional
componente da junta é, primeiramente, médico, e secundariamente especialista
nessa ou naquela área, e avalia o homem em seu todo. Para isso tem competência
técnica e legal. Assim estabelece a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957.
É evidente que seria impossível contemplar todas as especialidades médicas
na composição da junta, por isso, uma junta médica oficial pode solicitar pareceres
de médicos especialistas para esclarecer diagnóstico e fundamentar o laudo
conclusivo, conforme o Parecer CFM nº 15/95.
A Lei 8112/90, Laudo de Junta Médica, no seu Art. 205, determina que o
atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da
doença, salvo quando tratar-se de lesões produzidas por acidente em serviço,
doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no Art.186 §1º.
4. RESULTADOS
13,40%
33,30%
31,20%
Gráfico 1 – Distribuição dos médicos, com mais que 10 acertos no questionário, por tempo de
formado.
33,89%
66,11%
Gráfico 2 – Distribuição dos médicos pela origem: meio civil ou militar ao entrar no CFO.
60
50
40
30 sente-sepreparado
nãosesentepreparado
20
10
0
comaulana semaulana
faculdade faculdade
Gráfico 3 – Distribuição dos médicos que se sentem preparados para atuar como peritos em relação à
formação na faculdade.
Com relação à perícia médica ser ato médico, 37,3% concordam fortemente
com a afirmativa, 45,8% concordam, 13,6% concordam levemente e 3,4%
discordam.
Com relação à perícia médica ser uma especialidade médica, somente 10,2%
discordaram da afirmativa, todo o restante (89,8%) concordou em algum grau com a
afirmativa incorreta.
10,2%
27,1%
18,6%
44,1%
ConcordoFortem
ente Concordo ConcordoLevem
ente Discordo
Gráfico 4 – Distribuição dos médicos que concordam ou discordam que perícia médica é uma
especialidade da medicina.
Com relação às Escolas Médicas, afirmado que, em geral, formam o médico
para atuar como perito, 86,4% discordaram, 10,2% concordaram levemente e 3,4%
concordaram. Fazendo-se o cruzamento desses dados com os médicos que já
foram peritos militares e aqueles que tiveram o tema Perícia Médica como disciplina
na faculdade, obtiveram-se os resultados demonstrados no gráfico abaixo.
Total %
6,8%
23,7% Concordo
ConcordoLevem
ente
69,5% Discordo
Gráfico 6 – Distribuição dos médicos que concordam ou não que todo médico está preparado para
atuar em JISG.
To
tal%
8
,5% Co
nco
rdoForte
m e
nte
1
0,2
% 2
7,1
%
Co
nco
rdo
Co
nco
rdoLeveme
nte
5
4,2
% Discord
o
Gráfico 7 – Distribuição dos médicos que concordam ou não que o perito discorde do médico
assistencialista
Total %
3,4% 5,1%
Concordo
ConcordoLevemente
Discordo
91,5%
Total
0 18,6%
16,9%
0
0 13,6%
0 11,9%
0 10,2%
0
0 5,1% 5,1% 5,1%
0 3,4%3,4% 3,4%
0 1,7% 1,7%
0 0
0
s
o
rt
10
11
12
13
14
2
9
ce
A
de
ro
e
m
Total
ú
N
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Manual de perícia médica / Eugênio Cesar Fonteles Cabral, Coordenador ... [et al.]. --
Brasília : Ministério da Saúde, 1997.p.ISBN1. Perícia médica. I. Cabral, Eugênio Cesar
Fonteles. II. Brasil. Ministério da Saúde.
Por ser médico do Exército Brasileiro, o Sr. está sendo convidado, como
voluntário, a participar da pesquisa sobre Perícia Médica: a visão do médico perito
não assistencialista. Esta é uma investigação que está sendo desenvolvida na
Escola de Saúde do Exército, pela 1º Tenente Aluna Aline Batista de Castro, médica
ginecologista e obstetra, do Curso de Formação de Oficiais, 2009.
O Sr. não é obrigado a participar dessa pesquisa. É importante que antes de
decidir por participar ou não, leia todo este documento.
Vem crescendo o número de perícias médicas, tanto na esfera civil quanto
militar. Sabidamente, as Escolas Tradicionais de Medicina não preparam seus
alunos para a atuação na área Perícia Médica. Essa formação vem com as vivências
diárias, acumulando conhecimentos da Medicina e do Direito.
O objetivo desta pesquisa é conhecer melhor o perfil do médico que entra na
Escola de Formação de Oficiais com relação ao tema Perícia Médica.
Para isso, sua contribuição é fundamental neste primeiro projeto de pesquisa
com médicos no Exército. Os resultados da pesquisa servirão de alicerce a futuros
projetos que venham agregar conhecimento a nós médicos no exercício da nossa
profissão dentro do Exército Brasileiro.
Juntamente com este documento, segue um breve questionário sobre alguns
aspectos relacionados à sua vida profissional.
___________________________________________________________________
Nome do participante, Assinatura e Data
___________________________________________________________________
ALINE BATISTA DE CASTRO 13/04/2009
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO
Informações pessoais:
Você é médico? ( ) Sim ( ) Não Ano de Formatura:
Na sua faculdade, Perícia Médica fazia parte da grade curricular? ( ) Sim ( ) Não
Você se sente preparado para atuar como médico perito? ( ) Sim ( ) Não
5. Todo médico, pela formação que traz do meio civil, está preparado para integrar
uma Junta de Inspeção de Saúde no Exército.
8. O médico assistencialista deve acreditar no seu paciente e ser gracioso e não raro
paternalista para com ele.
11. A perícia médica tem como objetivos: comprovar o dano, estabelecer o nexo
causal e especificar a incapacidade ou seqüela, se houver.
12. O médico perito deve sempre acreditar nas informações prestadas pelo
periciando.
13. O médico pode ser perito de paciente seu, de pessoa da família ou de outra
pessoa com a qual tem relações capazes de influir no seu trabalho, não havendo
nada que restrinja sua atuação.
15. O periciando tem direito a escolher o médico que realizará sua perícia .
__________________________________
ALINE BATISTA DE CASTRO - 1º Ten
Aluna do CFO 2009