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I - Conceitos Elementares
Questão 1
Comecemos por explicitar o que se entende por bem económico: um bem
económico é qualquer coisa ou serviço que satisfaz uma necessidade e que existe em
quantidades limitadas.
Para que um bem seja considerado como bem económico tem que satisfazer
em simultâneo as duas condições anteriores: satisfazer necessidades e existir em
quantidades limitadas.
Os bens e serviços produzidos são escassos face à natureza ilimitada das
necessidades humanas. Ou seja, os bens e serviços são produzidos com a utilização de
factores de produção que existem em quantidades limitadas. Por outro lado, destinam-
se a satisfazer necessidades virtualmente ilimitadas. Assim, recursos limitados e
necessidades ilimitadas em conjunto conferem a característica de escassez aos bens
económicos.
Questão 2
O problema da escassez existe porque os recursos de uma economia são
limitados face à natureza ilimitada das necessidades humanas. Esta é então uma
característica de todas as economias independentemente do seu nível de
desenvolvimento.
O que distingue os dois tipos de economias é o tipo de bens relativamente aos
quais mais se faz sentir o problema da escassez.
Assim, nos países menos desenvolvidos são escassos os bens de primeira
necessidade, ou seja, para a maioria da população as necessidades básicas como a
alimentação, o vestuário, habitação, não estão em geral satisfeitas. Já nos países mais
desenvolvidos os bens escassos são os chamados bens de luxo (que não satisfazem
necessidades básicas), ou seja, para a maioria da população as necessidades básicas
estão satisfeitas, mas não necessidades secundárias, como ter um carro, fazer férias no
estrangeiro, ir ao teatro, ler um livro.
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (2006/2007)
Exercícios sobre I – Conceitos Elementares: O Problema da Escassez e da Escolha
Questão 3
3.1. Uma vez que com recursos escassos não é possível satisfazer todas as
necessidades humanas é necessário fazer opções em termos dos bens que se quer
produzir e qual a quantidade desses bens que se vai produzir.
Estas opções determinam também a quantidade de recursos a utilizar na
produção de cada tipo de bem. Cada combinação de bens a produzir corresponde à
utilização de diferentes quantidades de recursos nas respectivas produções, pelo que
este problema é também conhecido por problema da afectação de recursos.
Mas a opção entre diferentes combinações de produção só faz sentido se os
recursos disponíveis puderem ser utilizadas na produção de mais do que bem, ou seja
se tiverem usos alternativos.
3.2. Se cada input ao dispor de uma economia só puder ser utilizado na produção de
um bem deixa de se colocar o problema de “O que produzir e em que quantidades?”.
Neste caso diz-se que os inputs são específicos por oposição aos inputs com usos
alternativos. Não há neste caso opções a fazer. Os bens a produzir e respectivas
quantidades são determinados pelo tipo de utilização que se pode fazer desses inputs
específicos, ou seja, há apenas uma combinação de produção pois os recursos não
podem ser transferidos de uma produção para outra.
Questão 4
A questão de como produzir ou quais os métodos ou técnicas de produção que
devem ser escolhidos para a produção de cada bem coloca-se porque existem em geral
diferentes métodos de produção (ou técnicas de produção) para a obtenção de cada
bem. Os diferentes métodos de produção podem ser classificados de acordo com a
maior ou menor quantidade de trabalho que utilizam relativamente ao capital.
Questão 5
“Para quem produzir?” ou repartição de rendimentos é um dos problemas
económicos fundamentais e trata-se da questão da repartição da produção entre os
indivíduos da sociedade. Neste caso procura-se saber porque é que, por exemplo, em
alguns países 10% da população se apropria de 80% do rendimento gerado pela
produção.
Questão 6
“Quando produzir?” ou problema da escolha intertemporal do consumo
prende-se com as opções de produção em termos de bens de consumo (que satisfazem
directamente necessidades) e bens de investimento (utilizados na produção de outros
bens).
Se no presente uma economia optar pela produção de uma quantidade
relativamente maior de bens do consumo então a economia está a privilegiar o
consumo presente.
Se no presente uma economia optar pela produção de uma quantidade
relativamente maior de bens de investimento então a economia está a privilegiar o
consumo futuro (e a sacrificar o consumo presente). Não satisfaz imediatamente as
suas necessidades mas abre a possibilidade de no futuro consumir mais pois os bens
de investimento produzidos no presente vão aumentar o stock de capital da economia,
ou seja, vão aumentar a disponibilidade de recursos.
Questão 7
A fronteira de possibilidades de produção (FPP) dá-nos as combinações
máximas de produção que podem ser obtidas por uma economia dados os
conhecimento tecnológicos e a quantidade de factores de produção disponíveis.
Estamos assim a supor pleno emprego dos factores e conhecimento
tecnológico constante.
Questão 8
Com esta questão pretende-se ilustrar através da FPP possíveis respostas às
questões fundamentais colocadas pela ciência económica resultantes do problema da
escassez e da escolha.
8.1. Para representar graficamente a FPP temos que saber que pares de bens são
produzidos. Nos eixos do gráfico representam-se então as quantidades físicas
produzidas de cada bem. É indiferente a escolha dos eixos para cada bem.
Neste caso os bens produzidos são máquinas, medidas por exemplo em unidades,
e comida, medida por exemplo em toneladas.
( H1 ) ( H2 )
Máquinas
Comida
Comida Máquinas
8.2. Cada ponto da FPP representa uma combinação de produção possível face aos
recursos e tecnologia disponíveis na economia. Ou seja, cada ponto da FPP constitui
uma resposta possível ao problema de "O que produzir e em que quantidades?".
Máquinas
D
200
A
180
70 C B
O problema da escassez está aqui patente uma vez que não é possível produzir
combinações de produção que estão no exterior da FPP (por exemplo D) e, sendo a
FPP uma curva com inclinação negativa e representando as combinações máximas de
produção, então o aumento da produção de um bem implica uma diminuição da
produção do outro.
Se a sociedade optasse em primeiro lugar pelo ponto A e depois decidisse pelo
ponto B, ao aumentar a quantidade produzida de comida tem que diminuir quantidade
produzida de máquinas pois estando sobre a fronteira já estava a utilizar plenamente
os recursos. Para produzir mais comida tem que retirar recursos à produção de
máquinas de onde resulta uma diminuição da mesma.
8.4. Poderíamos também ilustrar o problema de "Quando produzir?" através desta FPP
já que as máquinas são bens de investimento e a comida bens de consumo.
Assim, a escolha de uma combinação de produção como A equivale a
privilegiar o consumo futuro pois produz-se uma quantidade relativamente maior de
máquinas (bens de investimento).
Ao contrário, a escolha de uma combinação como a B corresponde a
privilegiar o consumo presente pois produz-se uma quantidade relativamente maior de
comida (bens de consumo).
Questão 9
Ao compararmos as possibilidades de produção de países ricos e de países
pobres no que respeita à produção de bens de primeira necessidade e de bens de luxo
temos que comparar dois aspectos, as FPP respectivas e as combinações escolhidas.
Bens de
luxo
País pobre
País rico
Bens de 1ª necessidade
Questão 10
Deslocamentos da FPP para o exterior equivalem a alterações das quantidades
máximas que é possível produzir numa economia.
Isto só vai ser possível se se verificar:
- um aumento da disponibilidade de factores de produção;
- avanços tecnológicos (técnicas de produção mais eficientes).
Questão 11
Para ilustrar os deslocamentos da FPP na sequência da alteração de um dos
factores referidos na questão anterior é conveniente raciocinarmos com base nos
pontos de intersecção da FPP com os eixos. Assim, o ponto de intersecção com o eixo
das ordenadas corresponde à utilização da totalidade dos recursos na produção do bem
A e o ponto de intersecção com o eixo das abcissas à utilização da totalidade dos
recursos na produção do bem B.
Bem A
Bem B
Bem A
Bem B
Bem A
Bem B
Máquinas
C (data 3)
180
120 B(data2)
A(data 1)
50
Na data 3 o país X situa-se então numa nova FPP exterior à inicial porque
dispõe de mais recursos (mais capital). Além disso, pode situar-se numa combinação
que corresponde a uma maior produção de ambos os bens (1500 toneladas de
alimentos e 180 máquinas), mais do que poderia produzir nas datas 1 e 2 mesmo se
utilizasse a totalidade dos seus recursos numa das produções.
O país Y permanece na FPP inicial e na mesma combinação.
Questão 12
12.1. Lei dos rendimentos decrescentes: utilizando a produção pelos menos um factor
fixo, a partir de determinado nível de utilização do factor variável, a acréscimos
sucessivos e iguais deste último, estarão associados acréscimos cada vez menores da
produção.
É condição necessária para a verificação desta lei que pelo menos um dos
factores de produção esteja fixo.
180
160
140
120
Produção B
100
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Produção A
Questão 13
Custo de oportunidade: custo de uma dada escolha medido em termos da
melhor alternativa a que se teve que prescindir.
Em termos da FPP corresponde a medir o custo do aumento da produção de
um bem em termos da produção do outro bem a que se tem que renunciar.
Consideremos novamente a nossa economia que produz apenas máquinas e
comida e o seguinte exemplo.
Fronteira de Possibilidades de Produção
11 A
10
9 B
8
7 C
comida
6
5
4 D
3
2
1 E
0
0 1 2 3 4 5
máquinas
Questão 14
A FPP é uma curva decrescente porque os recursos são escassos. Para
produzir mais de um bem têm que se retirar recursos à produção do outro, logo
diminui a respectiva quantidade produzida. A inclinação da FPP está então
directamente relacionada com o conceito de custo de oportunidade.
Mas a pergunta não diz respeito à inclinação da curva e sim à sua forma
côncava. A FFP é uma curva côncava devido à lei dos custos de oportunidade
crescentes, ou seja, devido ao comportamento dos custos de oportunidade à medida
que se aumenta a produção de um bem. À medida que a produção de máquinas
aumenta, os custos de oportunidade de acréscimos adicionais são cada vez maiores.
Consideremos o seguinte exemplo. Uma economia produz apenas comida e
máquinas, pertencendo as seguintes combinações de produção à sua FPP:
Combinação Máquinas Comida Custo Oportunidade
+1 unidade de máquinas
A 0 10
B 1 9 1 unidade de comida
C 2 7 2 unidades de comida
D 3 4 3 unidades de comida
E 4 0 4 unidades de comida
Cada nova unidade de máquinas produzida obriga a renunciar a uma
quantidade cada vez maior de comida, ou seja, os custos de oportunidade são
crescentes.
Se representarmos graficamente esta FPP verificamos que é côncava e
podemos identificar, por intermédio de segmentos de recta, os custos de oportunidade
de cada nova unidade de máquinas.
Fronteira de Possibilidades de Produção
11
10 A
9 B
8
7 C
comida
6
5
4 D
3
2
1
0 E
0 1 2 3 4 5
máquinas
Questão 15
A lei dos custos relativos crescentes relaciona o custo de produção de um bem
com a produção do outro bem a que se renuncia.
Lei dos custos crescentes: à medida que se aumenta a produção de um bem, o custo de
produção de quantidades adicionais desse bem aumenta em termos da produção do
outro bem a que se renuncia.
Esta lei, como analisado na questão 14, tem a sua expressão gráfica na forma
côncava da FPP.
Questão 16
A lei dos rendimentos decrescentes mede o custo da produção adicional de um
bem em termos do input adicional necessário para obter essa produção.
A lei dos custos crescentes mede o custo de produção de um bem em termos
da produção alternativa a que se renuncia.
A lei dos rendimentos decrescentes é uma das causas dos custos relativos
crescentes. Se a mesma quantidade adicional do factor variável permite obter
acréscimos cada vez menores de produção então, cada nova unidade produzida de um
bem exige a utilização de uma quantidade cada vez maior do factor. Ora este factor é
retirado à produção do outro bem, logo os decréscimos da sua produção serão cada
vez maiores.
Consideremos o exemplo que temos vindo a seguir.
Lei dos rendimentos decrescentes
Acréscimos iguais Acréscimos decrescentes
=>
do factor variável da produção de Máquinas