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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE ARQUIVOLOGIA
CURSO DE ARQUIVOLOGIA

ANDERSON GOMES BARBOSA


RAISANDER PEREIRA DA SILVA

ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS: ANÁLISE DOCUMENTAL E


DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA

VITÓRIA
2010
ANDERSON GOMES BARBOSA
RAISANDER PEREIRA DA SILVA

ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS: ANÁLISE DOCUMENTAL E


DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Departamento de Arquivologia do Centro de Ciências
Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do
Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção
do grau de Bacharel em Arquivologia.
Orientador: Prof. André Malverdes.

VITÓRIA
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE ARQUIVOLOGIA
CURSO DE ARQUIVOLOGIA

ANDERSON GOMES BARBOSA


RAISANDER PEREIRA DA SILVA

ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS: ANÁLISE DOCUMENTAL E


DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA

Aprovada sem restrições

Vitória, 30 de junho de 2010.

COMISSÃO EXAMINADORA:

_____________________________________
Prof. André Malverdes
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador

_____________________________________
Prof. Luiz Carlos da Silva
Universidade Federal do Espírito Santo
Membro

______________________________________
Prof.ª Solange Machado de Souza
Universidade Federal do Espírito Santo
Membro
Aos pais, Maria José e Ladir; a irmã Andreia; a esposa

Sirlene; as filhas Andressa e Jéssica; e aos amigos que me

apoiaram e motivaram a superar as dificuldades da jornada

acadêmica e alcançar o objetivo final, dedico o presente

trabalho.

Anderson Gomes Barbosa

Dedico este trabalho primeiramente a Deus e em especial

aos meus pais, Maria Aparecida e Ronaldo, pelo incentivo e

apoio; ao irmão Rayeslei, pela cooperação; a namorada Karen,

por compreender minha ausência; e aos amigos que me

apoiaram e me motivaram a prosseguir em busca deste alvo.

Raisander Pereira da Silva


Agradecemos a todos que contribuiram para a realização
deste trabalho e, em especial:
Ao professor e orientador André Malverdes, pela orientação
no trabalho de conclusão de curso e pela sua importante
participação em nossa caminhada acadêmica;
Ao professor Luiz Carlos da Silva, que aceitou o convite para
compor a banca examinadora e também contribuiu para o
nosso aprendizado ministrando disciplinas;
A professora Solange Machado de Souza, que aceitou o
convite para compor a banca examinadora e ministrou a
disciplina Pré-projeto de TCC, muito importante para a
elaboração deste trabalho;
A Srª Giovanna Valfré, coordenadora e bibliotecária do
Centro de Documentação e Informação da Arquidiocese de
Vitória, que muito nos ajudou na realização de trabalhos
acadêmicos e propôs o tema deste trabalho;
Aos pais, familiares e amigos que sempre estiveram juntos
nos bons e maus momentos nos motivando durante o período
acadêmico; e
A Deus, que esteve sempre presente em nossas vidas,
guiando nossos caminhos e pensamentos.
“A gênese e a história dos documentos fotográficos, assim como
os fragmentos do mundo visível passado que esses mesmos
documentos preservam congelados, requerem, para sua devida
compreensão, uma ampla gama de informações advindas de
diferentes áreas do conhecimento”.
Boris Kossoy
RESUMO

Aborda a fotografia como documento a ser tratado tecnicamente em arquivos permanentes, através
da aplicação dos métodos de análises iconográficas e interpretações iconológicas, com a finalidade
de compreender o significado da informação imagética e representá-la de forma consistente. Trata-se
de uma pesquisa descritiva que faz uma reflexão sobre o referencial teórico levantado para analisar
as contribuições científicas sobre a leitura de imagens fotográficas, que possibilita a extração de
unidades de indexação (descritores ou palavras-chaves) e, conseqüentemente, a elaboração de
resumos e a descrição documental. A fotografia reúne informações que geram interpretações
múltiplas conforme o nível cultural, experiências empíricas e preconceitos que cada observador
projeta de si e de seu entorno sociocultural. Sendo assim, observa-se que o levantamento do
conteúdo informacional registrado na imagem fotográfica é uma atividade relevante, pois permite
contextualizar o assunto em um determinado espaço e tempo auxiliando a leitura do usuário, e para
que isto ocorra efetivamente, verifica-se a necessidade de aplicar regras e métodos específicos.
Propõe a adoção dos métodos de análise documentária de fotografias, adaptando-os às normas
gerais de descrição arquivística, para fomentar a elaboração de instrumentos de pesquisa em
arquivos permanentes que contenham acervos fotográficos, visando garantir o acesso e a difusão das
informações imagéticas.

Palavras-chaves: Fotografia - análise documental. Imagem fotográfica - leitura e


representação temática. Descrição arquivística – normas e instrumentos de
pesquisa.
ABSTRACT

It approaches photography as a document to be treated technically in permanent files through the


application of methods of analysis and iconographic interpretations iconological, in order to
understand the meaning of imagery information and represent it consistently. This is a descriptive
research that reflects on the theoretical framework to analyze the contributions raised about the
scientific reading of photographic images, which allows the extraction of indexing units (descriptors or
keywords) and, consequently, the development of summary and description of documents. The photo
brings together information that generate multiple interpretations depending on the cultural level,
empirical experiences and prejudices that each observer designs for themselves and their
sociocultural environment. Therefore, it is observed that the lifting of the information content recorded
on the photographic image is an important activity because it enables to contextualize the subject in a
given space and time helping the user to read, and for this to happen effectively, there is a need to
apply rules and specific methods. Proposes the adoption of methods of analysis of documentary
photographs, adapting them to the general rules for archival description, to encourage the
development of research instruments in permanent files containing photographic collections, aiming to
ensure access and dissemination of imagery.

Keywords: Photography - document analysis. Photo - reading and thematic


representation. Archival description – standards and research tools.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

2 ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS .......................................................................... 12

3 DOCUMENTO FOTOGRÁFICO COMO FONTE DE INFORMAÇÃO ............... 13

3.1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS E EVOLUÇÃO ............................................ 13

3.2 FOTOGRAFIA COMO FONTE E OBJETO DE PESQUISA ........................ 16

3.3 FOTOGRAFIA COMO DOCUMENTO ......................................................... 17

4 ANÁLISE DOCUMENTÁRIA DE FOTOGRAFIAS ............................................ 20

4.1 ANÁLISE ICONOGRÁFICA E INTERPRETAÇÃO ICONOLÓGICA ............ 21

4.2 LEITURA E REPRESENTAÇÃO IMAGÉTICA ............................................. 24

5 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO IMAGÉTICA .......................................... 29

5.1 INDEXAÇÃO E ELABORAÇÃO DE RESUMOS .......................................... 29

5.2 DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ...................................................................... 30

5.3 NORMAS DE DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ............................................... 32

5.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ............................................................... 36

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 38

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 40
9

1 INTRODUÇÃO

A fotografia é o registro de um momento único da realidade, mas não é espelho fiel


dos fatos, pois, descontextualizada permite interpretações com sentidos diferentes e
até opostos ao momento histórico em que a imagem fotográfica foi gerada. Trata-se,
portanto da informação imagética representando um fragmento do real, registrada
em um suporte papel (fotografia analógica) ou digital (fotografia digital). É fonte de
informação e sua comunicação se realiza através de mensagens não verbais, cujo
signo constitutivo é a imagem. Desperta emoções e promove o resgate da memória.
Também se apresenta como fonte e objeto de pesquisa, meio de comunicação e
expressão das atividades humanas. Devido ao seu conteúdo histórico e valor
informacional, passa a integrar acervos fotográficos de arquivos, geralmente
permanentes, despertando interesses e exercendo a função social de difusão da
informação e do conhecimento.

O contexto geral da pesquisa aborda a análise documental e a descrição arquivística


de fotografias, dando ênfase à compreensão do significado imagético e sua
representação temática transposta para o gênero textual, com a finalidade de
difusão e acesso do conteúdo informacional.

A compreensão da fotografia como uma forma de representação temática gera


inúmeras possibilidades de interpretações associadas à construção da imagem. O
fotógrafo aplica técnicas fotográficas para expressar ou manipular o sentido da
imagem e provocar uma determinada interpretação no receptor. Cada usuário da
informação imagética pode interpretá-la de forma distinta, considerando o peculiar
repertório cultural e preconceitos individuais. Já o profissional da informação deve
promover intensa investigação para inferir significados consistentes da imagem,
auxiliando a leitura do usuário. Verifica-se que o levantamento do conteúdo
informacional registrado na imagem fotográfica é uma atividade relevante, pois,
possibilita a extração de unidades de indexação e, conseqüentemente, a elaboração
de resumos e a descrição documental, mas para que isto ocorra efetivamente,
necessita da aplicação de regras e métodos específicos.

O tratamento documental de fotografias, no que se refere à tradução da informação


imagética para a textual, é uma atividade complexa e requer a aplicação de técnicas
e procedimentos arquivísticos, por parte do profissional da informação, para análise
consistente, fato que remete a um questionamento: considerando a polissemia da
10

imagem e a efetiva recuperação da informação, como extrair significados


consistentes e transpor informações do imagético para o textual?

A função básica de uma unidade de arquivo é tornar disponíveis as informações


contidas em seu acervo. Evidencia-se que o acesso e a difusão dos documentos de
arquivos permanentes se façam através de instrumentos de pesquisa que resultam
da descrição documental cuja elaboração é baseada em normas gerais de descrição
arquivística. Caso possuam fotografias em seu acervo, recomenda-se a adaptação
destas normas às particularidades do gênero documental, possibilitando, assim, a
representação consistente da imagem sob a forma textual. Diante ao exposto surge
uma hipótese: Será que a análise documentária de fotografias é um método
adequado de leitura imagética capaz de identificar termos que representem o
contexto da imagem?

O objetivo principal da pesquisa é analisar e estabelecer um método eficaz para


análise documental e descrição arquivística de acervos fotográficos em arquivos
permanentes. Especificamente, busca-se compreender o significado da informação
registrada na imagem fotográfica e representá-la de forma consistente, visando
facilitar o acesso e a difusão da informação imagética; enfatizar a utilização de
métodos de análises iconográficas e interpretações iconológicas; analisar o
processo de identificação de descritores ou palavras-chaves para a indexação e,
finalmente, verificar e indicar o instrumento de pesquisa adequado para descrição de
fotografias.

Realizamos uma pesquisa bibliográfica e utilizamos a dedução como forma de


abordagem, visando analisar as contribuições científicas sobre a leitura de imagens
fotográficas, a extração de unidades de indexação e, conseqüentemente, a
elaboração de resumos e a descrição documental (CERVO, BERVIAN e SILVA,
2007).

A construção metodológica da pesquisa foi realizada em três etapas: a primeira foi


um levantamento bibliográfico significativo, porém, não exaustivo, devido à ampla
gama de publicações editadas sobre o tema e a literatura reunida se concentra
basicamente em informações impressas e eletrônicas, publicadas em livros, teses,
artigos, leis e normas técnicas, no período entre 1993 e 2008, abrangendo quatro
grupos de assuntos: indexação, descrição documental, Leitura de imagem
fotográfica e análise documentária de fotografias; a segunda foi a pesquisa
11

bibliográfica na qual realizamos uma investigação sobre a literatura selecionada para


fundamentação teórica sobre a leitura de imagens fotográficas e a representação de
seu conteúdo informacional sob a forma textual e, finalmente, a terceira foi a
fundamentação teórica que traz ao centro das observações nomes como os de Boris
Kossoy, Miriam Paula Manini, Johanna W. Smit, Cássia Denise Gonçalves, Heloísa
Liberalli Bellotto, Marilena Leite Paes, Viviane Tessitore, Jean-Yves Rousseau, Ana
Celeste Indolfo, Vera Regina Casari Boccato, Mariângela Spotti Lopes Fujita, André
Porto Ancona Lopez, além de publicações técnicas, leis e normas
regulamentadoras.

A fundamentação teórica aborda idéias desenvolvidas por Shatford, Panofski e Bléry


(apud SMIT, 2005) sobre os níveis de descrição da imagem. Sobre fotografia,
iconografia e iconologia, destaca-se o profundo conhecimento de Kossoy (2001).
Com relação à análise documentária de fotografias, enfatiza-se a leitura e a
elaboração de representações documentárias de imagens fotográficas, sobre as
quais se destacam as contribuições de Manini (2002 e 2008), Smit (1996 e 2005),
Kossoy (2001), além de Boccatto e Fujita (2006). Sobre as atividades e ferramentas
arquivísticas, quais sejam: indexação, elaboração de resumos e descrição
documental, normas gerais de descrição e instrumentos de pesquisa, são relevantes
as contribuições de Bellotto (2007), Paes (2004), Lopez (2006), Manini (2002) e
Boccatto e Fujita (2006), além da Norma Geral Internacional de Descrição
Arquivística - ISAD (G) e da Norma Brasileira de Descrição Arquivística - NOBRADE.

A pesquisa é dividida em sete partes: a primeira é a introdução que contextualiza o


tema em estudo, apresentando: a justificativa, o problema, a hipótese, os objetivos,
a metodologia adotada, a técnica de pesquisa, o referencial teórico e a delimitação
do tema; a segunda conceitua e classifica os arquivos e, em especial, os
fotográficos; a terceira aborda a fotografia como documento de arquivo e como fonte
de informação; a quarta faz uma reflexão sobre a análise documentária de fotografia,
que é o tema central; a quinta abarca sobre as atividades arquivísticas de
indexação, elaboração de resumos e descrição, contemplando, também, as normas
gerais de descrição arquivística e os instrumentos de pesquisa; a sexta discorre
sobre as considerações finais que faz uma recapitulação sistemática sobre os
principais assuntos e manifesta-se o ponto de vista dos autores sobre a pesquisa e,
finalmente, a sétima elenca as referências teóricas que embasam o estudo.
12

2 ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS

Ao registrar uma informação em um suporte, origina-se um documento. Com o


advento da escrita, o volume de documentos produzidos aumentou e surgiu a
necessidade de organizar esta massa documental visando a preservação e a
recuperação da informação. A partir de então surgiram os primeiros arquivos.

Conforme o art. 2º da Lei 8.159 de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política
nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências:

Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos


produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e
entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas,
bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a
natureza dos documentos.

Já o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005, p. 27, grifo do autor),


estabelece quatro possíveis significados para conceituar a palavra arquivo:

1 Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade


coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas
atividades, independentemente da natureza do suporte.
2 Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o
processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos.
3 Instalações onde funcionam arquivos.
4 Móvel destinado à guarda de documentos.

A classificação dos arquivos quanto à natureza dos seus documentos estabelece


dois tipos:

• Arquivos especiais: são os que tem sob sua guarda documentos não
textuais (iconográficos, cartográficos, audiovisuais, etc.) ou de suportes
específicos (CD, DVD, microfilme, dentre outros) e

• Arquivos especializados: são aqueles que guardam documentos de


determinado assunto específico, independente de sua forma física (arquivos
médicos, arquivos eclesiásticos, arquivos jurídicos, etc.).

Analisando as argumentações, consideramos arquivos fotográficos como sendo


aqueles especiais quanto à sua natureza, de caráter público ou privado, que
produzem ou recebem documentos fotográficos em decorrência do exercício de
suas atividades, independentemente da natureza do suporte.

Segundo Smit e Gonçalves (2005, p. 18, grifo do autor), podem ocorrer duas
situações nos arquivos fotográficos:
13

▪ Arquivos vinculados a instituições essencialmente produtoras de imagens


(arquivos de órgãos de comunicação de massa ou de assessorias de
imprensa, por exemplo). Neste caso o arquivo de imagens reflete e
comprova a produção da instituição, pois as fotografias são produzidas na
consecução das atividades normais da instituição. Este arquivo fotográfico
se caracteriza como um arquivo corrente que mantém estreito vínculo com
as atividades desenvolvidas pela instituição.
▪ Arquivos vinculados a instituições essencialmente receptoras de imagens,
vez que a finalidade da instituição não reside na produção de imagens –
arquivos públicos por exemplo. Emerge, neste caso, a figura do arquivo
permanente, que recebe fotografias produzidas por diferentes órgãos da
administração (pública ou privada), os reúne em fundos diferenciados, mas
freqüentemente incorpora ao seu acervo coleções de particulares (ou de
fotógrafos), ou ainda compra fotografias de colecionadores.

Complementando a afirmação, Smit e Gonçalves (2005, p. 19) argumentam:


Os arquivos fotográficos corrente e permanente, conforme acima
apresentados, geram diferenças no que diz respeito à organização dos
documentos, mas mantêm em comum a necessidade de uma detalhada
descrição e organização dos documentos tendo por objetivo a recuperação
da informação [...].

Delimitando a nossa pesquisa, iremos nos ater às análises e reflexões relativas a


arquivos fotográficos de instituições essencialmente receptoras de imagens, por
abordarmos a questão da descrição arquivística, que é uma atividade típica de
arquivos permanentes.

3 DOCUMENTO FOTOGRÁFICO COMO FONTE DE INFORMAÇÃO

3.1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS E EVOLUÇÃO

A fotografia é resultado de experiências desenvolvidas por cientistas em diversas


épocas e lugares desde a antigüidade. Fundamenta-se pela invenção da câmara
escura1 e a existência de material fotossensível2, onde o veículo para a efetiva
realização da imagem é a luz. Manini (2008, p. 127) comenta que “a fotografia surgiu
no primeiro quarto do século XIX, [...] começou a fazer parte de acervos na virada do
século XX, [...]”. Já em relação à origem da palavra fotografia, Boccato e Fujita
(2006, p. 86) afirmam que “a palavra fotografia tem origem no idioma grego e
significa escrever com a luz (foto = luz e grafia = escrita)”.

1
Caixa preta vedada de luz e que possui um pequeno orifício em um dos seus lados. Seu mecanismo
de funcionamento consiste em captar para dentro da caixa, a imagem que se quer reproduzir e fixá-la
em um material fotossensível.
2
Fenômeno de sensibilidade à luz que toda matéria possui.
14

Fotografia é a técnica de reprodução de um momento único da realidade obtida


através da luz e a sua devida fixação em um suporte sensível. Sua principal
finalidade é registrar um fato da realidade em um determinado espaço e tempo
(KOSSOY, 2001), porém, devido a múltiplas funções e versatilidade, passou a ter
diversos usos: comercial, exposição ou publicação, probatório, científico e pessoal
(MANINI, 2008).

Segundo Kossoy (2001, p. 37), são três os elementos essenciais para a realização
de uma fotografia: “o assunto, o fotógrafo e a tecnologia. São estes os elementos
constitutivos que lhe deram origem através de um processo, [...] num preciso e
definido espaço e tempo”.

A abordagem de Kossoy (2001) quanto à essência e finalidade da fotografia reflete a


seguinte equação: fotografia = elementos constitutivos (assunto, fotógrafo e
tecnologia) + coordenadas de situação (espaço e tempo).

O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivistica (2005, p. 95, grifo do autor)


define fotografia como “Imagem produzida pela ação da luz sobre película coberta
por emulsão fotossensível, revelada e fixada por meio de reagentes químicos”.

Especificamente sobre a definição de fotografia, conceitua Manini (2008, p. 138-139)

Fotografia é, por definição, a impressão de imagens sobre um suporte


sensível, mediante a ação da luz. Tal suporte pode ser vidro, papel ou
película (filme) – mais comumente conhecidos -, [sic] que é previamente
emulsionado, ou seja, é revestido por uma camada composta por uma
substância aderente, o ligante, que pode ser gelatina, por exemplo, e por
cristais (halogenetos) de prata (substâncias químicas sensíveis à luz).

As argumentações apresentadas sobre fotografia se completam e delas se extraem


pontos característicos:

• Ação da luz e do homem (fotógrafo);

• Suporte fotossensível, composto por uma camada de substância aderente


(ligante) e cristais de prata (substâncias sensíveis à luz);

• Tipos de suporte: vidro, papel ou película (filme);

• Registro de um momento da realidade em um determinado espaço e tempo;

• Aborda um assunto e tem uma motivação;

• Emprego de técnica e tecnologia fotográfica.


15

Quanto ao conceito de fotografia mais adequado para a reflexão desta pesquisa,


observamos que as argumentações de Kossoy são as mais completas e delas
extraímos a seguinte definição: é o resultado da ação do homem (fotógrafo) que em
determinado espaço e tempo optou por um assunto em especial e que para seu
devido registro, empregou os recursos oferecidos pela tecnologia. Observa-se que
este conceito também faz menção à fotografia digital que nada mais é que o
emprego de uma tecnologia mais avançada.

A evolução da utilização da fotografia se dá a partir da década de 1860, onde a


fotografia teve enorme aceitação à medida que passa a documentar a expressão
cultural dos povos, que é exteriorizada através de seus costumes, habitação,
monumentos, mitos, religiões, fatos sociais e políticos. A sociedade passa a ter
novas possibilidades de obter um conhecimento mais preciso e amplo da realidade
que, até aquele momento, eram transmitidas unicamente pela tradição escrita,
verbal e pictórica (KOSSOY, 2001).

Dentre os avanços da fotografia, destacam-se o surgimento da fotografia colorida e


a digital. Segundo Rousseau (1998, p. 232), a partir de 1960

A fotografia a cores rapidamente se difundiu, a ponto de as fotografias a


preto e branco se terem tornado mais raras e mais dispendiosas [...] Desde
então, a popularidade que a fotografia amadora teve e ainda tem aumentou
consideravelmente a produção de documentos fotográficos.

Já a tecnologia digital não representa uma ameaça à fotografia analógica, pois,


alguns profissionais e amadores ainda resistem à mudança tecnológica e valorizam
os métodos tradicionais. Trata-se de um recurso adicional, tanto técnico quanto
estético, para o usuário e para o pesquisador. Segundo a historiadora Renata
Castello Branco (apud PERSICHETTI, 1997, p. 98), “[...] quanto mais a imagem esta
ficando digitalizada, mais os fotógrafos estão se voltando para estudar as primeiras
formas de impressão da imagem, ou seja, as origens da fotografia”.

A fotografia digital tem sua representação expressa em dígitos binários passíveis de


tratamento matemático e sua estrutura ordenada em pontos (elementos de imagem
ou pixel’s). Seu suporte é intangível, portanto, virtual por definição. Uma diferença
significativa em relação à convencional é que ela pode ser reproduzida
instantaneamente, a um baixo custo, identicamente e sem perdas em relação ao
original (VICENTE, 2005).
16

O advento do computador dá início a uma revolução visual a partir do final do século


XX e, neste contexto, a fotografia digital se projeta, relacionando-se com os meios
de comunicação e também abre espaço para a divulgação de fotografias
convencionais.

O contexto histórico revela que a “descoberta da fotografia foi o resultado de uma


busca incessante por um novo meio de impressão [...]. Ciência e arte estiveram até
meados do século XIX, em busca de uma representação do real tal como a natureza
o apresentava” (SMIT e GONÇALVES, 2005, p. 8). Atualmente, a fotografia também
é vista como fonte de informação e, no âmbito científico, fomenta pesquisas em
diversas áreas do conhecimento.

3.2 FOTOGRAFIA COMO FONTE E OBJETO DE PESQUISA

A fotografia é vista com restrições quanto a sua utilização como fonte ou objeto de
pesquisa, por razões de ordem cultural, devido à tradição escrita como forma de
transmissão do saber (KOSSOY, 2001).

Estudos e pesquisas em diversas áreas do conhecimento se utilizam da fotografia,


tanto como fonte quanto objeto de pesquisa. As imagens fotográficas que possuem
reconhecido valor documentário representam um meio de conhecimento e uma
possibilidade de resgate da memória visual do homem e de seu entorno
sociocultural. Trata-se da fotografia enquanto fonte de pesquisa. Porém, quando se
investiga o artefato, a tecnologia empregada, os estilos e tendências de
representação fotográfica num determinado período, a fotografia é o objeto de
pesquisa (KOSSOY, 2001).

Buscando alcançar o objetivo de extrair conteúdo informacional da fotografia, quatro


grandes categorias de fontes devem ser consultadas para avançar nas
investigações sobre fotografia: as escritas (bibliografia histórica no seu contexto
mais amplo e documentos escritos, tais como: registros comerciais, recibos,
anúncios, jornais, revistas, dentre outros), as iconográficas (cartazes, gráficos,
figuras, pinturas, selos, publicidade, etc.), as orais (os testemunhos orais de
descendentes dos fotógrafos ou de indivíduos contemporâneos à época do registro
fotográfico) e as materiais (objetos e equipamentos utilizados para o oficio
fotográfico do período em estudo).
17

A utilização da fotografia como fonte de pesquisa, requer do pesquisador


conhecimento da história da fotografia, dos métodos e técnicas utilizados pelos
fotógrafos em determinada época, bem como da estrutura dos materiais fotográficos
conforme sua evolução, pois segundo Rousseau (1998, p. 232) “[...] reconhecer o
processo utilizado permite datar aproximadamente a fotografia”. Também é
importante investigar a motivação de se registrar um determinado momento da
realidade, a intenção do autor, que tipo de interpretações se pretende provocar no
receptor, qual era o contexto histórico, social e cultural da época registrada na
imagem. Segundo Kossoy (2001, p. 54),

[...] uma retroalimentação contínua de informações e conhecimento é o que


de fato ocorre à medida que as investigações se aprofundam nas suas
especificidades próprias, disto resultando em acumulação substancial de
novos elementos para o estudo da história da fotografia, bem como para o
estudo do passado através das fontes fotográficas.

Boccato e Fujita (2006, p. 86), alertam que “toda imagem tem um suporte e uma
técnica e isso determina o seu significado”. Sobre as fontes de informação contidas
em uma fotografia, Kossoy (2001) afirma que a matéria (suporte) e a expressão
(registro visual) possuem uma relação indivisível (inseparável) e devem ser
investigadas em uma relação interdisciplinar. Já Manini (2008), concorda com
Kossoy em relação à fotografia analógica e acrescenta que nas digitais a parte física
é separada do conteúdo e, desta forma, o seu suporte não é um elemento
significativo para a análise documentária. Pressupõe-se que na análise
documentária de fotografias digitais existem outros elementos a serem investigados,
tais como: a resolução (quantidade de pixel’s), formato (JPEG, GIF TIFF, PNG,
BITMAP, etc.), tamanho (em bytes), dentre outros.

Observa-se que a fotografia transmite informação de forma não textual.


Considerando que esta informação é registrada em um suporte, verifica-se que
possui características básicas de um documento (suporte + informação) e, portanto,
deve ser analisada e tratada do ponto de vista arquivístico.

3.3 FOTOGRAFIA COMO DOCUMENTO

A abordagem da fotografia como documento requer, inicialmente, reportar-se aos


seguintes conceitos propostos por Indolfo (1993, p. 11-12, grifo nosso):
18

▪ Documento é toda informação registrada em um suporte material,


suscetível de ser utilizada para consulta, estudo, prova e pesquisa, pois
comprovam fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem
numa determinada época ou lugar.
▪ Documentos de arquivo são todos os que, produzidos e/ou recebidos por
uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada, no exercício de suas
atividades, constituem elementos de prova ou de informação.

Segundo Rousseau (1998, p. 227), “[...] somente durante os anos 1960 e 1970 que
os arquivistas se interessaram verdadeiramente pela questão da inclusão dos
documentos não textuais nos seus respectivos fundos de arquivo”.

A fotografia quando inserida (sistematizada e organizada) em arquivos, torna-se útil


à instituição mantenedora e à sociedade, podendo desempenhar a principal
finalidade do arquivo e a sua função básica que são, respectivamente, servir à
administração e tornar disponíveis as informações contidas no acervo documental
sob sua guarda (PAES, 2004, p. 20). Sobre esta inserção e utilidade, Manini (2008,
p. 127), argumenta:

A fotografia só se torna um documento de uso geral, de interesse público


coletivo e de importância histórica e/ou cultural quando inserida num
arquivo: importará sua origem ou proveniência, a finalidade de sua criação
ou produção, e será tratada segundo um agrupamento sistemático,
respeitando a organicidade do fundo a que pertence.

Já Kossoy (2001, p. 29) alerta que


As instituições que guardam este tipo de documentação devem perceber
que, à medida que esta se distancia da época em que foi produzida, mais
difíceis as possibilidades de suas informações visuais serem regatadas, e
portanto menos úteis serão ao conhecimento, justamente por não terem
sido estudadas convenientemente desde o momento em que passaram a
integrar as coleções.

A fotografia por si somente não é o bastante para se caracterizar como documento


arquivístico, pois as informações escritas são de primordial importância para
representar de forma consistente os elementos formais e o conteúdo imagético,
estabelecendo uma relação entre imagem e texto. “É um engano pensar-se que o
estudo da imagem enquanto processo de conhecimento poderá abdicar do signo
escrito” (KOSSOY, 2001, p. 78).

O estudo da fotografia como documento iconográfico implica conhecimentos


interdisciplinares, com metodologias consistentes de análises e interpretações, que
possibilitam inferir conteúdo informacional e a contextualização da imagem,
identificando termos (descritores ou palavras-chaves) para a indexação e,
19

conseqüentemente, para a elaboração de resumos e para o processo de descrição


arquivística. Neste sentido, Kossoy (2001, p. 32) afirma que:

As fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta


que promete frutos na medida em que se tentar sistematizar suas
informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise
para a decifração de seus conteúdos e, por conseqüência, da realidade que
os originou.

Ao observar as peculiaridades de uma fotografia, nota-se que para ser considerada


como um documento de arquivo, assim como qualquer outro, é necessário o
tratamento técnico arquivístico, a fim de se tornar acessível ao longo do tempo,
através de políticas de gestão e preservação documental. Sobre o gênero
iconográfico, Manini (2008, p. 128) argumenta que: “De fato, o mais importante a se
considerar são as particularidades da fotografia, que a diferenciam dos demais
gêneros documentais”. Observa ainda, a necessidade de promover o tratamento
técnico arquivístico e recomenda

[...] que a fotografia seja tratada, sob determinado aspecto, como um


documento igual aos demais: deve compor arranjos, ser descrita, ser
classificada, ter seu lugar nos instrumentos de pesquisa e se tornar passível
de recuperação e acesso.

Reforçando a argumentação sobre a especificidade documental imagética e a


recomendação sobre a necessidade de tratamento técnico arquivístico em acervos
fotográficos, Smit (1996, p. 29), alerta:

A proposição de uma metodologia de análise da fotografia supõe um


entendimento da essência desta, daquilo que a caracteriza, das razões
pelas quais é produzida e, sobretudo, das condições em que será utilizada.
Em outras palavras, torna-se necessário compreender a imagem
fotográfica, enquanto informação a ser tratada e recuperada.

Compreender a essência da imagem fotográfica é o que se propõe através da


análise documental, ou seja, identificar unidades de indexação e descrever acervos
fotográficos, visando satisfazer às necessidades de informação do usuário no
momento da recuperação da informação.
20

4 ANÁLISE DOCUMENTÁRIA DE FOTOGRAFIAS

A análise documentária ou documental é a realização de procedimentos de leitura e


interpretação de documentos. Seu objetivo é “elaborar representações condensadas
daquilo que aparece em determinado documento e expressar o seu conteúdo de
forma a facilitar a recuperação de suas informações” (MANINI, 2008, p. 167). “As
principais operações da análise documental são a análise, a síntese e a
representação, podendo-se realizar as atividades de classificação, indexação e
elaboração de resumos para a descrição do conteúdo do documento” (BOCCATTO
E FUJITA, 2006, p. 89). Propõe-se que a análise documental deva refletir
credibilidade e segurança de maneira a atender as necessidades do usuário no
momento da recuperação da informação. Neste sentido Kossoy (2001, p. 55), afirma
que “[...] fontes fotográficas, submetidas a um prévio exame técnico-iconográfico e
interpretativo, prestam-se definitivamente para a recuperação das informações”.

Os procedimentos aplicados à análise documentária desenvolvidas para


documentos textuais não podem ser mecanicamente transpostos para o gênero de
iconografia fotográfica, pois este, não se baliza unicamente por seu conteúdo
informacional, mas também por sua dimensão expressiva, que consiste na aplicação
de técnicas fotográficas (SMIT, 1996).

A análise documentária de fotografias consiste na identificação do conteúdo


informacional e da dimensão expressiva da imagem fotográfica. Sua finalidade é
fornecer dados, os mais precisos possíveis, inferidos através de intensas e
sucessivas leituras e investigações sobre o referente (coisas ou fatos do mundo
real), fomentando a descrição do acervo fotográfico e o acesso ao usuário. “Ir da
análise crítica do material documentário até a síntese e a interpretação é o caminho
a seguir” (BELLOTTO, 2007, p. 174). Segundo Manini (2002, p. 52) “A análise de
fotografias prevê a transposição de elementos do código imagético para o verbal:
parte-se da fotografia e o resultado é verbal [...]”.

A análise documentária de fotografias começa com a leitura do documento


fotográfico com fins documentários e a importância deste procedimento está no fato
de que a leitura do profissional da informação auxilia a leitura do usuário,
necessitando assim, de uma sistematização mais efetiva (MANINI, 2002). Segundo
Bellotto (2007, p. 177), “a qualidade de um arquivista transparece na precisão dos
21

instrumentos de pesquisa que ele elabora e na medida em que seu trabalho satisfaz
ao pesquisador”.

A representação documentária de fotografias ocorre através de uma série de


operações que consistem em obter respostas concretas provenientes da imagem
fotográfica. Segundo Manini (2002, p. 52)

A fotografia é uma manifestação visual. Nela sempre há um foco central,


uma razão de ser que motivou aquela tomada fotográfica. Há que se
considerar, contudo, que este motivo central [...] está cercado de
informações que a ele se entrelaçam de diversas maneiras. Pode ser
importante saber, por exemplo, que prédio é aquele ao fundo de uma
fotografia de corpo inteiro de determinada personalidade. E algumas vezes
é também importante considerar o extra-campo: o que girava em torno
deste recorte espaço-temporal que se transformou em fotografia?

Na busca por métodos adequados para leitura e representação das imagens


fotográficas, observam-se: as argumentações de Kossoy sobre manipulação da
imagem, análises e interpretações; os estudos de Panofski, Bléry e Shatford; as
contribuições de Smit, Boccatto e Fujita; além da proposta de Manini em adicionar a
análise morfológica à grade de leitura de imagens fotográficas.

4.1 ANÁLISE ICONOGRÁFICA E INTERPRETAÇÃO ICONOLÓGICA

A imagem fotográfica contém uma história oculta e interna; trata-se da realidade


interior, a primeira realidade, o instante do registro em que foi gerada. A imagem
obtida tem outra realidade, a segunda realidade, os elementos visíveis e externos
(KOSSOY, 1999). Verifica-se que o documento fotográfico possui informações
explícitas e implícitas. A iconografia diz respeito ao que se encontra explícito (visível)
na imagem enquanto a iconologia se refere ao que está implícito (oculto). A
decodificação das imagens fotográficas requer duas linhas de análise
multidisciplinar: a análise iconográfica e a interpretação iconológica.

Na análise iconográfica, pretende-se decodificar a realidade externa através da


descrição dos elementos imagéticos visíveis, a segunda realidade; enquanto na
interpretação iconológica, busca-se decifrar a realidade interior da representação
fotográfica em sua face oculta, seu significado, a primeira realidade.
22

DOCUMENTO
FOTOGRÁFICO

ANÁLISE INTERPRETAÇÃO
ICONOGRÁFICA ICONOLÓGICA

REALIDADE EXTERIOR
2ª realidade

REALIDADE INTERIOR
1ª realidade

QUADRO 1 – Análise iconográfica e interpretação iconológica


Fonte: Kossoy (2001, p. 96).

Sobre iconografia, Kossoy (2001, p. 95) alerta que


A análise iconográfica tem o intuito de detalhar sistematicamente e
inventariar o conteúdo da imagem em seus elementos icônico formativos; o
aspecto literal e descritivo prevalece, o assunto registrado é perfeitamente
situado no espaço e no tempo, além de corretamente identificado.

Já a interpretação iconológica consiste na contextualização da imagem, resgatando


os acontecimentos socioeconômicos, culturais e políticos ocultos à imagem. “O
vestígio da vida cristalizado na imagem fotográfica passa a ter sentido no momento
em que se tenha conhecimento e se compreendam os elos da cadeia de fatos
ausentes da imagem” (KOSSOY, 2001, p. 118).

Ressalta-se que a fotografia é passível de manipulações e sua contextualização visa


o resgate do momento histórico registrado. Existem possibilidades em que o
fotógrafo interfere na imagem, descontextualizado-a da efetiva realidade
contemporânea à época de sua produção, das seguintes formas:

Dramatizando ou valorizando esteticamente os cenários, deformando a


aparência dos seus retratados, alterando o realismo físico da natureza e das
coisas, omitindo ou introduzindo detalhes, elaborando a composição ou
incursionando na própria linguagem do meio, o fotógrafo sempre manipulou
seus temas de alguma forma: técnica, estética ou ideologicamente
(KOSSOY, 2001, p. 108).
23

Kossoy (2001) realiza a análise iconográfica e a interpretação iconológica da


fotografia abaixo, que exemplifica a manipulação da imagem:

FOTOGRAFIA 1 – A colheita de café


Fonte: Kossoy (2001, p. 119)

A foto foi produzida por volta de 1902-1903 pelo fotógrafo Guilherme Gaensly, numa
fazenda do interior do Estado de São Paulo. A imagem tinha por título: A Colheita de
Café.

A síntese da análise iconográfica descreve um grupo de colonos, provavelmente


imigrantes, fotografados naturalmente em harmonia com o carro de bois; ao centro,
a colheita no pano e o restante da paisagem montanhosa ao fundo. Trata-se de uma
perfeita composição. Iconologicamente é possível que o receptor interprete esta
imagem como uma cena romântica do trabalho nas fazendas de café, onde crianças
e adultos convivem harmonicamente; entretanto, ela esconde a dura realidade, a
qual, trabalhadores imigrantes eram submetidos a péssimas condições de vida e
trabalho com rendimentos insatisfatórios. Contextualizando a imagem à época do
registro, constatou-se que o fotógrafo fora contratado pela Secretaria de Agricultura,
Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo para documentar as fazendas
do interior. Observa-se a intenção do autor e a finalidade da produção fotográfica,
que eram a de atrair colonos para as fazendas do Estado de São Paulo. Verifica-se,
então, o verdadeiro significado desta foto: uma imagem que utiliza o realismo
fotográfico e que pode conduzir o receptor desinformado a imaginar uma situação
verdadeira que não existe.
24

Segundo Smit e Gonçalves (2005, p. 32), “o nível iconológico deve ser evitado, na
ótica arquivística, pois o mesmo propõe uma interpretação da imagem, ou seja, uma
leitura entre tantas possíveis”. A proposta de Smit e Gonçalves (2005, p.32)
contrapõe a de Manini (2002, p. 51). Consideramos a de Manini mais adequada,
pois, a interpretação iconológica do profissional da informação auxilia a leitura do
usuário e pode até influenciá-lo, porém, não restringe a apenas uma interpretação,
como afirmam Smit e Gonçalves, portanto, não deve ser evitada.

Já Kossoy (2001, p. 115) alerta que:

No esforço de interpretação das imagens fixas, acompanhadas ou não de


textos, a leitura das mesmas se abre em leque para diferentes
interpretações a partir daquilo que o receptor projeta de si, em função do
seu repertório cultural, de sua situação socioeconômica, de seus
preconceitos, de sua ideologia, razão por que as imagens sempre permitirão
uma leitura plural.

Concordamos com Kossoy, pois a imagem fotográfica permite inúmeras


interpretações e cada receptor a interpreta de uma maneira, devido às suas
respectivas raízes culturais.

Considerando a análise documentária de fotografias como a etapa de leitura e


interpretação que transpõe a informação do imagético para o textual, surge um
questionamento: como executar a leitura e a representação imagética?

4.2 LEITURA E REPRESENTAÇÃO IMAGÉTICA

O historiador de artes Erwin Panofski (apud SMIT e GONÇALVES, 2005, p. 32)


divide em três níveis a leitura da imagem: o primeiro nível é o pré-iconográfico que
consiste na descrição genérica de objetos e ações representada pela imagem; já o
segundo nível é o Iconográfico, que determina o assunto secundário ou
convencional da imagem (nomeação sintética do todo); e o terceiro nível é o
Iconológico que se refere à Interpretação do significado da imagem. Segundo
Boccatto e Fujita (2006, p. 91) “a leitura pré-iconográfica esta ao nível da descrição,
a iconográfica ao da análise e a iconológica ao da interpretação”.

Já a documentalista francesa Ginette Bléry (apud SMIT e GONÇALVES, 2005, p.


32) desenvolveu uma proposta de descrição do conteúdo da imagem conforme a
seguinte grade de leitura:
25

QUEM / O QUE? Pessoas e objetos envolvidos na imagem: fotógrafo e pessoas retratadas,


objeto fotografado e objeto em foco.
QUANDO? Localização da imagem no tempo.

ONDE? Localização da imagem no espaço.

COMO? Descrição de ações envolvidas.


QUADRO 2 – Grade de descrição do conteúdo imagético
Fonte: Smit, (2005, p. 32).

Porém, avançando os estudos, Sara Shatford (apud SMIT e GONÇALVES, 2005, p.


33, grifo do autor) argumenta que uma imagem é DE algo e pode ser SOBRE algo.
Assim ela argumenta que a identificação de elementos presentes na imagem, pode
ser feita pelo aspecto genérico, resgatando o nível pré-iconográfico de Panofsky, ou
pelo especifico, equivalente ao iconográfico.

Deduz-se que toda imagem deveria ser representada, tanto ao nível pré-iconográfico
(genérico), quanto iconográfico (específico). A imagem é, simultaneamente,
específica e genérica (SHATFORD, S. 1986, apud SMIT, 1996, p. 31).

Apresenta-se então a grade de descrição, análise e representação imagética


proposta por Sara Shatford (1986, apud SMIT e GONÇALVES, 2005, p. 33) com a
finalidade de registrar palavras-chaves que descrevem o conteúdo informacional.

CATEGORIA DE genérico DE específico SOBRE


Os seres ou objetos
QUEM / O QUE? Esta imagem é de De quem, funcionam como
quem? De quais especificamente, se símbolos de outros
objetos? De quais trata? seres ou objetos?
seres Representam a
manifestação de uma
abstração?
O lugar simboliza um
ONDE? Tipos de lugares Nome de lugares lugar diferente ou
geográficos, geográficos, mítico? O lugar
arquitetônicos ou arquitetônicos ou representa uma
cosmográficos. cosmográficos. manifestação de um
pensamento abstrato?
O tempo representa a
QUANDO? Tempo cíclico. Tempo linear. manifestação de um
pensamento abstrato?
Eventos Que idéias abstratas,
COMO? Ações, eventos. individualmente ou emoções, estas
nomeados. ações simbolizam?
QUADRO 3 – Grade de descrição, análise e representação
Fonte: Smit, (2005, p. 33).
26

Smit (1996, apud MANINI, 2008, p. 167) propõe dois focos de leitura para a
representação da imagem: “o conteúdo informacional e a dimensão expressiva.
Poderíamos dizer que o conteúdo informacional está ligado ao referente e a
dimensão expressiva está relacionada a um conjunto de fatores ligados à técnica,
[...]”. Recomenda-se que para executar a análise documentária o profissional da
informação deva obter conhecimento técnico relacionado à produção fotográfica
para interpretar o que o fotografo pretende transmitir através da imagem.

A Dimensão Expressiva de uma fotografia é a análise morfológica da imagem, algo


que se encontra anexo ao conteúdo informacional. Sendo assim, verifica-se a
necessidade de considerar também a recuperação de informação visual baseada na
forma (MANINI, 2002). Segundo Lacerda (1993, apud MANINI, 2008, p. 160)

“[...] a fotografia apresenta esses dois aspectos: imagem e objeto.


Acrescentaríamos ainda um outro, estreitamente relacionado à imagem, e
que diz respeito à sua expressão. Essa expressão seria a forma como uma
imagem é mostrada, estando ligada a uma linguagem que lhe é própria e
que envolve a técnica específica empregada, a angulação, o
enquadramento, a luminosidade, o tempo de exposição, entre outros. Essas
três dimensões do registro fotográfico – conteúdo, expressão e forma – é
que constroem, em última instância, a mensagem que informa.”

As informações referentes à dimensão expressiva da imagem podem ser


conseguidas observando o posicionamento da câmera no momento da tomada [...] o
que constrói ou dá vida à dimensão expressiva é a técnica utilizada na produção da
fotografia (MANINI, 2008). Observa-se uma equação fundamental para definição de
dimensão expressiva: posição da câmera = técnica = dimensão expressiva.

A produção interfere na recepção, ou seja, a técnica fotográfica influencia a leitura


imagética. O posicionamento da câmera na produção fotográfica de um líder em seu
discurso, tomada de baixo para cima, poderia ter como recepção a imponência, a
sensação de liderança e de poder do personagem visto como alguém maior ou
engrandecido. Contrapondo a este exemplo, uma massa de operários fotografada de
cima baixo teria como resultado a noção de inferioridade do indivíduo ou a idéia de
união do grupo (MANINI, 2008).
27

FOTOGRAFIA 2 – Lula em discurso para milhares FOTOGRAFIA 3 – Passeata dos 100 mil - 1968
de metalúrgicos do ABC em 1979 Fonte:<http://www.revistabrasileiros.com.br/imagens/15
Fonte:<http://empautaufs.wordpress.com/2009/07/10/b 1/em/textos/34/> por Evandro Teixeira. Acesso em
em-companheiros/> por Igor David Sá e Mayana 05/06/2010.
Macedo. Acesso em: 05/06/2010.

Dependendo do tipo de usuários de um arquivo, a dimensão expressiva, analisada


do ponto de vista da recuperação da informação, pode ser utilizada como ponto de
acesso e, segundo Manini (2002, p. 91),
A importância de considerar a dimensão expressiva na análise
documentária de imagens está no fato de que o ponto decisivo de escolha
de uma fotografia (a partir de um conjunto de imagens recuperadas num
sistema de recuperação de informação visuais) pode estar justamente na
forma como a mensagem imagética foi construída para transmitir
determinado conteúdo informacional. [...] o que vai presidir a escolha de
uma ou mais fotografia(s) pelo usuário é a sua dimensão expressiva.

As argumentações sobre a dimensão expressiva conduz Manini (2008, p. 167) a


apresentar uma proposta de nova grade de análise documentária de imagens
fotográficas, acrescentando a questão da técnica. Observa-se que a nova grade é
baseada nas propostas de Shatford e de Panofski, que são equivalentes (DE
genérico = pré-iconográfico / DE específico = iconográfico / SOBRE = iconológico),
efetua-se o cruzamento de informações com a grade de leitura proposta por Bléry
(QUEM / O QUE? ONDE? QUANDO? COMO?) e acrescenta a coluna que aborda a
técnica fotográfica (dimensão expressiva).

Conteúdo Informacional Dimensão Expressiva


DE SOBRE
Categoria Genérico Específico
Quem / O Que?
Onde?
Quando?
Como?
QUADRO 4 – Grade de leitura do conteúdo informacional e da dimensão expressiva
Fonte: Manini, (2002, p. 108).
28

Quando se responde o DE Genérico, realiza-se a descrição imagem; ao se


responder o DE Específico, executa-se a análise imagética; quando se responde
SOBRE o que é uma fotografia, interpreta-se o seu significado e ao responder a
dimensão expressiva, trata-se da forma como a imagem expressa sua informação
através da técnica de produção da fotografia (MANINI, 2008, p. 171, grifo nosso).

Apresenta-se um exemplo da aplicação dos critérios e parâmetros da análise


documentária de fotografias:

Conteúdo Informacional Dimensão


Expressiva
DE SOBRE
Categoria Genérico Específico
Quem / O Homem Guga – Vitória Pose
Que? jovem Gustavo
Kuerten
Onde? EUA Indianápolis, Retrato
EUA
Quando? 2000 20/08/2000
Como? Beijando Beijando
troféu troféu
de campeão
do torneio
de tênis de
Indianápolis

FOTOGRAFIA 4 – Guga e o beijo da QUADRO 5 – Aplicação da grade de leitura do conteúdo


conquista em Indianápolis informacional e da dimensão expressiva
Fonte: Manini (2008, p. 168, adaptação nossa).
Fonte: <http://www.terra.com.br/esportes/>,
21/8/2000 (apud MANINI, 2008, p. 168).

As palavras-chaves, identificadas a partir da grade de leitura: Guga. Indianápolis


(Estados Unidos). Vitória. Tênis. Retrato. Pose.

A importância da aplicação desta grade de leitura está no resultado que ela


proporciona: identificação de termos de indexação consistentes. A representação da
informação imagética necessita de investigações aprofundadas, pois,
descontextualizada permite interpretações diversas e até opostas a realidade em
que foi gerada. Segundo Kossoy (2001, p. 153), “[...] essas imagens pouco
contribuirão para o progresso do conhecimento histórico se delas não se extrair o
potencial informativo embutido que as caracteriza”.
29

Através do preenchimento da grade leitura de imagens o profissional arquivista


dispõe de informações consistentes, que facilitam a identificação dos termos para a
indexação, a elaboração de resumos e a execução do processo de descrição
arquivística. A análise documental deve ser criteriosa para obter resultado
consistente e atender as necessidades do usuário no momento da recuperação da
informação.

5 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO IMAGÉTICA

5.1 INDEXAÇÃO E ELABORAÇÃO DE RESUMOS

A representação temática é fundamental na identificação de pontos de acesso,


visando a localização e a difusão da informação. “O objetivo da elaboração de
resumos e do levantamento dos termos para indexação é a construção de
representações de documentos” (MANINI, 2002, p. 55).

Segundo Kobashi (apud BOCCATO E FUJITA, 2006, p. 89) “as representações


documentárias típicas são: o resumo e o índice. [...] o resumo – responde pela
função de condensação da informação e [...] a indexação – pela de índice, de pista
de conteúdo”.

O resumo é uma operação que consiste em reunir as informações essenciais de


determinado texto, bem como as relações que elas mantêm entre si, dando origem a
um novo texto, menor, coerente e coeso (MANINI, 2002).

Já a indexação é o “processo pelo qual documentos ou informações são


representados por termos, palavras-chave ou descritores, propiciando a
recuperação da informação” (DICIONÁRIO BRASILEIRO DE TERMINOLOGIA
ARQUIVISTICA, 2005, p. 107, grifo do autor).

Sobre o termo de indexação, Manini (2002, p. 42), afirma que existem dois tipos de
representação:

A palavra-chave (termo não controlado retirado de um documento para


indicar seu conteúdo) e o descritor (termo utilizado por convenção, que faz
parte de um vocabulário controlado, servindo, igualmente, para expressar o
conteúdo de um documento e possibilitar sua recuperação).

Segundo Boccatto e Fujita (2006, p. 89), a indexação possui duas etapas:


30

A primeira, é a análise conceitual do documento (por onde se avalia e se


retira o assunto desse documento) e a segunda, é o momento da
“tradução”, isto é, a etapa em que o assunto do documento é representado
por um termo de uma linguagem documental.

Conforme os princípios de indexação do World Information System for Science and


Technology (apud FUJITA, 2003, p. 63), afirma-se que:
Durante a indexação, os conceitos são extraídos do documento através de
um processo de análise, e então traduzidos para os termos de instrumentos
de indexação (tais como tesauros, listas de cabeçalhos de assuntos,
esquemas de classificação, etc.).

O ato de indexar é retirar do texto suas principais informações e dispor ao leitor a


idéia principal do documento. Trata-se, portanto, da identificação de palavras-chaves
ou descritores, termos que expressam o conteúdo informacional do documento. O
processo de Indexação é subdivido em três estágios: a compreensão do conteúdo
do documento, a identificação de conceitos e a seleção dos conceitos.

Para a compreensão do conteúdo do documento é necessário uma leitura extensiva


do texto, apontando partes importantes que merecem especial atenção. Na
identificação dos conceitos, o indexador, após o exame do texto, passa a abordá-lo
de uma forma mais lógica e selecionar os conceitos que melhor representam seu
conteúdo, sendo assim, nem todos os conceitos identificados serão
necessariamente selecionados (FUJITA, 2003).

Analisando as argumentações, verifica-se que tanto a indexação quanto a


elaboração de resumos demandam criteriosa análise documental, fazendo parte do
processo de descrição arquivística como meio de proporcionar a recuperação da
informação.

5.2 DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA

As atividades desenvolvidas em um arquivo visam dar acesso às informações


contidas no acervo documental sob sua custódia e segundo Bellotto (2007, p. 179),
no caso dos arquivos permanentes, “a descrição é a única maneira de possibilitar
que os dados contidos nas series e/ou unidades documentais cheguem até os
pesquisadores”. Lopez (2002, p. 12) argumenta que “somente a descrição
arquivística garante a compreensão ampla do conteúdo de um acervo, possibilitando
tanto o conhecimento como a localização dos documentos que o integram”.
31

Buscando compreender a descrição arquivística, analisam-se alguns conceitos,


quais sejam:

• A descrição é um processo intelectual que sintetiza elementos formais e


conteúdo textual de unidades de arquivamento, adequando-os ao instrumento
de pesquisa que se tem em vista produzir [...] (ABNT/NBR 9578, 1983).

• É uma tarefa típica dos arquivos permanentes e seu processo consiste na


elaboração de instrumentos de pesquisa que possibilitem a identificação, o
rastreamento, a localização e a utilização de dados (BELLOTTO, 2007).

• “[...] é o conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e


de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de
pesquisa” (DICIONÁRIO DE TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA, 2004, p. 59,
grifo do autor).

• “A descrição é um conjunto de procedimentos que levando em conta os


elementos formais e de conteúdo do documento, possibilitam a elaboração de
instrumentos de pesquisa” (TESSITORE, 2003, p. 30).

Observando as contribuições das normas internacionais, verifica-se que segundo a


Norma Internacional de Descrição de Funções - ISDF3 (2008, p. 13) descrição
arquivística é a

Criação de uma representação precisa de uma unidade de descrição e de


suas partes componentes, quaisquer que sejam, pela apreensão, análise,
organização e registro de informação que sirva para identificar, gerir,
localizar e explicar materiais arquivístico e o contexto e sistemas de
documentos que os produziram.

Já a Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística - ISAD(G) (2000, p. 11),


afirma que:
O objetivo da descrição arquivística é identificar e explicar o contexto e o
conteúdo de documentos de arquivo a fim de promover o acesso aos
mesmos. Isto é alcançado pela criação de representações precisas e
adequadas e pela organização dessas representações de acordo com
modelos predeterminados.

3
Esta norma dá diretrizes para preparação de descrição de funções de entidades coletivas
associadas à produção e manutenção de arquivos (ISDF, 2008, p. 11).
32

Analisando as considerações apresentadas sobre descrição arquivística,


tradicionalmente aceitas no cenário nacional, é possível inferir que:

• É uma atividade típica de arquivos permanentes;

• É um processo intelectual que consiste na elaboração de instrumentos de


pesquisa;

• Descreve elementos formais e o conteúdo dos documentos;

• Possibilitam controle e acesso (identificação, tramitação, localização e


utilização de documentos e informações);

• Transcreve a sistemática de arranjo do acervo em níveis de descrição.

A descrição arquivística deve ser baseada em normas que estabeleçam diretrizes


gerais de controle e acesso ao acervo. Estas normas padronizam a descrição e
proporcionam maior qualidade ao tratamento técnico arquivístico ao garantir
informações consistentes ao usuário. As normas abordadas são consideradas
suficientes para fundamentar a atividade de descrição documental. Trata-se das
seguintes normas: a Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística - ISAD(G)
e a Norma Brasileira de Descrição Arquivística - NOBRADE.

5.3 NORMAS DE DESCRIÇÃO ARQUIVISTICA

As normas de descrição arquivística devem ser utilizadas pelo profissional da


informação como ferramentas que auxiliam e norteiam a elaboração de instrumentos
de pesquisa. “As normas de descrição arquivística estabelecem diretrizes gerais que
abarcam a identificação do nível dos documentos que se quer descrever [...], do
contexto, dos caracteres extrínsecos e intrínsecos dos documentos e de seus
conteúdos” (BELLOTTO, 2007, p. 182). A Norma Geral Internacional de Descrição
Arquivística (2000, p. 12), afirma que “as normas de descrição arquivística são
baseadas em princípios teóricos aceitos”.

Segundo Lopez (2002, p. 14) a Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística


- ISAD(G) “propõe padronizar a descrição arquivística a partir de uma estruturação
multinível, isto é, do geral ao particular, inserindo cada item da descrição na
estrutura geral do fundo de arquivo, em uma relação hierárquica”.
33

A Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística, ISAD(G) foi desenvolvida


pelo Comitê de Normas de Descrição do Conselho Internacional de Arquivos
(CDS/CIA) para estabelecer um conjunto de regras gerais para a descrição
arquivística, visando assegurar a criação de descrições consistentes, apropriadas e
auto-explicativas; facilitar a recuperação e a troca de informação sobre documentos
arquivísticos; possibilitar o compartilhamento de dados de autoridade e tornar
possível a integração de descrições de diferentes arquivos num sistema unificado de
informação (NORMA GERAL INTERNACIONAL DE DESCRIÇÃO ARQUIVISTICA -
ISAD(G), 2000).

A ISAD(G) é o primeiro referencial para qualquer atividade de descrição o que


possibilita padronizar este processo em âmbito internacional. Nesse sentido Lopez
(2002, p. 16) afirma que

é fundamental o estabelecimento de diretrizes básicas para todas as


atividades relacionadas à organização arquivística, inclusive a descrição. A
normalização da descrição arquivística também facilita o acesso às
informações do acervo por parte dos mais diversos consulentes. [...] A
normalização contribui não apenas para o intercâmbio entre diferentes
instituições, como também facilita o acesso e a consulta em geral.

“A NOBRADE não é uma mera tradução das normas ISAD(G) [...]. Seu objetivo, ao
contrario, consiste na adaptação das normas internacionais à realidade brasileira
[...]” (NOBRADE, 2006, p. 9). Esta norma tem como pressupostos básicos o respeito
aos fundos e a descrição multinível, adotando os princípios expressos na ISAD(G),
quais sejam:

• Descrição do geral para o particular – com o objetivo de representar o


contexto e a estrutura hierárquica do fundo e suas partes componentes;

• Informação relevante para o nível de descrição – com o objetivo de


representar com rigor o contexto e o conteúdo da unidade de descrição;

• Relação entre descrições – com o objetivo de explicitar a posição da unidade


de descrição na hierarquia;

• Não repetição da informação – com o objetivo de evitar redundância de


informação em descrições hierarquicamente relacionadas.
34

A NOBRADE (2006, p. 18, grifo nosso), prevê a existência de 8 (oito) áreas


compreendendo 28 (vinte e oito) elementos de descrição, dos quais 7 (sete) são
obrigatórios. Esta estrutura é assim constituída:

Área de Identificação: registra informação essencial para identificar


a unidade de descrição (constituída de 5 elementos);
Área de Contextualização: registra informação sobre a proveniência
e custodia da unidade de descrição (constituída de 4 elementos);
Área de Conteúdo e Estrutura: registra informação sobre o assunto
e a organização da unidade de descrição (constituída de 4
elementos);
Área de Condições acesso e Uso: registra informação sobre o
acesso à unidade de descrição (constituída de 5 elementos);
Área de Fonte Relacionada: registra informação sobre outras fontes
que têm importante relação com a unidade de descrição (constituída
de 4 elementos);
Área de Notas: registra informação sobre o estado de conservação e
ou qualquer outra informação sobre a unidade de descrição que não
tenha lugar nas áreas anteriores (constituída de 2 elementos);
Área de Controle da Descrição: registra informação sobre, como
quando e por quem a descrição foi elaborada (constituída de 3
elementos);
Área de Pontos de Acesso e Descrição de Assuntos: registra os
termos selecionados para localização e recuperação da unidade de
descrição (constituída de 1 elemento).

Os elementos de descrição obrigatórios são:

1) Código de referência (identifica a unidade de descrição);

2) Título (identifica nominalmente a unidade de descrição);

3) Data (data de produção da unidade de descrição);

4) Nível de descrição (identifica o nível da unidade de descrição em relação às


demais);

5) Dimensão e suporte (identifica as dimensões físicas ou lógicas e o suporte


da unidade de descrição);

6) Nome do produtor (identifica o produtor da unidade de descrição);

7) Condições de acesso (somente para descrições de nível 0 = acervo da


entidade custodiadora e de nível 1 = fundos e coleções).

Todos os elementos de descrição apresentam: título, objetivo, regras, comentários


(informações sobre a importância do elemento de descrição e como funciona),
35

procedimentos e exemplos (ilustração das maneiras de uso do elemento e de


interpretação de suas regras).

Esta Norma deve ser aplicada na descrição de qualquer documento,


independentemente de seu suporte ou gênero. Informações específicas para
determinados gêneros de documentos podem e devem, sempre que necessário, ser
acrescidas (NOBRADE, 2006).

Considerando a recomendação proposta na NOBRADE, verifica-se que o gênero


iconográfico também deve ser representado conforme esta norma, portanto, a
fotografia também deve ser descrita conforme as diretrizes desta, porém,
acrescentando informações específicas do gênero e adaptando suas
particularidades.

As diretrizes das normas ISAD(G) e NOBRADE visam padronizar a descrição


arquivística a partir de uma estruturação multinível. “Cada nível do arranjo
corresponde a um nível de descrição: fundo, grupo ou seção [...], série e item ou
peça documental” (BELLOTTO, 2007, p. 182). Segundo consta na NOBRADE (2006,
p. 11),

Considera-se a existência de seis principais níveis de descrição, a saber:


acervo da entidade custodiadora (nível 0), fundo ou coleção4 (nível 1),
seção (nível 2), série (nível 3), dossiê ou processo (nível 4) e item
documental (nível 5). São admitidos como níveis intermediários o acervo da
subunidade custodiadora (nível 0,5), a subseção (nível 2,5) e a subsérie
(nível 3,5).

A tabela abaixo estabelece a relação entre cada tipo de instrumento de pesquisa e o


nível de descrição:

NÍVEL BASE DE DESCRIÇÃO INSTRUMENTO


Instituição Conjuntos documentais amplos Guia
Fundos, grupos, coleções Séries Inventários
Séries Unidades documentais Catalogo
Unidades documentais selecionadas Assunto, recorte temático Catalogo seletivo, índice
pertencentes a uma ou mais origens
QUADRO 6 – Níveis de descrição
Fonte: LOPEZ (2006, p. 22).

4
Para efeito de utilização da NOBRADE, fundos e coleções se equivalem e segundo o seu glossário
trata-se de um conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a arquivo.
(NOBRADE, 2006, p. 15).
36

Observa-se que a tabela editada por Lopez ilustra e confirma tanto a afirmação de
Bellotto (cada nível do arranjo corresponde a um nível de descrição) quanto os
níveis de descrição propostos pela NOBRADE. Além disso, especifica qual é o
instrumento de pesquisa mais adequado para descrever uma unidade de arquivo,
considerando o seu respectivo nível de descrição.

As normas traçam diretrizes para a descrição arquivística que é alcançada através


da elaboração de instrumentos de pesquisa, ferramentas que devem fornecer
representações precisas e adequadas.

5.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Os instrumentos de pesquisa são as ferramentas utilizadas para descrever um


arquivo, ou parte dele, com a finalidade de controle e acesso (LOPEZ, 2006, p. 10).
“Esses instrumentos identificam, localizam e, resumem ou transcrevem - em
diversos graus e amplitudes – fundos, grupos, subgrupos, séries e peças
documentais [...]” (TESSITORE, 2003, p. 30). A definição proposta pelo Dicionário
de Terminologia Arquivística (2005, p. 108) não se opõe as já citadas, conceituando-
os como um “meio que permite a identificação, localização ou consulta a
documentos ou a informações neles contidas [...]”. Para Bellotto (2007, p. 173), trata-
se de um “elo suficiente e necessário entre a indagação do pesquisador e sua
solução”.

A elaboração de instrumentos de pesquisa deve apreender, identificar, condensar e,


sem distorções, apresentar todas as possibilidades de uso e aplicação da
documentação, resultando em um retrato credível do acervo (BELLOTTO, 2007).
“Apresentam-se na forma de guias, inventários, catálogos e índices, sendo
destinados não só ao corpo técnico do arquivo (para controle do acervo) como
também a todos os potenciais consulentes” (LOPEZ, 2002, p. 11). Segundo Sousa
(2006, p. 44-45, grifo do autor), as características dos principais instrumentos de
pesquisa são:

• Guia: é o instrumento mais popular, pois é encontrado em praticamente


todas as instituições arquivísticas por ser o instrumento mais genérico.
Permite uma visão panorâmica do acervo, com informações sobre o
histórico, a natureza, a estrutura, o período e a quantidade de cada fundo
integrante do acervo total do arquivo.
37

• Inventário: abrange todo o acervo de maneira resumida e sua finalidade é


descrever a composição de um fundo e, ao mesmo tempo, prover o arquivo
de um instrumento preliminar de busca.
• Catálogo: inclui todos os documentos pertencentes a um ou mais fundos,
descreve singularmente as unidades documentais e as agrupa pelo mesmo
assunto, período de tempo ou lugar. Sua finalidade é indicar a localização
de cada documento.
• Repertório ou Catálogo Seletivo: descreve e ressalta os documentos
mais específicos ou de grande importância para a instituição ou pessoa do
qual pertence. É uma descrição minuciosa, podendo conter trechos
transcritos do documento.
• Índices: decompõem dos documentos por descritores que complementam
os catálogos e/ou inventários. São termos / palavras-chaves que permite
rápida e eficiente localização de cada documento.
• Tabela de Equivalência ou Concordância: esta tabela acompanha a
evolução terminológica dos arquivos, dá a equivalência de antigas notações
para as novas que tenham sido adotadas em decorrência de alterações no
sistema de arranjo.

Observa-se que Sousa elenca os instrumentos de pesquisa em ordem hierárquica,


sendo que o guia é o mais genérico enquanto o repertório ou catálogo seletivo é o
mais específico. Já o índice e a tabela de equivalência são instrumentos auxiliares.

Ressalta-se que, de modo geral, a utilização do instrumento de pesquisa mais


adequado a um acervo depende do que se pretende descrever. Propõe-se, ainda, o
estudo e a análise das necessidades de informação dos usuários para selecionar o
que deve ser descrito com prioridade. Na descrição do item documental fotográfico,
recomenda-se a utilização do catálogo caso se pretenda descrever genericamente
ou o repertório (catálogo seletivo) para uma descrição mais minuciosa ou específica.

Os catálogos elencam e descrevem todos os documentos de um ou mais fundos e


os ordenam conforme o método de arquivamento adotado, facilitando a localização
da peça documental no acervo, porém, Lopez (2002, p. 32) alerta que

[...] o fundamental do catálogo e que ele se atenha à compreensão dos


documentos dentro de suas relações orgânicas com as atividades que os
produziram. Só é possível elaborar catálogos de séries que já estejam
organizadas e, preferencialmente, inventariadas.

Recomenda-se que os instrumentos de pesquisa sejam elaborados seguindo uma


ordem hierárquica, ou seja, do mais genérico para o mais específico, para que os
documentos reproduzam as relações orgânicas da entidade produtora ou
custodiadora. Nos arquivos fotográficos devem ser elaborados baseados nas
normas de descrição e adaptados às particularidades do gênero.
38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo da analise documentária de fotografias é gerar uma representação que


permita a recuperação da informação imagética por atributos de seu conteúdo.
Verifica-se, portanto, a necessidade de delinear parâmetros para o acesso mais
eficiente, tornando-as disponíveis, seja qual for o sistema ou a unidade de
informação.

A bibliografia levantada enfatiza a utilização de métodos de análises iconográficas e


interpretações iconológicas como forma de: identificar descritores ou palavras-
chaves para a indexação, elaborar resumos e promover a atividade de descrição de
documentos fotográficos; aborda os desafios da análise documental e da descrição
arquivística de acervos fotográficos; além de verificar os métodos e procedimentos
necessários para compreender o significado da informação registrada na imagem
fotográfica e representá-la de forma consistente.

Através da reflexão sobre a análise documental de fotografias, verifica-se a


necessidade de aplicar procedimentos de leitura imagética, que deve refletir
credibilidade e segurança de maneira a atender as necessidades do usuário no
momento da recuperação da informação. A leitura imagética consiste na descrição,
análise e representação. Um meio de compreensão e interpretação da imagem
fotográfica ocorre através da descrição em níveis, quais sejam: o pré-iconográfico
(objetos e ações representadas pela imagem), o iconográfico (descreve e classifica
a imagem) e o iconológico (interpretação do significado intrínseco do conteúdo da
imagem). Os dois primeiros níveis são importantes e necessários para a descrição
do conteúdo do documento fotográfico e o terceiro para contextualização social,
política e/ou econômica.

Estudos revelam que uma imagem é simultaneamente genérica e específica. Afirma-


se, também que é “DE” algo ou alguém (descrição genérica e específica) e “SOBRE”
algo ou alguém. Verifica-se a relação entre os níveis de descrição e a
simultaneidade da imagem: a categoria “DE genérica” corresponde ao nível pré-
iconográfico, a “DE específica” ao iconográfico e a “SOBRE” se refere ao
iconológico.

A grade de leitura de imagens fotográficas que consideramos mais adequada e


completa consiste em questionamentos à imagem fotográfica (QUEM / O QUE?
39

ONDE? QUANDO? COMO?) e no cruzamento das informações (DE genérico = pré-


iconográfico / DE específico = iconográfico / SOBRE = iconológico), acrescentando-
se a coluna que aborda a técnica fotográfica (dimensão expressiva).

Observamos que a aplicação da grade de leitura, como um procedimento (parte


integrante de um processo) técnico arquivístico, possibilita ao profissional da
informação identificar termos de indexação e representar de forma consistente a
informação (visual e oculta) da imagem fotográfica, mas, para cumprir a função de
torná-las disponíveis, verificamos que o acesso e a difusão devem ser promovidos
através de instrumentos de pesquisa cuja elaboração deve baseada em normas
gerais de descrição arquivística, contendo, no mínimo, os elementos obrigatórios
recomendados pela NOBRADE (código de referência, título, data, produtor (autor),
nível de descrição, dimensão do suporte, condições de acesso) e adaptadas às
particularidades do gênero documental fotográfico.

Verificamos que a análise e a interpretação da imagem fotográfica necessitam de


investigações aprofundadas para contextualizá-la e auxiliar a leitura do usuário,
possibilitando interpretações mais precisas. Concluímos que a aplicação da grade
de leitura é uma ferramenta a ser utilizada para auxiliar a atividade indexação, que
faz parte do processo de descrição arquivística.

A reflexão sobre tema abordado revela que a análise documentária de fotografias é


um método eficaz que auxilia o processo de identificação de termos consistentes
para indexação e descrição documental, exercendo as funções de análise, síntese e
representação do conteúdo informacional da fotografia, transpondo a informação do
imagético para o textual de forma consistente.
40

7 REFERÊNCIAS

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– arquivos: NBR 9578. Rio de Janeiro, 1983.
_______. Informação e documentação – apresentação de citações em documentos:
NBR 10520. Rio de Janeiro, 2002.
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Janeiro, 2002.
_______. Informação e documentação – sumário - apresentação: NBR 6027. Rio de
Janeiro, 2003.
_______. Informação e documentação – resumo - apresentação: NBR 6028. Rio de
Janeiro, 2003.
_______. Informação e documentação – trabalhos acadêmicos: NBR 14724. Rio de
Janeiro, 2005.
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Portugal (p. 84-100), 2006. Disponível em
<http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/385/38500508.pdf>. Acesso em: 10 abril
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BRASIL. Lei nº 8159, de 8 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política nacional de
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