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VITÓRIA
2010
ANDERSON GOMES BARBOSA
RAISANDER PEREIRA DA SILVA
VITÓRIA
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE ARQUIVOLOGIA
CURSO DE ARQUIVOLOGIA
COMISSÃO EXAMINADORA:
_____________________________________
Prof. André Malverdes
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador
_____________________________________
Prof. Luiz Carlos da Silva
Universidade Federal do Espírito Santo
Membro
______________________________________
Prof.ª Solange Machado de Souza
Universidade Federal do Espírito Santo
Membro
Aos pais, Maria José e Ladir; a irmã Andreia; a esposa
trabalho.
Aborda a fotografia como documento a ser tratado tecnicamente em arquivos permanentes, através
da aplicação dos métodos de análises iconográficas e interpretações iconológicas, com a finalidade
de compreender o significado da informação imagética e representá-la de forma consistente. Trata-se
de uma pesquisa descritiva que faz uma reflexão sobre o referencial teórico levantado para analisar
as contribuições científicas sobre a leitura de imagens fotográficas, que possibilita a extração de
unidades de indexação (descritores ou palavras-chaves) e, conseqüentemente, a elaboração de
resumos e a descrição documental. A fotografia reúne informações que geram interpretações
múltiplas conforme o nível cultural, experiências empíricas e preconceitos que cada observador
projeta de si e de seu entorno sociocultural. Sendo assim, observa-se que o levantamento do
conteúdo informacional registrado na imagem fotográfica é uma atividade relevante, pois permite
contextualizar o assunto em um determinado espaço e tempo auxiliando a leitura do usuário, e para
que isto ocorra efetivamente, verifica-se a necessidade de aplicar regras e métodos específicos.
Propõe a adoção dos métodos de análise documentária de fotografias, adaptando-os às normas
gerais de descrição arquivística, para fomentar a elaboração de instrumentos de pesquisa em
arquivos permanentes que contenham acervos fotográficos, visando garantir o acesso e a difusão das
informações imagéticas.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 40
9
1 INTRODUÇÃO
2 ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS
Conforme o art. 2º da Lei 8.159 de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política
nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências:
• Arquivos especiais: são os que tem sob sua guarda documentos não
textuais (iconográficos, cartográficos, audiovisuais, etc.) ou de suportes
específicos (CD, DVD, microfilme, dentre outros) e
Segundo Smit e Gonçalves (2005, p. 18, grifo do autor), podem ocorrer duas
situações nos arquivos fotográficos:
13
1
Caixa preta vedada de luz e que possui um pequeno orifício em um dos seus lados. Seu mecanismo
de funcionamento consiste em captar para dentro da caixa, a imagem que se quer reproduzir e fixá-la
em um material fotossensível.
2
Fenômeno de sensibilidade à luz que toda matéria possui.
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Segundo Kossoy (2001, p. 37), são três os elementos essenciais para a realização
de uma fotografia: “o assunto, o fotógrafo e a tecnologia. São estes os elementos
constitutivos que lhe deram origem através de um processo, [...] num preciso e
definido espaço e tempo”.
A fotografia é vista com restrições quanto a sua utilização como fonte ou objeto de
pesquisa, por razões de ordem cultural, devido à tradição escrita como forma de
transmissão do saber (KOSSOY, 2001).
Boccato e Fujita (2006, p. 86), alertam que “toda imagem tem um suporte e uma
técnica e isso determina o seu significado”. Sobre as fontes de informação contidas
em uma fotografia, Kossoy (2001) afirma que a matéria (suporte) e a expressão
(registro visual) possuem uma relação indivisível (inseparável) e devem ser
investigadas em uma relação interdisciplinar. Já Manini (2008), concorda com
Kossoy em relação à fotografia analógica e acrescenta que nas digitais a parte física
é separada do conteúdo e, desta forma, o seu suporte não é um elemento
significativo para a análise documentária. Pressupõe-se que na análise
documentária de fotografias digitais existem outros elementos a serem investigados,
tais como: a resolução (quantidade de pixel’s), formato (JPEG, GIF TIFF, PNG,
BITMAP, etc.), tamanho (em bytes), dentre outros.
Segundo Rousseau (1998, p. 227), “[...] somente durante os anos 1960 e 1970 que
os arquivistas se interessaram verdadeiramente pela questão da inclusão dos
documentos não textuais nos seus respectivos fundos de arquivo”.
instrumentos de pesquisa que ele elabora e na medida em que seu trabalho satisfaz
ao pesquisador”.
DOCUMENTO
FOTOGRÁFICO
ANÁLISE INTERPRETAÇÃO
ICONOGRÁFICA ICONOLÓGICA
REALIDADE EXTERIOR
2ª realidade
REALIDADE INTERIOR
1ª realidade
A foto foi produzida por volta de 1902-1903 pelo fotógrafo Guilherme Gaensly, numa
fazenda do interior do Estado de São Paulo. A imagem tinha por título: A Colheita de
Café.
Segundo Smit e Gonçalves (2005, p. 32), “o nível iconológico deve ser evitado, na
ótica arquivística, pois o mesmo propõe uma interpretação da imagem, ou seja, uma
leitura entre tantas possíveis”. A proposta de Smit e Gonçalves (2005, p.32)
contrapõe a de Manini (2002, p. 51). Consideramos a de Manini mais adequada,
pois, a interpretação iconológica do profissional da informação auxilia a leitura do
usuário e pode até influenciá-lo, porém, não restringe a apenas uma interpretação,
como afirmam Smit e Gonçalves, portanto, não deve ser evitada.
Deduz-se que toda imagem deveria ser representada, tanto ao nível pré-iconográfico
(genérico), quanto iconográfico (específico). A imagem é, simultaneamente,
específica e genérica (SHATFORD, S. 1986, apud SMIT, 1996, p. 31).
Smit (1996, apud MANINI, 2008, p. 167) propõe dois focos de leitura para a
representação da imagem: “o conteúdo informacional e a dimensão expressiva.
Poderíamos dizer que o conteúdo informacional está ligado ao referente e a
dimensão expressiva está relacionada a um conjunto de fatores ligados à técnica,
[...]”. Recomenda-se que para executar a análise documentária o profissional da
informação deva obter conhecimento técnico relacionado à produção fotográfica
para interpretar o que o fotografo pretende transmitir através da imagem.
FOTOGRAFIA 2 – Lula em discurso para milhares FOTOGRAFIA 3 – Passeata dos 100 mil - 1968
de metalúrgicos do ABC em 1979 Fonte:<http://www.revistabrasileiros.com.br/imagens/15
Fonte:<http://empautaufs.wordpress.com/2009/07/10/b 1/em/textos/34/> por Evandro Teixeira. Acesso em
em-companheiros/> por Igor David Sá e Mayana 05/06/2010.
Macedo. Acesso em: 05/06/2010.
Sobre o termo de indexação, Manini (2002, p. 42), afirma que existem dois tipos de
representação:
3
Esta norma dá diretrizes para preparação de descrição de funções de entidades coletivas
associadas à produção e manutenção de arquivos (ISDF, 2008, p. 11).
32
“A NOBRADE não é uma mera tradução das normas ISAD(G) [...]. Seu objetivo, ao
contrario, consiste na adaptação das normas internacionais à realidade brasileira
[...]” (NOBRADE, 2006, p. 9). Esta norma tem como pressupostos básicos o respeito
aos fundos e a descrição multinível, adotando os princípios expressos na ISAD(G),
quais sejam:
4
Para efeito de utilização da NOBRADE, fundos e coleções se equivalem e segundo o seu glossário
trata-se de um conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a arquivo.
(NOBRADE, 2006, p. 15).
36
Observa-se que a tabela editada por Lopez ilustra e confirma tanto a afirmação de
Bellotto (cada nível do arranjo corresponde a um nível de descrição) quanto os
níveis de descrição propostos pela NOBRADE. Além disso, especifica qual é o
instrumento de pesquisa mais adequado para descrever uma unidade de arquivo,
considerando o seu respectivo nível de descrição.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS