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I CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

X ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO


18-21 julho 2004, São Paulo. ISBN 85-89478-08-4.

LUZ NATURAL E PROJETO DE ARQUITETURA: ESTRATÉGIAS


PARA ILUMINAÇÃO ZENITAL EM CENTROS DE COMPRAS.

GARROCHO, Juliana Saiter (1) / AMORIM, Cláudia Naves David (2)


(1) Mestranda - Programa de Pós-Graduação da FAU-UnB,
Bolsista CNPq – Brasil, jugarrocho@ibest.com.br
(2) Profª Dra - Programa de Pós-Graduação da FAU-UnB,clamorim@unb.com.br

RESUMO
Este artigo contempla uma breve revisão do estado da arte na área de arquitetura de centro de compras,
especialmente no que se refere às estratégias a serem consideradas, no processo de projeto, às questões
de iluminação zenital. Com esse direcionamento, do ponto de vista de projetação, pretende-se mostrar
a importância de focar a questão energética para otimizar o uso de luz natural.
Nesta tipologia de edificações, a iluminação tem um papel importante no intuito de se criar uma
atmosfera cenográfica, com ambientes que proporcionam bem estar e conforto aos usuários, o que
pode ser ainda mais potencializado com o uso da luz natural.
Além disto, os edifícios não residenciais em geral são os que apresentam maior potencial de economia
energética, nos usos finais de iluminação e ar condicionado. Os centros de compras, em especial,
possuem recursos financeiros para investir em novas tecnologias para conforto e economia energética.
Partindo do pressuposto de que estas edificações utilizam basicamente a iluminação zenital, devido às
suas características arquitetônicas, o trabalho enfoca esta modalidade de iluminação, considerada
elemento básico no estudo do desempenho ambiental desta tipologia. As aberturas zenitais nesses
edifícios são uma solução favorável para melhorar a quantidade e otimizar a distribuição de luz natural
no espaço; devem ser, no entanto, cuidadosamente projetadas para evitar ganhos térmicos e luminosos
excessivos.
Palavras-chave: luz natural, iluminação zenital, conforto e eficiência energética.

1. INTRODUÇÃO
A preocupação com o consumo de energia elétrica hoje no mundo é intensa. Não é raro observar
diversos países com suas legislações reformuladas, com uma preocupação notória com as questões
energético-ambientais.
Um novo paradigma surgiu com a crise do petróleo na década de 70, obrigando a uma reavaliação em
todos os níveis, das estratégias energéticas de produção e consumo de energia utilizadas até então.
Segundo PESSOA et al (2002), o uso indiscriminado e predatório das fontes convencionais e a
disseminação das instalações nucleares colocaram de forma enfática o problema do impacto ambiental
e da limitação das fontes energéticas exploradas inadequadamente há tempos.
O desafio no cenário atual é mudar e substituir o comportamento convencional dos consumidores,
característico do padrão produtivo e de consumo massivo, visando racionalizar o uso da energia e
apontar medidas de utilização mais responsável, não só no presente momento, mas considerando seu
impacto global no futuro.
Conforme analisa LOMARDO et al (1998), a energia elétrica usada em edifícios é aproximadamente
45% do consumo total de energia elétrica do Brasil. O setor residencial é responsável,
aproximadamente, pela metade deste consumo de energia elétrica, sendo a outra metade dividida entre
os setores comercial e público.
O crescimento acumulado no consumo de energia elétrica mais alto nos últimos anos é do setor
comercial - cresceu de 70,1%, em 1988, para 89,7%, em 1993 - segundo dados do BEN – Balanço
Energético Nacional (1999). Os principais fatores que influenciaram o crescimento do setor comercial,
segundo a Eletrobrás apud LOMARDO et al (1998), foram: expansão e abertura de novos centros de
compras (shopping centers) com forte crescimento do sistema franchising; aumento da terceirização
na economia e uso crescente dos portos marítimos. Pode-se, então, questionar quais as soluções que
estão sendo propostas para se amenizar os impactos causados por este setor e, principalmente, pelas
edificações do tipo centros de compras, consideradas uma grande vilã em termos de consumo
energético.
De acordo com a ABRASCE, Associação Brasileira de Shopping Centers (1998), os centros de
compras do país consomem cerca de 100,5 GWh/mês, energia suficiente para abastecer uma cidade de
1 milhão de habitantes; 1 milhão de m3/mês de água; 200 mil TR de ar-condicionado. Além disso, os
edifícios não residenciais, em geral, são os que apresentam maior potencial de economia energética
nos usos finais de iluminação e ar condicionado. Os centros de compras, em especial, possuem
recursos financeiros para investir em novas tecnologias para conforto e economia energética.
Entretanto, identificam-se nas tipologias de centros de compras, somente “tímidas” tendências em
direção a uma arquitetura sustentável. O que se verifica, tanto no Brasil quanto no exterior, são
preocupações com relação a uma maior utilização da iluminação natural. No exterior, devido às
normas e leis que permeiam esta questão e, no Brasil, pela atual preocupação com o racionamento de
energia. O consumo energético de iluminação por uso final nesse setor (centros de compras) gira em
torno de 49%, segundo LAMBERTS et al (1998) apud AMORIM (2002a), valor este altíssimo, pois é
praticamente a metade do consumo total da edificação. Sendo que, aproximadamente, 34% é
computado para o consumo com ar condicionado e o restante para os demais equipamentos como
escadas rolantes e elevadores.
Para diminuição do consumo energético, a adequação do padrão arquitetônico é o item que exige
menores investimentos, e proporciona uma das maiores economias de energia. Segundo o BEN (1999)
apud MACIEL (2002), para a adequação arquitetônica o investimento exigido é de apenas 5% do total
e proporciona uma das maiores economias de energia (23%). O rendimento é de 3 a 9 vezes superior
ao dos outros investimentos, como a redução do desperdício, sistemas de controle e, melhoria do
rendimento de iluminação e ar condicionado.
De acordo com SAWIN (2003), do final dos anos 90 até 2020, o consumo global de energia deverá
aumentar quase 60%, devido ao crescimento populacional, urbanização contínua e expansão
econômica e industrial. O consumo de eletricidade, a forma mais versátil de energia, aumentará mais
dramaticamente ainda, segundo a maioria das estimativas – quase 70%. A maior parcela desse
crescimento deverá ocorrer no mundo em desenvolvimento, onde cerca de 2 bilhões de pessoas não
têm acesso a formas modernas de energia, como eletricidade e gás encanado. E a maior energia
adicional virá dos combustíveis fósseis, conforme projeções de agências nacionais e internacionais.
Mas, o atendimento dessas demandas através de combustíveis e tecnologias convencionais irá ameaçar
ainda mais o meio ambiente natural, saúde e bem-estar públicos.
Existem vários trabalhos de avaliação de edifícios tendo em vista a aplicação de sistemas naturais de
iluminação em concordância com sistemas artificiais otimizados. Em muitos deles, fica explícita a
importância do emprego de estratégias e tecnologias passivas no projeto arquitetônico, desde sua
concepção, para a diminuição do consumo de energia e dos impactos ao meio ambiente natural.
No contexto brasileiro, a utilização da iluminação natural reflete-se diretamente na energia gasta em ar
condicionado e iluminação artificial. Em grande parte das cidades brasileiras, como Brasília (cidade
foco do estudo em andamento), por exemplo, a luminosidade do céu é intensa, anualmente a radiação
solar é de 2600 horas por ano, o que permite reduzir bastante o uso da luz artificial na maioria dos
edifícios. Pode reduzir também os custos com ar condicionado; pois de acordo com AMORIM
(2002c), a luz natural produz menos calor por unidade de iluminação do que a maioria das luzes
artificiais, reduzindo, portanto, também a carga do ar condicionado.
“A disponibilidade da luz natural nas regiões tropicais é grande, e esta deve ser usada de forma
criteriosa. O desafio, portanto, é equilibrar sabiamente o ingresso da luz difusa, bloqueando o calor
gerado pela luz solar direta, evitando problemas de conforto térmico”.(AMORIM, 2002a)
A luz natural oferece enormes vantagens, e pode ser utilizada como estratégia para obter maior
qualidade ambiental e eficiência energética em edificações. Muitos componentes para serem utilizados
como estratégias de projeto estão disponíveis, tanto em novos edifícios, como em reformas. A
disseminação de informações é muito importante, para que a utilização destas estratégias em larga
escala possa tornar-se uma realidade palpável, colaborando para a sustentabilidade da arquitetura de
forma concreta.

2. LUZ NATURAL EM ARQUITETURA


Os seres humanos, em comum com a maioria dos outros organismos complexos, dependem da
exposição à luz natural para ativar uma série de funções fisiológicas. Existem, essencialmente, dois
aspectos que devem ser considerados: a intensidade da exposição à luz natural e a exposição específica
ao componente ultravioleta (UV) da radiação solar.

2.1 Intensidade da exposição à luz solar - ritmos circadianos


A cada manhã, fortes doses de luz solar são necessárias para estimular a glândula pineal para encerrar
a produção de melatonina. Receptora de informações sobre os níveis de luz, a partir da retina, a
glândula pineal é um órgão que se localiza na base do cérebro. De acordo com BAKER et al (2002),
ela desenvolve várias funções regulatórias importantes, principalmente através da liberação de
melatonina na corrente sanguínea durante as horas de escuridão.
Afirmar que esses ciclos são iniciados ou encerrados devido à presença ou ausência de luz natural, é
uma simplificação excessiva da realidade. Segundo BAKER et al (2002), experimentos têm mostrado
que os ciclos circadianos continuam a ocorrer mesmo sem o estímulo da luz natural, entretanto, eles
atrasam 1h10min a cada 24 horas. Em outras palavras, a ação da luz natural acelera os ciclos
circadianos do corpo, de forma a fazê-los coincidir com o ciclo diário de 24h. Isso foi descrito como
mudança de fase, e uma mudança de fase positiva, em média de 1h10min, necessária, portanto,
diariamente.
A glândula pineal é muito mais sensível de manhã cedo que durante o meio do dia. Durante a
sensibilidade máxima (por volta de 4h da manhã), mesmo uma luz de baixa intensidade pode
ocasionar uma mudança positiva de fase, mas à medida que o dia continua, essa sensibilidade diminui
gradualmente, de maneira que uma intensidade (e/ou duração) de luz cada vez maior é exigida para se
obter o mesmo efeito. Embora isso possa parecer estranho, num primeiro momento, é o método do
qual a natureza se vale para garantir que haja um equilíbrio na exposição, apesar das amplas diferenças
na intensidade da luz natural de acordo com a condição climática ou latitude. Assim, por exemplo,
analisa BAKER et al (2002), a exposição matinal à forte luz dos trópicos, à qual, ao contrário,
encurtaria os ciclos circadianos em mais de 1h10min, pode ser compensada na dose adequada pela
exposição no período da tarde. Ao mesmo tempo, o sistema é sensível o bastante para permitir uma
mudança de fase positiva, mesmo em dias nublados nas altas latitudes.
Ao longo do tempo, o ciclo de produção de melatonina da glândula pineal irá se estender gradualmente
por 25h10min, e a desincronização circadiana ocorrerá. De acordo com BAKER et al (2002), a
melatonina será liberada em horas erradas do dia, ocasionando letargia, sonolência e vários outros
sintomas causados pela atividade intempestiva desses órgãos regulados pela melatonina.
Em alguns indivíduos, isso ocasiona uma condição conhecida como Desordem Emocional Sazonal
(Seasonal Affective Disorder – SAD) . As pessoas que vivem diariamente em ambientes climatizados
e iluminados artificialmente sentem, em algum grau, mudanças sazonais no seu humor ou
comportamento. Entretanto, as pessoas que sofrem de SAD e vivem em altas latitudes, durante o
inverno, sentem esses sintomas de forma mais severa, o que faz com que se sintam seriamente
debilitadas.
Segundo BAKER et al (2002), não só o fato de a retina não receber luz forte suficiente, como também
a possibilidade de que a exposição à luz seja irregular e intermitente podem interferir nos nossos
ritmos circadianos.
O quão grave a disfunção circadiana crônica pode ser para a saúde humana ainda é objeto de pesquisa
médica, mas é provável que, pelo menos, cause debilitação das funções física e mental. Enquanto as
pessoas que vivem e trabalham em altas latitudes, no inverno, estão em posição de maior risco, prédios
inadequadamente iluminados durante o dia podem colocar seus ocupantes em risco em qualquer
latitude, mesmo no verão. Nesse contexto, não é sem propósito que o sintoma mais comum relatado
em estudos sobre a Síndrome do Edifício Doente (Sick Building Syndrome - SBS) é a letargia.
Financeiramente, por menor que seja a redução na performance do trabalhador, acarreta enormes
custos acumulados em termos de perda de produção. Em termos de qualidade de vida, os custos da
disfunção circadiana são incalculáveis.

2.2 Exposição à radiação ultravioleta (UV)


A radiação ultravioleta é a parte do espectro solar cujos comprimentos de onda são menores que os das
ondas da faixa desse espectro visualmente captadas pelos seres humanos.
Entretanto, a atmosfera da Terra dissipa e absorve uma grande quantidade deles, e a intensidade dos
raios ultravioleta à qual os seres humanos estão expostos diminui rapidamente para um pouco menos
de 380 nm (o limite aproximado da luz visível); e muitos poucos raios ultravioleta chegam à superfície
da Terra com uma intensidade de menos de 280 nm. De acordo com BAKER et al (2002), a parte do
espectro entre 380 e 320 nm é normalmente denominada UVA, a parte entre 320 e 280 nm é
denominada UVB e a porção ente 200 e 280 nm UVC. Em geral, tanto os efeitos mais prejudiciais
como os mais benéficos dos raios UV resultam da exposição ao raio UVB (Tabela 1). Contudo, pouca
quantidade de UVB é transmitida através dos vidros das janelas e zenitais1. Assim como o resto da
faixa de ondas solar, a intensidade da radiação UV varia de acordo com a latitude, a estação do ano, a
hora do dia e o espaço celeste coberto por nuvens.
Tabela 1 - Espectro da radiação solar.

CATEGORIA Comprimento de onda (nm) AÇÃO


UVC 200 - 280 Bactericida
Ultravioleta UVB 280 - 320 “Bronzeamento”
UVA 320 - 380 Efeito ocular
Visível 380 - 770 Radiação visível
IR-A 760 - 1400
Infravermelho IR-B 1400 - 3000 Radiação térmica
IR-C > 3000
(Fonte: Adaptado de BAKER et al, 1993).

2.2.1 Efeitos benéficos dos raios ultravioletas (UV)


Enquanto os perigos da exposição excessiva à luz solar foram amplamente divulgados, os perigos à
pouca exposição são freqüentemente desconsiderados. A evolução humana ocorreu devido à exposição
à luz natural, incluindo os raios UV, e embora o esgotamento da camada de ozônio cause preocupação,
não altera o fato de que a fisiologia humana depende de um certo grau de exposição aos raios UV.
O principal benefício, dentre outros, da irradiação dos raios ultravioleta na pele é a produção de
vitamina D, sem a qual o cálcio não pode ser devidamente absorvido e utilizado. A quantidade de
exposição à luz solar necessária para que se atinja uma síntese de vitamina D adequada é difícil de ser
especificada devido à quantidade de variações de intensidade dos raios UV. Embora, conforme
BAKER et al (2002), céus encobertos por nuvens reduzam a intensidade dos raios UV, elas não os
eliminam; céus nublados normalmente reduzem a intensidade em torno de 50%.
Indubitavelmente, a exposição excessiva à luz solar, especialmente aos raios UV, causa danos, mas
existem evidências de que a exposição moderada é benéfica. Vários dados estatísticos, segundo

1
A proporção de raios UV transmitidos através dos vidros das janelas e zenitais, segundo BAKER et al (2002), varia de
acordo com o tipo, grossura e ângulos de incidência. Uma única janela de vidro claro comum de 4 mm, por exemplo,
transmite por volta de 50% do total de radiação UV num ângulo de 0° de incidência; fazendo uma média de
aproximadamente 80% acima de 350 nm, depois diminuindo rapidamente para algo como 7% a 320nm, sendo apenas uma
pequena porção de raios UVA. Com relação à maior parte da faixa de ondas de raios UVA (320-380 nm), esses valores de
transmissão continuam relativamente constantes em ângulos de incidência de até 60°. Acima de 60°, representando grandes
altitudes solares em relação ao vidro vertical, eles diminuem rapidamente.
BAKER et al (2002), estão abertos à interpretação e não são conclusivos, mas certamente dão algum
crédito à ampla e divulgada crença de que a luz do sol é um importante fator para promover não só a
boa saúde como a sensação de bem-estar ao ser humano.
A relativa importância dos raios UVA e UVB em ativar tais efeitos benéficos é, infelizmente,
conhecida em apenas poucos casos. Com relação à síntese de vitamina D, por exemplo, acredita-se que
os raios UVB são mais eficazes que os UVA, este tendo apenas uma pequena contribuição.
Considerando que, de acordo com FONTOYNONT (1998), o vidro das janelas e das coberturas
excluem os raios UVB, os ocupantes do prédio são, assim, privados de pelo menos um efeito
importante dos raios UV, embora ao mesmo tempo protegidos dos seus efeitos prejudiciais. Para uso
geral, entretanto, deve-se ficar atento para não eliminar mais segmentos da faixa de ondas solar as
quais nosso organismo está acostumado a receber.
Portanto, quando se fala da utilização da luz natural em ambientes construídos, os efeitos prejudiciais
e benéficos estão ligados de forma inseparável; é difícil obter qualquer benefício do sol sem, ao
mesmo tempo, se expor aos prejuízos que ele pode causar. Obviamente, o equilíbrio neste aspecto é
relevante, e um projeto arquitetônico adequado pode ajudar a equacionar a questão.

3. O CLIMA COMO CONDICIONANTE DE PROJETO


A Terra abastece o homem de alimentos, água e oxigênio necessários para viver, mas isto não basta
para assegurar sua sobrevivência. As condições climáticas nas distintas regiões do mundo podem
variar muito e serem bastante prejudiciais para os seres humanos.
O corpo humano tem desenvolvido suas próprias estratégias (como a pigmentação, por exemplo) para
estar bem preparado na luta por sua sobrevivência. Mas, a proteção mais importante contra as
condições externas desfavoráveis ainda são as vestimentas e as habitações.
Em todo o mundo, as habitações humanas devem cumprir as mesmas necessidades básicas: proteção e
conforto. Entretanto, as formas e elementos tipológicos das edificações variam visivelmente de uma
região para outra e dependem ainda dos materiais locais disponíveis e das condições climáticas
predominantes.
Não foi por acaso que homens de diferentes continentes e culturas, diante de situações climáticas
similares, chegaram independentemente à soluções parecidas, todavia, desenvolvendo formas de
construção específicas para cada região.
O clima, atuando sobre o homem e as edificações, é um dos elementos mais importantes do conjunto
de fatores que compõem um lugar. Conforme FERREIRA (1965) apud MACIEL (2002), “o clima é o
conjunto de elementos que, em sua sucessão habitual, no curso de um período determinado,
caracterizam a atmosfera e concorrem para dar a cada ponto da Terra sua individualidade“.
Em consonância com a maioria das classificações tradicionais, identificam-se dentro da faixa tropical
(entre os trópicos de câncer e capricórnio) três tipos climáticos básicos principais, o quente seco, o
quente e úmido e o composto ou de monções. FERREIRA (1965) e KOENIGSBERGER (1980) apud
MACIEL (2002), citam uma classificação cujas três zonas climáticas principais estão subdivididas
ainda em três subgrupos. Assim, o clima quente e seco apresenta o subgrupo quente e seco marítimo
de deserto, no clima quente úmido identifica-se o subgrupo quente úmido de ilha e no clima composto,
o subgrupo tropical de altitude.
A cidade de Brasília, foco do trabalho em andamento, construída na década de 60 para ser a capital do
Brasil, está localizada à 15º 52’ de latitude sul, apresentando altitude média de 1100 metros. Seu clima
é classificado como Tropical de Altitude, caracterizado por um período quente e úmido, de outubro à
abril, com predominância de céu parcialmente encoberto, e um período seco, de maio à setembro, com
céu claro. O período quente e úmido, segundo FERREIRA (1965) apud MACIEL (2002), apresenta
uma temperatura média de mais de 22ºC, e o período seco, apresenta temperatura média de cerca de
19ºC e anualmente a radiação solar é de 2600 horas. O vento predominante é o vento Leste durante
quase todo o ano com velocidade média entre 2 e 3 m/s, considerada baixa por GOULART et al
(1997).
A disponibilidade da luz natural nas regiões tropicais é grande e seus níveis de iluminâncias2 são
muito altos. Em Brasília no verão (21/12 – 12h) existem 98.000 lux (plano horizontal); no outono
(21/03 – 12h), 101.000 lux, ambos com céu parcialmente encoberto. No inverno (21/06 – 12h) com
céu claro, temos 96.000 lux, o que favorece o uso da iluminação natural como estratégia de projeto na
busca de uma maior eficiência energética e na qualidade ambiental do ambiente construído, o desafio,
portanto, é equilibrar sabiamente o ingresso da luz difusa, bloqueando o calor gerado pela luz solar
direta, evitando problemas de conforto térmico.
Os climas quentes secos são caracterizados por céu claro; o céu azul profundo nestas condições tem
uma luminânia muito baixa na altura do horizonte até 30º, em torno de meio dia, e por este motivo
pode não ser suficientemente luminoso para ser a principal fonte de iluminação interna.
As superfícies externas de cores claras (pisos ou outros edifícios), por outro lado, podem ser de
luminância3 muito intensa devido à luz direta refletida; estas superfícies refletoras serão as maiores
fontes de luz neste clima. Esta condição, porém, segundo AMORIM (2002c), pode chegar a tal ponto
que sejam necessárias medidas para evitar o ofuscamento causado pela visão das superfícies. A técnica
da iluminação natural neste clima é determinada pela necessidade de um equilíbrio entre a entrada de
luz suficiente no plano de trabalho e a exclusão da radiação solar indesejada e do ofuscamento4.
Nos climas quentes úmidos, ao contrário, na presença de nuvens, a abóbada celeste é muito luminosa.
Os usuários dos edifícios devem ser protegidos dos efeitos da luz direta (através dos elementos do
edifício) e da visão do céu. A única estratégia suficiente para atender a estas duas exigências é ter
elementos de proteção solar reguláveis que possam ser usados de forma inteligente dependendo das
condições prevalecentes no período.
Para reduzir os inconvenientes da luz natural (direcionalidade e altíssima intensidade), conforme
enfatiza AMORIM (2002c), é necessário utilizar sistemas de controle/difusão da radiação solar que
interceptem uma parte da radiação direta, refletindo-a e difundindo-a.
As condições climáticas da cidade são qualificadas como favoráveis conforme GOULART et al
(1997), pois, verifica-se que Brasília apresenta o maior percentual de horas de conforto em relação a
outras 13 cidades estudadas de diferentes regiões brasileiras.
Entretanto, com relação à arquitetura, verifica-se a predominância de critérios estéticos formais sobre
os aspectos funcionais e bioclimáticos na concepção desta cidade modernista, construída como forma
de dar confiança e representatividade ao desenvolvimento do país no governo de Juscelino
Kubitschek, conforme analisa MACIEL (2002).
Com o decorrer do tempo, a linguagem das novas edificações construídas em Brasília foi sendo
modificada com a apropriação de novas tendências. Porém, ainda observa-se, tanto em prédios
públicos quanto em prédios comerciais, a continuidade da cultura do desperdício energético e a adoção
de soluções padronizadas, resultado de um processo de globalização. O Brasil não é uma exceção e o
processo de cópia de paradigmas internacionais vem se mantendo independente das realidades
culturais e climáticas locais.

4. ARQUITETURA DOS CENTROS DE COMPRAS: CARACTERÍSTICAS E


TENDÊNCIAS

4.1 Evolução histórica dos centros de compras


Há mais de mil anos que os povos tem como hábito e como princípio para sua sobrevivência,
comercializar produtos e mercadorias. O ato de comercializar atraiu consumidores e comerciantes para
um lugar específico, onde ali pudessem ocorrer todo e qualquer espécie de “intercâmbio” entre os
seres humanos. Essas “trocas”, inicialmente, eram realizadas em espaços de caráter público e ao ar
livre como em largos e praças, e ruas à margem de portos ou em mercados parcialmente cobertos.

2
Níveis de iluminância calculados pelo software DLN (Disponibilidade de Luz Natural, Paulo Scarazzato, 1995).
Estes dados foram confirmados através de medições nos mesmos dias, horário e condição de céu, por AMORIM (2002a),
encontrando-se valores muito similares.
3
Luminância – sensação de luminosidade decorrente da reflexão dos raios por uma superfície.
4
Ofuscamento – é sentido sempre que há claridade demais no campo visual. Pode ser causado por uma fonte de grande
luminosidade (janelas, lâmpadas, superfícies refletora, etc).
Os centros de compras, que incluem tantos os pequenos, grandes e super espaços com suas imensas
metragens quadradas de área construída, tiveram sua origem na década de 20 nos Estados Unidos da
América.
Na Europa, as galerias comerciais do século XIX, surgiram para permitir aos consumidores o “ir” às
compras em ruas cobertas, protegidos do sol e da chuva. Nestas galerias foram planejados elementos
arquitetônicos e materiais diversos no intuito de atrair os consumidores a entreter-se nestes espaços
por um maior período de tempo e seduzi-los com ambientes luxuosos e confortáveis.
Por todo o mundo, nas zonas climáticas mais diversas, de cidades como Nápoles a Moscou, se
construíram galerias comerciais. Dois exemplos típicos de galerias são a Galeria Vittorio Emanuelle II,
em Milão e o GUM, em Moscou. Estas galerias foram construídas com espaços envidraçados, cúpulas
e fachadas em vidro para tornar o mais atraente e confortável possível o “ir” às compras naquela
época.
De acordo com BEHLING et al (2002), as grandes coberturas e fachadas transparentes, num primeiro
momento, não foram projetadas para permitir a visão da rua ou para deixar entrar a luz do sol no
edifício, mas sim para atrair a visão do público para as mercadorias.
Hoje, mais que um simples comércio ou um mistura de atividades e varejo muito extenso, os centros
de compras se espelham em um hipotético exemplo de cidade ideal. Oferecem infra-estrutura,
tecnologia e segurança, requisitos essenciais à vida moderna, buscados pelo homem.
Mas não se pode deixar de relatar que, com o surgimento dos centros de compras, o comércio local
e/ou de bairro passaram por um processo de esvaziamento por parte dos consumidores que foram
atraídos pelo forte jogo de marketing e pelo conjunto de fatores como a localização, os acessos, os
estacionamentos, o mix comercial e outros.
Um dos fatores que impulsionaram o crescente surgimento de edificações de centros de compras,
principalmente no Brasil, foi o deslocamento dos centros financeiros e de negócios das áreas centrais
das cidades para outras regiões periféricas em pleno desenvolvimento e crescimento. Com esse
deslocamento, o comércio que intensamente ocupava e se desenvolvia nas áreas centrais foi se
enfraquecendo e perdendo sua gama de consumidores.
“A degradação de áreas urbanas centrais é um fenômeno bastante comum; as áreas centrais
começam a serem substituídas por outras regiões da cidade na função de centro de atração de
investimentos e de consumo de setores mais abastados”.(DEL RIO, 1997)
É impossível pensar os centros urbanos sem relacioná-los, de alguma forma, com as atividades
comerciais. Muitas das nossas cidades e vilas nasceram da realização periódica de muitas feiras e
mercados, expoentes máximos do comércio de então, e que pela sua importância, regularidade e
popularidade vieram a ter relevante influência, no sentido de que o comércio começou a se fixar,
abandonando progressivamente a modalidade “itinerante”. Desta forma, ainda hoje, a atividade
comercial, mais concretamente o comércio instalado nos centros urbanos, constitui uma das mais fiéis
referências do dinamismo socioeconômico das cidades.
Por outro lado, as cidades e suas áreas centrais vêm sofrendo intervenções de projetos de revitalização
urbana, no intuito de requalificar e vivificar seus espaços, e segundo analisa DEL RIO (1997):
“As cidades estão sofrendo modificações profundas, em termos de sua própria natureza, de suas
qualidades tradicionais e de seus reflexos em nosso cotidiano. Novas acessibilidades, processos,
relações e artefatos atestam a fragmentação e a desarticulação dos espaços urbanos e de nossas
relações com eles, configurando o desenho da cidade pós-moderna: a urbanidade incompleta dos
enclaves residenciais e edge cities, simulacros de revitalização em áreas centrais, shopping-centers
como museus e museus como shopping-centers, socializações controladas, parques temáticos como
alienação desejada e turismo de consumo, intervenções requalificadoras de áreas comerciais”.
Este processo de revitalização dos centros urbanos, que passa pela revitalização dos comércios locais e
de rua, é um processo lento e que demanda altos investimentos, o que dificulta a efetiva realização
destes pelos governos locais. Todavia, os comércios locais, que necessitam de incrementos e atrativos
para sobreviver vão perdendo espaço para os centros de compras, que ao contrário, já surgem
consolidados pelos altos investimentos do setor privado na certeza de um lucro contínuo.
No Brasil, exatamente no ano de 1966 foi inaugurada a primeira unidade de um centro de compras, o
Shopping Iguatemi, na cidade de São Paulo (AMORIM, 2001). Os anos 80 e 90 ficaram caracterizados
pelo crescente aumento do número de unidades de centros de compras e também pela diversificação
no formato tradicional dessas tipologias. Os projetos arquitetônicos ficaram cada vez mais arrojados,
com o uso de novos materiais e o recurso de novas tecnologias, no intuito de aumentar a oferta e
diferenciar seus serviços para atrair consumidores cada vez mais exigentes.
Segundo dados do ICSC - Internacional Council of Shopping Centers (2003), hoje, contabiliza-se nos
Estados Unidos 46.336 unidades de centros de compras, e no Brasil, segundo a ABRASCE -
Associação Brasileira de Shopping Centers (2003) existem 253 unidades, sendo 229 em operação e 24
em construção.

4.2 Tendências atuais


O ICSC - Internacional Council of Shopping Centers (2003) define como centro de compras um
edifício que possui sua localização minimamente estudada, com a disposição planificada das lojas e a
presença de pelo menos uma loja âncora5. Geralmente são edificações com arquiteturas introspectivas,
voltadas para o seu centro, para o seu espaço interno projetado, onde se têm ambientes climatizados
artificialmente e “alheios” aos fatos que ocorrem nas vias públicas que as cercam.
Os centros de compras são um mundo auto-suficiente com um mix de atividades muito extenso.
Existem diversos tipos de centros de compras, classificados de acordo com o número de pessoas que o
freqüentam e o tipo de atividade que comportam: regionais, comunitários, de vizinhança, outlets,
festival centers, lifestyles. Os regionais são os possuem maior área e infra-estrutura (AMORIM, 2001).
Como tendência atual da arquitetur pode-se citar a configuração irregular da planta do edifício e a
criação de ambientes mais naturais. Esta última tendência tem ocasionado o retorno da luz natural,
mais por uma questão de otimização da condição de conforto do ambiente do que por razões de
consumo energético.
Verifica-se nos projetos dos centros de compras, muita ênfase na arquitetura interna e no projeto de
iluminação. Segundo AMORIM (2001), existe uma certa uniformidade na arquitetura dos centros de
compras em todo o mundo, quase como se fosse um “estilo internacional”, ignorando a peculiaridade
climática e ambiental de um determinado lugar.
O ICSC (Internacional Council of Shopping Centers) realiza anualmente uma publicação6 que premia
os melhores projetos de centros de compras em todo o mundo. Os critérios empregados na premiação
incluem “novos métodos para otimização do ambiente construído, conservação de energia e técnicas
inovadoras de construção”, mas o projeto selecionado raramente se enquadra fielmente em todos os
critérios em questão. A ênfase é dada, sobretudo, no seu aspecto estético, na decoração e na temática
do centro de compras.
No intuito de se criar uma atmosfera específica, os projetos destes edifícios, na sua grande maioria,
possuem elementos arquitetônicos como átrios e lanternins para reforçar a entrada da luz natural. É
verdade que a qualidade da iluminação obtida é melhor e a constante mudança de luz natural é
favorável, pois proporciona segundo MAJOROS apud AMORIM (2002a), efeitos estimulantes nos
ambientes7. Porém, o sistema de iluminação artificial não deve ser desconsiderado, mas sim,
incorporado de forma integrada com o comportamento da luz natural. (Figuras 01, 02 e 03).

5
Negócios âncoras são lojas que possuem uma marca forte e consolidada no mercado, e que certamente atrai os
consumidores. Fonte: ABRASCE - Associação Brasileira de Shopping Centers (1998).
6
Winning Shopping Center Design, nº 5 – ICSC, NY, 1998.
7
A luz natural pode ajudar a evitar fenômenos como a SBS (Sick Building Syndrome)- associada a edifícios com ar
condicionado e luz artificial - e mais especificamente da SAD (Seasonal Affective Disorder) – ligada à privação de luz. Os
edifícios com luz natural, devido à variação da iluminação no tempo e espaço, fornecem os estímulos suficientes para
desencadear os processos fisiológicos que evitam esta síndrome. (BAKER et al, 1993).
Figura 01: Edifício do Conjunto Nacional, Figura 02: Sofreu alterações na sua Figura 03: Incidência de luz solar
centro de compras pioneiro na cidade de concepção arquitetônica original, direta nas áreas comuns
Brasília, está localizado na área central, às para receber em seu teto aberturas ocasionando ofuscamento nos
margens do Eixo Monumental. (Março, 2004) zenitais que reforçam a entrada da usuários. (Março, 2004)
luz natural. (Março, 2004)

Entretanto, a maior desvantagem da luz natural é a sua imprevisibilidade. Em climas quentes, se não
forem projetadas de maneira adequada, as áreas envidraçadas que permitem a entrada da luz natural
em um edifício podem contribuir para ganhos térmicos indesejáveis e até mesmo insuportáveis para o
ser humano. Sendo assim, os custos adicionais com resfriamento podem anular os custos reduzidos do
sistema de luz artificial.
A utilização de átrios e lanternins em centros de compras para entrada da luz natural é uma tendência
atual. Mas a maior parte destes elementos são projetados sem um sistema efetivo de controle da luz
direta e proteção solar do ambiente (Figuras 04, 05 e 06). É interessante notar que uma efetiva
integração do dispositivo de controle solar nestes edifícios poderia ajudar a obter um eficaz equilíbrio
entre resfriamento e iluminação natural, especialmente em climas quentes.

Figura 04: Brasília Shopping, inaugurado em


1997, faz parte da geração de edifícios Figura 06: Detalhe da abertura
Figura 05: Vista interna da
comerciais e centros de compras da capital, com zenital, em formato escalonado.
edificação; a abertura zenital
design moderno e ampla fachada em vidro. (Março, 2004)
proporciona entrada de luz tanto
(Março, 2004)
no 1º pavtº quanto no 2º pavtº.
(Março, 2004)

Pode-se dizer, após estudos preliminares, que atualmente verifica-se uma preocupação energética e
ecológica nos centros de compras. Um exemplo é o Centro Comercial Popular, na cidade de Curitiba.
Está situado numa antiga fábrica que foi revitalizada para abrigá-lo. O projeto caracteriza-se por haver
iluminação e ventilação natural, número mínimo de paredes, um único pavimento e utilização de
materiais locais.
Outro exemplo é o Parque Dom Pedro Shopping, em Campinas, que foi projetado com preocupação na
economia de energia e água. É um dos poucos existentes que conta com Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE), capaz de processar 3 mil m³ de água por dia - equivalente ao consumo de uma cidade
com 15 mil habitantes; o sistema reaproveita mais de 60% da água tratada pela estação, no sistema de
ar-condicionado, irrigação e bacias sanitárias do centro de compras.
Em Brasília, construído recentemente, há o Terraço Shopping com preocupações deste gênero. O
condicionamento artificial das áreas comuns foi eliminado e a iluminação natural enfatizada. No
edifício foi instalado um sistema de resfriamento passivo com o intuito de amenizar os efeitos do
clima seco de Brasília e proporcionar maior conforto ao usuário (Figuras 07 e 08).
As edificações “abertas” fazem parte de uma nova tendência de centros de compras, já existentes nos
Estados Unidos, e foram projetadas com o objetivo de melhorar o conforto ambiental como também,
diminuir os custos do edifício.

Figura 07: Terraço Shopping: centro de compras Figura 08: Sua tipologia arquitetônica segue uma
inaugurado recentemente em Brasília. (Março, 2004) tendência atual com ênfase em espaços “abertos”. (Março,
2004)

No entanto, dados levantados sobre o consumo energético em três edifícios, do tipo centros de
compras, na cidade de Brasília, mostram que não houve muita evolução na arquitetura de shopping
com relação ao quesito eficiência energética (Tabela 2). Observa-se também, que um centro de
compras que foi originalmente projetado para consumir menos, eliminando o ar condicionado na
circulação do shopping, não obtém esta economia, devido a outros fatores não previstos no projeto.8
Isto indica que o processo de projeto deve pensar em soluções integradas, levando em conta também
os usos do edifício e hábitos dos usuários.9
Tabela 2 - Dados comparativos de consumo energético em centros de compras de Brasília.

Edifício Consumo de energia Ar condicionado Iluminação


(por ano)

Brasília Shopping 364 kWh/m2 33 % 52%


Park Shopping 378 kWh/m2 35 % 50%
2
Terraço Shopping 427 kWh/m 56 % 30%
(Fonte: Notas de aula da disciplina de Estudos Especais em Tecnologia - FAU/UnB, 2003).

Portanto, não se pode afirmar que estas tendências atuais adotadas nos projetos de centros de compras
têm conduzido a uma redução efetiva no consumo energético destes edifícios.

5. COMPONENTES E TECNOLOGIAS PARA USO DA LUZ NATURAL EM


ABERTURAS ZENITAIS

5.1 Componentes arquitetônicos para a luz natural


Os sistemas e componentes da arquitetura que podem ser utilizados para aproveitamento da luz natural
vão desde os mais simples, como proteções solares fixas, prateleiras de luz até tecnologias mais

8
Devido às lojas manterem suas portas geralmente abertas (na intenção de atrair o cliente) ocorre uma maior dispersão do ar
condicionado.
9
Outros trabalhos confirmam esta conclusão; por exemplo, em estudo realizado por CORBELLAS e YANNAS (1998), no
Fashion Mall (Rio de Janeiro), um centro de compras com iluminação e ventilação natural foi demonstrado que o consumo
energético neste edifício é maior que em um centro de compras tradicional (condicionamento e iluminação artificial).
sofisticadas. Neles, está implícita a função de controle das quantidades e qualidade da luz natural
empregada e o papel que vão exercer na arquitetura projetada. BAKER et al (1993) apud AMORIM
(2002d), apresentam uma classificação dos componentes que podem ser utilizados para a luz natural,
inseridos no projeto de arquitetura (Tabela 3).
Tabela 3 - Classificação dos componentes para a luz natural.

COMPONENTES PARA A LUZ NATURAL

Componentes de Condução Componentes de Passagem


Grupo I – Espaços Estufas Galerias Grupo I – Componentes de Sacada / parede translúcida / pele de
de luz intermediários Passagem Lateral vidro (curtain wall).
Grupo II – Espaços Átrio Grupo II – Componentes de Clerestório / monitor/ shed p/ sul teto
de luz internos Passagem Zenital translúcido / lucernário/ domo /
Duto de luz lanternim.
Duto de sol
Grupo III – Componentes de membrana
Passagem Global
(Fonte: Adaptado de BAKER et al (1993) apud AMORIM, 2002d).

Dentre estes, alguns podem ser destacados por serem de utilização adequada a climas quentes, além de
apresentarem custo relativamente baixo e exigências de manutenção simples.

5.2 Configuração de aberturas zenitais

5.2.1 Sheds
Em se tratando de componentes de passagem zenitais (Tabela 3), estes devem ser cuidadosamente
projetados, para evitar ganhos de calor excessivos, já que a cobertura recebe mais que o dobro da carga
solar se comparada às fachadas. Os lucernários lineares podem ser agrupados segundo sua geometria
(horizontais, monitor, sheds, etc). Os sheds, por exemplo, caracterizam-se por serem fechados por
material opaco na parte de cima, tendo somente uma das laterais com material transparente. Segundo
AMORIM (2002a), podem ser uma boa solução em climas quentes, pois permitem um melhor controle
da luz e carga térmica; devem ser, no entanto, orientados corretamente, ter proteção solar e
possivelmente lamelas para auxiliar na difusão da luz.
De acordo com VIANNA et al (2001), o componente de passagem zenital tipo shed terá melhor
desempenho quando orientado a Sul para latitudes compreendidas entre 24º e 32º, no caso do Brasil.
Nesta condição, fornecerá iluminação unilateral difusa durante a maior parte do ano, com exceção no
período de meados de dezembro a início de janeiro, nas primeiras horas da manhã e últimas horas da
tarde, evitando, portanto, na maior parte do ano, o ofuscamento dos usuários provocado pela
incidência da luz solar direta no plano de trabalho. Mesmo para o referido período de incidência direta,
a penetração do sol será mínima por causa dos grandes ângulos de incidência dos raios solares,
praticamente tangentes à superfície iluminante, aumentando desta forma a reflexão dos raios solares.
Já para as latitudes compreendidas entre 0º e 24º S, caso da cidade de Brasília (15º 52’ S), a orientação
sul é adequada, pois permite que se ganhe luz difusa sem entrada de calor excessivo da radiação direta
(com uma pequena proteção para os meses de verão).
Segundo MASCARÓ apud VIANNA et al (2001) os elementos zenitais tipo shed fornecem uma
iluminação em torno de 3/4 do valor obtido com a mesma superfície iluminante localizada
continuamente sobre um teto horizontal.
No projeto de requalificação do edifício Plaza di América, em Sevilha (Espanha), foram utilizados
lucernários tipo shed, que foram redesenhados e orientados para o sul (hemisfério norte). Esta
estratégia permite o controle da penetração solar durante o ano, além de permitir o ingresso de calor
para o aquecimento passivo; as lamelas situadas abaixo da abertura contribuem para difundir ainda
mais a luz (Figura 09). Os cálculos, segundo BAKER et al (1993) apud AMORIM (2002a),
demonstram que estes sistemas de controle garantem a iluminação natural dos ambientes durante 80%
do tempo, reduzindo a carga energética para a iluminação artificial e o ar condicionado.
Figura 09: Corte transversal do edifício Plaza di América em Sevilha (Fonte: ROGORA apud AMORIM, 2002a).

5.2.2 Prateleiras de Luz


De acordo com Projeto de Norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)10, define-se
prateleira de luz: como “elemento de controle colocado horizontalmente num componente de
passagem vertical, acima do nível de visão, definindo uma porção superior e inferior, protegendo o
ambiente interno contra a radiação solar direta e redirecionando a luz natural para o teto”.
As prateleiras de luz foram estudadas pela primeira vez por Hopkinson nos anos 50, com relação ao
controle e distribuição da luz difusa e redução do ofuscamento. O recente interesse nestes
componentes é devido à sua habilidade nestas duas funções e também no direcionamento de luz direta
no ambiente, quando desejado (BAKER et al, 1993).
Normalmente, são posicionadas horizontalmente acima do nível do olho do observador em um
componente vertical de passagem de luz, como em janelas, por exemplo, dividindo-a em duas partes:
uma inferior e outra superior (Figura 10). Podem ser colocadas dentro ou fora da edificação conforme
o projeto.

Figura 10: Protótipo de prateleira de luz e seu Figura 11: Exemplo de utilização de prateleira de luz abaixo de
funcionamento. (Fonte: AMORIM, 2001) aberturas zenitais e seu funcionamento. (Fonte: AMORIM, 2001)

As prateleiras têm como função proteger as zonas internas próximas à abertura da luz solar direta e
redireciona a luz que cai na superfície superior para o teto, melhorando a distribuição de luz interna. A
superfície superior da prateleira pode ter acabamento em material refletor, como espelho, alumínio e
outros.
No caso das aberturas zenitais em centros de compras, como visto na figura 11, as prateleiras de luz
são uma estratégia de projeto eficiente, pois permite uma melhor e maior penetração da luz natural
para o interior do edifício, diminuindo a incidência da luz solar direta tanto nas lojas do segundo piso
quanto na área comum do primeiro piso; possibilitando também, um ambiente luminoso mais
uniforme e evitando, portanto, um maior ganho térmico.
Todavia, ressalta-se que quanto mais inclinada estiver a prateleira, mais profundamente ela projeta a
luz, tanto direta como difusa. Porém, neste aspecto deve-se ter o cuidado para não ocorrer
ofuscamento nos planos de “trabalho” dos usuários. Uma prateleira na posição inclinada pode projetar

10
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto de Norma de Iluminação Natural. Projeto
02: 135.02-001, Parte 1 - Conceitos básicos e definições. 1999.
a luz solar direta para baixo, dependendo da altura do sol, causando efeitos indesejáveis para os
usuários do ambiente.
Podem ser aplicadas em climas com significante luz solar direta e em espaços com profundidade
relevante. Seu dimensionamento depende dos ângulos solares e do clima da região em que será
colocada.

5.3 Sistemas avançados para luz natural


Um sistema avançado para a luz natural é uma adaptação na janela ou na abertura zenital que tem
como objetivo melhorar e/ou otimizar a quantidade e a distribuição de luz natural em um espaço. Os
sistemas avançados para a luz natural utilizam a luz do zênite e do céu de maneira eficiente, guiando-a
com maior profundidade e uniformidade para o interior dos ambientes.
De acordo com AMORIM (2002b), podem ter o mesmo efeito de proteção solar que, normalmente,
consegue-se com os dispositivos de sombreamento externo, reduzindo as temperaturas internas. Além
disso, estes sistemas podem reduzir a ocorrência de ofuscamento causado pela luz direta ou pela luz
difusa. Os sistemas avançados para a luz natural podem ser elementos fixos ou móveis. No caso de
elementos móveis, estes podem ser controlados manual ou automaticamente; o controle automático
pode ser baseado na disponibilidade de luz natural. É necessário, porém, que a utilização destes
sistemas seja planejada juntamente com o sistema de iluminação artificial, para se obter uma maior
economia energética.

5.3.1 Laser Cut Panel (LCP)


Laser-Cut Panel é um painel fino de acrílico dividido por meio de cortes a laser em uma série de
elementos retangulares. A superfície de cada corte funciona como um pequeno espelho interno que
deflete a luz que passa pelo painel.
De acordo com FONTOYNONT (1998), suas principais características são a alta proporção da luz
defletida pelo ângulo obtuso (>120°), visibilidade através do painel e método de produção flexível,
fabricado tanto para pequenas quanto para grandes quantidades.
Primeiramente, a luz é defletida quando incide no meio do acrílico pelo princípio da refração, depois é
refletida internamente e na saída defletida novamente. Os painéis de acrílico são fixados entre duas
folhas de vidro, podendo ser usados em áreas externas se os cortes tiverem proteção por meio das
lâminas. Normalmente, os cortes são perpendiculares à superfície, mas é possível executá-los em
ângulos diferentes (Figuras 12 e 13).

Figura 13: Amostragem do material. (Fonte:


Figura 12: Funcionamento do laser cut panel. (Fonte: AMORIM, AMORIM, 2002b).
2002b).

Laser-cut panels podem ser usados em sistemas de janelas fixos ou móveis. São transparentes, porém,
distorcem a visão para fora e devem ser usados mais nas aberturas cuja função é a entrada de luz e não
a visão externa. Os painéis redirecionam a luz que vem de cima para baixo na direção de baixo para
cima. Isso pode ocasionar brilho, portanto, recomenda-se sua instalação na altura acima do nível dos
olhos. Pode ser usado também em aberturas zenitais, devendo estar combinado com outros elementos
de proteção solar, como as prateleiras de luz, por exemplo, que dependendo de sua fixação em relação
ao seu ângulo de inclinação, possibilita segundo LAAR (2001), eliminar a problemática referente ao
brilho.
Os painéis podem ser instalados também em forma de brise móvel com funcionamento diferenciado
nas diferentes estações do ano. Por exemplo, no inverno na posição vertical para admitir a luz ou no
verão, na posição horizontal para refletir a luz. Deve ainda, ser utilizado com critério, evitando
fachadas muito expostas à radiação solar.
O Laser cut panel, de acordo com HERZOG (2001) apud AMORIM (2002b), possui em termos de
dados técnicos; fator solar (porcentagem da energia total transmitida pelo sistema) igual a 56%,
transmissão luminosa (porcentagem de luz visível transmitida) igual a 92% e o valor de K (coeficiente
global de transmissão térmica) igual 1,5 W/m2K.
A principal desvantagem deste sistema é o custo, aproximadamente 100 euros por m2. Para pequenas
quantidades (<20 m2) o custo é de 130 euros por m2. A economia de energia a ser obtida depende da
aplicação dos painéis. Por exemplo, painéis fixos na parte superior da abertura que redirecionam a luz
para o fundo do espaço interno podem aumentar a luz natural de 10 a 30%, dependendo das condições
do céu. Inclinados para fora da janela tem efeito maior ainda.
Os edifícios não residenciais, em geral, são os que apresentam maior potencial de economia energética
nos usos finais de iluminação e ar condicionado. E os centros de compras, em especial, possuem
recursos financeiros para investir em novas tecnologias deste tipo para obter maior conforto e
economia energética do edifício.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A luz natural oferece enormes vantagens e sua utilização pode ser extremamente eficiente. Entretanto,
deve-se ponderar o uso da luz solar em um edifício, diante dos ganhos de calor não desejados para sua
otimização.
Tendo em vista que o clima de Brasília (tropical de altitude), possui duas estações durante o ano, onde
pode haver uma mudança das condições do céu; claro durante a estação da seca e, nublado na estação
úmida, a tecnologia da luz natural necessita de considerações específicas.
O uso de componentes e tecnologias para a luz natural são soluções que podem atenuar os efeitos da
luz solar direta, principalmente nas coberturas – que recebem o dobro da radiação solar se comparada
às fachadas - de maneira que se intercepte parte da radiação solar direta, refletindo-a e difundindo-a.
Em edificações do tipo centros de compras, intervenções para o uso de tecnologias para a luz natural
por meio de projetos específicos são passíveis de execução, pois, os centros de compras além de
possuírem recursos financeiros e apresentarem potencial de economia energética nos seus usos finais;
possuem interesse em obter e proporcionar um maior bem-estar e conforto aos seus usuários, bem
como, diminuir custos para o empreendimento.
De um modo geral, este artigo procurou mostrar que o uso de tecnologias e um bom planejamento
tornam-se indispensáveis quando se tem que reduzir a demanda energética e obter uma maior e melhor
qualidade do ambiente construído. Além disso, hoje, com a ajuda de programas computacionais pode-
se simular a propagação da luz natural nos ambientes, de maneira que o projetista alcance uma ótima
iluminação natural.

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