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Otimizando um Sistema de Som

Parte VI: Os Equipamentos de Filtragem da Energia


Elétrica

Jorge Knirsch

Introdução

No último artigo analisamos as várias


formas e possibilidades de ligarmos o nosso
equipamento à rede elétrica. Analisamos
também o transformador que, em algumas
situações, se faz necessário para as adaptações
da tensão da rede às tensões dos nossos
aparelhos.

Aqui neste espaço trataremos de


trazer alguns esclarecimentos a respeito da
confusão generalizada que está existindo aí pelo
mercado sobre os equipamentos de filtragem da
energia elétrica da rede. Existem tantas
designações de aparelhos na praça que o
grande público, e inclusive o pessoal do ramo,
não consegue mais discernir um aparelho do
outro. Por exemplo: o que é um filtro de linha? O
que é um estabilizador de tensão? O que é um
condicionador de energia? Todos eles têm a
mesma função? Quais de fato são as funções
de cada um? Há diferenças entre eles? O que
vocês acham? O que tenho visto é que se está
misturando alhos com bugalhos e a confusão
tem sido geral e total!! Temos que separar o joio
do trigo e isto me proponho a fazer neste artigo.

Vamos começar dando as principais denominações dos aparelhos que


existem no mercado:

a) Filtros de linha,
b) Estabilizadores de tensão,
c) Transformadores,
d) Condicionadores de energia,
e) Geradores de AC e
f) No Breaks (UPS)
Em princípio, estes são os seis tipos de aparelhos que, ligados à rede
elétrica, prometem trazer vantagens auditivas e de proteção ao nosso
equipamento de som. As marcas existentes no mercado para cada um destes
tipos são inúmeras. Neste artigo pretendo dar elementos que lhes permitam
discernir quais são os mais adequados para nós. Vamos fazer uma lista das
funções que os aparelhos de filtragem de energia elétrica devem possuir para a
nossa aplicação específica, que é a reprodução de som e imagem em nossas
salas.

As Funções dos Aparelhos de Filtragem

As principais funções que eles precisam atender são:

1- Eliminação dos harmônicos da rede,


2- Correção do fator de potência da rede e do equipamento,
3- Eliminação de transitórios e de "spikes",
4- Proteção total contra raios e anomalias da energia elétrica e
5- Proteção contra sobretensões e subtensões.

Estas são as cinco características


principais que precisamos nos aparelhos de
filtragem para uma boa reprodução do som. As
duas primeiras funções são de filtragem do AC,
enquanto que as outras três são de proteção de
equipamentos. Alguns aparelhos podem
apresentar outras propriedades além destas,
mas se você encontrar um que apresente estes
cinco pré-requisitos principais atendidos, valerá
a pena ouvi-lo no seu sistema. Comparando
alguns aparelhos entre si, você poderá escolher
o melhor em termos de qualidade sonora e
preço. A escolha deverá recair sobre aquele que
for mais neutro. Vamos então analisar estes
cinco itens para ajudá-lo a perceber se estarão
sendo atendidos ou não no aparelho de filtragem
que você for investigar.

A principal função dos aparelhos de filtragem para o áudio e vídeo é


sem dúvida a eliminação de todos os harmônicos da rede (uma tarefa para
Hércules!), isto porque os harmônicos são extremamente prejudiciais. Na música,
eles tendem a "chapar" o som, dando-nos a impressão de que todos os
instrumentos estão tocando num mesmo plano. Em outras palavras, os
harmônicos não permitem a criação do palco sonoro. Mas quando a energia
elétrica é filtrada, retirando os harmônicos da rede, o palco sonoro (se de fato já
existir algum) aumenta consideravelmente. Perceberemos a melhoria deste efeito
positivo nos vários parâmetros do palco sonoro: localização espacial,
profundidade, altura, recorte, focagem, respiro, ambiência, diferentes planos
sonoros e outros. Se no seu som não existir nenhum palco sonoro, ou seja, se o
som sair das caixas acústicas, tocando em um mesmo plano, a retirada de parte
dos harmônicos da rede já permitirá criar um pouco de palco sonoro (mas o resto
dependerá muito mais da acústica da sua sala e já não tanto do seu
equipamento). Se, ao testar os aparelhos de filtragem da energia elétrica, você
não perceber diferença no palco sonoro, de duas uma: ou os aparelhos que você
escolheu não atendem este requisito, o que é possível, ou existe algum
equipamento no seu sistema que se apresenta como um elo mais fraco, para a
reprodução do som, do que a energia elétrica que você recebe na sua casa.

Portanto, aqui já se tem um ponto de teste: os aparelhos de filtragem


devem criar ou aumentar o palco sonoro! Este ponto é o mais importante da
filtragem do AC.

Outra forma de interferência dos harmônicos se observa em relação


aos equipamentos de imagem. Quando se retira os harmônicos da rede, há uma
nítida melhora da imagem. A tela fica mais limpa de forma que o contorno dos
personagens, por exemplo, fica mais definido.

Um aspecto interessante, pouco conhecido e de importância suprema,


é que os harmônicos elevam a temperatura de funcionamento de todos os
equipamentos eletrônicos, incluindo aí os do sistema de áudio e vídeo. Na cidade
de São Paulo, em alguns bairros, a retirada dos harmônicos da rede, já reduz em
alguns graus Celsius a temperatura dos aparelhos! Em várias outras cidades,
coisas semelhantes também já têm ocorrido. Este problema está se agravando no
Brasil inteiro, devido à falta de uma legislação sobre os limites máximos de
harmônicos que, principalmente por parte das indústrias, estão sendo injetados na
rede pública de energia!

Infelizmente o que se vê hoje é que a grande maioria dos


equipamentos de filtragem à venda na praça não consegue retirar harmônicos da
rede. Bem ao contrário, muitos conseguem injetar ainda mais harmônicos, face à
topologia eletrônica de que se utilizam! Temos sorte que isto é perceptível nos
sistemas de nível de áudio/vídeo, tanto no som quanto na imagem! Podemos
assim tomar providências para não deixar que os nossos aparelhos venham a
esquentar excessivamente.

O segundo parâmetro de avaliação é a questão da correção do fator


de potência. Nós já vimos em artigos anteriores o que vem a ser o fator de
potência. Relembrando rapidamente aqui, refere-se ao atraso da corrente elétrica
em relação à tensão, que ocorre devido as cargas, principalmente ao grande uso
de motores, de forma que a rede se torna fortemente indutiva. Inclusive o nosso
amplificador de potência, devido aos seus transformadores, aumenta o fator de
potência da rede, isto é, ele aumenta ainda mais o atraso da corrente em relação
à tensão.

Existem experiências auditivas comprovadas, com uma base teórica


correlata, mostrando que o nosso sistema toca muito melhor quando a rede
elétrica é levemente capacitiva, ou seja, quando se faz uma correção do fator de
potência. A melhora é percebida principalmente pela maior dinâmica do sistema,
como também por uma maior transparência dos agudos. Porém, atente para o
aparelho que você estiver analisando e verifique se ele possui uma correção do
fator de potência pois a maioria dos aparelhos de filtragem existentes no mercado
não possui esta correção. A grande parte dos entusiastas do áudio e vídeo
desconhecem ainda as conseqüências benéficas da correção do fator de potência
na reprodução sonora.

A partir do terceiro parâmetro, que se refere a eliminação de


transitórios e "spikes" da rede, entramos na análise das proteções necessárias
para o seu equipamento. Este terceiro item é o mais anunciado pelo marketing dos
aparelhos de filtragem. A maioria dos produtos à venda no mercado prometem
atender a este requisito, porém existe um senão. O resultado sonoro depende da
topologia que foi utilizada no circuito elétrico para realizar esta função. Por que?
Porque conforme a topologia, consegue-se eliminar os transitórios e os "spikes",
mas pode-se acrescentar fortes harmônicos na rede, na região dos agudos, que
serão audíveis na nossa reprodução. Devemos com certeza evitar estes produtos,
que resolvem um problema mas criam um outro muito pior.

No artigo intitulado "E a rede elétrica , você consegue ouvi-la?" Na


terceira parte , mostrei todas as principais topologias atualmente empregadas para
a retirada dos transitórios e "spikes", através dos filtros eletrônicos. Por motivo de
espaço aqui, não vou voltar a este assunto. O que é importante relembrar é que
existem dois tipos básicos de filtros: os em série e os em paralelo. Pois bem,
existem estudos que mostram que todos os filtros em série retiram harmônicos
sim, mas introduzem outros, em outra região do espectro de audição, portanto
estão resolvendo um problema para criar um outro, muito audível! A única
vantagem deles é que são mais baratos. Por outro lado, os filtros em paralelo
retiram harmônicos também e, quando bem construídos, não introduzem outros,
de forma que podem ser muito neutros. Mas são mais caros. Como identificá-los
na prática? Se, ao escutar o aparelho em questão, os agudos ficarem mais
presentes e "ardidos" ou metálicos, então este aparelho está usando filtros em
série. Normalmente os agudos devem ficar mais transparentes, como se fossem
ao vivo. Infelizmente, muitos aparelhos de filtragem utilizam circuitos eletrônicos
em série para reduzir custos e criam com isto, no som, um agudo com
características metálicas. É aquele tipo de agudo que lhe dará, em pouco tempo,
fadiga auditiva. Portanto, ao analisar um produto verifique bem como está a
reprodução dos agudos.

O quarto parâmetro refere-se à total proteção contra raios e


anomalias da rede elétrica. Os raios são fortes descargas elétricas na atmosfera,
que induzem na tensão da rede grandes transientes (picos de altas tensões),
podendo chegar a algumas centenas ou até milhares de volts. Como os raios são
fenômenos da natureza, sobre os quais não temos ação, é muito difícil projetar um
circuito de proteção que segure todos os tipos de raios possíveis. Muitos
aparelhos de filtragem da rede são destruídos quando atingidos por raios e, muitas
vezes, permitem que componentes do nosso sistema também sejam destruídos.
Infelizmente, aqui não existe um teste antecipado, ou seja, não destrutivo, para
você saber se o aparelho em questão atenderá o requisito. Porém, há uma forma
de se reduzir o risco. Existem algumas topologias eletrônicas nas quais o
fabricante faz com que, quando o raio for muito forte, o aparelho queime o seu
próprio fusível de proteção, separando assim o nosso sistema da rede elétrica e,
também, não se autodestruindo. Verifique então, no manual do aparelho ou com o
revendedor, qual a forma de proteção que ele oferece para este caso.

O quinto parâmetro (e último) é quanto à proteção de sobretensões


e subtensões. Existem regiões no Brasil onde as variações de tensão realmente
são grandes, indo além das tolerâncias máximas permitidas. Isto ainda é um
resquício das antigas concessionárias estatais, que não adotavam proteções
eficientes para evitar flutuações das tensões elétricas da rede. Hoje, com a
privatização das concessionárias, este problema está diminuindo. Porém, como no
exterior, nos países de primeiro mundo, a existência deste problema é
inconcebível, a grande maioria dos aparelhos importados não possui proteção
alguma para este aspecto.

Os Aparelhos de Filtragem

Vamos começar pelo primeiro aparelho que mencionamos na nossa lista: o


filtro de linha. Nome hoje muito vulgar no mercado, inclusive considerado por
muitos o aparelho de filtragem. Existem basicamente dois tipos deles na praça: o
filtro de linha com um formato de uma régua de tomadas, muito usado com
computadores, e o filtro de linha com tomadas de uso específico.

Os filtros de linha, na verdade, têm apenas funções de proteção de


equipamentos (e não de filtragem de AC, como diz o nome) e comumente só
possuem a terceira função que definimos antes, ou seja, a eliminação de
transitórios e de "spikes" (na região de 100K a 300KHz). São aparelhos menores e
mais leves. Mas precisam ser escutados atentamente, pois alguns podem
metalizar os agudos. Por que? Porque alguns desses aparelhos se utilizam de
filtros eletroeletrônicos em série e com isto injetam harmônicos na rede, na região
de 3K a 12KHz! E o que acontece? Como em seguida não há nada mais que filtre
os novos harmônicos injetados, você os ouve saindo das suas caixas acústicas!
Eles passam pelas fontes de alimentação dos aparelhos do seu sistema e ... vão
parar nas suas caixas! Seu som fica metálico! Portanto, analise bem estes filtros
no seu sistema .

Existem várias histórias no áudio sobre filtros de linha. Uma delas


muito recente ocorreu no Nordeste, em Maceió. Um amigo meu, engenheiro
acústico, foi fazer uma medição em uma sala de audição. Ligado ao sistema de
áudio havia um filtro de linha com tomadas específicas. Inclusive um filtro de linha
importado, de uma renomada marca americana. Este engenheiro acústico
intercalou seu computador ao sistema de som, para iniciar as medições acústicas,
mas viu que o micro não estava funcionando corretamente. Vai para lá, vem para
cá, e nada de descobrir a razão do mau funcionamento. Até que teve a idéia de
retirar o filtro de linha e de substituí-lo por um outro aparelho de filtragem, foi só aí
que o seu micro voltou a funcionar normalmente! O que aconteceu? Ou este
renomado filtro de linha importado não estava retirando os harmônicos da rede, ou
estava gerando novos harmônicos, ou talvez, o que é mais provável ainda, não
estava fazendo nenhuma das duas coisas!! Os harmônicos podem perturbar
aparelhos eletrônicos sofisticados, como por exemplo os lap tops. Muitos
audiófilos, meus caros amigos, utilizam filtros de linha como régua de tomadas.
Que sacrilégio!! Não sabem o que estão fazendo! Alguns ainda reclamam dos
agudos, mas não sabem o porquê deles estarem assim!! Como vocês vêem, é
uma confusão generalizada! Tem até revista de áudio recomendando filtro de
linha! Parece que não testaram nenhum deles!!

Antes de tratar agora do estabilizador de tensão, vamos tratar do


transformador, isto porque o estabilizador se utiliza do transformador.

O transformador, além de transformar os níveis de tensão, como já


vimos, também tem propriedades de filtragem. Ele consegue retirar harmônicos da
rede já a partir de uns 8KHz. Porém, quando o conectamos ao sistema de áudio,
surge uma mudança sonora que pode de início ser até apreciável, pois a primeira
impressão que temos é que o som fica mais agradável: mais limpo na parte das
altas freqüências e com maior corpo harmônico e, na parte do médio baixo, surge
um volume sonoro maior. Porém, um amigo nosso de João Pessoa, define esta
mudança como "um som mais duro". Este resultado pode variar de sistema para
sistema. Mas, à medida que os dias vão passando, vamos percebendo que os
discos de alguma forma ficaram com uma característica tonal muito semelhante
entre si e isso, com o passar do tempo, vai cansando e a gente chega a um ponto
nevrálgico, de não conseguir mais escutar. Por que? Todos os transformadores, e
principalmente os isoladores, são circuitos elétricos em série e, portanto,
introduzem harmônicos. Neste caso, em baixas freqüências, em torno de 100 a
500Hz. Aquilo que num primeiro momento parece ser muito agradável, com o
tempo, traz fadiga auditiva. O nosso amigo de João Pessoa, como tinha que usar
um transformador, colocou um aparelho de filtragem que realmente retira os
harmônicos da rede e aí resolveu o problema, pois o seu sistema voltou a ter
aquele equilíbrio tonal necessário e indispensável.

Pois bem, todos os estabilizadores de tensão utilizam-se de


transformadores e, portanto, sofrem dos mesmos problemas. Na verdade, como
muitos modelos se utilizam de tapes (derivações no secundário), o volume de
harmônicos é maior ainda. Existem outros que trabalham com o assim chamado
núcleo saturado, estes então são ainda piores. Os estabilizadores de tensão são,
sem dúvida, os aparelhos de filtragem que mais harmônicos injetam na rede e não
deveriam ser utilizados em nenhum sistema de áudio/vídeo. Mas então, o que
fazer? Como não existe uma solução eletrônica para se estabilizar a tensão, que
não seja através de componentes em série com a própria rede, e que
conseqüentemente gerarão harmônicos, temos que procurar uma outra
alternativa. Uma delas é a de se ter um circuito que controle os valores máximos e
mínimos da tensão e que venha a desligar o sistema se necessário. Por isso
colocamos, como quinta função dos aparelhos de filtragem, não a estabilização da
tensão, mas sim a proteção de nosso sistema contra sobretensões e subtensões.

E aqui entramos na análise dos condicionadores de energia. Alguns


destes aparelhos podem atender às cinco funções que listamos. São
equipamentos que, de modo geral, nos oferecem a filtragem do AC e a proteção
dos nossos equipamentos. Muitos utilizam-se de circuitos em paralelo, existindo
várias topologias, como vimos no Clube do Áudio número 15 de 1997. Estes tipos
de filtros podem ser muito potentes, permitindo uma drástica redução dos
harmônicos, principalmente daqueles de baixas freqüências, que são os mais
difíceis de serem retirados e que trazem maior coloração para o nosso som. Os
condicionadores de energia podem reduzir os harmônicos, com um resultado
sonoro muito neutro. Como são filtros específicos para uma dada tensão da rede,
não permitem bivoltagem. O que acontece também é que, para atender as três
últimas funções de proteção indicadas, de maneira correta, o condicionador deve
ser destinado a apenas uma tensão da rede. Portanto, evitem os aparelhos que
são de bivoltagem, pois não poderão atender a todas as funções necessárias. Os
condicionadores de energia podem ser muito pesados e, quanto maiores e mais
pesados forem, maior será o poder de filtragem dos harmônicos. Algumas marcas
de condicionadores de energia possuem modelos com tomadas de uso específico.
Estes aparelhos precisam ser escutados atentamente para se verificar se, em
alguma tomada, filtros em série estejam sendo usados, criando com isso
colorações, que são harmônicos nas altas ou nas baixas freqüências. Isto porque
algumas marcas procuram com, este artifício, baratear o equipamento. Tentam
apresentar isto como um aspecto de marketing que, à primeira vista, parece
positivo, porém, no dia a dia, descobrimos que isso engessa o manuseio do
aparelho.

Alguns condicionadores de energia, apresentam uma característica


que é muito interessante aqui para o Brasil. Como vocês sabem, de vez em
quando a energia elétrica cai e, quando retorna, pode voltar no primeiro instante
com uma tensão mais alta, eventualmente queimando algum aparelho. Estes
condicionadores possuem um dispositivo interno que, na queda da tensão da
rede, se desligam automaticamente e não religam quando a energia retorna, de
forma a proteger todo o nosso sistema. Eles religam apenas manualmente. É uma
característica muito importante e já salvou muitos sistemas por aí.

O penúltimo aparelho de filtragem a ser analisado é o gerador de AC.


Este aparelho transforma a energia alternada da rede em energia contínua, para
então gerar uma nova energia alternada. Este processo reduz bastante os
harmônicos da rede, porém como são aparelhos com componentes em série,
geram novos harmônicos. Existem algumas marcas porém que conseguem
significativas reduções nos níveis de harmônicos. Este processo contudo não
permite a correção do fator de potência do nosso equipamento, que é a segunda
função que colocamos. Quanto aos outros itens de proteção, eles normalmente
não os possuem incorporados, sendo necessário se verificar cada modelo. Dentre
todos os aparelhos de filtragem, são os mais caros, quando se analisa o custo por
KW de potência disponível que eles podem fornecer ao nosso sistema.

Como estes aparelhos geram uma nova rede, algumas marcas


permitem uma pequena variação da freqüência da nova rede elétrica,
normalmente acima da freqüência nominal. Isto traz algumas vantagens sonoras,
pois com uma freqüência de rede maior, os filtros internos dos aparelhos retiram
melhor os harmônicos da rede. Porém, muito cuidado! Alguns conversores
digitais/analógicos como também toca-discos usam a freqüência da rede elétrica
como referência interna e, nesses casos, estes aparelhos poderão apresentar mau
funcionamento.

Acrescento aqui também os tão comentados no breaks. Ele está muito


falado no mercado e muitos estão usando este aparelho sem ter realmente idéia
de como ele funciona. Em poucas palavras é um aparelho também que gera uma
nova onda senoidal à partir de uma bateria. Porém a onda gerada, na maioria
destes aparelhos, é uma onda quadrada e não uma onda senoidal, como deveria
ser, com filtros agregados para reduzir um pouco os harmônicos. Mesmo os
aparelhos que dizem gerar uma onda senoidal, ela não é pura e tem um conteúdo
harmônico muito alto, chega até a ser proibitivo seu uso. De todos os aparelhos
comentados estes apresentam o maior conteúdo harmônico. Não é relevante se
os no breaks são de simples ou de dupla conversão, mas sim se a distorção
harmônica total (THD %) em tensão à plena carga é menor digamos do que um
porcento. Os aparelhos que atendem a esta condição são muito caros e não os
recomendo para nossos sistemas de áudio/vídeo, principalmente quando geram a
onda em PWM. Os únicos no breaks que poderíamos eventualmente considerar
são aqueles que geram diretamente uma onda senoidal, com baixa distorção, em
cima de um transformador, com todas as desvantagens que isto ainda traz
consigo, como vimos nos outros itens.

Conclusão

Espero que os conceitos apresentados tragam maior discernimento para


uma eventual escolha e compra de um aparelho de filtragem. Toda a nossa
análise foi dirigida para o áudio e vídeo, não valendo para outros tipos de
sistemas, como por exemplo para computadores. Nossa análise foi específica.

Importante frisar que todas as percepções auditivas descritas só serão


percebidas se o seu sistema de áudio/vídeo for de bom nível. Caso contrário, o
elo mais fraco na reprodução não será a energia elétrica, mas sim o seu
equipamento, de forma que, colocado qualquer aparelho de filtragem no seu
sistema, você não perceberá nenhuma das diferenças descritas. Mas, à medida
que o seu sistema for melhorando, aí então sim, valerá a pena você investir em
um aparelho de filtragem. Dentre todos os aparelhos de filtragem que nós
analisamos, quatro deles deverão ser evitados. Em primeiro lugar, o no break.
Este aparelho, via de regra, acrescenta mais harmônicos do que retira da rede
elétrica. Em segundo lugar, o estabilizador de tensão. Este aparelho traz mais
malefícios do que benefícios ao seu sistema. Nesta mesma categoria entra
também o transformador, se não for absolutamente necessário, e principalmente
o transformador de núcleo saturado. O quarto aparelho a ser evitado são os
filtros de linha, pela razões expostas acima. Se você deseja atingir o topo “high-
end” do áudio, não utilize estes aparelhos. Não vale a pena! Os outros
componentes você deverá submeter a uma apurada audição. Entre os outros dois
aparelhos, condicionadores de energia e geradores de energia, são os
condicionadores de energia que possuem a melhor relação custo/benefício e
são tecnicamente mais corretos, quando todos os componentes estão em paralelo
com a rede elétrica. Escolha os maiores e mais pesados. Escolha também um
aparelho de filtragem que possa atender a toda demanda de potência necessária
do seu sistema, com folga, pois não tem sentido você deixar de ligar algum
aparelho, ou deixar de fazer alguma melhoria no seu sistema por falta de potência
disponível, e também não ter proteção para estes aparelhos.

Esperamos ter-lhes dado uma visão geral e abrangente sobre os aparelhos


de filtragem para o áudio e o vídeo. Apresentamos as principais funções dos
diversos tipos existentes no mercado, com as características auditivas
correspondentes, de forma a facilitar-lhes uma possível aquisição. Desejo a vocês
todos uma boa audição, com um bom aparelho de filtragem!!

Até a próxima! Aquele abraço!

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