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Resumo: O presente trabalho esboça a análise de alguns aspectos do livro didático Tech Teens, bem como a
aplicabilidade das diversas abordagens e metodologias ao ensino da língua estrangeira, tentando indicar possíveis
soluções para o aprimoramento do processo.
Palavras-chave: livro didático, abordagens, métodos, processo de ensino-aprendizagem, reflexão crítica.
Abstract: This paper outlines the analysis about some aspects of Tech Teens didactic book and the applicability of
several approaches and methods to teaching a foreign language, trying to indicate possible solutions for the process
excellence.
Keywords: didactic book, approaches, methods, learning and teaching process, critical reflection.
A situação atual do ensino no Brasil é sofrível. Os alunos concluem seus cursos sem saber
a razão pela qual estudam e sem aprender, já que seus professores cobram a memorização da
informação.
social ligada às classes economicamente privilegiadas. A busca crescente pelo idioma resultou
começam a abrir espaço para uma nova proposta educacional, tentando direcionar o trabalho do
transversais. Todavia, ainda existe, muitas vezes, a falta de aceitação do corpo docente e até
Com base nesses dados, propomos uma reflexão crítica sobre a eficácia do livro didático
(doravante LD), por meio de uma análise de suas propostas e das atividades e técnicas usadas,
traçando um paralelo entre o que é realizado dentro da sala de aula e o que é proposto pelas
processo de ensino-aprendizagem e até mesmo nos alunos. Para que essa reflexão ocorra,
Learning, de David Nunan, e Approaches and Methods in Language Teaching, de Jack Richards
e Theodore S. Rodgers.
contextualização durante esse processo, sem dúvida, estimula o interesse do aluno, um dos pontos
Essa tendência faz parte do conceito de language acquisition de Krashen (1988), processo
convívio humano, no qual o aprendiz participa como sujeito ativo, diferentemente do conceito de
language learning, também do autor, que está ligado à abordagem tradicional do ensino de
línguas, em que a atenção volta-se à língua em sua forma escrita, e o objetivo é o entendimento
pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através do esforço intelectual e de sua capacidade
dedutivo-lógica. Nesse último, o ensino e aprendizado são vistos como atividades em um plano
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Fundamentação teórica
professores e alunos” (Carmagnani, apud Peralta, 1999, p. 127) e “constitui o centro do processo
(Coracini, apud Peralta, 1999, p. 34), cabendo, portanto, ressaltar três questões principais que
trabalhadas.
Pereira em sua Dissertação na Unicamp, cabe destacar que muitos dos LDs são repletos de textos
que, geralmente, têm como finalidade principal a transmissão de idéias e valores advindos de
uma cultura anglófana dominante, repassada aos alunos sem críticas aos conteúdos que levam à
sua assimilação inconsciente. Isso pode ocorrer através de procedimentos como a escolha de
vocábulos, a organização do texto, o próprio texto como representação de eventos sociais etc.
Faz-se necessário uma análise crítica, sob o aspecto do papel do professor, que pode e
deve fazer as alterações necessárias no livro, de modo a tornar os assuntos úteis e relevantes para
a vida do aluno, despertando assim o seu interesse pelo aprendizado. Para isso, o professor deve
ter ciência da necessidade de incluir em sua rotina diária de trabalho momentos para a reflexão e
questionamento sobre suas ações para poder reconstruí-las. Com isso, ele deixará de ser um mero
O que muitas vezes temos são textos usados como veículos para o ensino de estruturas
lingüísticas sem desafiar as suposições quanto às futuras funções sociais e ocupacionais dos
alunos, não há incentivo à leitura crítica. Ressaltam-se apenas perguntas de conteúdo ou estrutura
conteúdo, mas à maneira pela qual o mesmo é transmitido e interpretado. Por isso, para despertar
em seus alunos o desejo pela leitura crítica, tornando-os seres pensantes, é imprescindível que os
Dessa maneira, com relação à escolha do LD, não é suficiente ter um bom material se o
professor não tiver consciência da prática pedagógica e das limitações do LD. O professor deve
estar atualizado, ser reflexivo e bem preparado para poder valer-se de um livro ruim e
Vemos professores e alunos tornarem-se escravos do LD, perdendo até mesmo sua
autonomia e senso crítico, pois ficam condicionados e não aprendem nada efetivamente. Não há o
Para que possamos esclarecer um pouco mais sobre o conhecimento das teorias
como: elogios, graus, notas, prêmios, reconhecimento do mestre e dos colegas, associados a
os comportamentos relativos à tomada de decisões. O ensino dos fatos é substituído pelo ensino
de relações, pela proposição de problemas. Embora existam os fixos, os currículos são flexíveis.
Situações desafiadoras são oferecidas às crianças, tais como jogos, leituras, visitas, excursões,
trabalhos em grupo, arte, oficina, teatro etc. Nessa abordagem o aluno reflete sobre aquilo que
lhe é oferecido.
seus conhecimentos e significados através da reflexão, dando lições aos seus pares, escrevendo,
Construtivismo: Baseia-se no fato de que não é o professor que ensina, e sim o aluno
que aprende, que constrói o conhecimento. O próprio aluno precisa ter a iniciativa para
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sujeitos que estão aprendendo uma nova língua. O ensino comunicativo é aquele que organiza as
aluno, tornando-o capaz de usar a língua-alvo para realizar ações autênticas na interação com
outros falantes-usuários dessa língua. Além disso, esse ensino não toma as formas da língua
descritas nas gramáticas como modelo suficiente para organizar as experiências de aprender outra
língua, embora não descarte a possibilidade de criar em sala momentos de explicitação das regras
Letras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o Estruturalismo é uma teoria que se baseia
que postulava “resultados rápidos” e “aplicação imediata”. Essa teoria enfoca a estrutura da
as funções das expressões utilizadas e o seu significado estão relacionados à situação na qual um
evento da fala está inserido e na intenção do falante. Pressupõe uma prática mais controlada, a
qual seria gradualmente abrandada no início, levando à total liberdade dos alunos, de modo que
possam expressar seus significados no estágio final do processo. Esse aprendizado em situações
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de real comunicação confere um papel social e político mais importante aos falantes da língua do
línguas estrangeiras.
Os Métodos
Com base no livro Approaches and Methods in Language Teaching de Jack Richards e
objetivo em comum.
Segundo John Dewey, a educação democrática deveria ser uma ferramenta que integrasse
o indivíduo a ele mesmo e a sua própria cultura. Dewey também, através de sua filosofia,
considerou as éticas de uma sociedade democrática e viu a educação como os meios práticos
pelos quais as crianças poderiam se tornar cidadãs de ajuste de uma democracia. (John Dewey.
Disponível em http://www.jewilke.hpg.ig.com.br/dew.htm)
possuem uma seqüência de fases, tendo como propósito levar o aluno a se comunicar (meta) para
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atingir um resultado. O aluno só pode passar para a fase seguinte ao terminar, com êxito, a fase
anterior. As tarefas devem se espelhar em situações reais e, de acordo com Peter Skehan, são
atividades que têm como enfoque primário o sentido e o aprendizado enquanto são feitas.
coordenação da fala e da ação. Busca-se ensinar a língua por meio de atividade física (motora)
listening e writing), ou seja, a língua como um todo dentro de um contexto. Faz uso de literatura
de forma indutiva, permitindo o uso dos próprios diálogos para repetição e memorização,
fazendo assim correções de pronúncia, ritmo, entonação, ênfase nas silabas tônicas que reforçam
informação que os alunos vão adquirir. Uma situação ideal é aquela cujo assunto do aprendizado
que elas têm o poder de se controlar. A programação neurolingüística permite novas formas de
também de adquirir mais controle e desenvoltura sobre os aspectos sensoriais, sendo, desse
modo, fundamental que o professor conheça seus alunos para poder trabalhar efetivamente com
palavras podem estar dispostas na língua. As unidades léxicas são as palavras em seus
respectivos contextos. O aluno é inserido em uma situação que lhe permite “manusear” o seu
a idéia de descobridor.
aprendizagem, uma vez que os alunos são tipicamente agrupados em círculos de seis a doze. O
professor direciona a interação como mediador das atividades, que normalmente referem-se à
listening. Temos um exemplo disso quando um aluno quer dizer algo e primeiro diz em sua
língua materna ao professor, para que este traduza para a língua alvo e depois aquele repita.
ANÁLISE
Tech Teens, das autoras Carla Giannassi, Maria Luiza Santos e Renata Lucia Cardoso, editora
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Maccmillan, que faz parte de uma coleção composta de quatro volumes usada nas séries de 5ª a
professor).
estudante deve refletir e interagir partindo do seu conhecimento prévio e do equilíbrio entre
língua será usada, abrangendo seus diferentes aspectos, entretanto, as estruturas não passam de
contextualizados com a gramática ensinada explicitamente poderia ser mais adequado, uma vez
Com relação aos PCNs, são encontradas algumas sugestões referentes ao contato com
ambiente. Todavia, de modo geral, o livro não leva o aluno a refletir e a construir o seu
conhecimento, visto que as suas atividades são de prática controlada e extremamente descritiva,
sem conduzir a discussões sobre questões da atualidade ou temas pertinentes a faixa etária como
Learning and Teaching e Suggestopedia poderiam ser usados em seus diversos aspectos, o que,
Pode-se concluir que o livro, em certos aspectos, é adequado para o Ensino Fundamental,
porque trabalha com temas que envolvem o contexto do aluno, mas deixa a desejar no que se
refere à sua proposta comunicativa e à formação do aluno como construtor do seu próprio
conhecimento. Poderiam ser proporcionadas, por exemplo, situações práticas como a confecção
tornar-se um cidadão que interaja mais com a sociedade em que vive principalmente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
abordagem comunicativa que permite a preparação do cidadão, a fim de que o mesmo possa atuar
na sociedade, além do aproveitamento máximo do tempo em que o aluno passa na sala de aula,
ensinando-lhe o que realmente possa lhe ser útil para atuar no mundo e não apenas na escola. Por
LD. Em geral, constatamos que os professores estão habituados a seguirem os materiais didáticos
que enfatizam o aprendizado na estrutura da língua. Isso nos leva a afirmar que tanto os
professores precisam rever sua metodologia de ensino, como os materiais de ensino precisam ser
revistos.
A escolha do LD deve ser feita de maneira mais adequada. Acreditamos que uma maneira
de reverter esse quadro seria investir na formação do professor, que, de acordo com o seu
preparo, segundo Janete Santos, poderá ajudar os alunos a contornar os vácuos existentes nas
defasagens causadas por características regionais (um material utilizado com sucesso no Sul, por
exemplo, pode não ser adequado à região Norte), além de melhorar e criar novos LDs e
um esforço conjunto para a criação de novos materiais didáticos que auxiliem o professor a
realizar o seu papel, propiciando, assim, alternativas para a superação da crise educacional
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