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ENQUALAB-2005 – Encontro para a Qualidade de Laboratórios

Rede Metrológica do Estado de São Paulo - REMESP


07 a 09 de junho de 2005, São Paulo, Brasil

TERMÔMETRO DIGITAL PROGRAMÁVEL PARA TERMOPARES DE PLATINA


NA FAIXA DE 0°C A 1100°C

Slavolhub G. Petkovic1, Klaus N. Quelhas 1, Paulo Roberto F. Santos1, Antônio Rafael S. Antunes2,
Paulo Pércio M. Magro2, Vinícius Nunes2
1
Inmetro, Duque de Caxias, Brasil, later@inmetro.gov.br
2
Presys Instrumentos e Sistemas Ltda, São Paulo, Brasil, eng@presys.com.br

Resumo: - Termômetros digitais programáveis para indicador quanto do sensor. Como a memória eletrônica
termoresistências existem no mercado há vários anos. desse modelo de termômetro não pode ser reprogramada,
Entretanto, quando os sensores são termopares, as memórias resta ao usuário aplicar correções às leituras do instrumento.
eletrônicas normalmente são gravadas com valores de
Com o advento de memórias reprogramáveis, os primeiros
referência, não permitindo a inserção de novos coeficientes.
termômetros digitais a se utilizarem deste recurso foram
Uma vez calibrado, o termômetro programável possibilita ao aqueles que empregavam como sensor apenas
usuário realizar medições em unidade de temperatura, sem a termoresistências [1]. Isto porque era mais simples calcular
necessidade de se aplicar correções nos valores lidos. os novos coeficientes das equações e inseri-los na memória,
a fim de obter um instrumento calibrado com incertezas
Para programar um termômetro digital simultaneamente
reduzidas.
com seu respectivo termopar, em uma ampla faixa de
temperatura, é necessário que o indicador apresente uma boa Uma outra vantagem desses instrumentos sobre os não-
linearidade nas medições de tensão elétrica, que o sensor programáveis, deve-se ao fato de que as equações utilizadas
seja estável e suas forças eletromotrizes estejam próximas da para termômetros de resistência relacionam uma razão de
função de referência. Tais características garantem que as resistência versus temperatura, permitindo assim uma
contribuições das incertezas da equação ajustada e da atualização da calibração ao se reinserir na memória do
estabilidade do sensor sejam baixas, justificando a indicador um valor de resistência medido em uma
calibração do indicador em conjunto com o termopar. temperatura de referência. Essa temperatura pode ser a da
fusão do gelo (0°C), para termômetros industrias de
Como os termopares de metais básicos normalmente
resistência de platina , ou o ponto triplo da água (0,01°C),
apresentam desvios elevados e irregulares para suas tabelas
para termômetros padrão de resistência de platina.
de referência, na faixa de 0°C a 1100°C, inicialmente, a
empresa Presys desenvolveu o termômetro digital Já para os termômetros digitais com sensor termopar, essa
programável apenas para termopares de platina. possibilidade de atualizar a calibração, através da medição
de um único ponto fixo não existe. Contudo, é possível
O Inmetro calibrou um desses termômetros em conjunto
monitorar a calibração do termômetro através de
com um termopar tipo S, pelo método dos pontos fixos, e
comparações com outros padrões, permitindo estabelecer
encontrou incertezas da ordem de ±0,3°C (k=2)  incerteza um controle da rastreabilidade das medições ao longo do
típica para um termopar de platina, calibrado por pontos tempo.
fixos no Inmetro, na faixa de 0°C a 1100°C.
A metodologia de calibração, os padrões e instrumentos
empregados, os resultados e as características de 2. METODOLOGIA DA CALIBRAÇÃO
desempenho são discutidos neste trabalho.
Palavras chave: termopar, programável, termômetro 2.1. Preparação dos instrumentos
digital.
Inicialmente, um termopar de metal nobre tem de ser
recozido em alta temperatura, antes de ser calibrado. Um
dos métodos é recozer no ar a 1450°C os fios de platina e
1. INTRODUÇÃO platina-ródio, por pelo menos uma hora (fig.1).
A maioria dos termômetros digitais operam com uma
A Presys adquiriu um termopar tipo S de uma empresa
memória eletrônica previamente programada em função da
americana credenciada pela NVLap (rede metrológica
equação de referência do sensor utilizado.
local), calibrado na faixa de 0°C a 1100°C. Através do
Os sensores de temperatura mais empregados são: certificado, foi possível comprovar que o termopar era da
termopares e termômetros de resistência de platina. classe especial  suas forças eletromotrizes estavam
próximas aos valores de referência. Sendo assim, não foi
Quando o termômetro digital é calibrado, os erros ou
necessário realizar o recozimento .
desvios para a tabela de referência são provenientes tanto do
estão baseados na Escala Internacional de Temperatura de
1990 (EIT-90) [4,5].
As células de pontos fixos possuem materiais de referência
com pelo menos cinco noves de pureza. Para realização dos
mesmos utilizam-se fornos de três zonas de aquecimento e
fornos com tubo de calor de sódio (heat-pipe de sódio).
O próximo passo da calibração é obter uma nova curva para
o termopar, relacionando fem (E) versus temperatura (t). Um
ajuste é feito a partir dos desvios encontrados para a função
de referência do termopar (∆E) versus temperatura.
Sabendo que a expressão de desvio é: ∆E = fem medida –
fem de referência, a nova equação para as fems medidas nos
pontos fixos é calculada como: fem medida = ∆E + fem de
referência. Isto pode ser feito porque a função desvio (∆E(t))
Fig. 1. Pirômetro óptico monitorando a temperatura de é do terceiro grau (pode ser do segundo), e a soma entre as
recozimento de um termopar duas equações ocorre entre os valores dos coeficientes de
mesma ordem. Ou seja: se E(ref) = ao + a1.t + a2.t2 + a3.t3 +
Com relação à calibração do indicador, é importante que as a4.t4 + ... a8.t8 , e ∆E(t) = co + c1.t + c2.t2 + c3.t3, então:
medidas de tensão elétrica possuam pequenas correções na E(med) = ao + co + (a1 + c1).t + (a2 + c2).t2 + (a3 + c3).t3 + a4.t4
faixa de trabalho e que ele seja linear. Por isso, foram + ... a8.t8 . Devido à força eletromotriz da temperatura do
realizadas comparações das medidas em fem entre o ponto do gelo (0°C) ser igual a 0 V, os coeficientes ao e co
termômetro digital e um multímetro de 71/2 digítos, têm valor nulo.
encontrando diferenças da ordem de décimos de micro Volt. Uma vez inseridos na. memória do termômetro digital, os
Na construção termopar, foi empregada uma junção de coeficientes co, c1, c2 e c3 somam-se aos coeficientes da
referência convencional, com imersão de aproximadamente função de referência selecionada, no caso a do termopar tipo
25 cm, em banho de gelo fundente (0°C), acondicionado em S. O termômetro digital, então, já pode ler as forças
vaso dewar (fig.2), evitando o uso de compensação eletromotrizes do termopar e convertê-las em unidade de
eletrônica. temperatura (°C), empregando a nova função ajustada.
A seguir, os pontos fixos são realizados novamente do maior
para o menor valor de temperatura e as medições com o
termômetro digital são efetuadas em graus Celsius, visando
comprovar se os desvios encontrados em temperatura
correspondem aos desvios obtidos no programa de ajuste.
As diferenças encontradas nos desvios entre as medições
com o termômetro já calibrado e o cálculo teórico são
atribuídas à não-linearidade do instrumento, à deriva das
fems do termopar e também ao processamento eletrônico da
equação em seus circuitos internos.

3. RESULTADOS
Os resultados das medições nos pontos fixos (em tensão
elétrica) com o termopar conectado ao termômetro digital
estão detalhados na Tabela 1:
Fig. 2: Esquema de medição de um termopar em uma célula de Tabela 1. Resultados das medições com o termômetro digital.
ponto fixo.
Ponto fixo Temperatura/°C µV
Fem/µ
Cobre 1084,62 10578,00
2.2. Procedimento de calibração
Prata 961,78 9151,08
A calibração de um termômetro digital programável com
Alumínio 660,323 5860,33
sensor termopar pelo método dos pontos fixos, na faixa de
0°C a 1100°C, segue, basicamente, o mesmo procedimento Zinco 419,527 3445,83
de uma calibração de termopar [2,3]. As medições são Estanho 231,928 1713,78
realizadas da maior para a menor temperatura nos pontos
fixos do cobre (1084,62°C), prata (961,78°C), alumínio Depois de calculados os desvios em fem(V) para a função de
(660,323°C), zinco (419,527°C) e estanho (231,928°C), referência, foram obtidos os seguintes coeficientes da função
sendo que as leituras das forças eletromotrizes (fems) do desvio (∆E(t)): c1 = -9,295373E-03, c2 = 1,882224E-05 e c3 =
termopar são lidas em unidade de tensão elétrica (V) no -6,494809E-09. Eles foram inseridos na memória do
próprio termômetro digital  os valores de temperatura termômetro digital e posteriormente novas medidas foram
realizadas nos pontos fixos e os desvios encontrados em Comparando o uso deste modelo de termômetro digital com
temperatura são mostrados na Tabela 2: um convencional não-programável fica evidente a vantagem
de se utilizar um instrumento calibrado que não necessita de
Tabela 2. Resultados das medições com o termômetro digital.
depois de calibrado (desvios em unidade de temperatura) aplicar correções aos valores lidos, restando ao usuário,
realizar verificações intermediárias, caso ele disponha de
Ponto fixo Temperatura/°C desvio/°C meios térmicos com pequenos gradientes e padrões com
Cobre 1084,62 -0,15 nível de incerteza compatível com as incertezas do
instrumento calibrado.
Prata 961,78 -0,06
Alumínio 660,323 -0,16
Zinco 419,527 -0,15 AGRADECIMENTOS
Estanho 231,928 -0,06 Agradecemos à coordenação do evento pela cooperação e
atenção dispensada aos autores do artigo.
NOTA: O valor calculado para a incerteza do ajuste da
função foi de 0,0003°C  o maior desvio calculado foi de REFERÊNCIAS
0,0003°C, no ponto do alumínio.
[1] Slavolhub Garcia Petkovic, Aline Gonçalves da Silva,
Rodrigo da Silva e Marcelo Ricardo Magalhães, "Termômetro
4. INCERTEZAS Digital Programável – Um Novo Paradigma de Padrão de
Temperatura ", Metrosul III.
Na Tabela 3 é apresentada uma planilha de cálculo de
incerteza para o termômetro digital Presys, modelo ST-501, [2] S. G. Petkovic, F.A.L. Goulart e M. S. Monteiro,
CALIBRAÇÃO DE TERMOPARES POR PONTOS FIXOS NO
com sensor termopar tipo S, no ponto fixo do cobre. Como o INMETRO - A RASTREABILIDADE DESSES PADRÕES NA
valor da contribuição da estabilidade do termopar e da RBC, anais do evento Metrologia 2000, São Paulo, S.P., Brasil,
linearidade do instrumento foram os dominantes, este valor volume ENLAB 2000, pp 227-238.
incerteza foi o mesmo para os outros pontos fixos.
[3] S. G. Petkovic, F.A.L. Goulart and M. S. Monteiro,
FIXED POINT CALIBRATION OF THERMOCOUPLES IN
Tabela 3 : Incerteza de calibração no ponto do cobre BRAZIL, anais do evento National Conference for Standard
Contribuição da Incerteza Incerteza padrão / °C Laboratories International (NCSLI 2001) Washington D.C., EUA,
2001.
Célula do ponto fixo 0,004
Linearidade 0,137 [4] Preston-Thomas, H., Metrologia 27, 3-10 (1990).
Junção de referência 0,003 [5] Preston-Thomas, H. , Bloembergen, B. , and Quinn, T. J.,
Supplementary Information for the International Temperature
Estabilidade do termopar 0,075 Scale of 1990, 1990, Monograph CCT/WG1, BIPM, Sèvres,
Resolução do instrumento 0,0003 France, 1990, pp. 29-78.
Desvio padrão das leituras 0,003
Incerteza combinada 0,15
Incerteza expandida (k=2) 0,31

5. CONCLUSÕES
Com relação ao desempenho do termômetro digital já
calibrado nos pontos fixos, pode-se concluir, comparando a
incerteza do ajuste pelo método dos mínimos quadrados
(0,0003°C), que ela foi bem menor do que a obtida após as
medições nos pontos fixos em valores de temperatura
(linearidade = 0,137°C). Pode-se atribuir, os desvios
encontrados muito mais à linearidade do instrumento do que
à estabilidade do termopar, pois os desvios nos pontos
extremos como prata e estanho foram da ordem de
centésimos de graus (-0,06°C) e em ponto intermediários
como o alumínio e o zinco, os desvios alcançaram valores
em torno de 0,15°C.
A longo prazo (cerca de mais de 500 horas de uso a 1000°C)
as forças eletromotrizes do termopar podem derivar, o que
levaria o usuário a recalibrar o conjunto. Se a incerteza do
sensor evoluísse para 0,3°C (valor típico, com k=2), a
incerteza da calibração subiria para 0,45°C (k=2).

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