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ENG06632-Metalurgia Extrativa dos Metais Não-Ferrosos II-A 7

Nestor Cezar Heck - DEMET / UFRGS

3 DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA
3.1 INTRODUÇÃO
É a produção de um metal pela decomposição de uma substância pelo seu
aquecimento, conforme a reação genérica:
MeX = Me + X .
Alguns compostos de metais nobres (Au, Ag, Hg, Pt, Pd) como, por exemplo, Au2O e
AgO são muito instáveis e podem ser reduzidos à metal se aquecidos. Infelizmente essas
substâncias simples não ocorrem naturalmente na crosta terrestre 1 – justamente pela alta
instabilidade que apresentam – o que limita o uso deste processo na metalurgia extrativa. A
produção econômica de algumas outras, no entanto, é possível; como exemplo, podemos citar
os procedimentos para a obtenção da Pt e do Pd.
A platina é produzida a partir de um sal preparado por precipitação de uma solução
aquosa. Após a filtração, lavagem e secagem, o sal é aquecido até 1000oC, quando se
decompõe termicamente segundo:
(NH4)2 [PtCl6] = Pt + 2NH4Cl + 2Cl2.
O metal é obtido no estado sólido e se apresenta sob uma forma porosa, chamada ‘esponja’, e
deve ser purificado posteriormente.
O paládio é produzido de forma similar, a partir de um complexo diamínico, segundo:
3{(NH3)2 [PdCl2]} = 3Pd + 4NH4Cl + 2HCl + N2.
A questão da obtenção de temperaturas muito elevadas – antes um obstáculo
tecnológico apreciável – poderá se transformar, com o avanço da tecnologia do plasma, numa
questão de caráter exclusivamente econômico.
A decomposição térmica pode ser indesejável quando, por exemplo, provoca a
decomposição de refratários em contato com um banho metálico sob vácuo.

3.2 TERMODINÂMICA DA DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA


A decomposição de substâncias em seus componentes fundamentais pelo calor é um
fenômeno conhecido2, que – naturalmente – também pode ser pensado como base científica
para a produção de metais.
A produção de metais a partir dos seus óxidos seria a mais interessante – uma vez que
essas substâncias são freqüentemente utilizadas como matéria prima para a produção de
metais. A decomposição de alguns óxidos pelo aquecimento já está prevista no diagrama de
Ellingham – tendo-se em vista a inclinação positiva da variação da energia livre padrão de
Gibbs, ∆G°, em função da temperatura. Para alguns deles, o valor da ∆G° da reação de
formação torna-se positivo já em temperaturas não muito elevadas (consequentemente, ∆G°
para a reação de decomposição é menor do que zero3 ); assim, teoricamente seria possível a
produção dos respectivos metais pelo ‘simples’ aquecimento de seus óxidos ‘puros’, sem a
necessidade da presença de um agente redutor (Figura 3.1)! A presença de todos os
componentes na fase gasosa e a possível alta velocidade da reação reversa são percalços que
deveriam ser levados em conta na produção de metais com esse processo.
Por outro lado, se quiséssemos garantir que o ∆G da reação de decomposição fosse
menor do que zero mesmo sendo ∆G° > 0, manipulando-se para isso a pressão total do reator,
não teríamos muito sucesso. Na prática, essa técnica não é fácil de ser aproveitada, pois a
1
O Hg é produzido industrialmente pelo aquecimento do mineral HgS ao ar – no processo de ustulação.
2
Algumas técnicas de análise química instrumental se utilizam dessa propriedade.
3
O uso de ∆G° ‘representando’ ∆G, numa análise, justifica-se quando as atividades das fases no sistema são
unitárias. Considerando-se a elevada pressão de O2 na atmosfera e a presença do primeiro metal produzido,
aproxima-se daquela a situação teórica aqui apresentada.
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pressão parcial de equilíbrio do O2(g) é muito baixa – muito além da capacidade de uma
bomba de vácuo – inviabilizando a exploração desta alternativa.
Curiosamente, esse fenômeno pode ocorrer na siderurgia sob determinadas condições:
é o caso da decomposição indesejada de refratários ‘básicos’ de magnésia, submersos na
porção superior de um banho metálico de aço sob vácuo.
A seguinte reação mostra o que acontece neste caso:
MgO(s) = Mg(g)+ O .
Tendo-se em vista as altas temperaturas envolvidas na produção de aço, a pressão parcial de
equilíbrio do Mg(g) se aproxima (ou até supera) daquela reinante no reator devido ao fato da
atmosfera estar rarefeita no procedimento de tratamento do metal sob vácuo. Quanto ao
oxigênio, ele se dissolve no metal, provocando, também – como se não bastasse a destruição
do material refratário –, como efeito colateral, a oxidação do banho metálico!

Fig.3.1 Variação da energia livre padrão de Gibbs em função da temperatura


para alguns óxidos genéricos (diagrama de Ellingham); T1, temperatura
absoluta, acima da qual a reação de decomposição do óxido MeO2
(pO2 = 1 atm e em presença do metal) é espontânea; To, temperatura
absoluta, onde a oxidação do metal é favorecida (a menos que a pressão
seja menor que a pressão de equilíbrio do oxigênio, encontrada pela linha
O-P e dada pelo ponto P << 1 atm no ábaco à direita)

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