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“A Revolução Não Será Televisionada”

Um documentário feito sobre os fatos que antecederam o golpe instaurado para depor Hugo
Chávez, Presidente da Venezuela, em 11 de abril de 2002, e sobre os acontecimentos nos quatro
dias de instabilidade institucional que se seguiram. Esta é a proposta de A Revolução Não Será
Televisionada, que inicialmente foi pensado para abordar apenas o governo de Chávez. É dirigido
pelos irlandeses Kim Bartlei e Donnacha O’Briain, informação surpreendente para quem pelo
menos já ouviu falar do filme.

A película inicia com imagens de pessoas nas ruas em manifestações de apoio ao governo de Hugo
Chávez; logo em seguida, imagens da televisão americana com a declaração de um membro do
governo americano que menciona o governo controverso de Chávez, sem apoio popular. Termina o
prólogo, com o choque de imagens.

A narrativa então regressa a setembro de 2001, sete meses antes do golpe contra o Presidente. Esse
é o principal momento em que manifestações de apoio a Chávez são mostradas, nas condições
normais de estabilidade institucional. Explica-se que, em 1992, ele tentou dar um golpe contra o
governo e foi mal-sucedido. No entanto, virou herói popular: era um sujeito mestiço, não provinha
das classes dominantes, e ousou desafiá-las. Foi eleito, de forma direta, em 1998.

O documentário faz uma abordagem sobre a importância dos meios de comunicação e,


principalmente, da televisão no Governo Chávez. Para ele, era particularmente importante
comunicar. Reconhece isto em uma reunião com assessores, sobre um dos problemas de sua
revolução: “não comunicamos”. Isso é relevante quando se sabe que a Venezuela contava, à época,
com cinco canais de televisão privados, e todos nas mãos de opositores do governo. Nos governos
anteriores, sempre houve censura aos meios de comunicação, segundo um jornalista entrevistado; a
censura não ocorria com Chávez no poder. O Presidente então montou uma televisão pública, em
que, rusticamente, mantinha seu programa e dava voz a seus ministros e apoiadores. Na realidade,
ao invés de uma TV pública, montou uma emissora de propaganda.

A figura que soa mais contundente no filme é um ex-jornalista de uma televisão privada. Ele relata,
em dado momento, que as imagens do dia 11 de abril de 2002 (dia do golpe) de manifestantes pró-
Chávez atirando supostamente contra manifestantes da oposição foram manipuladas. Na verdade,
quando se olha a imagem de outro ângulo, vê-se que não há ninguém contra quem atirar. Mas a
televisão só mostrou as imagens de manifestantes atirando. Houve a intenção, portanto, de culpar o
chavismo pelas mortes daquele dia, segundo sua conclusão.

A manipulação de imagens serviu para que as emissoras contassem, no dia seguinte e a seu modo,
como ocorreram os fatos antes e durante o golpe, em longas matérias televisivas. Essa mania de
contar a história como lhe convém não é novidade entre as emissoras de televisão. Defenda-se
Chávez ou não, vale o documentário pela comparação que faz das imagens que a televisão
selecionava e mostrava, com as imagens diretas feitas pelos irlandeses às ruas.

Os diretores procuraram preencher lacunas de imagens dos dias próximos ao golpe, com imagens
próprias. A despeito disso, não podemos dizer que o documentário é isento: a própria seleção de
tema, entrevistados, imagens e forma de narrar a história formam uma tomada de posição. No
entanto, se a mídia não conseguiu mostrar os dois lados da história, até porque todas as suas
emissoras estavam reunidas contra o governo, como mostram as matérias do dia seguinte, a
produção do filme é uma boa notícia para quem quer entender o que ocorreu em Caracas naqueles
dias. E o que ocorre até hoje.
Resenha de: A Revolução não será Televisionada

Em abril de 2002, na Venezuela, após uma série de ataques da mídia local, o presidente Hugo
Chávez sofre um golpe e é sequestrado. Uma equipe de TV da Irlanda estava no país desde
setembro de 2001, para realizar um documentário sobre o presidente e sua administração popular.
Kim Bartley e Donnacha O’Briain, ao perceberem a movimentação política do país, registraram as
manifestações, pró e contra, que culminaram no golpe. Esses registros, com imagens inclusive do
interior do palácio, se tornaram o documentário “A Revolução não será televisionada”, lançado em
2003.
A elite venezuelana estava insatisfeita com a administração de Chávez, pois essa reduziu as suas
regalias. A mídia, principalmente televisiva, noticiava, mentirosamente, fatos contra o presidente,
inclusive que Chavistas teriam assassinado várias pessoas em um protesto. Nos dias do golpe, foi
divulgado que presidente renunciou, o que era mentira. A TV omitiu o fato de que Chávez não
assinou a renúncia e que ele somente se entregou aos golpistas sob a ameaça de o palácio
presidencial ser bombardeado por militares contrários ao regime Bolivariano. Naquele momento era
impossível que a verdade chegasse ao povo, pois os canais que apoiavam Chávez sofreram
sabotagem técnica e ficaram fora do ar. Assumiu, com o apoio da mídia e com toda a arrogância,
Pedro Carmona, destituindo os poderes até então constituídos.
Chama a atenção, também, uma transmissão de TV, nas primeiras horas pós-golpe, em que,
imaginando já terem ganhado a “guerra”, uma pessoa agradece as cinco redes de TV comerciais,
nome por nome, que ajudaram na conquista daquele “final feliz”, para as elites, claro. Quanto ao
destino de Chávez e os movimentos populares em apoio ao presidente, as emissoras literalmente se
calaram. Ao contrário, elas insistiam no sucesso do golpe a “vendiam” a imagem da paz a partir
daquele momento.
Porém, algumas pessoas tiveram acesso às notícias de outros países e descobriram que o que
aconteceu de verdade, é que o presidente foi sequestrado. A informação logo se espalhou e o povo
saiu em protesto até o palácio presidencial. Milhares de manifestantes pressionaram e, após uma
reação dos militares Chavistas que guardavam o palácio, os golpistas foram presos. Em seguida, o
canal estatal voltou ao ar e, como Chávez não chegou a assinar a renúncia, foi transmitida a posse
do seu sucessor, segundo a Constituição Federal, o presidente da Câmara dos Deputados.
O documentário aborda esses fatos com muita maestria. Ele mostra os acontecimentos de forma
cronológica e aborda o poder manipulante da mídia, desmentindo as montagens e edições feitas nas
filmagens da TV comercial. São apresentadas as declarações de jornalistas contra Chávez, que se
provaram mentirosas. Claramente, fica demonstrada a relação da imprensa local com a elite
econômica do país. “A revolução não será televisionada” usa, inclusive, ironia comparando o que os
oposicionistas afirmavam, com a verdade. Percebe-se, com as declarações transmitidas pelas cinco
redes comerciais, que Hugo Chávez não censurava a imprensa, pelo contrário, eram faladas coisas
terríveis, agressivas e mentirosas.
O vídeo incluiu entrevistas com a população, tanto favoráveis ao presidente, como contra. Essa
abordagem das entrevistas, sem dúvidas, conferiu maior credibilidade ao documentário. É mostrada,
também, uma cena que chega a ser cômica: A equipe de Carmona, antes arrogante, presa no interior
do palácio Miraflores. Demonstrando os ideais obscuros dos golpistas, o documentário mostra o
cofre do palácio esvaziado.
Fica explicado no vídeo, porque Hugo Chávez passou a se preocupar com as comunicações, criando
emissoras estatais e não renovando a concessão da RCTV (Comparativamente a Rede Globo da
Venezuela, à época), após a apresentação da fala de seu Ministro do Desenvolvimento: “os
adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma política de
comunicações”. Em meio ao desânimo de sua equipe de governo, Chávez aparenta acreditar
realmente que voltaria ao governo. A força do povo fez com que ele realmente voltasse ainda mais
fortalecido.

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