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ASPECTOS BÁSICOS
I.1
Epidemiologia da atividade física
As doenças cardiovasculares (DCV) representam um cada vez menos ativo da população, motivando a
problema de saúde pública em todo o mundo. Dados preocupação de vários órgãos de saúde pública em
recentes do Sistema Único de Saúde mostram que todo o mundo, bem como um grande interesse acerca
este grupo de doenças é responsável pela principal da influência do exercício sobre a incidência de
causa de morte no Brasil, destacando-se a doença doenças crônico-degenerativas.
cerebrovascular como maior contribuinte, seguida pela
doença arterial coronariana. A associação entre atividade física e menor risco de
DCV foi primeiramente demonstrada no clássico
O sedentarismo é considerado um dos principais estudo Framingham, iniciado em 1948. Outro
fatores de risco para DCV, apresentando elevada importante estudo epidemiológico foi publicado em
prevalência em países do primeiro mundo e atingindo 1953 por Morris e colaboradores. Estes pesquisadores
60% da população norte-americana. observaram uma maior incidência de DCV e morte
súbita nos motoristas de ônibus de Londres e
Desde os mais remotos tempos, a atividade física tem funcionários burocratas dos correios, quando
sido considerada como uma forma de preservar e comparados aos mais ativos cobradores de ônibus
melhorar a saúde. Hipócrates já recomendava de 02 andares e aos carteiros, respectivamente.
exercícios físicos para a prevenção e tratamento de
doenças. Entretanto, ao contrário do comportamento Amplo estudo longitudinal mostrou menor índice de
esperado, observa-se atualmente um estilo de vida mortalidade total e cardiovascular nos indivíduos que
I.2
Fisiologia do exercício
Independentemente do tipo de contração muscular Por outro lado, durante o exercício estático, o aumento
envolvida, existe sempre um paralelismo entre a da resistência mecânica ao fluxo sangüíneo provocada
intensidade do exercício e a magnitude das respostas pela contração sustentada dificulta o aumento da
cardiovasculares. Durante o exercício estático, a perfusão muscular, que ao lado do aumento que ocorre
intensidade do esforço, que depende da massa no débito cardíaco, promove um aumento importante
muscular e do percentual da força máxima das pressões arteriais sistólica e diastólica.
desenvolvida, correlaciona-se com o aumento da
pressão arterial média. Analogamente, a intensidade O aumento do VO2 no exercício dinâmico decorre do
do exercício dinâmico é medida pelo consumo de incremento do DC, de sua redistribuição e da extração
oxigênio, que correlaciona-se ao aumento do débito periférica de O2. O débito cardíaco, por sua vez, é
cardíaco. resultado do produto da FC (freqüência cardíaca) pelo
VS (volume sistólico) e guarda uma estreita relação
Nossos músculos esqueléticos são compostos de com consumo de O2 (VO2). Assim sendo, durante o
fibras com características morfológicas e funcionais exercício dinâmico, ocorre um aumento do VO2 e da
diferentes, classificadas em tipo I e tipo II (IIa e IIb). produção de CO2 (VCO2), acompanhados de um
Durante exercícios de intensidade crescente, recruta- incremento proporcional do débito cardíaco e da
se primeiramente as fibras do tipo I, que possuem ventilação pulmonar total (volume minuto). O aumento
maior concentração de enzimas oxidativas e do DC decorre de uma participação proporcionalmente
densidade capilar, ou seja, mais adaptadas para maior do VS em cargas baixas de esforço, sendo o
exercícios aeróbicos. A partir de intensidades maiores aumento em intensidades maiores dependente
são progressivamente recrutadas do tipo IIa e IIb, com primordialmente da elevação da FC. Os mecanismos
maior potencial glicolítico. Muito embora todos os autonômicos responsáveis pelo aumento da FC no
músculos esqueléticos possuam diferentes proporções exercício são o aumento da atividade adrenérgica
de cada tipo de fibras, a predominância determina o (mais evidente em intensidades maiores de esforço)
tipo de exercício para o qual um certo músculo está e redução da modulação parassimpática (aumenta a
mais bem adaptado. Em outras palavras, grupos FC em frações de segundos). Os mecanismos que
musculares com maior proporção de fibras do tipo I permitem o aumento do VS dependem de diferentes
executam atividades aeróbicas com maior eficiência, fatores, dentre os quais a posição corporal é
desenvolvendo fadiga mais tardiamente. particularmente importante. Sendo o retorno venoso
maior em decúbito, o volume diastólico final aumenta
favorecendo o aumento do VS em repouso e durante
EFEITOS AGUDOS DO EXERCÍCIO – o esforço. Por esta razão, o DC em decúbito resulta
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS de menor FC e maior VS do que em posição
ortostática, fazendo com que o aumento do DC durante
Consideram-se efeitos agudos ou respostas o exercício seja mais dependente de uma modificação
fisiológicas ao esforço as manifestações que ocorrem da FC. Os mecanismos ventriculares que permitem o
durante ou logo após uma sessão de exercício e que aumento do VS também dependem da posição
tendem a desaparecer em minutos ou poucas horas. corporal. Em decúbito, o maior retorno venoso envolve
Estas respostas fisiológicas resultam do aumento do o mecanismo de Frank-Starling mais obviamente,
gasto energético muscular, que provoca um aumento enquanto que, durante o exercício dinâmico em
da demanda por perfusão sangüínea local e respostas ortostática, o volume diastólico não se altera e o
reflexas que garantem a manutenção da homeostasia, aumento do VS decorre fundamentalmente do
particularmente dissipando o calor liberado pelas aumento do inotropismo miocárdico (via estimulação
contrações. Durante o exercício dinâmico ocorre um adrenérgica), com diminuição do volume sistólico final.
ajuste ao aumento da demanda energética, que
promove aceleração das trocas gasosas (VO2 e VCO2) Um mecanismo importante que aumenta o fluxo
e aumento do fluxo sangüíneo do grupo muscular em sangüíneo muscular é a redistribuição do DC, com
atividade (hiperemia ativa), com conseqüente aumento vasodilatação da musculatura ativa e vasoconstrição
do retorno venoso e do débito cardíaco (volume sistólico da musculatura inativa e do leito esplâncnico. A