Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
O "braço humano" é constituído por uma junta de três graus de liberdade - o ombro -,
seguida de uma junta de um grau de liberdade - o cotovelo - e, por fim, outra junta com três
graus de liberdade - o punho. Tem, portanto, sete graus de liberdade e é redundante, ou seja,
não tem configurações singulares.
Como num "braço humano", os robôs manipuladores usam geralmente as primeiras juntas
para posicionar a estrutura formada pelas juntas seguintes, denominada 'punho', que é
utilizada para orientar o elemento-terminal. As juntas utilizadas para posicionamento
formam a estrutura denominada 'braço': no homem, correspondem às juntas do ombro e do
cotovelo. Um robô manipulador também usa as juntas do braço para a função de
posicionamento e as juntas do punho para a função de orientação. Em robótica de
manipulação, existem cinco tipos principais de braços: cartesiano, cilíndrico, polar,
revolução e SCARA (Selective Compliance Assembly Robot Arm).
As juntas que seguem o braço formam, como já se disse, a estrutura denominada 'punho',
por analogia com o braço humano. O punho tem geralmente duas configurações: "pitch-
yaw-roll" (YXZ), como o punho humano, ou "roll-pitch-roll" (ZYZ), também denominado
punho esférico. Este ultimo tipo de 'punho' é o mais usado em robótica de manipulação
devido à sua maior simplicidade. No entanto, é uma estrutura que apresenta configurações
singulares, as quais, depois de identificadas, podem ser evitadas, mantendo assim o robô
manipulador controlado.
O primeiro robô industrial, o Unimate (Fig. 1), foi desenvolvido por George Devol e Joseph
Engelberger na empresa norte-americana Unimation Inc. (1959-62). Esse robô era
programado através de um computador e podia ser usado em várias aplicações desde que
devidamente reprogramado e equipado com as ferramentas próprias. Embora muito
poderosa para época, tornou-se óbvio que a flexibilidade e a adaptabilidade desta nova
ferramenta poderia ser largamente melhorada usando retroacção sensorial.
Outros exemplos ainda dos primeiros robôs controlados por computador foram o
manipulador da IBM (1975) e o já referido SCARA, desenvolvido em 1978-79 e produzido
por vários fabricantes - o primeiro dos quais foi a Sankio Seiki.
Actualmente, um robô manipulador industrial é constituído por vários elos rígidos ligados
em série por juntas, tendo uma das extremidades fixa (base) e outra livre para se mover
(elemento terminal). As juntas são geralmente actuadas por motores eléctricos - sendo
actualmente e em geral motores trifásicos síncronos -, embora também se usem actuadores
pneumáticos e hidráulicos. Um sistema de controlo computadorizado é usado para controlar
e supervisionar o movimento do robô, recorrendo a informação sensorial para obter o
estado do robô e do ambiente - posição das juntas recorrendo a sensores de posição, força
de contacto usando sensores de força/momento, distância a objectos, etc. Isto é, o
"software" de controlo de movimento que corre nesse sistema utiliza a informação sensorial
para calcular os sinais de controlo necessários a fim de obter o movimento desejado e
enviar esses sinais aos actuadores.
Por isso, os sistemas de produção actuais são cada vez mais sistemas flexíveis. A
automatização rígida que caracterizou as décadas de 50 a 80 - denominado o período de
ouro para a produção industrial -, assente em máquinas dedicadas de elevada capacidade de
produção, não se adapta aos novos tempos. Actualmente, a enorme diversidade de produtos,
o desaparecimento das fronteiras comerciais, aliada à exigência de maior qualidade a mais
baixo preço, torna o ciclo de vida dos produtos muito curto.
Nestes sistemas, os robôs desempenham um papel fundamental dado que são sistemas
programáveis, possuindo ambientes de programação relativamente poderosos.
É possível definir posições, trajectórias e outras acções que podem ser repetidas
continuamente com elevada precisão e repetibilidade. Aliás, essa é a essência dos robôs
actuais, isto é, são estruturas com um controlo preciso de movimento e algumas
capacidades de programação, que permitem definir esses movimentos e repeti-los.
norberto@robotics.dem.uc.pt