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CONSTRUÇOES:
MATERIAIS EMPREGADOS:
Os materiais utilizados nas edificações japonesas são principalmente madeiras
naturais. O Japão tem algumas florestas comparáveis com as mais ricas do mundo. Nos
templos antigos, suas terras eram repletas quase que na totalidade de florestas. No
entanto, nos dias de hoje elas diminuíram consideravelmente, porém a maior parte ainda
é coberta por belas florestas.
O Japão tem ricas florestas devido ao seu clima. As chuvas de outono são
abundantes e climáticas; e as condições do solo são bem aceitas pela vegetação. São
várias espécies de madeiras de excelente qualidade, tais como Kínoki, Sawara, Tsuga,
Sugi, Matsu, e Keyakí. Dessa forma é fácil de se perceber a razão pela qual a madeira foi
amplamente empregada nas construções do Japão, desde os tempos antigos.
O Japão, é claro, tem seus suprimentos de pedras, mas não tão grandes como os de
madeira natural. As construções em madeira sempre terão preferência, afinal é mais
difícil construir com pedras do que com a madeira.
COR:
A cor, como a forma, é uma importante característica da arquitetura japonesa.
Geralmente diz-se que as cores naturais foram a base das cores da antiga arquitetura
japonesa. Eram encontradas nos materiais naturais, onde arquitetos obtinham belos
efeitos. Pintavam-se as edificações com uma cor rica, o vermelhão, que é um método
oriundo do continente e não no puro gosto japonês.
O brilho das cores foi aprendido através dos chineses. Segundo Dr. C. Ito: "A
arquitetura chinesa é a arquitetura das cores. Se eliminarmos as cores da arquitetura
chinesa restará alguma coisa pesada. Toda parte da arquitetura chinesa é profundamente e
ricamente colorida, não existindo uma parte sem cor”.
Existem cores próximas à madeira, porém são apenas cores neutras. As cores
neutras são sempre simples e, no gosto japonês, refinadas. O sentimento de simples e
refinado é predominante na arquitetura japonesa. O branco dos Shoji, o verde dos Tatami
e o cinza-prata dos telhados são todos dos materiais de construções naturais.
SENTIMENTO ARQUITETONICO:
O que mais se percebe quando se olha para a arquitetura japonesa é o gosto
nacional e o sentimento de estética japonês. Existe, é claro, variedade de sentimento
estético, de acordo com suas idades e outros fatores, mas em geral eles podem dizer que
são os admiradores mais típicos da natureza do mundo. Eles são capazes de uma
apreciação aguçada de refinamento, elegância, simplicidade e clareza que são
amplamente encorpadas por sua arquitetura.
ESPÉCIES DE TELHADOS:
Sabe-se que a beleza da arquitetura
japonesa consiste nos variados projetos de
seus telhados. Estes representam um dos
elementos mais importante da arquitetura
japonesa em funcionalidade e expressão.
Nas edificações de madeira, especialmente
no Japão, onde chove bastante, não se
utiliza a cobertura como pavimento como
nas estruturas de concreto, ou seja, apenas
funcionam como telhados.
São utilizadas várias espécies para
confeccionar esses telhados tais como telhado de empena; telhado de ripa, piramidal e de
empena ripada, este último é muito peculiar no Japão.
O grande e majestoso telhado dos templos Budistas, o suave, mas solene telhado
dos santuários Shinto, o pitoresco telhado das casas do país, o telhado das salas de chá,
entre outros, são testemunhas da beleza encorpada de todos os telhados japoneses.
A beleza desses telhados, porém, está associada diretamente a arquitetura de madeira.
BEIRAIS:
Outra característica marcante da
arquitetura japonesa é a forma dos seus
beirais. Eles servem para aumentar o
sentimento da estabilidade da harmonia da
forma da construção. Mas a projeção dos
beirais não é apenas decorativa, nasceu da
necessidade. Como o verão no Japão é a
estação das chuvas e a atmosfera fica mais
abafada, as pessoas naturalmente gostam
de abrir as janelas e ter sempre uma boa
ventilação, mesmo durante as chuvas. Por esse propósito e também para prevenir a
incidência dos raios solares que penetravam janela adentro, a largura sobressalente dos
beirais é indispensável. No inverno, entretanto, esta projeção não impede que os raios
solares penetrem e esquentem o ambiente. Daí as projeções dos beirais não serem
superiores a 2,4m em alguns templos Budistas.
MASU-GUMI:
Masu-Gumi é um detalhe estrutural para
suportar a largura dos beirais, e um dos maiores
detalhes da arquitetura japonesa, entre os quais é
escolhido por arquitetos que desejam obter o puro
efeito japonês.
Ao mesmo tempo aplica um efeito decorativo,
foi originalmente parte própria da construção. É um
ingênuo detalhe construtivo que tem origem no
continente junto com a introdução da arquitetura
Budista em meados do século VI, mas naquele tempo
já se tomava o efeito da arquitetura japonesa mais
típico, como se fosse símbolo intrínseco da
arquitetura japonesa. Através de variadas formas, de
acordo com os diferentes períodos, são encontrados
no Masu-Gumi: primeiro a projeção hijiki para frente
e para os lados, então o lugar masu sobre o hijiki em
distâncias variadas, depois os hijiki são projetados
sobre eles e o mesmo processo se repete.
TATAMIS
KAMOI
Kamoi é uma espécie de moldura que
se estende inteiramente pelo aposento de um
canto a outro. Na sua superfície inferior há
dois encaixes profundos e paralelos, e
diretamente abaixo deste kamoi, no piso há
uma superfície de madeira, com dois
encaixes extremamente rasos. Esta
superfície fica ao nível dos tapetes, e nesses
encaixes correm os biombos. Os encaixes no
kamoi são profundos, para que os biombos
possam ser erguidos dos encaixes do piso e
removidos depois de caírem dos encaixes
superiores. Desta forma, uma série de aposentos pode se transformar rapidamente em um
só, com a remoção dos biombos. Os encaixes são suficientemente afastados para
permitirem que os biombos sejam afastados um pelo outro. Pela natureza ajustável dessas
divisórias corrediças, pode-se fazer a abertura entre os aposentos da largura que se
desejar.
BIOMBOS CORREDIÇOS
Há dois tipos de biombos corrediços: um chama-se fusuma, e forma divisões entre
os aposentos; o outro se chama shoji, e corre pelo lado externo, junto da varanda, sendo o
substituto das janelas.
FUSUMA
Fusuma são portas de correr que são cobertas, em ambos os lados, com um
espesso papel opaco. A moldura não é diferente da usada para os biombos externos,
consistindo em peças finas, verticais e horizontais, de madeira com a forma de uma
grade, com malhas de dez a treze centímetros de altura. A moldura externa não é
trabalhada, como na maioria
dos serviços em madeira.
Não é incomum, contudo, ver
essas molduras laqueadas. O
material usado para revesti-
las consiste em uns papéis
resistentes, grossos e
duráveis, com muitas
decorações. Às vezes, as
ilustrações se estendem como
um panorama por todo o lado
do aposento. Os velhos castelos contêm nesses fusuma algumas pinturas famosas de
artistas celebrados. Nas casas mais comuns, os fusuma em geral não são decorados, salvo
pelo papel que os cobre, e o material para este fim é infinito em sua variedade. Muitas
vezes o papel é completamente destituído de ilustrações. Nas velhas hospedarias, vêem-
se trabalhos de artistas famosos que, provavelmente pagaram suas estadas por este modo.
SHÓ-JI
Shó-ji são os biombos externos; são aqueles que margeiam a varanda, ou se
estendem pelo lado do quarto em
direção à parede exterior da casa.
Consistem em uma leve estrutura feita
de barras finas de bambu, deixando
pequenos espaços intermediários
retangulares. A parte inferior do shó-ji
, cerca de 2,5 cm acima do piso, e
usualmente um painel de madeira,
como proteção contra pés descuidados
para fortalecer amoldura, e são
cobertos externamente com papel
branco. A única luz que o quarto
recebe quando os shó-ji estão fechados vem através desse papel, e o quarto é inundado
por uma luz suave e difusa, extremamente agradável.
TOKONOMA
O Tokonoma, uma alcova decorativa japonesa, tem a
função principal de ser um ponto focal, um lugar para por à
mostra um simples e belo objeto de forma que a atenção
possa vir a descansar sobre uma flor ou pergaminho (o
tokonoma normalmente suporta três coisas: um objeto
qualquer, um arranjo floral e um retrato ou inscrição.