GOVERNO DO Informe Epidemiológico

ESTADO DO CEARÁ Tuberculose set / Mar

2010/ 2008
Secretaria da Saúde
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Tuberculose - a cura é um desafio

A tuberculose (TB) é uma doença grave, transmitida pela pessoa que tem esta doença e não está sendo tratada,
ao falar, espirrar ou tossir, por meio das gotas de secreção respiratória que se propagam pelo ar, sendo causada
por um microorganismo, o bacilo de Koch, cientificamento chamado Mycobacterium tuberculosis. Essa
enfermidade pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial os pulmões. Apresenta características peculiares
em cada região, estando sua magnitude relacionada ao nível de desenvolvimento social, à qualidade da
assistência ao doente e às condições de acesso aos serviços de saúde.
Segundo dados do Programa Nacional de Controle da Tuberculose/MS no ano 2009 o Ceará estava com a taxa
de incidência superior à média nacional (37,8/100.000 hab) e em relação ao Nordeste estava abaixo somente de
Pernambuco. No Ceará, em 2009, foram notificados 3.887 casos novos de tuberculose (coeficiente de incidência
de 45,5/100.000 hab), dos quais 2.146 foram pulmonares bacilíferos (coeficiente de incidência de 25,1/100.000
hab) e 341 extrapulmonares. Ressaltamos que até agosto de 2010, o Programa Estadual de Controle da
Tuberculose realizou 26 eventos e foram capacitados 2.441 profissionais de saúde e Sociedade Civil nas áreas
de Planejamento Estratégico, Estratégia DOTS (Tratamento Supervisionado de Curta Duração), Monitoramento
e Avaliação.

nº de casos Incidência/100.000hab
5.000 60

4.500
50
4.000

3.500
40
3.000

2.500 30

2.000
20
1.500

1.000
10
500

0 0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
Todas as formas 3.533 3.594 3.930 3.865 4.001 3.541 3.488 3.819 3.887 2.163
Incidência 46,8 47 50,7 49,1 49,3 43,1 41,9 45,2 45,5
BK+ 2.327 2.306 2.384 2.322 2.438 2.198 1.957 2.092 2.146 1.278
Incidência BK+ 30,8 30,1 30,7 29,5 30,1 26,7 23,5 24,8 25,1

Fonte: Secretaria da Saúde do Estado do Ceará / SINAN

* Dados parciais sujeitos a revisão.

Gráfico. Número de casos novos de tuberculose e incidência de todas as formas clínicas e da

forma pulmonar bacilífero Ceará, de 2001 a 2010*

A forma clínica pulmonar é a predominante com a concentração de cerca de 88% dos casos ao longo de nove
anos de estudo. A forma extrapulmonar e as que apresentam outras localizações (pulmonar + extrapulmonar) se
manteve em torno de 11% e 1% respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1. Número de casos novos de tuberculose quanto a forma clínica, Ceará 2001 a 2009*
Ano Pulmonar %pulmonar Extrapulmonar %extra Pulmonar +extrapulnoar % Total
2001 3145 89,0 347 9,8 41 1,2 3533
2002 3231 89,9 312 8,7 51 1,4 3594
2003 3459 88,0 402 10,2 69 1,8 3930
2004 3348 86,6 430 11,1 87 2,3 3865
2005 3507 87,7 433 10,8 61 1,5 4001
2006 3113 87,9 373 10,5 55 1,6 3541
2007 3014 86,4 396 11,4 78 2,2 3488
2008 3314 86,8 409 11,9 56 1,5 3819
2009 3412 87,8 407 10,5 68 1,7 3887
Fonte: Secretaria da Saúde do Estado do Ceará / SINAN
* Dados parciais sujeitos a revisão.

Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde / Núcleo de Epidemiologia / SESA/Ce – Av. Almirante Barroso, 600 – Praia de Iracema
Fortaleza – CEP: 60.060-440 – Fone: (85) 31015214 / 5215 – FAX: (85) 31015197
homepage: www.saude.ce.gov.br - saude@saude.ce.gov.br
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Atualmente, os fatores mais influentes para o aumento de casos de tuberculose são a pobreza e a infecção pelo
HIV. É recomendado que todas as pessoas adultos com diagnóstico positivo para tuberculose realizem o teste
para HIV. No Ceará alertamos os profissionais para dar uma maior atenção a esse problema, considerando a
relevância e a gravidade da co-morbidade (TB-HIV / Aids).

Gráfico2. Percentual de casos novos de TB segundo coinfecção, solicitação, realização e positividade

do exame anti-HIV. Ceará - 2001 a 2009*
70%

60% 


50%


40%

   
30%  

  
20% 
  
 
  
10%  
      
   
0%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*

 coinf ecção  solicitado  realizado  positiv idade

Fonte: SESA/COPROM/NUVEP
* Dados parciais sujeitos a revisão

O percentual de cura em 2009 (67,6%) dos casos de tuberculose está abaixo da meta recomendada pela OPAS-
OMS, que é de 85%. A taxa de abandono (7,6%) também está acima do aceitável pela OPAS/OMS que é menor
que 5%. Estes indicadores podem contribuir para a multiresistência, que dificulta a cura e pode levar ao óbito.

Tabela2. Número e percentual dos resultados do tratamento de tuberculose, no Ceará 2003 a 2009*
(coorte de casos novos)
Indicadores 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
1. Número de casos novos curados 2.324 2.675 2.772 2.665 2.532 2.603 2.537

2. Percentual de casos novos curados 67,2 72,1 72,3 71,9 73,6 75,2 67,6

3. Número de abandonos ao tratamento 279 276 305 285 230 264 284

4. Percentual de abandonos ao tratamento 7,5 7,4 7,7 7,5 6,7 7,6 7,6

5. Número de casos novos transferidos 173 187 193 219 218 222 223

6. Percentual de casos novos transferidos 4,6 5,0 4,9 5,7 6,3 6,4 5,9

7. Número de casos novos ign / branco 634 397 386 382 285 167 457

8. Percentual de casos novos ign / branco 17,0 10,6 9,8 10,0 8,3 4,8 12,2

Fonte: SESA/COPROM/NUVEP
* Dados parciais sujeitos a revisão

A Secretaria da Saúde do Estado, em parceria com as Secretarias Municipais da Saúde e a Sociedade Civil, vem
trabalhando para reduzir a transmissão da doença através da intensificação da busca dos sintomáticos
respiratórios na comunidade, tratamento dos casos identificados e controle dos contactantes.
A descentralização do diagnóstico e tratamento na atenção básica, com o envolvimento e compromisso de toda a
equipe do PSF, pode mudar o cenário epidemiológico dessa epidemia no Ceará.

Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde / Núcleo de Epidemiologia / SESA/Ce – Av. Almirante Barroso, 600 – Praia de Iracema
Fortaleza – CEP: 60.060-440 – Fone: (85) 31015214 / 5215 – FAX: (85) 31015197
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