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A INVASÃO DA CASA DE SILVIO SANTOS

De camiseta, bermuda e tênis, Silvio Santos encontrou-se com o bandido


numa área interna de sua casa, perto das 6 e meia da manhã, quando ia para a sala
de ginástica. O rapaz estava armado e vestia roupas escuras de malha. Falaram
pouco e baixo, enquanto completavam o percurso até a mini academia que Silvio
montou numa das salas do subsolo. Tão baixo que não acordaram a mulher do
apresentador, Íris, nem as quatro filhas do casal. Todas dormiam. Os empregados
também não ouviram nada de estranho. Foi apenas mais de meia hora depois que
se deram conta de que a família estava novamente vivendo uma situação de
violência. Patrícia, a filha libertada de um seqüestro havia apenas dois dias,
apareceu na varanda de seu quarto justamente quando chegava ao local o major
Luís Serpa, um amigo de Íris acionado por telefone pelo porteiro da residência, José
Ramos da Silva. "Há um homem aí dentro", Serpa avisou, conseguindo levá-la até a
guarita, diante da casa. Dois policiais que o major chamara pelo rádio já estavam no
jardim e podiam ver, através dos vidros da sala de ginástica, que Silvio era mantido
refém por um rapaz que tinha uma arma em cada mão – um revólver calibre 38 e
uma pistola 380 – e se escondia no meio de alguns equipamentos. Serpa foi até lá,
certificou-se de que o empresário estava bem e voltou para a casa, chamando Íris e
suas filhas para retirá-las de lá. Juntas, elas deixaram a casa ainda com roupas de
dormir. A esta altura, já havia muitos carros de polícia diante da casa, mais
fotógrafos e repórteres.

O pesadelo do seqüestro voltara a abater-se sobre a família Abravanel na


quinta-feira passada. O homem que invadiu a casa era o líder da quadrilha que
levou Patrícia na semana anterior. Começou ali uma negociação que mobilizaria a
atenção do país nas sete horas seguintes. Nos primeiros momentos das conversas
com Serpa mais um capitão e um tenente, o bandido disse a Silvio que tinha fome.
O apresentador avisou aos policiais que eles queriam comida e ambos se
transferiram para a cozinha, no pavimento superior, seguindo pelo interior da casa.
Os policiais postaram-se diante da porta desse cômodo. Todas as conversas
passaram a acontecer por uma fresta nessa porta. Desde o começo, era o
apresentador quem falava pelo seqüestrador, conduzindo a negociação. No
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momento mais dramático, quando o invasor exigiu a presença do governador para


se render, Silvio disse como sentia a situação. "Vai acontecer uma tragédia", avisou.
"Ele vai me matar se o governador não vier."

Não havia dúvida de que o pior poderia acontecer. Fernando Dutra Pinto, de
22 anos, estava apenas arrematando uma das mais ousadas histórias de seqüestro
já vistas no Brasil. Nas cinqüenta horas anteriores, desde que libertou Patrícia, ele
deixou de ser um seqüestrador amador, como o classificou a polícia, para se
transformar num caso único. Primeiro, na noite da quarta-feira, ao ser surpreendido
por policiais no flat L'Etoile, em Alphaville, na Grande São Paulo, reagiu a tiros,
matando dois dos investigadores que tentavam capturá-lo, Tamotsu Tamaki e
Marcos Amorim Bezerra, e ferindo no ombro o terceiro, Reginaldo Guatura Nardis.
Depois, na fuga desse local, optou por escorregar entre paredes, pelo lado de fora
do prédio, por nove andares. Apoiou os pés numa parede, as costas na outra,
segurando-se nas esquadrias das janelas durante a descida. Se tivesse usado o
elevador ou as escadas, teria encontrado outros três policiais que participavam da
tocaia no hotel. Por algumas horas, foi perseguido por estradas entre subúrbios da
região metropolitana, numa ação desesperada em que roubou pelo menos quatro
carros. Tinha uma bala alojada nas nádegas, resultado da troca de tiros no hotel, e
sangrava bastante, pelo que se via no rastro que deixou na fachada do prédio.
Mesmo assim, acabou desaparecendo. No dia seguinte, preso, daria um rápido
depoimento contando que passou a noite num terreno baldio, a pouca distância da
casa de Silvio Santos.

Se o bandido se revelou imprevisível e ousado, a polícia paulista não deu


nesse caso nenhum exemplo de eficiência. Na madrugada da terça-feira, logo
depois que Silvio pagou o resgate e Patrícia foi solta, um dos seqüestradores
acabou preso em Cotia, município da região metropolitana. Investigação? Não.
Curiosidade e coincidência. Três integrantes da guarda metropolitana da cidade
estranharam uma marca de cal que saía de uma rodovia e seguia por uma estrada
vicinal ao longo de 4 quilômetros. No fim da trilha, os policiais de Cotia foram
alvejados por Marcelo Batista dos Santos, de 27 anos, que se escondia num
matagal. Aquele era um dos lugares preparados para o pagamento do resgate, que
acabou acontecendo em outro local. O bandido acabou preso e passou à polícia
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informações que levariam à prisão de Esdras Dutra Pinto, de 19 anos, irmão de


Fernando e os dois contaram como a ação foi planejada e executada. Fernando,
cérebro do grupo, preparou o seqüestro por três meses. Tinha lido a biografia de
Silvio, alugou uma casa com a namorada, Jenifer, para usar como cativeiro,
escreveu a lista de itens que deveria checar durante a tomada da refém na casa do
empresário. Não se sabe ainda se seu alvo inicial era Patrícia, mas a capturou
naquele dia exatamente no momento em que ela entrava na garagem, para pegar o
carro e seguir para a faculdade. Até a sexta-feira a polícia não tinha pistas sobre
Jenifer.

Num momento de alta voltagem, enquanto um seqüestrador mantinha duas


armas apontadas para ele, na cozinha de sua mansão no bairro paulistano do
Morumbi, o apresentador de televisão Silvio Santos manteve a calma e a
capacidade de agir sob grande pressão. Conduziu as negociações com o
seqüestrador, chamou o governador de São Paulo até sua casa, ofereceu café ao
bandido para acalmá-lo. Terminado o seqüestro, ninguém saiu ferido, o
seqüestrador foi embora para a cadeia com roupas emprestadas por Silvio, e o
dono do SBT apareceu para as câmaras na frente da mansão. Parecia calmo,
estava penteado e bem vestido, sorriu algumas vezes, acenou. Seu show de vida
real foi uma coisa espantosa, algo que nunca se viu na televisão brasileira.

Fernando imaginava que, tendo matado policiais civis, seria trucidado se


fosse encontrado por colegas deles. Por isso exigiu que a Polícia Civil ficasse fora
das negociações e não se contentou com uma garantia qualquer. Fez Silvio Santos
telefonar ao secretário de Segurança, Marco Vinícios Petrelluzzi, para exigir a
presença do governador Geraldo Alckmin. Caso contrário não se entregaria. O
momento do telefonema ao secretário foi um dos poucos em que Silvio exibiu
nervosismo. Fez um apelo pela presença do governador e disse que as ameaças
que sofria pareciam sérias. "Havia tantos argumentos a favor da minha ida até lá
quanto contra", diz Geraldo Alckmin. "Tive de tomar uma decisão de médico: a gente
erra menos quando age." Depois que Alckmin chegou, bastaram quinze minutos
para que o bandido se entregasse à Polícia Militar. O governador disse ao
seqüestrador que dava sua fiança pessoal pela vida de Fernando. O rapaz entregou
as armas, pediu para tomar um banho e saiu num carro da polícia usando roupas de
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Silvio Santos. Foi levado para um presídio que não é controlado pela Polícia Civil
nem está subordinado à Secretaria da Segurança, e sim à de Administração
Penitenciária.

Por que Fernando imaginou que teria garantia de vida voltando à residência
do apresentador? A atitude pode parecer louca, porque reproduz a clássica teoria de
que o bandido sempre volta ao local do crime. E pode também parecer genial,
porque ali seria o último lugar em que o procurariam. Mas o seqüestrador de Patrícia
tinha pelo menos duas razões que não eram fruto nem de loucura nem de
genialidade. A primeira decorria de sua situação: perseguido, ferido, sem o dinheiro
do resgate e certo de que acabaria pego, ele acreditava precisar de um trunfo para
negociar sua rendição sem o risco de cair nas mãos da Polícia Civil. "Ele foi para lá
assim como poderia ter ido para uma emissora de rádio", diz o capitão Diógenes
Vieira Lucca, comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais da polícia paulista,
especializado em negociações.

Fonte: Veja

Motivação da Invasão: Após o seqüestro da Patrícia filha de Silvio Santos e


a tentativa de funga do meliante, após ser descoberto quando estava no flat, e com
medo da reação da policia civil por ter atirado e matado dois policiais após o
confronto acaba sendo baleado também, resolve invadir a residência do apresentar
e por se tratar de uma celebridade o caso iria repercutir na impresa e assim o
mesmo teria sua garantia de vida.

Ação : Após a policia ser informada de que havia um seqüestrador na casa


de Silvio Santos a casa é cercada por Policiais Militares, e eles tentam negociar com
Fernando Dutra, ele faz suas exigências para poder se entregar, pede que a
negociação seja comanda pela Policia Militar e quer a presença do Governador
Geraldo Alckmin para ter garantia.
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Resultado: Após algumas horas de negociação e a chegada do governador


Geraldo Alckmin o seqüestrador Fernando Dutra Pinto se entrega e Silvio Santos é
libertado sem nenhum ferimento.

Resultado: Resultado: Após algumas horas de negociação e a chegada do


governador Geraldo Alckmin o seqüestrador Fernando Dutra Pinto se entrega e
Silvio Santos é libertado sem nenhum ferimento.
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O SEQUESTRO DO “PODEROSO” ABÍLIO DINIZ

Na manhã do dia 11 de dezembro de 1989, o empresário Abílio Diniz, do


grupo Pão de Açúcar, foi seqüestrado quando se dirigia ao seu escritório. Os
seqüestradores usaram uma Caravan disfarçada de ambulância para bloquear o
caminho do empresário, no Jardim Europa (zona sudoeste de São Paulo) e pediram
um resgate no valor de US$ 30 milhões.

A Caravan foi abandonada no Morumbi, um cartão de uma oficina mecânica


foi à primeira pista encontrada pela polícia, que prendeu o chileno Pedro Segundo
Solar Venega. A partir dessa prisão, foram identificados mais cinco participantes do
seqüestro, que foram encontrados em um apartamento no Jabaquara com as
informações dadas pelos detidos, à polícia encontrou o cativeiro do empresário.

No dia 17 de dezembro, após um cerco de 36 horas, os dez seqüestradores,


sendo quatro chilenos, três argentinos, dois canadenses e um brasileiro se
renderam.

Eles pertenciam ao MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária), do Chile.


Eles foram condenados a pena de 26 a 28 anos. Graças a um acordo de troca de
presos entre o Brasil e o Canadá, aprovado pelo Congresso, os canadenses David
Spencer e Christine Lamont foram extraditados para o Canadá.

Motivação política

Depois de preso, o grupo alegou que o crime teve motivações políticas, pois
o dinheiro do resgate seria usado para financiar guerrilhas de esquerda na América
Latina.

Os seqüestradores passaram quase dez anos presos na Casa de Detenção


do Carandiru (zona norte de São Paulo). Como haviam sido condenados a 18 e 17
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anos de prisão, todos conseguiram benefícios na Justiça, como extradição e


liberdade condicional, após cumprirem mais de um terço das penas.

Crime hediondo

Foi devido à repercussão do seqüestro de Abílio Diniz que o Congresso


Nacional alterou o Código Penal, em 1990, e passou a considerar a prática um crime
hediondo e inafiançável.

Motivação: O sequestro do empresário Abílio Diniz o crime teve motivações


políticas, pois o dinheiro do resgate seria usado para financiar guerrilhas de
esquerda na América Latina.

Ação: Quadrilha caracterizou uma Caravan de uma ambulância e


conseguiram quebrar a bloquear o caminho do empresário e assim colocando em
ação seu plano, onde pediram um resgate no valor de US$ 30 milhões.

Resultado: A Policia após encontrar a Caravan utilizada pelos mesmos


acha uma pista onde levou à polícia a encontrar o cativeiro do empresário onde o
libertaram e prenderam a quadrilha composta por dez presos, onde foram Eles
foram condenados a pena de 26 a 28 anos de prisão.

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