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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

PERNAMBUCO
IFPE - Campus Recife
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO
COORDENAÇÃO DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC

RELATÓRIO FINAL

TÍTULO DO PROJETO

UMA AÇÃO INTERDISCIPLINAR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


DE MERCADOS PÚBLICOS - ESTUDO DE CASO: MERCADO DAS
MANGUEIRAS, JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE.

PLANO DE TRABALHO
ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS

ORIENTADOR: RÓBSON SILVA PASSOS

BOLSISTA: VICTOR THOMAS SILVA PESSOA

Recife, 20 de Agosto de 2010


1
RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto “Uma ação interdisciplinar


para o desenvolvimento sustentável de mercados públicos - Estudo de caso:
Mercado das Mangueiras, Jaboatão dos Guararapes- PE”. A pesquisa desenvolveu-
se através de uma parceria entre o IFPE (Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Pernambuco) e a Prefeitura de Jaboatão. A proposta metodológica
do projeto foi fundamentada numa abordagem interdisciplinar na qual cada área de
conhecimento deu uma contribuição na compreensão do problema em estudo,
respaldada pelo método e saber técnico de cada área de conhecimento envolvida,
trazendo assim, sua contribuição na investigação da sustentabilidade do mercado.
Objetivou-se, dentro da área de Segurança do Trabalho, identificar e avaliar
os riscos ambientais e consequentemente verificar o cumprimento das normas e leis
em matéria de Higiene Ocupacional no Mercado Público das Mangueiras. Na
primeira fase, foi realizada a etapa de reconhecimento dos riscos ambientais e na
segunda etapa uma avaliação quantitativa.
A metodologia adotada para a identificação e avaliação dos riscos ambientais
envolveu visitas de campo, o uso das leis normativas e de métodos específicos
relacionados à Higiene e Segurança do Trabalho. Os resultados mostraram a
existência de riscos gerais em todos os setores e também riscos específicos em
alguns setores do Mercado, além da falta de percepção desses riscos pelos
feirantes.

Palavras-chave: interdisciplinaridade, mercado público, segurança do trabalho,


higiene ocupacional, riscos ambientais.

2
ÍNDICE

Resumo 2

Índice 3

Introdução 4

Revisão de Literatura 5

Objetivo Geral 9

Objetivos Específicos 9

Metodologia 9

Resultados e Discussão 12

Conclusões 16

Referências Bibliográficas 17

Dificuldades Encontradas 18

Sugestões para Melhoria do PIBIC 19

3
Introdução

A pesquisa desenvolveu-se através de uma parceria entre o IFPE (Instituto


Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco) e a Prefeitura de
Jaboatão dos Guararapes, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e
de Turismo da Prefeitura Municipal de Jaboatão de Guararapes-PE, diante dos
problemas enfrentados em relação ao estado de degradação dos Mercados Públicos
deste município.
Nesse contexto, o IFPE se propôs a desenvolver uma metodologia
interdisciplinar no Mercado Público das Mangueiras, envolvendo diferentes áreas do
conhecimento objetivando estabelecer um diálogo e uma construção coletiva, na
busca da compreensão, explicação e intervenção em uma realidade, ao mesmo
tempo, pretendeu-se inovar na forma de fazer pesquisa, propiciando uma inter-
relação entre ensino, pesquisa e extensão.
De uma maneira geral, os locais chamados de Mercados Públicos constituem
patrimônios imateriais e culturais de uma cidade porque oferecem diversos produtos
e serviços em um único lugar e são palco para diversos acontecimentos artísticos,
políticos e intelectuais (PINTAUDI, 2006). Como em todo estabelecimento, as
Normas Regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são
de observância obrigatória. A observância destas normas em mercados públicos é
de alta relevância devido à elevada quantidade de feirantes e ao fluxo intenso de
pessoas entre clientes, muitas vezes acompanhados de crianças, administradores e
feirantes.
A Segurança do Trabalho é um campo bastante amplo que envolve várias
áreas, uma delas é a análise de riscos ambientais, que possibilita uma melhor
produtividade do trabalhador eliminando os fatores que prejudicam o exercício de
sua função em todos os seus aspectos, pois os agentes ambientais podem ser
minimizados quando as medidas corretivas são tomadas.

4
Revisão de Literatura

A sociedade a cada dia vem se complexificando e os problemas não podem


ser evidenciados do ponto de vista de uma única percepção. Segundo Luck (2004),
“é o fato de que as pessoas que se presume serem especialistas em vários campos
já não estarem capacitadas a lidar com problemas urgentes que surgem em suas
respectivas áreas e especializações...”. Os ganhos produzidos pelas especializações
também produzem prejuízos pela falta de visão global da realidade. A
interdisciplinaridade se apresenta hoje como uma proposta para resolver problemas
complexos que exigem a cooperação de diferentes disciplinas, sendo a mesma
considerada como uma inovação na busca de soluções para os problemas
enfrentados no cotidiano.
Luck (2004) também afirma que, a interdisciplinaridade é uma idéia força que
se manifesta a partir do enriquecimento conceitual e da consciência da
fragmentação criada e enfrentada pelo homem. Neste contexto, a Higiene
Ocupacional visa a antecipação, o reconhecimento e a avaliação dos riscos
ambientais. Neste projeto, busca de modo interdisciplinar, aplicar seu método em
Mercados Públicos.
O Mercado Público é uma forma de intercâmbio de produtos encontrada em
cidades da antiguidade e se hoje tem continuidade no espaço, isto certamente se
deve ao fato de poderem dialogar com outras formas comerciais mais modernas.
Todas as culturas adotaram esta forma de troca de produtos e o fato de se realizar
esporadicamente, periodicamente ou de maneira perene e com local apropriado
para esse fim, dependia das mercadorias que ali se trocavam e da necessidade de
se realizar a troca com certa freqüência, do deslocamento possível nos diferentes
momentos históricos e da importância que o local representava para o
abastecimento da cidade e da sua região de abrangência (PINTAUDI, 2006).
Os mercados, que se criaram a partir da informalidade das feiras livres, foram
se reproduzindo e se transformando em construções sólidas, pois para a população
que vivia em cidades nas quais as feiras não seriam constantes, era necessário um
contínuo abastecimento de insumos para a sua sobrevivência (PINTAUDI, 2006).
Os usuários do Mercado conservam hábitos tradicionais que passam de
geração para geração e se perpetuam até os dias de hoje; são os ritos que dão vida
5
ao cotidiano do Mercado Público. (CASTILHOS E CAVEDON, 2004).
Se por um lado a produtividade aumenta com o comércio, por outro, faz com
que apareçam riscos ambientais, expondo os feirantes a riscos de acidentes de
trabalho e suas conseqüências.
Como em todo estabelecimento em que possua trabalhadores e ocorre a
existência de riscos ambientais, as Normas Regulamentadoras – NR, relativas à
segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória. (BRASIL, 1983)
A Segurança do Trabalho pode ser definida como: a ciência que objetiva a
prevenção de acidentes do trabalho através das análises dos riscos do local e dos
riscos de operação. São normas com a finalidade de proteger, física e mentalmente,
o trabalhador e outras medidas que visam ao perfeito funcionamento e eficaz
proteção das máquinas e ferramentas de trabalho (SOUNIS, 1991).
Dessa forma, a Segurança do Trabalho tem como objetivo minimizar as
perdas, quando estão relacionadas com valores humanos (prestígio, orgulho, bem-
estar, etc), com o investimento de capital (proteção ao patrimônio), com a
capacidade de produção (fazer o necessário no momento certo) e com as exigências
do mercado (produtos produzidos com a qualidade certa, dentro do prazo
especificado pelo cliente. Portanto, a segurança é primordial aos programas de
qualidade e produtividade. (STERNADT, 1998).
Na implementação de Sistemas de Gestão de Segurança no Trabalho, a
Gestão de Riscos constitui o aspecto essencial a ter em conta na política de
prevenção integrada definida. A Gestão de riscos pode ser definida como a
aplicação sistemática de estratégias, procedimentos e práticas com o objetivo de
identificar, avaliar e controlar os riscos de acidentes (GONÇALVES, 2000).
No centro desta abordagem está a avaliação de risco, que vai permitir a
origem, a natureza e os efeitos dos riscos em presença. Ela é um processo
imprescindível para estimar a amplitude dos riscos que não podem ser evitados,
obtendo-se deste modo a informação necessária para se tomarem as medidas
preventivas apropriadas. Uma avaliação de riscos é um exame sistemático de todos
os aspectos do trabalho, com vista a apurar o que poderá provocar danos, se é ou
não possível eliminar os perigos e, em caso negativo, que medidas preventivas ou
de proteção devem ser tomadas para controlar o risco (FRUHAUF, 2005).
A análise de risco deve incluir as seguintes etapas: identificação de perigos e
6
de feirantes potencialmente expostos a riscos resultantes desses perigos; estimativa
qualitativa e quantitativa do risco; estudo da possibilidade de eliminar o risco;
verificação da necessidade de tomar novas medidas para prevenir ou reduzir o risco,
no caso de não ser possível eliminá-lo (PONZETTO, 2002). A análise inicial de
riscos deverá efetuar-se em todos os postos de trabalho do mercado, tendo em
conta: as condições de trabalho existentes ou previstas e as características ou
estado do feirante (FRUHAUF, 2005).
A identificação é o primeiro passo para a análise dos riscos ambientais, que é
a base da legislação vigente em Segurança do Trabalho. Na concepção de AYRES
e CORREA (2001) são considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes que possam trazer ou ocasionar danos à
saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente. Tais agentes são:
Riscos Físicos: ruídos, vibrações, radiações, frio, calor, pressões anormais e
umidade.
Riscos Químicos: poeiras, fumos metálicos, névoas, gases, vapores e produtos
químicos diversos.
Riscos Biológicos: vírus, bactérias, parasitas, fungos e bacilos.
Riscos Ergonômicos: monotonia, posturas incorretas, fadiga, trabalhos físicos
pesados e repetitivos.
Riscos de Acidentes: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem
proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada,
eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado,
animais peçonhentos e ausência de sinalização.
Todo e qualquer agente, quer físico, químico, biológico, ergonômico ou de
acidente, previsto na Higiene do Trabalho, campo da Engenharia da Segurança e da
Medicina do Trabalho está presente em qualquer ambiente de trabalho e tem um
potencial, dependendo de uma série de variáveis técnicas e administrativas, de
afetar a saúde do trabalhador (RIBEIRO, 1989).
A identificação dos riscos ambientais envolve dois aspectos: a antecipação,
que deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou
processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os
riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação
7
(BRASIL, 1994) e o reconhecimento, que envolve a análise e observação do
ambiente de trabalho a fim de identificar os agentes existentes, os potenciais de
riscos a eles associados e qual a prioridade de avaliação ou controle existe neste
ambiente. A identificação dos riscos deve ser feita através de inspeções técnicas e
processos dedutivos (BRASIL, 1994).
Após a identificação, logo em seguida vem a avaliação do risco ambiental. A
avaliação deverá ser realizada sempre que necessária para: comprovar o controle
da exposição ou a inexistência riscos identificados na etapa de reconhecimento e
dimensionar a exposição dos feirantes (BRASIL, 1994).
Após a avaliação, talvez exista a possibilidade de se adotar medidas
necessárias e suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos
ambientais. Estas ações devem ser realizadas sempre que forem verificadas uma ou
mais das seguintes situações: identificação, na fase de antecipação, de risco
potencial à saúde; constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à
saúde; quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
feirantes excederem os valores dos limites previstos na NR 15 (BRASIL, 1994).
De acordo com as leis brasileiras, sobre aspectos relacionados à
procedimentos de análise de riscos ambientais no trabalho, uma das atividades
principais dos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho,
independentemente da modalidade de organização adotada, consiste na
identificação e avaliação dos riscos para a segurança e saúde nos locais de
trabalho. No entanto, as leis não indicam a metodologia a ser adotada nesta
identificação e avaliação, o que significa que compete ao técnico de segurança do
trabalho a escolha do método que considere adequado face à realidade que
pretende avaliar.
Ao longo do tempo, foram sendo criados, desenvolvidos e aperfeiçoados
inúmeros métodos com capacidade para identificar os perigos existentes no local de
trabalho e efetuar a avaliação dos riscos associados, bem como as possíveis
reduções dos danos, mediante a adoção de diferentes medidas de controle
(PEDRO, 2006).

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Objetivo Geral

 Aplicar o método da Higiene Ocupacional no Mercado das Mangueiras com


vistas a melhoria as condições ambientais do local.

Objetivos Específicos

 Identificar riscos ambientais existentes no local.


 Avaliar riscos ambientais de modo qualitativo e quantitativo, quando possível.

Metodologia
Caracterização da Área de Estudo
Erguido numa área de 14.000 m², o Mercado das Mangueiras reordenou o
comércio informal da cidade de Jaboatão. Está localizado na Avenida Barreto de
Menezes, no centro comercial Prazeres, com capacidade de abrigar 1.310 feirantes,
sendo que atualmente possui 1.000 o ocupando.
O local possui dois andares, no 1° andar localizam-se os setores de: Artigos
gerais, lanches, frutas e verduras, temperos e carnes. No 2° andar localiza-se o
setor de confecções e vestuário. A figura 1 mostra uma visão frontal do Mercado.

Figura 1 – Visão Frontal do Mercado (Foto: Marcelo Ferreira)

Esta pesquisa foi conduzida, através de um planejamento inicial das


atividades a serem realizadas e uma reunião semanal para direcionamento das
ações e discussão dos resultados obtidos. Foram determinadas várias visitas de
9
campo ao Mercado para identificar os riscos ergonômicos e de acidente e foi
elaborada uma planilha de identificação para riscos químicos, físicos e biológicos.
Em cada setor do Mercado foi realizado a inspeção ou a aplicação da planilha. Um
modelo da planilha está a seguir:

Tabela 1 – Planilha para Reconhecimento dos Riscos Ambientais.


LOCAL: SIM/NÃO OBSERVAÇÃO
DATA:
SETOR:
RISCO
AMBIENTAIS FÍSICOS
RUÍDO
VIBRAÇÔES
INFRA-SOM
ULTRA-SOM
CALOR
FRIO
RADIAÇÕES IONIZANTES
RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
PRESSÕES ANORMAIS
UMIDADE
AMBIENTAIS QUÍMICOS
POEIRAS
FUMOS
NEVOAS
NEBLINAS
GASES/VAPORES
SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS OU PRODUTOS QUÍMICOS
EM GERAL
AMBIENTAIS BIOLÓGICOS
FUNGOS
BACTÉRIAS
VÍRUS
PARASITAS
BACILOS

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Como dito anteriormente, na revisão de literatura, a lei não indica a
metodologia a ser adotada na avaliação, o que significa que compete ao técnico de
segurança do trabalho a escolha do método que considere adequado face à
realidade que pretende avaliar.
Uma vez confirmada a presença de riscos no Mercado, torna-se necessário a
avaliação para mensurar os prejuízos e lesões potenciais. A avaliação será realizada
pelo método da APR (análise de riscos preliminares). Segundo essa técnica, a
condição para a existência de riscos é a existência de um perigo que causa o risco.
Então, devemos analisar o risco através de um perigo existente
O risco possui dois elementos para a sua classificação: a probabilidade de
que ele produza um evento perigoso e a gravidade das possíveis conseqüências
prejudiciais, ou o resultado de um evento perigoso. A seguir uma tabela para a
classificação dos dois elementos:

Probabilidade (P)
1- Muito Remota Quase inconcebível que o evento ocorra.
2- Remota Muito improvável que ocorra.
3- Improvável Improvável, porém é possível que ocorra.
4- Provável Provável que ocorra algumas vezes.
5- Frequente Provável que ocorra muitas vezes
Tabela 2 – Probabilidade do Evento

Consequência (C)
1- Insignificante Não requer tratamento e nem remoção. Sem lesões. Sem perda
financeira significante.
Requer primeiros socorros no local, mas não requer remoção.
2- Baixa Pequena perda financeira (sem impacto na gestão financeira da
empresa).
Requer remoção e breve tratamento hospitalar.
3- Moderada Comprometimento da continuação da atividade. Perda financeira
significativa (reparável com recursos existentes, mas com impacto
na gestão financeira).
Requer remoção complexa e demorada e/ou tratamento hospitalar
4- Alta prolongado (internação). Interrupção da atividade. Grande perda
financeira (reparável através de recursos não disponíveis na
empresa ou seguro).
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5- Catastrófica Morte. Perda financeira irreparável.

Tabela 3 – Consequência do Evento

Para analisar o risco, fazemos a combinação de probabilidade e consequência.


Análise de Risco (AR) = Probabilidade (P) x Consequência (C).

Avaliação do Risco Grau Nível


AR ≤ 6 Baixo Aceitável
8 < AR < 12 Moderado Tolerável
AR ≥ 15 Crítico Intolerável
Tabela 4 – Nível de Risco

Resultados e Discussão

Identificação dos Riscos Ambientais


Foi realizada a identificação dos riscos ambientais com a planilha e com as
inspeções em todos os setores do Mercado. Os resultados mostraram a existência
dos riscos gerais em todos os setores e também riscos específicos em alguns
setores. Segue abaixo, a lista separada por tipo de riscos:
Riscos Químicos – Foram identificados gases combustíveis em função da
presença de água estagnada na área de artigos gerais, lanches e frutas e verduras.
Riscos Físicos – Foram identificados no mercado desconforto acústico
(ruído) e desconforto térmico (calor) em todos os setores do Mercado, exceto ruído
para o setor de confecções. Eles devem ser avaliados quantitativamente através do
uso de equipamentos de medição para verificar se há necessidade de medidas de
correção.
Risco Ergonômico – Foi identificada uma leve atuação desse agente devido
ao stress, cansaço físico, monotonia, ritmos excessivos, ocupação (saturação) do
tempo, posições incômodas, ansiedade e responsabilidade. Entretanto, estes riscos
são comuns em Mercados Públicos.
Riscos de Acidente – Foram identificadas condições inseguras, que podem
levar a ocorrência de acidentes. Existe risco de choque elétrico devido à falta de
procedimentos de Segurança no setor de Artigos Gerais e Lanches. Existe risco de
incêndio em todos os setores devido a fatores como: Falta de Extintores, má
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localização, sinalização e manutenção dos hidrantes e extintores, nenhum tipo de
treinamento de combate a incêndio pelos feirantes e a inexistência de brigada de
incêndio. Existe risco de queda, exceto em confecções, devido a rachaduras, lixo e
chão molhado devido a chuva, além da falta de guarda corpo em corrimãos de
escadas. Ocorre também a falta de materiais equipados e pessoas aptas a realizar
os primeiros socorros, tal situação não pode ocorrer devido ao intenso fluxo de
pessoas e os riscos dentro do Mercado. Devem-se aplicar medidas corretivas nos
riscos acima citados para que se possa evitar acidentes.
Riscos Biológicos – Foram identificados agentes biológicos, devido às
precárias condições de higiene e de limpeza dos locais onde se encontram as
instalações sanitárias. Torna-se necessário a limpeza e higiene destes locais a fim
de evitar doenças. Existe uma grande quantidade de lixo mal gerenciado na área de
frutas verduras, os resíduos ficam pelo chão acumulando sujeiras e
microorganismos, tal situação pode acarretar doenças a pessoas que trafegam pelo
Mercado ou compram alimentos, pois as frutas a serem vendidas estão em contato
com lugares proliferadores de microorganismos nocivos. É necessária uma coleta
seletiva e uma educação ambiental aos feirantes. Existem furos nas canaletas para
tratamento de esgoto que podem causar doenças como filariose.

Figura 2 – Risco Biológico – Lixo pelo Mercado, contribuindo para o


surgimento de doenças e pragas. (Foto: Róbson Passos)
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Figura 3 – Risco Biológico – Frutas a serem vendidas em contato com lugares
proliferadores de microorganismos nocivos. (Foto: Róbson Passos)

Figura 4 – Furos em Caneletas: Ambiente propício ao desenvolvimento de


doenças como Filariose. (Foto: Róbson Passos)

Avaliação dos Riscos Ambientais


Como dito anteriormente, o método utilizado para a avaliação dos riscos
ambientais do mercado será a APR (análise preliminar de riscos).
Segue abaixo as tabelas das avaliações dos riscos do Mercado das
Mangueiras através desse método.
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Perigo: Instalações Elétricas Inadequadas.
Risco: Incêndio / Choque Elétrico
Probabilidade Consequência do Índice de Risco Aceitabilidade
do Risco Risco do Risco

Improvável - 3 Alta – 4 3 x 4 = 12 Tolerável

Tabela 5 – Avaliação de Risco de Incêndio e Choque Elétrico

Perigos: Lixo e Água da Chuva pelo Chão.


Falta de guarda-corpo em Escadas.
Risco: Queda

Probabilidade Consequência do Índice de Risco Aceitabilidade


do Risco Risco do Risco

Provável - 4 Baixa - 2 4x2=8 Tolerável

Tabela 6 – Avaliação de Risco de Queda

Perigos: Lixo e Resíduos pelo Chão.


Precárias Condições de Higiene nos
Banheiros.
Aberturas nas Canaletas para Tratamento de
Esgoto.
Risco: Doenças causadas por Parasitas
Probabilidade Consequência do Risco Índice de Risco Aceitabilidade
do Risco do Risco

Provável - 4 Moderada - 3 4 x 3 = 12 Tolerável

Tabela 7 – Avaliação do Risco de Doenças causadas por parasitas

No que diz respeito aos riscos, não existe uma segurança operacional
absoluta. Os riscos têm que ser mantidos no nível mais baixo possível.
Quando se considera que o risco é intolerável ou tolerável, é necessário
introduzir ações mitigadoras. Quanto mais elevado o risco, maior será a urgência. O
nível de risco pode ser diminuído reduzindo a gravidade das possíveis
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conseqüências, a probabilidade de que ocorra e a exposição a esse risco.
No mercado, os riscos principais foram classificados como toleráveis. Isto
significa que esforços devem ser feitos para reduzir os riscos, sem necessidade de
interromper as atividades. Entretanto, as medidas de prevenção devem ser
implementadas dentro de um período de tempo definido.

Conclusões

A análise dos riscos no Mercado deve necessariamente incorporar a vivência,


o conhecimento e a participação dos feirantes, já que eles realizam o trabalho
cotidiano e sofrem seus efeitos e, portanto, possuem um papel fundamental na
identificação, eliminação e controle de riscos.
A partir da identificação e da avaliação qualitativa dos riscos ambientais, os
resultados obtidos foram analisados e ficou evidente a existência de riscos no
Mercado das Mangueiras. Entretanto, os riscos presentes não são um problema
somente técnico, são também de natureza ética, política e cultural, logo, as relações
de poder e convívio na sociedade possuem forte influência junto ao mundo restrito
da ciência e da técnica.
Dentro deste contexto, apresentam-se as normas e as estratégias de
segurança como ferramentas de grande importância para o reconhecimento e
antecipação dos riscos. Na medida em que fornece condições para a eliminação ou
atenuação em limites toleráveis de exposição ao risco por partes dos feirantes.
Portanto, trata-se de uma revisão geral de aspectos de segurança por meio de um
procedimento padrão, levantando causas e efeitos de cada risco, medidas de
prevenção ou correção e classificação dos riscos para priorização de ações.
A aplicação da norma é a própria avaliação e o gerenciamento dos riscos
ambientais. Está confirmada a ausência de práticas de segurança e a existência de
riscos ambientais no Mercado das Mangueiras. Isto demonstra a importância da
avaliação desses riscos e da tomada de ações corretivas. Portanto, é de suma
importância seguir essas recomendações, visando garantir segurança e conforto aos
feirantes.

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Referências Bibliográficas

 AYRES, Dennis de Oliveira; CORRÊA, José Aldo Peixoto. Manual de


Prevenção de Acidentes do Trabalho. São Paulo: ATLAS, 2001.

 BRASIL. Norma Regulamentadora – 1. 63ª Edição. São Paulo: Atlas, 1983.

 BRASIL. Norma Regulamentadora – 9. 63ª Edição. São Paulo: Atlas, 1994.

 CASTILHOS, R B; CAVEDON, N R. Mercado Público de Porto Alegre: um


espaço organizacional dividido entre o sagrado e o profano. REAd
Revista eletrônica de administração, Porto Alegre, v 10, 2004, p 1-15.

 FRUHAULF, Dílson Valério; CAMPOS, Douglas Tadeu Ansolin; HUPPES,


Mauro Nestor. Aplicação da ferramenta análise preliminar de riscos.
Estudo de caso: Indústria frigorífica de frangos. Paraná: UEPG, 2005.

 GONÇALVEZ, Edwar Abreu. Segurança e Medicina do Trabalho em 1.200


Perguntas e Respostas. 3ª Ed. São Paulo, Editora LTR, 2000.

 LUCK, E. Pedagogia Interdisciplinar: Fundamentos teóricos


metodológicos. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ, 1994.

 MENEZES, Hélio. Apostila do Componente Curricular de Segurança do


Trabalho I. Escola Técnica Estadual de Santa Cruz, Rio de Janeiro. 2001.

 PEDRO, Ricardo. Métodos de Avaliação e Identificação de Riscos nos


Locais de Trabalho. Porto, 2006.

 PINTAUDI, Silvana M. Os Mercados Públicos: Metamorfoses de um


Espaço na História Urbana. Barcelona. Scripta Nova Revista electrónica de
geografia y ciencias sociales, v 10, 2006.

 PONZETTO, Gilberto. Mapa de Riscos Ambientais: Manual Prático. São


Paulo, Editora LTR, 2002.

 RIBEIRO, L. F. Técnicas de segurança do trabalho. São Bernardo do


Campo: Cultura, 1989.
 SOUNIS, Emílio. Manual de higiene e medicina do trabalho. São Paulo:
Ícone, 1991.

17
 STERNADT, E. Gerência de Riscos. Engenharia de segurança de
sistemas, prevenção e controle total de perdas. Apostila da disciplina
Gerência de Riscos, do curso de especialização em engenharia de segurança
do trabalho. Curitiba, 1998.

Dificuldades Encontradas

A maior dificuldade foi a inexistência de normas e leis específicas de Higiene


e Segurança do Trabalho em Mercados Públicos.

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