Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Certamente já imaginaste que um dia alguém teve uma ideia genial e de repente
inventou o número. Mas não foi bem assim.
A escrita ainda não tinha sido criada. Para contar, o homem fazia riscos num
pedaço de madeira ou em ossos de animais.
Um pescador, por exemplo, costumava levar consigo um osso de lobo. A cada peixe
que conseguia tirar da água, fazia um risco no osso.
Foi contando objectos com outros objectos que a humanidade começou a construir
o conceito de números.
Para o homem primitivo o número cinco, por exemplo, estaria sempre ligado a
alguma coisa concreta: cinco dedos, cinco peixes, cinco bastões, cinco animais, e
assim por diante.
A ideia de contagem estava relacionada com os dedos da mão.
Assim, ao contar as ovelhas, o pastor separava as pedras em grupos de cinco.
Do mesmo modo os caçadores contavam os animais abatidos, traçando riscos na
madeira ou fazendo nós numa corda, também de cinco em cinco.
Como efectuar cálculos rápidos e precisos com pedras, nós ou riscos num osso?
Foi partindo dessa necessidade imediata que estudiosos do Antigo Egipto passaram
a representar a quantidade de objectos de uma colecção através de desenhos – os
símbolos.
A criação dos símbolos foi um passo muito importante para o desenvolvimento da
Matemática.
Na Pré-História, o homem juntava 3 bastões com 5 bastões para obter:. 3 + 5 = 8
Hoje sabemos representar esta operação por meio de símbolos. Muitas vezes não
sabemos nem que objectos estamos a somar. Mas isso não importa: a operação
pode ser feita da mesma maneira. Mas como eram os símbolos que os egípcios
criaram para representar os números?
256
Os papiros da Matemática
Quase tudo o que sabemos sobre a Matemática dos antigos egípcios baseia-se em
dois grandes papiros: o Papiro Ahmes e o Papiro de Moscovo.
O primeiro foi escrito por volta de 1.650 a.C. e tem aproximadamente 5,5 m de
comprimento e 32 cm de largura. Foi comprado em 1858 por um antiquário escocês
chamado Henry Rhind. Por isso é conhecido também como Papiro de Rhind.
Actualmente encontra-se no British Museum, de Londres.
O Papiro de Moscovo é uma estreita tira de 5,5 m de comprimento por 8 cm de
largura, com 25 problemas. Encontra-se actualmente em Moscovo. Não se sabe
nada sobre o seu autor.
13 * 9 = 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9
1 + 4 + 8 = 13
9 + 36 + 72 = 117
Os egípcios eram realmente muito habilidosos e criativos nos cálculos com números
inteiros.
Mas, em muitos problemas práticos, eles sentiam necessidade de expressar um
pedaço de alguma coisa através de um número.
E para isso os números inteiros não serviam.
Descobrindo a fracção
“... repartiu o solo do Egipto nas margens do rio Nilo entre os seus habitantes .Se o
rio levava qualquer parte do lote de um homem, o faraó mandava funcionários
examinarem e determinarem por medida a extensão exacta da perca.”
Estas palavras foram escritas pelo historiador grego Heródoto, há cerca de 2.300
anos.
Uma vez por ano, na época das cheias, as águas do Nilo sobem muitos metros
acima do seu leito normal, inundando uma vasta região ao longo das suas
margens. Quando as águas baixam, deixam descoberta uma estreita faixa de terras
férteis, prontas para o cultivo.
Sesóstris repartiu estas preciosas terras entre uns poucos agricultores privilegiados.
Todos os anos, durante o mês de Junho, o nível das águas do Nilo começava a
subir. Era o início da inundação, que durava até Setembro.
Ao avançar sobre as margens, o rio derrubava as cercas de pedra que cada
agricultor usava par marcar os limites do terreno de cada agricultor.
Os egípcios interpretavam a fracção somente como uma parte da unidade. Por isso,
utilizavam apenas as fracções unitárias, isto é, com numerador igual a 1.
Para escrever as fracções unitárias, colocavam um sinal oval alongado sobre o
denominador.
As outras fracções eram expressas através de uma soma de fracções de numerador
1.
Os egípcios não colocavam o sinal de adição - + - entre as fracções, porque os
símbolos das operações ainda não tinham sido inventados.
No sistema de numeração egípcio, os símbolos repetiam-se com muita frequência.
Por isso, tanto os cálculos com números inteiros quanto aqueles que envolviam
números fraccionários eram muito complicados.
Assim como os egípcios, outros povos também criaram o seu próprio sistema de
numeração. Porém, na hora de efectuar os cálculos, em qualquer um dos sistemas
empregados, as pessoas esbarravam sempre nalguma dificuldade.
Apenas por volta do século III a.C. começou a formar-se um sistema de numeração
bem mais prático e eficiente do que os outros criados até então: o sistema de
numeração romano.
Os romanos foram espertos. Eles não inventaram símbolos novos para representar
os números; usaram as próprias letras do alfabeto.
I V X LC D M
Como será que eles combinaram estes símbolos para formar o seu sistema de
numeração?
O sistema de numeração romano baseava-se em sete números-chave:
I tinha o valor 1.
V valia 5.
X representava 10 unidades.
L indicava 50 unidades.
C valia 100.
D valia 500.
M valia 1.000.
Quando dois números diferentes vinham juntos, e o menor vinha antes do maior,
subtraíam os seus valores.
IV = 4 porque 5 - 1 = 4
IX = 9 porque 10 – 1 = 9
XC = 90 porque 100 – 10 = 90
Mas se o número maior vinha antes do menor, eles somavam os seus valores.
VI = 6 porque 5 + 1 = 6
XXV = 25 porque 20 + 5 = 25
XXXVI = 36 porque 30 + 5 + 1 = 36
LX = 60 porque 50 + 10 = 60
Ao lermos o cartaz, ficamos a saber que o exército de Roma fez numa determinada
época MCDV prisioneiros de guerra. Para ler um número como MCDV, veja os
cálculos que os romanos faziam:
M = 1.000
Como antes de M não tinha nenhuma letra, buscavam a segunda letra de maior
valor.
D = 500
Os milhares
“Existem outros povos que também sabem alguma coisa!Os hindus, por
exemplo, têm valiosos métodos de cálculos.São métodos fantásticos! E
imaginem que os cálculos são feitos por apenas nove sinais!”.
A referência a nove, e não dez símbolos, significa que o passo mais importante
dado pelos hindus para formar o seu sistema de numeração – a invenção do zero
- ainda não tinha chegado ao Ocidente.
A ideia dos hindus de introduzir uma notação para uma posição vazia – um ovo de
ganso, redondo – ocorreu na Índia, no fim do século VI . Mas foram necessários
muitos séculos para que esse símbolo chegasse à Europa.
Com a introdução do décimo sinal – o zero – o sistema de numeração tal qual o
conhecemos hoje estava completo.
Até chegar aos números que nós aprendemos a ler e escrever, os símbolos criados
pelos hindus mudaram bastante.
Hoje, estes símbolos são chamados de algarismos indo-arábicos.
Se foram os matemáticos hindus que inventaram o nosso sistema de numeração, o
que é que os árabes têm a ver com isso?
E por que é que os símbolos
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
se chamam algarismos.
Mas Simbad e Aladim são apenas personagens do livro. Harum al-Raschid existiu
realmente. Foi o califa de Bagdad, do ano 786 até 809.
Durante o seu reinado os povos árabes travaram uma série de guerras de
conquista.
E como prémios de guerra, livros de diversos centros científicos foram levados para
Bagdad e traduzidos para a língua árabe.
Os números racionais
Com o sistema de numeração hindu ficou fácil escrever qualquer número, por maior
que ele fosse.
13
35
98
1.024
3.645.872
Como estes números foram criados pela necessidade prática de contar as coisas da
natureza, eles são chamados de números naturais.
Os números naturais simplificaram muito o trabalho com números fraccionários.
Não havia mais necessidade de escrever um número fraccionário por meio de uma
adição de dois fraccionários, como faziam os matemáticos egípcios.
O número fraccionário passou a ser escrito como uma razão de dois números
naturais.
A palavra razão em matemática significa divisão. Portanto, os números inteiros e
os números fraccionários podem ser expressos como uma razão de dois números
naturais. Por isso, são chamados de números racionais.
A descoberta dos números racionais foi um grande passo para o desenvolvimento
da Matemática.