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A Teoria da Aprendizagem Significativa – Sua Fundamentação e Implementação

Jorge António Valadares e Marco António Moreira


Colecção de Ciências da Educação e Pedagogia – Editora Almedina (2009)

Capítulo 1

Fundamentação Epistemológica da teoria da aprendizagem significativa (TAS)

O construtivismo tem significados diferentes na forma:

• como encaram a origem e produção do conhecimento: empirista e racionalista;


• como focalizam a relação essencial sujeito-objecto na produção do conhecimento: realista e
idealista;
• como atribuímos um significado ao conhecimento que construímos: formas radicais e triviais.

Piaget afirmou que uma boa teoria da aprendizagem tem subjacente uma boa epistemologia da
construção do conhecimento. A TAS faz parte integrante de uma visão da construção de conhecimento que
é ao mesmo tempo epistemológica e educacional (construtivismo humano) (ideias psicológicas e cognitivo-
humanistas de Joseph Novak e nas ideias epistemológicas de Bob Gowin).

O construtivismo humano (CH) assenta em grandes princípios:

1. O conhecimento não é um facto absoluto e imutável, é um processo em construção envolvendo


visões, conceitos, modelos, teorias e metodologias com que o sujeito encara o mundo, mas onde
nem o sujeito nem o objecto de conhecimento têm uma hegemonia epistemológica. O
construtivismo humano demarca-se, naquilo que se refere a este princípio, do construtivismo
radical (Glasersfeld, anos 70) que assenta em 2 princípios: 1 – O conhecimento não é recebido
passivamente nem pelos sentidos nem por meio de comunicação; o conhecimento é construído
activamente pelo sujeito cognitivo; 2 – A função da cognição é adaptativa, no sentido biológico do
termo, tendendo para a adaptação ou viabilidade. O 1º dos dois princípios é aceite por todos os
construtivismos. O 2º demonstra a influência de Piaget mas o autor assume uma posição anti-
realista e subjectivista.
2. A estrutura cognitiva complexa de cada ser humano tem uma importância decisiva na construção
do seu próprio conhecimento. É fundamental conhecer o melhor possível a estrutura cognitiva
prévia de um educando e basear a sua educação neste conhecimento. Por outro lado, Novak
defende que pensamentos, sentimentos e acções se conjugam para a modificação do significado
das experiências da vida (o ser humano como transdimensional).
3. A educação deverá ter como objectivo a construção de significados compartilhados pelos
educandos. Esta forma de construtivismo dá muita importância à partilha e negociação de ideias
em ambientes propícios à partilha de significados, em que os factores sociais e a aprendizagem de
competências sociais são importantes. O CH partilha com o construtivismo social (CS) a ideia de que
os factores sociais são muito importantes na educação, porém distingue-se nos seguintes aspectos:
• O CS defende que a interdependência social é o processo através do qual
conseguimos atingir o significado da linguagem, sendo este significado dependente
do contexto em que ocorre essa interdependência social;

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• O CS admite que a aprendizagem individual pode ser mais ou menos mediada


socialmente e o que é aprendido fica distribuído através de um grupo de pessoas
mais do que na mente de cada pessoa;
• O CS alicerça-se num idealismo linguístico.

Do ponto de vista epistemológico, o CH deve muito às ideias de D. Bob Gowin e que estão subjacentes ao
seu Vê do Conhecimento. O conhecimento constrói-se com base numa interacção complexa entre 2
grandes componentes, uma conceptual e outra metodológico-experimental. A construção do
conhecimento assenta na pesquisa de sistemas constituídos por objectos/acontecimentos, sendo
importante a focalização em questões concretas acerca dos mesmos. Considera que também são
fundamentais as visões do mundo e filosofia, as teorias e princípios, os conceitos e registos efectuados
com validade factual e as transformações destes, pois é com estes elementos epistemológicos que
extraímos novos significados traduzidos em 2 tipos de juízos: de conhecimento e de valor. E todos os
elementos pertencentes às duas componentes interactuam de modo a estruturar o conhecimento.

Capítulo 2

O «núcleo duro» da teoria da aprendizagem significativa (TAS)

Tipos de conhecimento:

 Declarativo: diz refere-se a conceitos, leis e teorias.


 Procedimental: adquirir a capacidade de executar algo.
 Atitudinal: atitudes e valores que manifestamos perante a ciência, o mundo e a sociedade,
produtos dos nossos sentimentos e emoções face à aprendizagem e a quem nos rodeia.

Uma aprendizagem global, harmoniosa, transdisciplinar, em que o conhecimento é encarado nas suas três
vertentes, deve ser o grande objectivo do ensino, uma aprendizagem voltada para a educação global do
ser humano, o cidadão que vai participar de uma sociedade em mudança permanente. Para que essa
participação seja a melhor possível nas vivências e experiências humanas que vão ocorrendo, a
aprendizagem deve ir modificando e acrescentando novos significados (reorganização activa dos
significados) acerca desse mesmo mundo e das experiências de vida de modo a provocar a desejada
integração harmoniosa.

Teorias da aprendizagem:

1. L.S. Vygotsky/Piaget: baseadas nas psicologias educacionais. Existe uma grande independência
entre o processo de aprendizagem e o processo de desenvolvimento intelectual. O
desenvolvimento cognitivo ocorre como ocorre e é ele que determina o que comanda a forma
como aluno aprende. Teorias behavioristas: Thorndike e Skinner. Teorias cognitivistas: Vygotsky,
Bruner e Ausubel. Teorias humanistas: Rogers.
2. O processo de aprendizagem ocorrem em paralelo com o desenvolvimento intelectual ou mesmo o
precede, ou seja, a aprendizagem acompanha o desenvolvimento.

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3. Kofka: teorias dualistas que consideram que o desenvolvimento ocorre por dois processos conexos
mas de natureza diferente. O processo de desenvolvimento ocorre através da sua maturação que
depende exclusivamente do seu SNC, mas por outro lado, a aprendizagem do individuo é , em si
mesma, o seu processo de desenvolvimento.

Vygotsky demarcou-se de todas estas teorias ao formular a sua teoria da área de desenvolvimento
potencial.

Princípios em que assenta a TSA:

1. “Aquilo que já se sabe e como se sabe, é importante para o que se vai aprender”. Os
conhecimentos que cada aprendente possui na memória a longo prazo são importantes para
aprender novos conhecimentos.
2. “No processo de compreensão dos fenómenos levantam-se obstáculos epistemológicos,
autênticas barreiras ao pensamento”. O pensamento espontâneo, antes da crítica ou depuração,
traduzido nas misconceptions que o aprendente possui levantam sérios problemas à aprendizagem,
são dificuldades à comunicação entre os estudantes e os textos científicos.
3. “A boa aprendizagem depende muito da motivação psicológica”. Distinção entre motivação
externa ou extrínseca, induzida do exterior e que se pode revelar mais ou menos eficaz, e
motivação interna ou intrínseca que um aluno deve ter desde o inicio.
4. “O único bom ensino é aquele que se adianta um pouco ao desenvolvimento cognitivo actual do
aluno”. Vygotsky defendeu em ensino desafiador e não infantilizante. Piaget e Bruner realçaram a
importância de estratégias susceptíveis de constituírem pequenos desafios às capacidades dos
alunos.
5. “Não existe uma relação linear casual entre ensino e aprendizagem”. A apreensão de novos
significados para a experiência humana é uma condição necessária para que ocorra uma boa
aprendizagem, mas não é uma condição suficiente. Neste sentido, como cada estudante possui as
suas próprias ideias cerca do que estuda, é importante o debate de ideias num ambiente
construtivista.
6. “A Aprendizagem sendo um processo pessoal, é profundamente influenciada por factores
sociais”. A “governança” (tudo o que controla os significados de que dependem os esforços
desenvolvidos nas áreas do ensino, do currículo e da aprendizagem) pode influenciar positiva ou
negativamente a aprendizagem.

Origens e desenvolvimento da TAS:

Origem: David Ausubel (1963).

A TAS é uma teoria psicológica acerca da aprendizagem do ser humano, porque se refere aos mecanismos
através dos quais se processa a aquisição e retenção de uma enorme quantidade de significados (teoria
psicológica que diz respeito ao processo educacional).

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A TAS é uma teoria construtivista pois assenta no princípio de que é o próprio ser humano, enquanto
organismo, que vai gerindo o produto da sua própria aprendizagem, seja este qual for.

O conceito de aprendizagem significativa (AS) na perspectiva de Ausubel:

A AS traduz um processo através do qual determinado conceito, ou uma determinada afirmação, se


relaciona com a estrutura cognitiva de quem o aprende, ficando integrado nela. É um processo substantivo
e não arbitrário. Neste caso, a interacção dá-se com alguns aspectos especificamente relevantes que estão
presentes na estrutura cognitiva, os chamados subsunçores, ideias integradoras ou ideias âncora. À
medida que decorre este processo de assimilação significativa em que os novos conteúdos vão adquirindo
significado para o sujeito, vai ocorrendo uma transformação dos subsunçores da estrutura cognitiva. Eles
vão se tornando progressivamente mais diferenciados, também mais integrados uns com os outros, mais
elaborados e estáveis. Eles tornam-se mais potentes e explicativos para servirem de base a futuras
aprendizagens (processo construtivo e reconstrutivo).

Subsunçores = ideias que os alunos já conhecem, proposições a que os alunos atribuem algum significado,
conceitos assimilados, símbolos familiares.

Dois factos:

• Mesmo após uma boa assimilação significativa de um assunto há pormenores do mesmo que se
vão perdendo por esquecimento, com o tempo, a menos que o assunto seja revisitado.
• Há concepções erróneas que persistem durante muito tempo.

Ausubel interpreta estes factos como sendo um processo que ele denomina de assimilação obliteradora.

Aprendizagem significativa/aprendizagem mecânica (AM):

AM= aquilo que se apresenta não interage com qualquer subsunçor adequado e previamente existente na
estrutura cognitiva.

AS= tem que estar reunidas duas condições fundamentais:

• A confrontação do aprendente com um conteúdo potencialmente significativo o que requer que


esse conteúdo tenha significado lógico e que existam subsunçores adequados na estrutura
cognitiva do aprendente que permitam a assimilação significativa desse conteúdo.
• Que o aprendente tenha uma atitude de aprendizagem potencialmente significativa, ou seja, a
predisposição para aprender de maneira significativa.

Classificação da AS segundo o objecto que é aprendido:

• Aprendizagem representacional: ocorre desde a mais tenra idade e está subjacente às outras.
• Aprendizagem de conceitos ou conceptual

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• Aprendizagem de proposições ou proposicional: assimilação de relações entre os significados dos


conceitos nela envolvidos que também têm significado.

Classificação da AS segundo a organização hierárquica da estrutura cognitiva:

• Subordinada: os subsunçores vão assimilando, progressivamente, mais conceitos e proposições


cada vez mais específicos e, deste modo, vão ampliando o seu âmbito e abrangência na estrutura
cognitiva (do mais geral para o mais específico – diferenciação progressiva). À medida que os
conceitos se vão diferenciando aumenta a probabilidade de quem aprende encontrar relações
entre os subsunçores, porque estão cada vez mais ricos, mais especificados (reconciliação
integradora).
• Superordenada: do mais específico para o mais geral; faz com que conceitos e proposições de
maior especificidade acabem por ficar subsumidos em conceitos e proposições mais gerais e
abrangentes do que eles (superordenados).
• Combinatória: os novos conceitos nem ficam a subsumir os antigos nem são subsumidos por eles.
Os novos conhecimentos adquirem significado por interacção com a estrutura cognitiva como um
todo ou com partes dela e não com aum subsunçor específico.

Ausubel afirma que qualquer sujeito aprende significativamente através da conjugação sistemática destes
dois mecanismos: diferenciação progressiva e reconciliação integradora. Este processo de aprendizagem
só se torna possível porque o aprendente comunica com outros usando a linguagem. A AS consegue-se
através da verbalização e da linguagem, para além da vivência directa ou indirecta das experiências sobre
as quais se pretende aprender.

Quando o aluno não dispõe de subsunçores adequados para aprender significativamente uma esfera
particular de conhecimento podem-se introduzir subsunçores adequados e torná-los parte da estrutura
cognitiva existente antes da apresentação da tarefa de aprendizagem.

Organizadores avançados: material introdutório que antecede a apresentação da situação de


aprendizagem. É uma estrutura inicial de conhecimentos, apresentados a um nível mais elevado de
abstracção, generalidade e inclusão do que o conteúdo a aprender, e que serve de ponte cognitiva entre o
que o aluno vai aprender e o que já aprendeu.

Contributos de Novak

O conceito de AS é também o conceito central da teoria da educação de Novak. Este desenvolveu a ideia
da importância do papel da estrutura cognitiva de quem aprende no processo de AS, tornando-a menos
estritamente cognitivista e mais humanista, ao considerar o carácter transdimensional do ser humano
porque pensa, sente e actua.

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Na educação científica, ao pretender-se uma aprendizagem rica, substantiva, não literal, dos conceitos, leis
e teorias científicas, capaz de potenciar os alunos para a resolução dos mais variados problemas e capaz
mesmo de desenvolver neles o poder de virem a criar novos conhecimentos, o ensino terá de
corresponder ao facto de que os alunos aprendem de modo pessoal e idiossincrático e, por isso, ser flexível
e não exactamente igual ara todos os alunos. E a planificação deverá obedecer a um pluralismo
metodológico.

Contributo de Gowin

Construiu uma teoria capaz de reunir conceitos, acontecimentos e factos de modo inteligível.

• Carácter complexo e multi-variado do fenómeno educativo: mais do que uma mudança de hábitos
é uma mudança no significado da sua experiência pessoal e na forma de ver o mundo.
• O educando é considerado como um ser transdimensional e como uma máquina de pensar.
• Os materiais educativos deverão ser potencialmente significativos e elaborados com base em
critérios de excelência e são considerados fundamentais nesta teoria.
• Distinção entre ensino e aprendizagem:
o A aprendizagem é um processo pessoal e idiossincrático, da responsabilidade última do
aprendente e que não pode ser compartilhada. O aprender a aprender deverá fazer parte
dos interesses do aprendente, que para tal deve ser estimulado e motivado.
o O ensino é um acontecimento social, no qual seres humanos negoceiam e partilham
significados.
• Os professores deverão ser responsabilizados pelo modo como ensinam, deverão ser preparados
para ensinarem o melhor possível, mas não podem ser responsabilizados pela aprendizagem dos
alunos, se tudo tiverem feito para os ensinar e motivar o melhor possível confrontando-os com
materiais cientificamente correctos em ambientes favoráveis à captação de significados.
• Estabelece-se entre professor, materiais educativos e aluno uma relação triádica, onde a partir
destes últimos, professor e aluno tentam deliberadamente chegar a acordos sobre os significados
atribuídos por ambos.

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