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ANÁLISE DA REALIDADE URBANA BRASILEIRA

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84,35% da


população brasileira vive nos 5.565 municípios do país (Censo do IBGE, 2010).
Dos 190.732.694 de brasileiros, 160.879.708 pessoas vivem em situação urbana
contra os 29.852.986 de pessoas que vivem em situação rural. Se comparado com
o Censo de 2000, a população urbana brasileira subiu de 81,25% para 84,35%.

A cada ano, as cidades “incham”. Você, aluno (a) de Estudos Dirigidos, muito
provavelmente, vive em zona urbana, pois nossas faculdades estão localizadas
em centros urbanos. O êxodo rural, ou seja, movimento migratório da população
das zonas rurais para as cidades, é um processo que acompanha a História do
Brasil desde o século XIX. Uma das características que marcaram o abandono do
campo pelas cidades foram as condições de miséria, fome e sede, além das
doenças ligadas à desnutrição.

Ao refletir e pensar as grandes cidades você, provavelmente, estará conhecendo


as questões mais importantes da realidade social, política, econômica e cultural
brasileira.

Violência urbana

Um dos problemas críticos do Brasil é a violência. Como a maioria da população


do país vive nas cidades, a violência urbana agrega as maiores taxas de
criminalidade, refletindo e exacerbando essa chaga social.

Mais do que qualquer coisa, você deve estar se questionando o que leva tantos
jovens a ceifarem suas vidas em nosso país? O que há de errado em nossa
nação?

Essa é uma questão muito complexa. Diversos fatores históricos, sociológicos e


comportamentais levam a vida dos nossos jovens de maneira tão abrupta e
prematura.

Infelizmente, no Brasil, o acesso às armas de fogo é relativamente fácil. Duas


datas são singulares quando você ouvir falar nessa questão. Em 23 de outubro de
2005, mais de 59 milhões de brasileiros votaram contra a proibição da venda de
armas de fogo no Referendo do Estatuto do Desarmamento. Uma decisão política
que foi levada para um referendo devido à relevância do tema. Seis anos depois,
no dia 7 de abril de 2011, o país sofreu com a notícia de que um jovem de 25 anos
entrou numa escola no Rio de Janeiro, e matou 12 crianças disparando tiros com
revólveres de calibre .38 e .32, tendo ferido ainda outros dez jovens. Não devemos
relacionar o resultado de um referendo a um crime bárbaro. Seria incoerente. O
debate que devemos promover é o que a sociedade brasileira (governos federais,
estaduais e municipais, organizações não-governamentais, cidadãos em geral)
deve fazer para restringir o acesso às armas, sejam elas ”brancas” ou de fogo.

Você já parou para pensar a respeito das relações entre o consumo exagerado de
álcool, uma droga lícita, e a morte de jovens? Para tal, basta fazer uma análise no
número de acidentes fatais de trânsito nos quais jovens, ao saírem das baladas e
festas, bebem álcool durante a noite inteira e acreditam que têm condições de
dirigir um veículo, mesmo estando alcoolizados. Se você costuma fazer isso ou
conhece amigos que, mesmo após tantas campanhas veiculadas nos meios de
comunicação de massa, ainda misturam álcool e direção, está na hora de refletir
sobre a responsabilidade que todos nós temos em relação às nossas vidas e às
vidas alheias. Não perca a oportunidade de conversar a respeito desse assunto
com os amigos que ainda não enxergaram a gravidade do consumo exagerado do
álcool. Esse é um assunto “de saúde pública”, que provoca milhares de mortes e
precisa ser discutido por todos nós.

A Organização Mundial de Saúde classifica o álcool como uma droga. No Brasil, o


álcool só pode ser comercializado para maiores de 18 anos, mas todos nós
sabemos que, infelizmente, não há uma fiscalização dos poderes públicos nesse
processo de compra e venda de bebidas alcoólicas.

Um problema social ainda mais grave é o tráfico de drogas ilícitas. O uso de


maconha, ecstasy, crack, cocaína, heroína, solventes químicos como cola de
sapateiro, lança perfume ou “loló” e outras substâncias estão destruindo a vida de
milhares de pessoas em nosso país. Parte considerável da violência urbana é
conectada ao tráfico de drogas.

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso lançou, em Genebra, a


Comissão Global sobre Políticas das Drogas. FHC e a comissão defendem uma
mudança na forma de punir os usuários da maconha que, para ele, devem ser
tratados como dependentes químicos ao invés do enfrentamento policial. Esse é
um assunto polêmico que deve ser debatido por todos. O que é mais prejudicial às
nações mundiais? Tratar o usuário de maconha como criminoso ou como uma
pessoa que necessita de acompanhamento médico, psicológico, de uma
assistência social? O que você pensa a respeito desse assunto? A maconha é
uma droga que provoca graves danos cerebrais e incapacita jovens, provocando
doenças sérias. Se alguém incitar você a consumir qualquer tipo de drogas, tenha
a coragem de negar veementemente. Sempre diga não às drogas!

Outro tipo de violência que afeta diretamente a vida de muitas famílias brasileiras
é a praticada contra as mulheres. Um grave problema social que envolve todas as
classes sociais. As questões de gênero influenciam diretamente na formação da
personalidade de crianças em todo o mundo. A violência exercida coercitivamente
dentro de um lar pode encadear uma série de problemas. É impossível
quantificarmos essas questões, mas, segundo estudiosos da psique humana,
crianças de até 6 (seis) que sofrem ou presenciam algum tipo de violência
praticada dentro do lar, por aqueles que deveriam amá-las e educá-las, têm uma
propensão maior a sofrerem traumas psíquicos do que as educadas num lar
harmonioso. A violência contra as mulheres é um problema que afeta toda a
sociedade, pois os filhos dessas mulheres violentadas correm o risco de se
tornarem produto dessa violência.

A aprovação da Lei Maria da Penha (Lei número 11.340, sancionada em 7 de


agosto de 2006 e posta em prática a partir de 22 de setembro de 2006) foi uma
vitória da sociedade brasileira.

A lei coíbe as agressões domésticas e familiares praticadas contra as mulheres,


que ao serem agredidas física ou psicologicamente, podem denunciar os
agressores à polícia. Constatado o crime, o agressor pode ser preso em flagrante
ou ter a prisão preventiva decretada. A Lei Maria da Penha aumentou o tempo de
detenção para três anos e excluiu as penas alternativas em casos de violência
contra a mulher, possibilitando também que o agressor, por força da lei, seja
colocado para fora do domicílio, ou seja, impedido de se aproximar da mulher
agredida.

Para entender melhor a Lei Maria da Penha, vejamos o que diz o artigo 5º, que
trata das disposições gerais; e o artigo 7º que classifica as formas de violência
doméstica e familiar.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio


permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por


indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha


convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer
outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a


presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure


retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,


difamação ou injúria.

Saneamento Básico
A questão do Saneamento Básico é bastante complexa e interfere diretamente
nas questões de saúde no Brasil. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
(PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
2008, aponta que apenas 55,2% dos municípios brasileiros possuem algum tipo
de rede de esgoto.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, organização da sociedade civil
de interesse público (OSCIP) que visa à universalização do tratamento de esgotos
no país, revela que apenas 36% dos dejetos despejados em esgotos no Brasil são
tratados.

O Brasil produz 8,4 bilhões de litros de esgoto por dia. Esses dados são
alarmantes, pois revelam que apenas 64% dos dejetos, ou seja, aproximadamente
5,4 bilhões de litros de esgotos são despejados todos os dias em nosso meio
ambiente sem nenhum tipo de tratamento, contaminando rios, solos, mananciais e
praias nas cinco regiões do país.

Esses 5,4 bilhões de litros de esgoto contaminam, de forma direta ou indireta,


nossa população. O Sistema Único de Saúde paga um alto preço por esses
dejetos. Você sabia que a diarreia é uma das doenças que mais preocupa as
autoridades sanitárias do mundo? Aproximadamente 30% das crianças de até um
ano de idade que morrem no mundo são vítimas de diarreia. Uma das causas
principais dessa enfermidade é a falta de esgotamento sanitário. Doenças
tropicais e verminoses também são diretamente ligadas à falta de saneamento.

A Fundação Nacional da Saúde, órgão ligado ao Ministério da Saúde, publicou um


estudo no qual revela que a cada R$ 1,00 investido em esgoto sanitário são
economizados R$ 4,00 em tratamentos em busca da cura de doenças.
Um assunto diretamente ligado às questões sanitárias é o consumismo
exagerado. Você já analisou a quantidade de lixo jogado fora em sua residência
por semana? Tem alguma ideia de quanto produzimos de lixo no nosso país?

Essa produção inconseqüente de lixo é derivada da busca incessante pela


aquisição de bens, serviços e até mesmo comida. Boa parte da população
brasileira consome mais do que necessita. Há uma febre de consumismo
exagerado, especialmente nas classes mais abastadas.

O esgoto não é devidamente tratado. O Brasil produz cerca de 88 milhões de


toneladas de lixo por ano, uma média de 470 quilos de lixo por habitante. E para
piorar o cenário das grandes cidades, por vivermos num país tropical, sofremos
com chuvas torrenciais, que inundam nossas cidades.

Trânsito cada vez mais caótico


Quando chove torrencialmente, as grandes cidades brasileiras praticamente
param, pois nossas ruas e avenidas estão cada vez mais intransitáveis.

Somente em 2010, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos


Automotores (Anfavea) foram comercializados 3,515 milhões de veículos novos
entre nacionais e importados no Brasil. O número de automóveis de passeio
vendidos foi de 3,328 milhões de unidades.

Nossas cidades já sofrem com sistemas viários projetados numa época em que
poucos carros circulavam. A sociedade, cada vez mais consumista, troca de carro
num prazo cada vez mais exíguo. A indústria automobilística despeja mais de 3,5
milhões de carros em nossas ruas por ano.

Um sistema de transporte público de qualidade, pontual, limpo e confortável seria


a solução para o trânsito. Um dos meios de transporte público urbano mais
eficientes são os metrôs. Entretanto, a malha ferroviária brasileira, ao longo de
décadas, vem sofrendo um processo de sucateamento. Historicamente, nossos
governantes tomaram uma decisão política de privilegiarem o sistema rodoviário
em detrimento dos trens e metrôs, que são mais rápidos, transportam uma
quantidade maior de passageiros ou cargas, têm uma manutenção mais barata e
consomem menos combustível do que os veículos automotores, o que gera
menos danos ao meio ambiente.

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