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DICAS DE TÊNIS

Lício Grangeiro
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Dicas da semana 199
As Dicas de hoje vão dar a receita para os favoritos vencerem dos que não têm nada a perder. Eu me vi
nessa situação por alguns anos, quando jogava no Rio de Janeiro. Eu era o n. 2 do Rio e o Jorge Paulo
Lemann o n. 1 do Rio e do Brasil. Nós dois nos destacávamos em relação aos demais jogadores e isso
levava a que nos víssemos sistematicamente enfrentando adversários que vinham com tudo para cima da
gente. A platéia sempre torce contra os favoritos, querendo ver alguém vencê-los, o que eventualmente
acontece, mas com baixíssima freqüência. O primeiro passo para se chegar a um bom nível de regularidade
é treinar muito, todos os golpes. Você não pode ser um atleta que se reconheça incapaz de fazer
determinado golpe, sob pena de isto vir a impedi-lo de ser um grande jogador. Mas o passo de mágica está
em aprender a ser tão devolvedor de bola quanto o maior perito nesse assunto na região onde você mora.
Quando puder, marque um treino com tal indivíduo e resolva que vai ganhá-lo na regularidade, no forte
dele, não importando que perca até de zero, mas tente sair de sua característica de jogador agressivo e
aprender com o devolvedor de bola a técnica de não errar. Depois disso, você terá colocado em seu
repertório mais uma técnica que virá socorrê-lo exatamente nos momentos em que os livre-atiradores
comecem a acertar tudo contra você. Você deverá aguardar pacientemente que o set se aproxime do final.
Procure manter o placar apertado e perceberá que na hora de fechar cada set o adversário cairá na realidade
e voltará para o seu verdadeiro nível de jogo, momento em que você usará aquela grande regularidade para
virar o jogo a seu favor. Em outras palavras, vire máquina para aprender a ganhar dos free lancers.
Dicas da semana 198
Vamos conversar um pouco hoje sobre alguns fundamentos do saque, esse golpe que é capaz de definir um
jogo a seu favor ou de leva-lo a perder incontestavelmente uma partida. A palavra mágica para a eficiência
de um saque resume-se no arremesso da bola. Em seguida vem a importância de aprender corretamente o
movimento da raquete no saque. Mas o lançamento da bola é de tal modo importante para o sucesso do
saque que não lhe adiantará ter um excelente “swing” no movimento da raquete, combinado com um
lançamento irregular da bola, pois isto lhe causará uma baixa performance no percentual de acerto do
saque. Em outras palavras, em qualquer nível técnico de tênis, um arremesso defeituoso, ou melhor,
irregular da bola de saque é a principal causa de um serviço deficiente. O melhor sistema para se
aperfeiçoar o arremesso da bola é o treinamento fora da quadra, lançando a bola na vertical, na direção do
bico do sapato de seu pé esquerdo (caso você seja destro), em distância na qual o braço que lançará a bola
possa ficar esticado sem bater numa parede. Essa parede será o seu referencial para ajuda-lo a controlar o
lançamento na vertical e a altura sistematizada imprimida sobre a bola. Calcule e marque nessa parede a
altura máxima para o seu lançamento, que deverá corresponder ao ponto mais alto que você possa alcançar
a bola com o limite do aro da raquete, mantendo seu corpo totalmente esticado para cima. Com isso você
estará estabelecendo uma pequena margem de segurança, arremessando a bola um pouco mais alta que o
necessário, com vistas a jamais errar em lança-la muito baixa, inviabilizando um movimento fluido do
braço que empunha a raquete. Treine bastante o lançamento da bola paralela a essa parede. Se for possível,
faça-o numa quina de encontro de duas paredes, o que lhe garantirá ainda melhor resultado em seu
treinamento do arremesso da bola de saque. Você se surpreenderá com o fato de que isso é mais importante
do que treinar o saque dentro da quadra, caso tenha um lançamento de bola defeituoso.
Dicas da semana 197
As “Dicas” de hoje terminam a abordagem do tema “Distanciamento apropriado entre a bola e o corpo do
atleta em cada golpe do tênis”.
Outra distância que deve ser observada no ponto de contato raquete/bola em todos os golpes do tênis é
aquela de cerca de oitenta centímetros à frente do corpo, em relação à rede, exatamente na direção de seu
umbigo. Golpeando as bolas nessa distância do corpo em relação à rede será sempre possível enxergar a
bola batendo contra as cordas da raquete e não perder a visão espacial da quadra. Ver a bola com tal nitidez
é altamente importante para botar a bola na direção e na altura da quadra que você programou. Bater a bola
numa distância do corpo menor que a acima aconselhada resulta em você executar o golpe num local que
costumamos chamar de “ponto de impacto raquete/bola em espaço de vôo cego”, ou seja, numa região em
que não se enxerga nitidamente a bola, mas apenas se tem certa noção de aonde será executado o ponto de
impacto da raquete com a bola (Obs.: veja maiores detalhes sobre isto em meu livro). É muito importante
observar também esta mesma área de impacto raquete/bola nos voleios, lembrando que tanto no voleio de

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direita, como no de esquerda seu umbigo deve ficar apontado para a frente da rede. Muita gente vira de
lado, dando como prioridade botar a ponta do pé esquerdo apontada para seu lado direito da quadra nos
voleios de direita e o bico do sapato do pé direito apontado para a lateral esquerda nos voleios de esquerda.
Isto é o maior absurdo. Veja a seguinte lógica explicativa. Qual a sua posição de corpo para conseguir força
suficiente para empurrar um pesado piano? De frente para ele, ou de lado? Claro que é de frente. Assim, os
pés devem atuar nos voleios simplesmente como coadjuvantes, ajudando o corpo a cair para a frente (e não
para os lados) no ato de se impactar a bola. Não há necessidade de se padronizar nos voleios de direita o pé
esquerdo para a frente para efetuar o caimento do corpo na direção da rede. Pode ser também o pé direito,
pois o importante é que os pés ajudem a posicionar o corpo na distância mais apropriada para efetuar os
voleios. Esta mesma observação também serve para os voleios de esquerda, fazendo-se o caimento para a
frente com a ajuda de qualquer pé. Não esqueça de que tênis, por ser um esporte com instrumento, não
permite ginga de corpo. Movimente os pés, mas não se deixe desequilibrar. E, finalmente, para o saque e o
“smash”, a distância adequada é aquela que lhe permite bater a bola com o braço que empunha a raquete
totalmente esticado para o alto. Neste caso de “smash” dentro do “T”, como você se encontra bem próximo
à rede, mantenha o outro braço que não segura a raquete apontado para o alto e bata a bola em cima dele, a
fim de que possa dirigi-la para bem dentro da quadra, pois se a golpear no local em que está acostumado a
bater o saque, ela irá fora. Além disso, corte o movimento do saque pela metade, começando esse “smash”
já com a raquete atrás de sua cabeça, pois você está tão perto da rede que não precisará de muita força para
ganhar o ponto e isso também lhe facilitará efetuar o adequado encontro da raquete com a bola. Para evitar
as tradicionais furadas nesse tipo de “smash”, termine tal movimento com o corpo completamente em pé;
isto é, não tente bater com tanta força que acabe arqueando o corpo para a frente e perdendo o ponto de
contato raquete/bola.
Dicas da semana 196
As “Dicas” de hoje continuam abordando o tema “Distanciamento apropriado entre a bola e o corpo do
atleta em cada golpe do tênis”.
Recapitulando o que ficou esclarecido nas “Dicas” da semana passada, você precisará ter uma “tremenda
paciência” para vencer o grande obstáculo dos primeiros cinco anos de amadurecimento neste esporte, para
aprender a correr e alcançar a bola na distância apropriada. Muita gente desiste do tênis nessa fase, porque
ela é altamente desgastante. Nas primeiras aulas o professor joga grande quantidade de bolas numa altura e
distância completamente apropriadas para o aluno efetuar o golpe objeto do aprendizado. Há necessidade de
treinamento desse grande quantidade de bolas na altura da cintura do aprendiz, de bolas na altura de seu
ombro e de bolas do chamado bate-pronto. A partir daí é que se torna possível liberar o aluno para bater
bola com outras pessoas. Mas assim mesmo prevalece o problema de correr e chegar na bola, calculando o
correto distanciamento dela, e não há outro caminho que não o “tempo dos cinco anos” para amadurecer o
tenista e fazer com que o seu subconsciente (cerebelo) aja automaticamente para se aproximar
adequadamente da bola.
Vamos abordar primeiramente as distâncias entre a bola e o corpo nos golpes conhecidos como
“Groundstrokes” (golpes de fundo de quadra, em que a bola bate no chão antes de ser rebatida). A distância
confortável para rebater uma bola com “drive” de “backhand” ou de “forrehand” é de cerca de setenta
centímetros, medidos entre o corpo e o centro das cordas da raquete, com o braço não muito esticado. Essa
distância só é válida para bolas que sejam golpeadas numa altura próxima do intervalo entre suas coxas e
peitoral, pois nas bolas altas e baixas você terá que ficar a cerca de quarenta centímetros de distância da
bola. A propósito, cabe aqui a explicação sobre o motivo pelo qual o braço não deve ficar muito esticado.
Isto é necessário a fim de possibilitar encolhê-lo mais, ou estica-lo mais, caso não se tenha sido prefeito no
cálculo da distância corpo/bola. Em outras palavras, você deve bater a bola com o braço um pouco
encolhido, como se estivesse segurando uma bola embaixo de sua axila do braço que empunha a raquete,
com o fim de ter um intervalo de confiança capaz de lhe permitir esticar mais ou encolher mais o braço,
caso você erre no seu cálculo de aproximação da bola nos seus deslocamentos em corrida.
Obs: Este assunto continua nas Dicas da próxima semana.
Dicas da semana 195
As “Dicas” de hoje abordam o tema “Distanciamento apropriado entre a bola e o corpo do atleta em cada
golpe do tênis”. Devo esclarecer primeiramente que esta é uma das maiores dificuldades que o jogador

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encontra no aprendizado deste esporte. O tênis está classificado entre os esportes mais difíceis do mundo,
porque é praticado com instrumento. Isto é, não envolve o contato direto do corpo com a bola, como
acontece na maioria dos esportes. O jogador pega a raquete pelo cabo e tem que bater a bola com, e apenas
com, o centro das cordas da raquete, para que lhe seja possível colocar a bola na quadra adversária na altura
e no ponto desejado. É esse espaço de cerca de cinqüenta centímetros entre a mão que empunha a raquete e
o centro de suas cordas que faz do tênis um esporte tão difícil. Mas não terminam aí as dificuldades do
praticante. Há também as linhas que limitam o tamanho da quadra, a altura diferenciada da rede, as fases da
trajetória da bola, os efeitos imprimidos sobre ela pelo adversário, a irregularidade do piso, o
condicionamento técnico, físico e psicológico e o preparo intelectual do praticante, entre outros, tudo isso
implicando em aumento da dificuldade para jogar bem o tênis. O sistemático distanciamento apropriado do
corpo do tenista em relação à bola é uma tarefa tão difícil que é possível ter-se uma noção aproximada de
quantos anos uma pessoa já tem de prática do tênis, bastando vê-la movimentar-se para bater umas poucas
bolas. Quando vemos uma pessoa correndo em direção à bola com certo açodamento, temos certeza de que
ela ainda não passou dos três primeiros anos de prática, a não ser que venha treinando com intensidade
acima do normal. É fácil, por outro lado, perceber como se aproxima da bola com grande intimidade um
tenista com cinco anos ou mais de prática.
Obs.: Este assunto continua nas Dicas da próxima semana.
Dicas da semana 194
Caro Rivaldo Paiva. Você me pede que comente sobre as contusões ocorridas na prática do tênis, em
especial com tenistas da terceira idade. Pede especificamente que assinale os principais tipos de contusões e
os tratamentos adequados. Solicita esclarecimentos para o seu caso sobre o tratamento do epiconde
(cotovelo de tenista). Em primeiro lugar esclareço que as principais contusões ocorridas com o tenista mais
velho ocorrem porque ele é muito apressado em iniciar uma competição. Bate meia dúzia de bolas e já acha
que está aquecido. Outro grande erro é bater 20 minutos de bola, dar quatro a cinco saques e achar que já
está com o movimento do saque aquecido. O saque é um golpe que exige musculatura diversa da dos drives
e por isso é necessário fazer um aquecimento específico desse golpe. Daí, por não aquecer o golpe
adequadamente, o tenista fica forçando a musculatura vinculada ao movimento do saque e o braço ainda
frio acaba estourando. Alongar antes e depois do jogo ou do treino é outra condição fundamental para evitar
as contusões. Começar um demorado bate-bola bem lentamente e ir acelerando a velocidade da bola é
também muito importante para evitar as contusões. Se você não respeita isso, uma bola que bata errado no
chão e escorregue, levando-o a efetuar um movimento brusco, fora de suas previsões, o levará a uma
contusão. Num breve segundo você terá sofrido uma contusão que precisará de seis a nove meses para sarar.
Quanto aos principais tipos de contusões, há os tennis elbows (diferentes tendinites em algumas pares do
cotovelo), as distensões nas virilhas, nos músculos do ombro, do braço e do antebraço e as luxações no
joelho. A respeito do tennis elbow, a experiência tem demonstrado que não adianta recorrer aos tratamentos
fisioterápicos. O problema foi gerado normalmente por uma raquete nova, uma corda diferente, uma
pressão maior da corda, ou um pulo irregular da bola, ou ainda, por um golpe forçado que você tenha feito
ainda frio. Neste último caso você ficará curado em quatro a seis meses sem que tome qualquer providência
além de continuar jogando. Nos outros casos de raquete e/ou corda nova e/ou maior pressão de corda que a
de seu costume, você terá primeiro que botar a corda de sua nova raquete quase frouxa, até que a dor
comece a arrefecer. Depois disso, vá aos poucos recuperando a pressão da raquete até chegar a uma pressão
abaixo da que lhe causou o problema, mas que dê para controlar bem a bola. Mude sua corda para tripa
sintética, que é mais macia que o nylon e isso o ajudará a recuperar mais rápido o local lesionado. Você tem
que atacar o problema que gerou a dor. Por isso não adianta parar de jogar e apenas ir ao médico, pois assim
procedendo, após um mês de fisioterapia você voltará à quadra e em meia hora perceberá que a lesão
voltou. Isto porque você consertou a área lesionada, mas não atacou a causa que o levou à lesão. Existe
ainda a possibilidade de você ter um tennis elbow gerado por má posição do pé da frente. Consulte meu
livro na página 42, figuras 28 e 29, onde abordo o assunto giro de tronco. Se você não girar o tronco, porque
o pé da frente ficou apontado para os lados da quadra, acabará tendo uma lesão de cotovelo, pelo fato de
que estará batendo com todo o esforço centrado sobre o antebraço, sem a ajuda do giro de tronco. Já as
distensões nas virilhas, nos músculos do ombro, do braço, do antebraço e as luxações no joelho, todas elas
devem ser acompanhadas por um médico, que lhe trará toda a orientação necessária para a recuperação da
área lesionada. A parede é um local muito apropriado para a recuperação de músculos lesionados, já que
você sabe perfeitamente para onde a parede irá devolver a bola e a velocidade da bola é controlada
exclusivamente por você. No caso de todas essas lesões não é necessário que você páre de jogar. É

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importante, entretanto, que diminua o esforço gerado sobre o músculo lesionado e que respeite o tratamento
médico aconselhado.
Dicas da semana 193
Meu caro Gustavo Antônio Longhi. Você pede que lhe fale sobre a escolha da raquete para tenistas
iniciantes. Como este esporte vem se expandindo consideravelmente no Brasil e no mundo, resolvi
transformar sua pergunta em Dicas, para esclarecer à população de novos adeptos do tênis. Em primeiro
lugar informo que, embora o preço das raquetes pareça elevado, em economia existe uma expressão
chamada “relação custo/benefício”, a qual pode esclarecer que, não obstante você vá desembolsar uma
importância próxima dos R$ 400,00, se dividir tal custo pelos dias dos muitos anos em que usará tal
raquete, perceberá que ela lhe custará menos de R$ 0,01 por dia. O que é caro no tênis são as aulas, os bons
sapatos para atletas, que custam perto de R$ 200,00 e não duram mais que dois meses, as bolas ao preço
médio de R$ 10,00, que duram muito pouco e precisam estar quase novas para os tenistas que já disputam
campeonatos. Para comprar uma raquete adequada a você o caminho certo é procurar um bom jogador ou
instrutor e ele o orientará quanto à empunhadura (grossura do cabo da raquete de acordo com o tamanho de
sua mão) e com relação à qualidade da raquete que você deverá adquirir. Prefira as raquetes top de linha,
pois elas demoram muito tempo para ficarem obsoletas e o acompanharão até que você já seja um jogador
de bom nível. Procure chegar nas lojas já com tais informações, para evitar que vendedores inescrupulosos
lhe empurrem produtos objeto de estoques encalhados. O Brasil não é um país que trabalha com
desenvolvimento tecnológico; ele apenas copia em praticamente todos os setores os produtos que vêm se
destacando no mercado internacional. Nós não fabricamos raquetes, mas estamos, a todo o momento,
recebendo diferentes modelos de raquetes e as lojas se vêem obrigadas pelas grandes multinacionais a
apresentar ao público aquelas novas invenções. Como exemplo, uma grande multinacional bancou o
lançamento de uma raquete com dois cabos, que tinha como apelo vender o produto para todo aquele
grande mercado de tenistas que seguram a raquete com as duas mãos em um dos lados. Na expressão atual,
aquele foi mais um dos grandes “micos” que chegaram no mercado de raquetes. Atualmente as raquetes de
titânio tomaram todo o antigo mercado de raquetes de grafite. Imagine quanto isto representou em bilhões
de dólares para os investidores em desenvolvimento tecnológico. Por esse motivo é de capital importância
você chegar nas lojas sabendo o que vai comprar. Evite, também, pedir a amigos que não entendem de tênis
que lhe tragam encomendas do exterior, pois certamente eles serão enganados. Por exemplo, você pede uma
raquete 95 SQ. IN. (largura do aro) e entregam a seu amigo uma raquete 110 SQ. IN. e ele não terá a menor
chance de reconhecer a diferença. Aproveito o espaço dedicado a iniciantes para orientá-los quanto ao
instrutor. Procure os melhores instrutores, para evitar adquirir defeitos nos golpes básicos. O cérebro
humano não funciona como um computador, que só precisa da troca de um chip para consertar o defeito.
Para acabar com o defeito no cérebro, trocando um hábito por outro, seria algo como se apagar um registro
de memória escrito a tinta com uma borracha de lápis. E se você não tiver dinheiro bastante para pagar por
aulas mais caras, ainda vale a pena economizar o suficiente para ter os seis primeiros meses de aulas com
um bom professor. Depois disso você poderá mudar para um instrutor que cobre um preço mais adequado
ao seu padrão de vida, mas ao menos já terá recebido uma excelente orientação sobre os movimentos
básicos do tênis. Registro, finalmente, que iniciei um sistema que vem tendo uma excelente aceitação por
parte do público. Dou uma única aula informativa, voltada para o esclarecimento do por quê de se fazer
cada movimento. A base deste projeto de aula avulsa centra-se no fato de que as pessoas conseguem se
auto-ajudar quando entendem o que estão fazendo, passando a perceber e corrigir os erros sem a
interveniência do professor. Os interessados podem procurar-me pelo telefone (061) 9981-8363, mas
esclareço que atualmente só atendo em Brasília.
Dicas da semana 192
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
13) Faça um horário para melhor utilizar seu tempo e poder treinar no mínimo cinco horas por dia. Por
mais dedicado e esforçado que eu fosse no sentido de atingir o objetivo de tornar-me um campeão, percebi
logo cedo que o tempo estava curto para treinar tanto quanto eu queria. Comecei a analisar meu quotidiano
e verifiquei que o maior gasto de tempo ocorria exatamente naquelas atividades de lazer que mais me
agradavam. Por exemplo, eu precisaria controlar o tempo que despendia com a namorada e por isso vi-me
obrigado a estabelecer um horário para essa atividade da qual eu tanto gostava. Na praia eu jogava
frescobol muito bem e isso me levava a esquecer o tempo. Daí passei também a controlar o horário gasto na

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praia. O problema é que nós precisamos escolher qual a nossa maior prioridade, e a partir daí, qualquer
coisa, que seja a mais querida, a mais emocionante, tem que ser controlada, sob pena de não atingirmos
nosso grande objetivo. “É, meu amigo, se você quer ser um campeão de verdade, tem que ser especial,
esforçar-se mais que todo mundo, ser diferente. Os outros têm que dizer que não dá para competir com
você, porque “você só pensa em tênis”. A palavra é ralar, ralar, ralar, para ser o melhor. O melhor só é um.
E se é só um, ele tem que ser diferente, inigualável. Você está competindo nos dias de hoje não com
milhões de brasileiros, você está competindo com o mundo todo para ser o melhor, o futuro substituto do
Guga. Preste muita atenção a isto.
14) Leia tudo que for possível sobre controle emocional. Venho estudando muito esse assunto e acho que é
a área mais desprezada pela medicina e pela humanidade. Costumo dizer que o homem, com grande esforço
no desenvolvimento tecnológico vem a cada dia estudando e aprendendo mais e mais sobre o universo, mas
tem deixado muito para trás a grande importância da pesquisa desse outro enorme universo que é o seu
próprio cérebro. Nós poderíamos, “se soubéssemos o caminho”, controlar perfeitamente nossas emoções,
todavia “estamos vivendo na idade da pedra no que se refere ao conhecimento do cérebro humano”. No
futuro, todos nós saberemos, num piscar de olhos, fazer uma conta de multiplicar milhões por milhões ou
viajar com nossa mente para ver coisas inatingíveis por nossas vistas, como fazem hoje apenas os chamados
para-normais. Vou dar aqui uma de Julio Verne e adiantar que no futuro não usaremos mais telefone, pois
passaremos a nos comunicar, a curta ou a muito longa distância, apenas pelo processo telepático. Mas o
único caminho que nos resta atualmente - como leigos sobre cérebro humano - para debelar ou ao menos
minimizar essa incompetência frente à incapacidade de controlar nossas emoções é procurando ler tudo que
um ou outro indivíduo publique sobre tal matéria. Do lado prático, como tenistas, só nos resta defendermo-
nos procurando entrar no maior número de competições possível, para que possamos abolir de nossas
mentes o medo de perder, quando também aprenderemos o caminho para ganharmos de nós mesmos -
quando você fica nervoso, perde para si próprio. Mas, particularmente, eu acho que esse incipiente
aprendizado prático chega a ser incontestavelmente ridículo, quando paramos um pequeno segundo para
pensar sobre o desleixo da humanidade por não desviar suas maiores atenções para o estudo do cérebro,
essa extraordinária parte quase totalmente desconhecida do corpo humano.
Dicas da semana 191
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
11) Viaje ao menos uma vez para ver os melhores jogadores do circuito internacional. Se possível, ainda
bem jovem e não maduro no tênis, viaje para assistir aos jogos de um grand slam ou de um super nine
(super nove). Dê preferência a ver os jogos a partir da semana em que se inicia a trigésima-segunda-de-final
(sessenta e quatro jogadores) até a quarta-de-final. Durante praticamente todo esse período você poderá ver
os melhores jogadores do mundo bem de perto, pois só um ou outro jogo muito importante é transferido
para a quadra central, onde normalmente você verá os jogadores muito do alto, porque o preço dos
camarotes próximos aos atletas é extremamente caro. Quando for observar um grande jogador, páre de
acompanhar a bola por uma boa parte do tempo de jogo e dedique toda a sua atenção ao exame dos golpes
daquele atleta. Concentre-se por alguns minutos só na direita do jogador - examine os seus pés, depois os
joelhos, os quadris, o braço direito, o esquerdo, a cabeça e, finalmente, seu equilíbrio geral. Passe para
outro golpe, fazendo a mesma seqüência de exames do corpo e movimentos do tenista sob observação e vá
assim procedendo, até que tenha feito um check up completo daquele jogador. Digamos que você se
encontre assistindo a tal jogo na platéia lateral e que depois de vistos todos os movimentos desse jogador
daquela posição, encontre um jeito de ver o mesmo atleta pelas costas e refaça todos os exames dos golpes
por aquele novo ângulo. Eu fiz isso em minha juventude e posso garantir que aprendi muito com tal método
de observação. Depois disso, e principalmente a partir das oitavas-de-final, quando você terá que assistir
aos jogos na quadra central fixado em sua cadeira, escolha um conjunto de partidas para acompanhar o
desenvolvimento estratégico e tático dos jogos dos atletas durante as competições. Procure verificar quais as
maiores e menores percentagens de aplicação dos golpes básicos (direitas e esquerdas cruzadas e paralelas,
spins, slices, voleios e curtas) e em que momentos estratégicos tais golpes são mais usados. Ex.: os
adversários cruzam muito as bolas, evitando mudar a sua direção num ponto muito importante para os dois
atletas.
12) Aproveite a ocasião para filmar os golpes de alguns excelentes tenistas, para que você possa revê-los no
vídeo em câmara-lenta, de modo a melhor estudar os detalhes dos movimentos sob exame.

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Dicas da semana 190
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
9) Estude inglês. Prepare-se para fazer universidade nos EUA. Se financeiramente possível, ao terminar o
segundo grau, tente primeiro o circuito profissional internacional por um ou dois anos. Caso, entretanto, não
consiga decolar como profissional de ponta no período - ou seja, ficar entre os duzentos do mundo - só pelo
fato de ter obtido alguns poucos pontos no circuito da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), você
será tremendamente bem recebido pelas melhores universidades norte-americanas. Perceba que indo por
esse caminho você estará abrindo duas portas alternativas - como acadêmico ou profissional de tênis - para
o seu futuro sucesso. Em qualquer dessas hipóteses será fundamental que tenha uma excelente base em
inglês, pois precisará do idioma para sobreviver, seja no circuito, seja na universidade. Entretanto, se você
se iniciar no exterior pelo caminho da universidade, tente o circuito profissional de tênis no período mais
longo de férias universitárias, entre os meses de junho e agosto. São inúmeros os grandes jogadores que
começaram por tal caminho (Sampras, Bjorkman, McEnroe entre muitos outros).
10) Antes de escolher um desses dois caminhos, é prioritário que trabalhe antecipadamente para terminar o
segundo grau com boas notas, pois as universidades norte-americanas exigem uma declaração do colégio no
Brasil de que você concluiu o curso com notas superiores a 50% da média geral de sua turma. Ademais, por
ser estrangeiro, você terá que passar nos testes SAT e TOEFL para freqüentar a universidade nos EUA. Por
isso, vá tentando, também, passar nesses dois testes alguns anos antes de se candidatar à ida para o exterior.
Informe-se melhor sobre tal assunto em qualquer curso de inglês na comunidade onde vive. Tenho
conhecimento preciso de que o curso de inglês Thomas Jefferson tem pessoal especializado para informar
tudo sobre tais testes. Tanto na parte acadêmica, como em seus treinamentos no tênis, procure ser um
“hardy worker” (pessoa que trabalha pesado - o chamado CDF no Brasil), porque nos EUA as boas notas e
o trabalho sério como tenista são uma exigência cujo não cumprimento ameaça a perda incondicional da
bolsa de estudos.
Dicas da semana 189
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
8) Você vai precisar de patrocínio. Não obstante este assunto não se refira a treinamento de um campeão,
ele é tão importante para orientar atletas e patrocinadores, que resolvi aproveitar o espaço para mandar esta
mensagem, como um apelo ao Governo no sentido de rever a legislação desta matéria. Quando você passar
a vencer torneios, seus resultados começarão a aparecer na mídia. Já que a prática do tênis é muito cara
mesmo para uma família de classe média alta, começará aí sua grande batalha para obter patrocínio. Antes
de mais nada, presto aqui um esclarecimento sobre a grande verdade a propósito deste assunto, afirmando
que no Brasil o patrocínio de pequenas estrelas em ascensão só é dado quando existe relação de estreita
amizade ou de parentesco do patrocinado com a entidade patrocinadora. Aproveito o gancho para registrar o
que está acontecendo com o patrocínio aos atletas em ascensão no País, tentando com isso ajudá-los nessa
árdua tarefa de conseguirem apoio financeiro. As empresas se recusam a patrocinar os atletas, porque a
mídia em geral suprime da roupa dos atletas as logomarcas com a propaganda das entidades patrocinadoras,
deixando os atletas sem a menor condição de apresentarem o mínimo retorno publicitário de seus
patrocínios. Do mesmo modo, quando a mídia edita as gravações das entrevistas aos atletas, corta as partes
em que eles agradecem aos seus patrocinadores, com a alegação de que as empresas teriam que pagar aos
meios de comunicação por suas propagandas. Veja-se que é muito radical a maneira como está sendo vista a
relação vendedor/comprador da propaganda, instituindo para grandes e pequenos patrocínios o mesmo
tratamento, inviabilizando com isso a arrancada para o estrelato daqueles atletas que precisariam de um
pequeno reforço financeiro para ajudar no custo geral de suas despesas. O Guga, por exemplo, sem o apoio
financeiro da avó para deslanchar, não teria chegado lá. Todos os brasileiros conhecem inúmeros casos de
atletas brilhantes que não conseguiram aparecer, porque não tinham dinheiro suficiente para ficar no
mínimo um ano no circuito profissional internacional, um tempo que começaria a dar experiência ao atleta
para se firmar no espaço e garantir seu sustento mínimo para permanecer no circuito. Aproveito o espaço,
portanto, para deixar registrada minha severa crítica à visão sem horizontes do sistema de patrocínio no
Brasil. Mas aponto inicialmente que tal falha não é das empresas patrocinadoras, e sim da maneira como
essa matéria é regida pelos princípios legais, que não dão margem ao uso desses recursos em investimento
de médio a longo prazo em atletas em ascensão. A abordagem legal do sistema de patrocínio tem tão pouca

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abertura que se pode dar como exemplo a distorção do princípio de patrocínio (entre parêntesis, ajuda) ao
esporte, citando o próprio caso do Guga em seu estágio atual, que já ganhou tanto dinheiro que não precisa
mais de patrocínio e sim as empresas é que precisam do nome dele para que o público preste atenção às
suas propagandas. Vai aqui meu apelo para que se altere alguma coisa na legislação de ajuda financeira ao
esporte, de tal modo que uma verba na faixa de um terço do dinheiro que estaria sendo dado como
patrocínio ao Guga pudesse ser distribuído proporcionalmente aos cento e cinqüenta melhores tenistas
brasileiros, do juvenil ao adulto, e tenho certeza de que ao final desta década poderíamos estar igualando
nossa performance à dos argentinos, conseguindo entrar com um número razoável de tenistas no seleto
grupo dos Top 100. O Brasil praticamente não investe em nenhum setor de atividade; ele apenas copia a
tecnologia internacional de ponta que aparece e às vezes desenvolve um pouco mais alguns produtos. Mas
há que se arranjar um meio jurídico de abrir um espaço para atrair as empresas à publicidade voltada para o
investimento de novos talentos do esporte. Quando o Guga acabar, terá também acabado o tênis brasileiro?
Será que o Guga terá sido o nosso feito isolado no tênis masculino, a exemplo do mesmo caso único que foi
Maria Ester Bueno?
Dicas da semana 188
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
7) Entrar em torneios é outra tarefa extremamente importante para o sucesso de um futuro campeão.
Costumo dizer que tênis tem algumas das características de um jogo de xadrez sem xeque-mate, pois você
pode executar um golpe incrível e assim mesmo o adversário é capaz de alcançar a bola e devolvê-la com
outro golpe ainda mais fantástico. Por isso, além da diversidade de golpes e da mudança de adversários nos
jogos, você tem, a cada diferente dia, alterações em seu próprio comportamento e também no do adversário,
além dos inúmeros fatos diferentes que podem mudar o destino de um jogo. Normalmente é insuficiente
para o candidato a campeão o número de torneios da localidade em que vive. Para suprir tal deficiência,
sempre que tiver um torneio, inscreva-se em duas classes. Por exemplo, se você ainda for um atleta juvenil,
inscreva-se na sua categoria de idade e numa 1ª ou 2ª classe que seja compatível com seu jogo. Ou então
inscreva-se em duas classes, se não for mais juvenil. Procure também fazer uma programação de viagens
fora de sua cidade, para acostumar-se a enfrentar também os ambientes diferentes em termos de platéia e de
clima. Por exemplo, quem joga em Brasília acostuma-se com o peso leve da bola numa altitude acima de
mil metros e quando vai para locais com altitude zero sente muita diferença, não conseguindo lançar a bola
no fundo da quadra. Entretanto, não é conveniente manter os atletas muito jovens em constantes viagens,
com o objetivo de obterem boa pontuação no circuito nacional, pois nessa fase a maior prioridade deve ser
dada ao treinamento orientado, com vistas ao amadurecimento e ao aprimoramento dos golpes e do jogo do
atleta. Todavia, quando não tiver mais adversários à sua altura na comunidade em que vive, viajar passa a
ser a maior prioridade, desde que seu jogo não tenha mais qualquer defeito.
Dicas da semana 187
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
6) Bata parede. Bata muita parede. Já disse isso em Dicas passadas, mas enfatizo aqui no espaço
“Treinamento de um campeão”, porque você tem que ser diferente, trabalhar mais que os outros para ser um
campeão, e serão poucos os parceiros que agüentarão o seu ritmo ou estarão sempre disponíveis para treinar
tanto com você. Treine um mínimo de trezentos saques por dia na parede, pois é ali que você economizará
tempo para executar uma quantidade tão grande de serviços. Porque você não conseguirá diariamente
efetuar esses trezentos saques, num dia que tenha mais folga bata seiscentos a oitocentos saques,
executando séries de cinqüenta a cem saques consecutivos, com intervalos de três a cinco minutos de
descanso. De tanto repetir o movimento de saque, você perceberá que ele ficará “macio como um
macarrão” (ou spagetti like, como costumam dizer os norte-americanos). Na parede você também pode
treinar exaustiva e repetitivamente todos os movimentos do tênis, exercitando os músculos do braço que
segura a raquete de modo a capacitá-los a resistir aos maiores esforços. Fique a cerca de três metros da
parede e treine voleios em intervalos, até que seu braço não agüente mais. Coloque-se distante da parede e
treine os golpes de fundo de quadra, em intervalos, até esgotar sua resistência muscular. Registro aqui que,
em minha juventude, quase que diariamente eu ia para a parede com cerca de dez bolas usadas e estourava
todas após cerca de duas horas de treinamento.

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DICAS DE TÊNIS
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Dicas da semana 186
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
5) Jogue sets diariamente. Do mesmo modo que você faz a série de drils (exercícios repetitivos dos golpes)
com o objetivo de não errar durante um jogo, é necessário que você treine também jogar sets. Para que
possa atuar dentro de sua melhor performance, procure jogar solto, sem pensar que precisa acertar as bolas,
pois é desta maneira que você se comporta nos drils, jogando com o subconsciente (o cerebelo). Não há
tempo para raciocinar antes de efetuar um golpe, pois a bola é muito rápida. Há que se usar o comando
cerebral armazenado no subconsciente, que lhe dá condições de resolver instantaneamente um problema na
base do instinto. O raciocínio será usado durante o jogo para decidir, mudar ou manter a estratégia para
vencer o adversário. Faça três sets adotando características diferentes de jogo. No primeiro, assuma o
comportamento de um jogador do estilo saque/rede e devolução de saque/rede. No segundo set vire o maior
devolvedor de bola do mundo, plantando-se no fundo da quadra e tentando vencer o adversário com essa
tática. Para tanto, dê preferência a arranjar um oponente conhecido como o melhor passador de bola da
área. E no terceiro set jogue normalmente, atacando quando deve e devolvendo quando for preciso. Com
isso você estará treinando assumir qualquer uma dessas estratégias no meio de um jogo, quando a situação
lhe sugerir alguma mudança de tática para vencer o adversário.
Dicas da semana 185
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
4) O Circuit Training é mais um importante exercício de preparação física. Estabeleça um local da quadra
para fazer uma série de 30 agachamentos, intercalando aberturas de pernas imaginando situações de bolas a
serem rebatidas muito próximas do chão. Depois disso dê umas duas voltas na quadra e páre novamente
naquele mesmo lugar da quadra para fazer 30 flexões. Repita, a seguir, as duas voltas na quadra. Na terceira
parada no local estabelecido faça um “treino sombra”, até o limite de seu esgotamento físico. No “treino
sombra” você se “imagina” jogando um ponto bastante disputado, com bolas que lhe exigem a todo o tempo
os maiores esforços. Por exemplo, você corre para bater uma bola distante, à sua direita. Em seguida,
simulando uma situação de contrapé, volte para alcançar uma bola repetida em sua direita. Corra logo
depois para a frente, para pegar uma bola curta do adversário à sua esquerda. Pule para o lado, em seguida,
para bater um voleio de direita. Salte para efetuar um smash, imaginando que estará interceptando um lob
do adversário. E assim por diante, você vai criando situações que lhe façam chegar à completa exaustão.
Em seguida, para recuperar o fôlego, dê três voltas lentas na quadra. Dê mais cerca de seis voltas na quadra,
com tiros de trinta metros, intercalados por corrida lenta para recuperar o fôlego. Terminado este último
exercício, recomece a seqüência do Circuit Training, até completar o tempo mínimo de 30 minutos.
Dicas da semana 184
Continuação das Dicas sobre o assunto “Como deve treinar um campeão”.
3) Há dois tipos distintos de preparação física para o tenista.
3.1) O primeiro deve ser efetuado com a ajuda de um preparador físico, baseando-se nos principais esforços
que o jogador faz durante um jogo. Por exemplo, as arrancadas para a corrida lateral e para a frente são os
maiores e mais repetidos esforços feitos pelo tenista durante o jogo. Lembrar que, com exceção das pernas,
o resto do corpo deve ser leve e com musculatura longilínea, para que o jogador tenha muita flexibilidade e
possa movimentar-se com bastante velocidade. Não descuidar da musculatura da barriga, pois ela é a
grande base para o equilíbrio muscular de todo o corpo.
3.2) O segundo tipo de preparação física é obtido dentro da própria quadra, através de drils com um
carrinho cheio de bolas, em que o lançador de bolas procura levar o atleta à exaustão, fazendo-o correr para
os lados e para a frente (com bolas curtas), dando-lhe lob em seguida, para que ele efetue um smash
saltando e ao mesmo tempo volte para o fundo da quadra, repetindo esses movimentos até que o atleta
alcance seu limite de exaustão. É o chamado treinamento anaeróbico, no qual o grande esforço físico leva o
atleta ao seu limite de batimentos cardíacos e a recuperar o fôlego somente após o fim desse rali. Outro bom
exercício na quadra é fazer o atleta volear (ou golpear bolas de fundo), correndo para um lado e outro da
quadra, contando um total mínimo de 21 bolas, até que ele chegue à exaustão, repetindo tais exercícios
umas três a quatro vezes.

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Dicas da semana 183
Inicio nesta semana uma seqüência de Dicas enfocando o assunto “Como deve treinar um campeão”.
1) Em primeiro lugar destaco como importância principal a necessidade de o treinador e o aluno estudarem
com grande afinco meu livro “Top Tennis” e as “Dicas” que publico semanalmente neste espaço. O livro e
as “Dicas” enfocam os principais assuntos abordados pela bibliografia internacional, adicionados aos meus
estudos e prática durante 46 anos de convivência com o tênis. Estudar tênis significa sedimentar seus
conhecimentos teóricos, levando-o a aperfeiçoar mais e mais cada detalhe de seus golpes e táticas de jogo.
2) No meu livro há um capítulo que aborda o assunto “Treinamento de um Campeão”, sugerindo o
“Treinamento em Série”, evidenciando a incontestável importância de se treinar diariamente todos os
golpes que se necessita efetuar durante um jogo, principalmente aqueles que são pouco efetuados durante
um jogo (por exemplo, uma curta, um lob com topspin, um winner do meio da quadra etc.). Enfim, não é
possível deixar ao encargo da criatividade do aluno acertar durante um jogo uma bola de finalização de
ponto que ele nunca tenha treinado em série. É muito comum ouvir-se um atleta dizer que perdeu um set
porque errou uma bola fácil do meio da quadra. Ela necessariamente não é uma bola fácil (veja no meu
livro o assunto “Velocidade é igual a espaço sobre tempo”), pois tem que ser muito bem treinada, porque é
uma bola completamente diferente das que se está acostumado a bater constantemente do fundo da quadra.
Dicas da semana 182
As Dicas de hoje continuam abordando o assunto conhecido no jargão popular do tênis como target area
(área meta), o local que se deve colocar a bola em cada tipo de golpe do tênis.
1) A target area para um voleio de perto da rede, em crosscourt (voleio cruzado, efetuado pelo jogador
colocado a cerca de um metro e meio de distância da rede) é a região próxima das duas linhas laterais que
delimitam as áreas de saque da quadra adversária. Em outras palavras, num voleio de forehand a bola
deverá cair dentro daquele local, bem cruzada, à direita do adversário e se voleada de backhand, a bola
deverá ser colocada dentro do local de saque da quadra adversária, à esquerda do oponente. Com esse tipo
de voleio dirigido para as grades laterais da quadra adversária o oponente não terá condições de defesa.
2) Num voleio distante da rede, de dentro do no man’s land (mata-burro), a sua área meta é a faixa de um
metro do fundo da quadra adversária. Esta é também a target area para o “barte-pronto” e o lob.
3) O smash é uma bola tão arrasadora que sua target area é qualquer local da quadra aonde o adversário não
esteja.
4) A área meta para as bolas curtas são os pontos no espaço de até dois metros de distância da rede. Para
cumprir tal meta, é importante observar que o segundo quique da bola, caso o adversário não venha a
alcançá-la, deve se dar também dentro do “T” da quadra adversária. As curtas devem ser cruzadas, para que
as bolas não sejam jogadas na direção em que se encontra o adversário.
Dicas da semana 181
As Dicas de hoje abordam o assunto conhecido no jargão popular do tênis como “target area” (área meta).
Ou seja, trata-se do local que se deve colocar a bola em cada tipo de golpe do tênis. Estamos falando,
naturalmente, de um nível de tênis para jogadores “top”.
1) Para o “forehand” e o “backhand” a “target area” é a faixa de um metro do fundo da quadra adversária.
Respeitado este princípio, você consegue manter o adversário acuado no fundo da quadra, impossibilitado
de atacá-lo.
2) A área meta para saque são cinco locais dentro de cada lado dos retângulos de serviço da quadra
adversária. As duas primeiras áreas são as correspondentes ao espaço próximo da metade das linhas
demarcatórias das duas laterais das regiões de saque da quadra adversária. O saque nesses locais favorece o
“ace” sobre o oponente. Os outros quatro locais são os em que se coloca a bola em cima do adversário, na
sua direita e na esquerda, nas duas regiões de saque da quadra oposta, e os últimos locais são as bolas
sacadas nos quatro ângulos dos retângulos de saque da quadra adversária. Essa variação no direcionamento
da bola e mais as constantes alterações no efeito aplicado sobre ela, além de um outro importante detalhe,
chamado em inglês de “to disguise the opponent” (enganar o adversário) é que dão ao tenista a

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característica de um exímio sacador. Enganar o adversário significa, por exemplo, deixar evidente que irá
sacar em sua direita, mas você se programou para mudar para saque na esquerda do oponente no meio do
golpe.
Dicas da semana 180
As Dicas de hoje abordam o problema de um erro muito comum entre os jogadores na execução do voleio,
principalmente no de esquerda. Antes de mais nada, vou ilustrar o assunto com uma história verídica que
aconteceu comigo em Anápolis (GO). Fui convidado para jogar uma dupla na chácara de um certo amigo.
A irmã dele estava do outro lado da quadra, esquentando para ser minha adversária no jogo. No bate-bola
de fundo de quadra percebi que se tratava de uma tenista que poderia trocar bola comigo em ritmo de alta
velocidade. E fizemos um agradável aquecimento de fundo de quadra. Em seguida, fui para a rede e
também aqueci o meu voleio. Voltei para o fundo e ela achegou-se à rede para os voleios. Inicialmente eu
mantive a grande velocidade que vinha imprimindo sobre a bola, crendo que a moça iria manter na rede a
mesma performance apresentada no fundo. Ela estava treinada para volear sempre com o corpo totalmente
de lado. Como era destra, queria botar sempre o bico do sapato do pé esquerdo apontado para o seu próprio
lado direito nos voleios de direita e nos voleios de esquerda botava o pé direito apontado para sua própria
esquerda. E como minha bola estava muito rápida para o que ela estava acostumada, para compensar a falta
de tempo ela pulava para os lados que nem uma perereca, e ainda cometia o erro de tentar volear com
empunhaduras de fundo de quadra. Depois de uns cinco voleios, parei para conversarmos, ao perceber que
ela estava fazendo tudo errado. "- Fulana, você não percebe que não está dando tempo para fazer o jogo de
pés? E mesmo que você o conseguisse, ficaria sem força para golpear a bola! Como é que você empurra
algo pesado, por exemplo, um piano? Com o corpo de frente ou de lado para o objeto? É lógico que de
frente. Então, não vire de lado para volear, porque estará anatomicamente sem forças para golpear a bola.
Qualquer um de seus pés, tanto nos voleios de direita, como nos de esquerda, deve projetar-se para a frente,
imediatamente após golpeada a bola, para ajudar a impulsioná-la com o apoio do deslocamento do corpo
para a frente. Imediatamente após parar com os pulos, a moça já verificou o lucro da mudança. Do mesmo
jeito que não há tempo para o jogo de pés na rede, também não dá para fazer mudanças de empunhadura.
Além disso, é preciso que a empunhadura seja única (Continental de direita) para que as cordas da raquete
fiquem ligeiramente inclinadas para o alto, em posição de aparar as bolas nos voleios abaixo de sua cintura.
Dicas da semana 179
Há muitos anos atrás, com apenas 16 anos de idade, o atual Capitão da Equipe de Tênis do Brasil na Copa
Davis, Ricardo Acioly, fez parte da equipe que defendia a Academia de Tênis de Brasília no Campeonato
Brasileiro de Clubes Campeões. Eu acumulava as funções de jogador e Capitão da mesma equipe. Nosso
próximo jogo seria contra São Paulo e Acioly teria que enfrentar um profissional de altíssimo nível.
Todavia, Acioly era um garoto prodígio muito talentoso, uma característica que nos fazia crer que nada era
impossível para ele, que naquela situação surgia como o verdadeiro azarão. Eu sabia que o favoritismo do
adversário poderia fazer o Ricardo jogar mais solto e até ganhar o jogo. Mas eu tinha certeza de que iria
acontecer com ele o que pensa todo atleta não favorito, quando se vê com um match point a favor. Parece
que ele acorda de seu estado letárgico de estar jogando uma barbaridade contra um adversário
absolutamente favorito e pensa: "- Ai, meu Deus, não é que eu estou quase ganhando? É só mais este
pontinho! Eu não posso errar!" E aí acaba o jogo para ele, porque esse pensamento causa o bloqueio de sua
musculatura, caindo vertiginosamente o seu nível de jogo logo no momento em que o adversário está
tentando o melhor que pode para se recuperar daquela situação difícil. Normalmente os jogadores maduros
se precavêem contra os livre atiradores, aguardando a hora de eles fecharem o jogo, quando normalmente
caem na realidade e desmoronam do tal estado letárgico. Pacientemente, os macacos velhos vão tentando
manter o placar sem grandes diferenças a favor dos free lancers, para que possam virar o jogo a partir de um
momento decisivo. Foram as seguintes as informações que antecipei para o Ricardo, preparando-o para
ganhar o jogo. "- Em primeiro lugar, você tem que jogar uma barbaridade, porque o cara é um profissional
do mais alto nível e se você não fizer isso, ele vai te fulminar. Se jogar muito, você pode ganhar dele. Mas
eu preciso te preparar para a hora do match point. Nesse instante você só vai ter uma chance contra esse
cara. Meta na cabeça que você tem que jogar mais ainda do que estava jogando, porque ele vai estar feito
uma fera para não deixar você fechar o jogo. E se você perder essa única chance, o jogo acaba para você,
porque aí ele vira o jogo e você não vai mais se recuperar." E tudo aconteceu exatamente como eu havia
previsto na conversa antes do jogo com o Ricardo. Ele chegou ao match point, só que sacando com 40x15,
um duplo match point. Não resistiu à pressão no primeiro match point. Olhou para mim e lembrou que tinha

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pensado negativamente, ao contrário do que eu lhe havia indicado. Mas a sorte o havia favorecido com uma
segunda chance. Aí ele assumiu aquela figura de quem tinha que se transformar num leão para fechar o
jogo, e isso de fato aconteceu. Lembre-se, portanto, que você só tem uma chance no match point para
vencer um favorito e nessa hora você precisa jogar mais do que já vinha fazendo para vencê-lo, pois é assim
que tal adversário está se comportando para tentar quebrar o ritmo de jogo que você vinha imprimindo até o
último ponto antes do match point.
Dicas da semana 178
Meu caro Argemiro. Suas perguntas sobre a melhor idade para se iniciar no tênis e quais as formas corretas
de estimular as crianças são bastante pertinentes e por isso resolvi transformá-las em Dicas. Quanto à
melhor idade, o problema todo está em que tipo de orientação você irá dar à criança, dependendo de sua
idade. Por exemplo, se você resolver iniciar uma criança com dois anos de idade, deve fazê-lo em forma de
brincadeira, deixando que ela pegue a raquete o tempo todo com as duas mãos e tendo como prioridade
única fazê-la aprender a dominar o ponto de encontro da raquete com bola em movimento. Você pode
brincar com ela todos os dias, mas não ultrapasse o tempo de 15 minutos, para que ela tenha sempre
vontade de voltar no outro dia. Deixe que ela saia da quadra pedindo para jogar mais. Essa tarefa renderá à
criança os benefícios de uma excelente coordenação no futuro. Caso entretanto, resolva iniciar uma criança
com idade acima de cinco anos, você já pode acelerar a quantidade de informações que ela precisa receber
e passar mais tempo com ela em quadra. Uma criança pode, portanto, iniciar-se no tênis com a idade mais
tenra possível, para que lhe seja facilitada a árdua tarefa de se transformar numa grande estrela do esporte.
O Rafter é um caso à parte de jogador que se iniciou aos 16 anos e ainda conseguiu alcançar o topo do tênis
internacional, mas é claro que foi enorme seu esforço para chegar lá ainda em idade adequada. Quanto à
pergunta sobre como estimular uma criança, cabe registrar, inicialmente, que ela precisa sentir que está
jogando porque deseja, e não porque um pai a esteja forçando a se transformar no grande tenista que ele não
foi. Em segundo lugar, é sumamente importante dividir a aula em duas partes, centrando-se a primeira nos
exercícios repetitivos, voltados para o desenvolvimento da técnica e a segunda parte em brincadeiras
competitivas que estimulam a criança a permanecer no esporte. As aulas em grupos de quatro a seis
crianças de até oito anos são decisivamente estimulantes, pois elas criam uma amizade que vai sendo
cultivada durante as aulas. Lembro, finalmente, que as crianças precisam sentir que o ambiente é agradável,
onde brincam e conversam enquanto treinam os movimentos repetitivos, exigindo-se sua atenção para o
professor apenas nos momentos em que ele deseja falar.
Dicas da semana 177
Como ficou explicado nas Dicas da semana passada, a empunhadura "Two-handed grip" não permite levar-
se a raquete muito para trás na execução do "backswing" (todo o movimento antes de bater a bola). Por isso,
essa menor alavancagem passa a exigir que o jogador bata a bola, de preferência, sempre na subida, a fim
de que possa imprimir força ao golpe. Fica evidente, portanto, que é possível contornar a dificuldade de
levar a raquete para trás, mas é imprescindível efetuar um "follow-through" (seguimento do golpe depois de
batida a bola) bastante acentuado, a fim de que o giro do tronco dê mais flexibilidade ao movimento do
corpo. Para isso, é necessário dobrar ambos os cotovelos no final da batida, fazendo as mãos quase tocarem
o ombro direito. O peso do corpo, no momento da batida, precisa estar totalmente recaído sobre o pé
direito, cujo bico do sapato deverá apontador para o local de impacto raquete-bola. Opcionalmente, você
poderá golpear a bola, ao tempo em que passará o pé de trás para a frente. Poderá até mesmo fazer isto
saltando, caso deseje imprimir muita força ao golpe. Todas estas informações servem também para tal
golpe, efetuado de "forehand", bastando acrescentar-se pequenas adaptações, de modo que a empunhadura
seja a "Eastern" de direita. A mão esquerda efetua uma empunhadura "Continental" de "backhand". As
mãos ficam próximas e juntas, mas é a direita que segura a parte inferior do cabo da raquete.
Dicas da semana 176
Abro hoje um espaço para falar sobre os fundamentos do golpe de "backhand" dos chamados jogadores
"Two-handed grips" (tenistas que efetuam um drive com as duas mãos). Para facilitar a explicação,
admitamos que nosso jogador é destro, usando a mão esquerda apenas como apoio. Ao canhoto bastará,
naturalmente, adaptar as explicações ao seu caso, isto é, onde estiver escrito mão direita, mude-se para mão
esquerda, e vice-versa. A empunhadura é obtida adotando-se um "grip" "Continental" de "backhand" para a
mão direita. A mão esquerda efetua uma empunhadura "Eastern" de "forehand". As mãos ficam próximas e

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DICAS DE TÊNIS
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juntas. Pelo fato de estar empunhando a raquete com as duas mãos, é necessário que o jogador fique mais
próximo da bola do que no caso da empunhadura com uma só mão. Esse tipo de "grip" não permite levar-se
a raquete muito para trás e com isso a alavancagem do "backswing" (todo o movimento antes de bater a
bola) fica mais curta do que a dos jogadores que batem com apenas uma das mãos. Todavia, tal
empunhadura compensa essa dificuldade através da potência no golpe obtida pela conjugação da força de
ambos os braços. Obs.: Este assunto continua nas Dicas da próxima semana.
Dicas da semana 175
Você já sentiu aquela fisgadinha no joelho por ocasião de um esforço maior durante um jogo? Vou lhe
passar um exercício que tanto pode ser efetuado como medida preventiva, como praticado logo que aquela
dorzinha venha a ocorrer, resolvendo imediatamente o problema. Deixe no ar o pé oposto ao da dor no
joelho, ficando com todo o peso do corpo apoiado sobre o joelho levemente contundido. Segure numa
parede e comece a flexionar o joelho em cerca de vinte centímetros, umas vinte vezes. Você terá reforçado
e aquecido a musculatura daquela perna, que não será tão exigida no jogo, porque o esforço para carregar o
peso de seu corpo estará dividido pelas duas pernas. Aproveito o gancho para alertar os jovens tenistas
sobre o perigo de buscarem aumento de massa muscular através de exercícios de musculação. A
musculatura que mais deve ser trabalhada para o tênis é a das pernas, pois velocidade e resistência são os
dois itens mais importantes entre os jogadores de nível top. O Guga tem um físico privilegiado, porque é
alto, tem uma ossatura leve e, por isso, não precisa de muita massa muscular para carregar o seu peso.
Quando ainda no Brasil, o Ronaldinho do futebol tinha um peso compatível com a capacidade de seus
joelhos suportarem sua movimentação. Ele se quebrou porque tentaram fazer dele um super-atleta,
aumentando-lhe a carga muscular, mas seus joelhos não agüentaram aquela sobrecarga.
Dicas da semana 174
Caro Ronald Thielman. Além de você, inúmeras pessoas me perguntam se é correto fazer aquela quebrada
de pulso no final de um golpe de forehand e eu respondo que sim. Quando você bate um backhand, o ombro
do braço que empunha a raquete encontra-se à frente de seu corpo, e por isso, com uma pequena rotação de
tronco, a alavancagem da raquete nesse golpe é fluida e ampla. Já num forehand o ombro do braço que
segura a raquete fica atrás do corpo no início do golpe e com isso, mesmo que sendo feita a rotação de
tronco e a movimentação da raquete no ato de bater a bola, a alavancagem da raquete não é tão ampla
quanto no caso do backhand. Assim, procura-se efetuar uma compensação, movimentando-se o pulso após o
impacto raquete-bola e terminando com o braço encolhido de tal modo que a ponta da raquete alcance a
maior velocidade possível.
Dicas da semana 173
Meu caro Luis Carlos Dullius. Você me manda um comentário bastante elogioso no livro de visita de meu
site, mas considera que as informações do livro sobre preparação física foram muito superficiais. Informo-
lhe que essa foi a minha idéia, pois eu não queria transformar o livro num dicionário que acabaria
desmotivando até os mais interessados para uma cansativa leitura de mil páginas. Estou certo de que você
encontrará orientação sobre preparação física direcionada para o tênis em qualquer boa academia de
ginástica ou com um personal trainer. O máximo que lhe posso acrescentar é que faça os exercícios
chamados "treinos sombra", nos termos que vão explicados a seguir. Cronometre o limite de sua resistência
para a disputa de um ponto totalmente imaginado por você. Não precisa de adversário. Imagine-se jogando
um ponto em que você corra desesperadamente para todos os lados, leve contrapés, saia correndo como um
louco para buscar uma curta, volte imaginando que levou um lob, corra novamente para a rede para pegar
outra curta, voleie, leve contrapé em voleio, salte correndo para trás, imaginando que estará efetuando um
smash, etc. Veja se consegue agüentar em torno dos 40 segundos e terá feito um bom exercício. O mesmo
exercício pode ser feito com bolas, ajudado por lançamentos de um amigo. Outros exercícios com bolas
são: a) 21 ou 25 bolas alternadas na direita e na esquerda, de fundo de quadra; b) o mesmo exercício dando
contrapés em você; c) 21 bolas alternadas em voleios de esquerda e direita.
Dicas da semana 172
As Dicas de hoje tratam do assunto "Como acabar virando um jogador neurótico". Infelizmente, a grande
culpa de os atletas se transformarem em mal educados, garfadores, histéricos e quebradores de raquetes é,

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DICAS DE TÊNIS
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eminentemente, dos professores. Ninguém começa no tênis com esses defeitos já bem adiantados. Após se
iniciar nas competições, começa a aflorar o comportamento explosivo do atleta, e é a partir daí que a
presença do professor, chamando-lhe a atenção desde sua primeira manifestação irritada, tenderá a moldar o
caráter do tenista dentro de um padrão normal. Todos nós temos uma tendência à irritação, quando
perdemos um ponto e se não nos formos controlando, chegaremos às raias do limite do descontrole, aos
gritos, palavrões etc., e cada vez mais não vamos conseguindo nos controlar. Portanto, a única maneira de
contornar tal problema é não deixar que ele vire hábito, cortando o mal pela raiz. O alerta vermelho para tal
tipo de comportamento está no fato de que os jogadores com estas características, ao perderem seu controle
emocional, ficam praticamente impossibilitados de se recuperarem num escore desfavorável. Eles só vêem
revertida essa situação se o adversário também se descontrolar para fechar o jogo.
Dicas da semana 171
O split step é aquele salto para a frente, caindo com os dois pés ao mesmo tempo no chão, usado
principalmente para a devolução de saque e para os voleios de aproach (aproximação da rede). No caso da
devolução de saque, para quem tem dificuldade de efetuar o split step da maneira acima descrita, há uma
alternativa muito boa, que é ir andando para a frente com passos bastante miúdos até o momento de golpear
a bola, pois o que se pretende evitar com o split step nesse caso e cair com o peso do corpo para trás quando
a bola vier para cima do devolvedor do saque. Portanto, se você estiver se deslocando para a frente, jamais
ocorrerá de cair para trás. Do mesmo modo, você pode usar como alternativa ao split step no voleio de
aproximação uma brusca desaceleração dos pés em sua corrida para a rede, pois o objetivo do split step
neste caso é permitir que você pule para os lados numa tentativa do adversário de passá-lo na rede e se você
frear bruscamente, terá o mesmo sucesso do split step.
Dicas da semana 170
Meu caro filho Luis Felipe. Como sei que é um acompanhante assíduo de minhas Dicas, faço-lhe uma
surpresa, respondendo sua pergunta neste espaço. Nas páginas 86 e 87 de meu livro ensino aos tenistas
"Como atacar com um drive de costas, após ter recebido um lob." Naquele espaço descrevo como efetuar
tal golpe tanto de forehand, como de backhand. E aí você me pergunta se não é melhor bater tal bola por
baixo das pernas, como faz sistematicamente o Magnus Norman ou, de vez em quando, o Agassi e outros
jogadores. Há um pequeno detalhe que dá grande vantagem a quem golpeia tal bola pelos lados. Quem bate
por baixo das pernas tem que chegar na bola e frear, parando com os dois pés paralelos à rede, enquanto
quem bate pelos lados não precisa frear - ganhando uma fração de segundo que poderá ser a diferença entre
o fracasso e o sucesso no seu golpe - e lhe basta golpear a bola com empunhadura de backhand, se for bater
de direita e de forehand, se bater de esquerda, isto porque a bola passou de você, estando atrás de seu corpo,
em relação à rede. Além disso, no golpe por baixo das pernas você não terá tanta confiança na direção que
desejará dar à bola, quanto se optar pelo golpe pelos lados. Outra grande vantagem de bater tal bola pelos
lados é que você também pode atacar o adversário com um lob, alternativa que é praticamente impossível
ou insegura no caso de você escolher a opção por baixo das pernas.
Dicas da semana 169
Tenho percebido um erro muito comum, principalmente entre os jogadores de níveis iniciante a médio, que
se refere à maneira como se aproximam de uma bola encurtada pelo adversário e acabam por chegar
atrasados na bola, por darem prioridade a bater com o correto movimento de pés (isto é, se numa direita, o
jogador destro golpearia a bola com o pé esquerdo na frente, e se na esquerda, ele bateria com o pé direito
na frente). A grande importância que se deve dar nesse caso é no sentido de alcançar a bola, e para isso a
prioridade a observar é bater a bola com qualquer pé na frente. Este é um erro muito comum naquela
situação em que o adversário joga para você uma bola encurtada no meio da quadra, sem força, com
bastante "slice", fazendo a bola frear. E por ainda não estar bastante familiarizado com o fato de que essa
bola com "slice" tende a frear, você acaba ficando longe do local mais apropriado para efetuar o contato
raquete-bola, porque não deu mais um passo à frente para conseguir se localizar na posição devidamente
adequada para bater tal bola.

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DICAS DE TÊNIS
Lício Grangeiro
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Dicas da semana 168
Condicione-se a usar seus erros como referências para correções futuras. Erros simultâneos levam-no a
perder a confiança e conduzem-no à irritação. Faça um "check up" sobre seu jogo, procurando descobrir que
correções terá de efetuar para acertar os golpes com elevado índice de aproveitamento. Procure verificar se
seus erros têm um comportamento estatístico. Por exemplo, se grande parte dos erros de saque vierem
ocorrerendo por você estar jogado a bola na rede, sua correção é muito fácil nesse caso, bastando que
procure bater mais por baixo da bola. Caso, entretanto, esteja jogando a maioria dos saque fora do retângulo
de saque, aí então você deverá procurar bater mais por cima da bola. Portanto, jamais deixe de pensar
positivamente, tendo como certo que voltará a ter uma boa performance nos golpes que estejam
momentaneamente falhando. Assim, da próxima vez que cometer um erro, não se deixe ficar zangado
consigo mesmo. Explosões emocionais somente interrompem o processo de aprendizagem. Elas provocam
um curto circuito em seu computador e retardam-lhe o retorno ao estado normal de raciocínio. Melhore seu
tênis batendo um milhão de bolas. Avalie seu progresso pelo número de bolas que você bate e não pelo
número de "games" que você ganhou, caso pretenda alcançar um estágio razoavelmente elevado no tênis.
Dicas da semana 167
As Dicas de hoje falam do termo "no-man’s land", ou "mata-burro", como é conhecido em português. Em
linguagem militar, "no-man’s land" é aquela faixa de terra mortal, entre dois exércitos em litígio, onde
homem nenhum deve entrar. No tênis "no-man’s land" é a parte da quadra na qual você se encontrará mais
vulnerável para o ataque adversário. Essa área tipicamente se estende da frente da linha de fundo até a linha
de serviço. Se você é apanhado dentro de tal zona de perigo, seu oponente pode jogar bolas em seu pé,
obrigá-lo a um voleio de fundo, ou atacá-lo com golpes cruzados difíceis ou impossíveis de você se
defender. Não é fácil atacar ou defender-se, estando no "no-man’s land", entretanto, é possível ganhar
muitos pontos aprendendo o que fazer quando você (ou seu adversário) se encontrar circunstancialmente
nessa área. Safe-se no trânsito pelo "no-man’s land", adotando o princípio do "split-step", que significa dar
um pulo curto para a frente com as duas pontas dos pés, imediatamente antes de o adversário golpear a bola,
não importando aonde você se encontre. É o que se chama no jargão popular do esporte de "quicar na
quadra". Isto fará com que você se torne mais rápido, mantendo-se em condições de ter na arrancada aquela
mesma explosão no "start" obtida pelo corredor de cem metros rasos. Se perceber que a bola adversária irá
cair no "no-man’s land", vá para a frente e tente voleá-la daquele lugar, porque isso é melhor do que adotar
uma jogada menos ofensiva, tal como um "half-volley" (bate-pronto), pois você terá que ser um verdadeiro
"mestre" para executar, do "mata-burro", um "bate-pronto" eficiente. Treine muito o "half-volley" e o
voleio executados do "no-man’s land", porque inevitavelmente ocorrerão situações em que você será
forçado a jogar desse local e a partida pode ir a se definir com um desses golpes. O mais importante para o
sucesso no voleio do "no-man’s land" é você bater com força controlada meio por baixo da bola, com uma
alavancagem curta, de tal modo que consiga atacar o adversário com tal golpe, mas apare a bola que lhe
chegará caindo.
Dicas da semana 166
Caros Fabio Nunes Frota (Nuevo Leon - MÉXICO) e Sérgio (do Brasil, que não colocou sobrenome no e-
mail). Pela importância do assunto que abordam, resolvi responder-lhes através das Dicas desta semana.
Ambos me informam que têm bons fundamentos, mas estão carentes no que se refere à questão emocional.
A primeira observação que faço a esse respeito é quanto a sua autocrítica quando erram uma bola num
momento em que se acham perto de vencer o jogo (um "match point"; um "set point"; ou um "serving for
match" - sacando para fechar o jogo). Durante todo o jogo vocês não são, normalmente, tão autocríticos
quando erram, mas nessas situações, vocês começam a achar que erraram por causa de sua cobrança para
ganharem o "set" ou o jogo, e aí vocês incutem em sua mente a idéia de que erraram porque estavam
sentindo a pressão do momento importante. Há que se fazer mentalmente uma estatística que nos oriente
quanto à probabilidade de o próximo ponto ser nosso ou do adversário. É que num jogo duro, é difícil
fazermos três pontos seguidos. Percebendo isso é possível se ficar menos pressionado em tais situações.
Leiam também em meu livro a história do "rato" e do "leão" e vejam que, com um comportamento de
"rato" vocês jamais ganharão de um "leão". Pensem que têm que se transformar não em um, mais em dois
ou vários leões para vencerem aquele adversário ("um" leão) que se encontra desesperado e vai jogar muito,
porque sabe que se encontra "quase" perdido. Ele age como um cara que tem medo de pára-quedas, mas que

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salta de um avião em chamas, enchendo-se de coragem para pular, porque sabe que se não o fizer estará
morto junto com a explosão do avião. Quem está quase perdendo o jogo - já que não tem praticamente mais
nada a perder - tem uma atitude idêntica à do goleiro, que vira um "leão", tentando advinhar o lado para
onde o batedor do pênalti chutará a bola. Já o batedor do pênalti fica acuado que nem um "rato",
imaginando que não pode perder o pênalti, pois se errar a platéia vai vaiá-lo. É também muito importante
evitar-se bolas paralelas, cruzando todas e deixando que o adversário tente a paralela, que é uma bola mais
arriscada. Deve-se também sacar com mais "spin", procurando acertar o primeiro saque, transformando o
segundo saque numa reserva de segurança, para evitar a "dupla-falta" nessas situações. Conforme poderão
ver, o item "b" da Nota que precede as Dicas de cada semana registra que estou fazendo um trabalho sobre
"Controle Emocional". O assunto é muito vasto e complexo. Venho trabalhando arduamente sobre ele e
ainda não posso adiantar quanto tempo ainda levarei efetuando essa pesquisa.
Dicas da semana 165
As Dicas de hoje são dedicadas aos atletas que desejam juntar a seu talento aquela característica que os
deixa parecerem verdadeiros maestros do tênis. Se você pretende ser um destacado talento neste esporte a
informação que se segue é completamente vital para lhe permitir alcançar tal objetivo. Atente, portanto,
para o detalhe de que seu corpo, braços, pulsos e dedos devem estar totalmente relaxados durante a
execução dos golpes do tênis. Não pense que a raquete frouxa irá cair de sua, porque, mesmo no caso dos
voleios, no ato do impacto raquete bola, instintivamente você apertará mais a raquete na mão, para evitar
que ela caia no chão. Com isso, você conseguirá adaptar corpo, braço ou pulso a qualquer movimento
irregular da bola, mesmo que ela pule para cima de você. Siga o exemplo dos lutadores de capoeira, que
mantêm corpo e mente gingando e flutuando ao sabor da música que os embala a executarem sua dança
enquanto executam explosivos ataques aos adversários. Apenas quando ocorre o impacto com o corpo do
atacado é que se verifica a forte explosão de cada golpe.
Dicas da semana 164
As Dicas de hoje tornam público um apelo que fiz ao jornal Correio Brasiliense, através de um documento
com o título "Patrocínio em grupo, ouro em pó a ser explorado pelas empresas".
"Meu caro Cruz. Como professor e praticante do tênis há 46 anos, dirijo-me ao CB com o objetivo de expor
uma série de considerações sobre o futuro deste esporte no País. É de reconhecimento público a grande
atenção que o CB vem dedicando ao esporte em geral. Todavia, há um espaço ainda pouco aproveitado por
esse jornal, relativo à publicidade dos feitos de atletas que acenam com razoável potencial para chegarem
ao estrelato, mas que, por falta de condições financeiras, não conseguem atingir sua melhor performance.
Minha atenção volta-se para essa crítica situação, que tem deixado pela metade do caminho inúmeros
"Gugas", em face dos pesados gastos que envolvem a prática desse esporte. O Branco do Brasil está
recebendo um grande retorno publicitário com o Guga, mas este esporte não pode ficar atrelado ao
desempenho de apenas um atleta. Veja-se o exemplo negativo de Ronaldinho no futebol, que pelo fato de
estar machucado, não dará retorno publicitário à Nike nos próximos anos. Um exemplo de grande sucesso
também vindo do Banco do Brasil foi o retorno publicitário obtido com o patrocínio de toda a equipe
brasileira nas olimpíadas de Barcelona. Meu propósito é encaminhar uma idéia ao CB capaz de
revolucionar o sistema de patrocínio daqueles atletas juvenis com potencial para se destacarem no futuro.
Digamos que o CB, por exemplo, reduzisse em 50% o preço da matéria publicitária de uma empresa, desde
que ela utilizasse na propaganda o seu atleta patrocinado. Isto certamente viria atrair o interesse das
empresas para o patrocínio desses atletas juvenis. Não sei se esse seria o percentual adequado, mas estou
certo de que o CB saberá encontrar o ponto de equilíbrio negocial para atrair as empresas para esse tipo de
propaganda em seu jornal. Paralelamente a essa nova postura, o CB precisaria dar maior divulgação aos
eventos tenísticos da Cidade, pois são inúmeros os torneios que terminam sem qualquer notícia na mídia e
os patrocinados ficam sem condições de dar retorno publicitário aos patrocinadores, um fato que acaba por
inviabilizar a renovação anual dos contratos de patrocínio. Vejo o CB firmar-se cada vez mais como um
jornal de elite na comunidade dos maiores veículos de comunicação e esta cartada será certamente
definitiva para sedimentar sua posição de destaque no País. Tenho plena convicção de que, com tais
medidas, em poucos anos o perfil deste esporte iria mudar no País, já que tal inovação seria inevitavelmente
copiada pelos outros Estados da Federação. Pondero, ainda, que, não obstante meu interesse se volte
especificamente para a área do tênis, tais idéias são a ponta de lança para o desenvolvimento do esporte em
geral no País. Lembro, finalmente, o exemplo dos Estados Unidos da América do Norte, um país que abre

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as portas para os bons estudantes e atletas de todo o mundo, procurando incutir a cultura física na
mentalidade da população norte-americana, acreditando que o equilíbrio físico aumenta a performance na
atividade profissional e desvia a atenção de práticas nocivas à saúde e ao convívio social. Registro aqui,
com grande orgulho, o exemplo de meus dois filhos que estudam em universidades norte-americanas, com
bolsas obtidas através do tênis. Marco foi campeão americano de simples e dupla na sua liga. Cristiano foi
vice-campeão em outra liga, além de ter recebido nova bolsa de estudos para fazer mestrado em
matemática. Veja-se quantas oportunidades podemos oferecer a nossos jovens, caso resolvamos dar-lhes
algum apoio para alavancarem o início de suas carreiras com a ajuda do esporte. É por reconhecer o
comprometimento do CB na formação da opinião pública da Capital Federal que faço este apelo - a meu ver
caracterizado como uma idéia literalmente vencedora - que virá facilitar bastante essa árdua tarefa de
contribuir para mudar a qualidade da vida da comunidade brasileira, transformando-a numa sociedade
desenvolvida."
Dicas da semana 163
Caro Válter Sender. Você me pergunta se é possível que duas raquetes da mesma marca, peso igual,
compradas no mesmo dia, com tensão e qualidade de cordas iguais possam ser diferentes. De fato Válter,
inúmeras pessoas me têm efetuado essa pergunta e eu lhes respondo que essa é uma reclamação muito
comum entre os tenistas. Tal diferença é mais notada quando se está no meio de um jogo e quebra a corda
da raquete com a qual estamos jogando há alguns dias. No momento que trocamos de raquete, fica bem
evidenciado que estamos sentindo a diferença, em face da perda daquele controle que vínhamos tendo com
a raquete anterior. O problema se explica no fado de que as raquetes, não obstante sejam fabricadas com os
mesmos materiais, quase sempre ficam com uma diferença na flexibilidade do material entre uma fornada e
outra. Daí que a maneira de contornar esse problema é você ficar atento, no ato da compra, verificando o
número de série das raquetes, não deixando que a diferença entre um e outro número ultrapasse a casa de
milhar.
Dicas da semana 162
A maioria dos tenistas não percebe que, além de a bola quicar errado no chão por conta da não
uniformidade do piso - seja das quadras lentas, seja das quadras rápidas (neste último caso a bola quica
errado, em face da presença de pequenos detritos no chão) - a própria não uniformidade no formato da bola
é outro fator que provoca expressiva irregularidade no pulo da bola. Para confirmar tal afirmação,
experimente soltar uma bola de uma altura próxima de sua cintura e perceberá que, a cada batida da bola no
chão, ela se deslocará para um lado diferente. Preste ainda atenção ao quique da bola que você joga para
seu adversário e também perceberá como a bola desvia de seu curso natural. Por isso, num jogo duro, você
deve ter em conta que, se fizer dois pontos seguidos, é normal que a probabilidade dos acontecimentos fora
de seu controle, como quique irregular da bola ou uma boa jogada do adversário, venham a favorecer o
ganho do ponto para seu adversário. É muito importante, portanto, que você leve em conta este aspecto,
para que se prepare psicologicamente para aceitar o fato de vir a perder um ponto após ter ganho dois a três
pontos seguidos. Com isso, você não se verá pressionado quando perder um ponto nessa situação e tal erro
não lhe causará alteração em seu estado de espírito.
Dicas da semana 161
Meu caro Robson Salaberry. Você me pergunta qual o momento adequado para se usar um Swing Volley.
Como se trata de um assunto muito atual, porque é uma bola corriqueiramente usada pelo nosso Guga,
resolvi transformar sua pergunta em Dicas. Tal golpe é executado normalmente quando se está no local
conhecido como no man’s lend (o nosso chamado mata-burro) e exatamente quando valer a pena encurtar o
tempo de recuperação do adversário para cobrir uma parte da quadra que ficou aberta e para onde você irá
dirigir seu golpe. Todavia, você só deverá usar tal golpe se já for um jogador de alto nível, porque um
voleio de fundo de quadra já será suficiente para fazê-lo ganhar o ponto, caso o seu adversário não seja um
atleta de nível internacional. O uso de tal golpe, entretanto, deve estar condicionado ao escore do game,
uma vez que se trata de uma bola arriscada. Assim, caso o placar lhe favoreça com um 40x15 ou um 40x0
durante o seu saque, você pode usar um Swing Volley. Caso seu adversário tenha um saque muito bom, aí
então você poderá arriscar o Swing Volley em qualquer placar do game, já que é muito difícil quebrar o
saque do oponente. Opte, entretanto, por efetuar simplesmente um voleio de fundo de quadra nas demais
situações não descritas aqui.

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Dicas da semana 160
Quanto à altura da bola de saque, relativa ao assunto iniciado na Dica da semana passada, podemos
raciocinar utilizando-nos da teoria do absurdo. Se tivéssemos que jogar a bola na altura da Lua, seria muito
mais difícil sacar do que se a lançássemos na conta certa da altura do braço que segura a raquete esticado
acima de nossa cabeça. Entretanto, para evitarmos um lançamento de bola muito baixo, devemo-nos utilizar
de pequena margem de segurança, em torno de 10 centímetros a mais do que o necessário. Outro aspecto
muito importante a observar refere-se a baixar e subir a mão que lançará a bola na mesma direção, usando
como referencial o bico de seu sapato que se encontra próximo da linha de fundo. São inúmeros os
jogadores que cometem o erro de lançarem a bola na mesma linha do corpo, em vez de à frente do corpo.
Isto se dá porque, quando giram o tronco, trazendo para trás o braço que empunha a raquete, também
trazem para trás o braço que lança a bola. Outro motivo para se respeitar essa observação refere-se ao fato
de que a bola terá subido exatamente à frente de seu corpo e num ponto acima de seu ombro que empunha a
raquete, no local efetivamente anatômico, pois se você batesse de olhos fechados, seria por ali que a raquete
iria passar. Atente-se bem para este detalhe, porque ele é de importância capital para um bom saque.
Finalizando, para bater um saque com topspin, você deverá fazer tudo que foi explicado acima, adicionando
os seguintes aspectos da maior importância: a) dobre mais os joelhos, de tal forma que sua bola seja jogada
à frente de seu corpo, todavia cerca de 15 cm mais para o seu lado esquerdo (se você for destro); b)
contorça mais o seu corpo, puxando a raquete de tal modo que, quando ela estiver por trás de seu corpo no
ato da laçada, ela seja vista em seu lado esquerdo pelo adversário; c) bata com a raquete da esquerda para a
direita e de baixo para cima, evitando que ela vá para a frente; para isso, não deixe que seu ombro do braço
que segura a raquete se projete para a frente; retarde ao máximo essa ida do braço para a frente e terá
conseguido um bom saque com topspin.
Dicas da semana 159
Meu caro Rafael Sperling. Você me pergunta sobre o local certo de jogar a bola para sacar. Vou aproveitar
o gancho de sua pergunta e tecer uma série de comentários sobre o lançamento da bola de saque, porque sei
que esta é uma questão do maior interesse de toda a comunidade tenística. Pergunto-lhe quantas posições de
lançamento inclinado de bola existem? Respondo que são infinitesimais. Pergunto quantas posições de
lançamento de bola na vertical existem? Respondo que somente uma. Concluído que para se obter
regularidade no saque é preciso ter primeiramente um lançamento uniforme da bola de saque, vamos
conversar agora sobre em que ponto da bola ela deve ser golpeada. Se você for um anão terá que bater por
baixo da bola para acertá-la dentro do quadrado de saque, já que você é mais baixo que a rede. Se você tiver
um metro e meio de altura, baterá uma bola forte num ponto não tão por baixo da bola como o faz o anão.
Mas se você tiver dois metros de altura, baterá uma bola forte bem pelo seu topo, para poder baixá-la a
ponto de colocá-la no retângulo de saque. Em outras palavras, é preciso que você tenha uma grande
regularidade no lançamento da bola de saque, para que possa familiarizar-se com aquele pontinho da bola
para o qual você olha antes de golpeá-la e diz para si mesmo que batendo ali ela entrará. A segunda questão
é quanto à altura da bola e aonde jogá-la, em relação a seu corpo, mas isto vai ficar para a Dica da semana
que vem.
Dicas da semana 158
A propósito das Dicas abertas na semana passada, sobre a convivência com adversários que trocam muitas
bolas, aproveitando-se da irregularidade dos oponentes para vencer o jogo, registro aqui uma tática que
deve ser desenvolvida pelo outro grupo de tenistas que gostam de jogar mais agressivamente. Não há como
evitar uma demorada troca de bolas contra os jogadores que usam bastante topspin, devolvendo tantas bolas
quantas forem necessárias para ganhar um ponto. Todavia, você pode encurtar o tempo dessas trocas de
bolas altas com muito spin, surpreendendo o adversário com a aproximação da rede para interceptar com
voleio uma bola alta que você tenha jogado na esquerda do oponente. O momento em que ele olha para
bater o backhand alto é a ocasião adequada para você correr para a rede, surpreendendo-o com um voleio.
Treine também voleios do fundo da quadra, com vistas a quebrar o ritmo da tática adversária. Os jogadores
que baseiam quase cem por cento de seu jogo no fundo da quadra acabam tendo um péssimo desempenho
no jogo de rede. Daí que você pode diversificar sua tática, chamando-os para a rede com bolas cruzadas
dentro do "T" e com alguns "drop shots" que não precisam ser perfeitos, mas que tenham como principal
objetivo trazer o adversário para a rede.

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DICAS DE TÊNIS
Lício Grangeiro
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Dicas da semana 157
Meu caro Pedro Urnau. Resolvi transformar em Dicas o seu e-mail abordando o assunto "Características
Técnicas", porque se trata de um tema que aflige a quase toda a classe tenística dos níveis básico e médio.
Você me comunica que seus professores anterior e atual insistem que é preciso focar sua atenção num jogo
de controle, do tipo devolver tantas bolas quantas forem necessárias para ganhar o ponto e para isso
utilizando bastante topspin. Você também pondera que se sente bem praticando um jogo agressivo, indo
para cima do adversário, um comportamento que o tem feito ganhar de adversários de classe superior à sua.
Informa também que quando perde "soltando o braço" não se importa, porque sente que jogou com garra e
alegria. Conta finalmente que jogou com um adversário mais forte e perdeu os dois primeiros sets usando a
estratégia aconselhada pelos professores e que venceu um terceiro set "soltando o braço", sem dar a menor
chance para o adversário.
Meu caro Pedro. O ditado "viu o galo cantar, mas não sabe aonde" é deveras muito apropriado para traduzir
suas dúvidas, pois você está bem próximo de solucionar seu problema, todavia está lhe faltando um
pouquinho mais de observações para interpretar melhor as informações que recebeu. Seus professores estão
preocupados em ensiná-lo a vencer também aqueles jogadores altamente regulares que não arriscam nada,
baseando-se numa tática de vencer com base no seu erro. Tenho certeza de que você perde sempre deles,
porque fica o tempo todo batendo na bola, mas se esconde atrás da justificativa de que ao menos jogou com
garra e alegria. Seu comportamento deve atormentar seus professores que desejam aproveitar o seu grande
potencial e ensinar-lhe um caminho para vencer também aqueles chatos que só ficam botando a bola do
outro lado da quadra, sobrevivendo de seus erros. Veja que é impossível bater todas as bolas sem errar.
Contra os empurradores de bola você tem que usar realmente uma característica de jogo diferente, pensando
primeiro que a bola deles não vai lhe fazer mau algum. Daí que o negócio é ficar também botando a bola
dentro da quadra, esperando que surja uma boa oportunidade para você imprimir sobre tal adversário aquele
jogo agressivo que você gosta de fazer. Leia em meu livro o que falo sobre a bola sem força, em que na
segunda fase da trajetória da bola - aquela que no caso de um golpe forte faz a bola percorrer um certo
espaço paralela ao chão - o percurso da bola se transforma num um ponto de inflexão, passando a dificultar,
com isso, a tarefa de imprimir velocidade ao seu golpe sem conviver com uma grande margem de erro.
Contra adversários que também batem na bola é fácil botar em prática o jogo que você gosta, pois você erra
algumas vezes, mas eles também erram, todavia é necessário que também saiba devolver tantas bolas
quantas for preciso para ganhar o ponto, sob pena de ficar marcado no circuito de seus adversários como
aquele jogador que não resiste a uma troca de bola. Eu sempre fui um jogador altamente agressivo, mas
para me transformar num excelente tenista eu tiva que treinar contra os devolvedores de bola tentando
devolver mais do que eles e para dificultar ainda mais minha tarefa, eu jogava de propósito no ponto forte
deles. É isso aí, não despreze sua excelente característica de jogador agressivo, mas saiba escolher o
momento adequado para exercê-la contra os devolvedores de bola. Informo-lhe, finalmente, que quanto
mais topspin você imprimir sobre a bola, mais alta ela passará da rede, com menor possibilidade de cair
fora da quadra e, obviamente, de bater na rede, além do fato de que a bola com topspin atrapalha muito
mais o adversário.
Dicas da semana 156
Caro Bonifácio Kawasaki. Você pondera que tem mais facilidade para ganhar de adversários que batem
forte na bola, do que contra aqueles cujos golpes são fracos. Como você afirma que já comprou meu livro,
veja no capítulo que aborda as "fases da trajetória da bola" e ali eu explico que é muito mais fácil rebater
uma bola forte, do que uma bola sem força. Falo naquele capítulo que na bola forte você praticamente só
tem que empurrá-la de volta sem fazer muita força, enquanto na bola mole você precisa ter um tremendo
cuidado para não bater muito forte e acabar errando. O conselho é no sentido de que, quando jogar com
adversários que só empurram a bola, bote na sua cabeça que a bola deles é inofensiva. Daí que você poderá
ficar também pacientemente apenas empurrando a bola para o outro lado da quadra - evitando com isso
contribuir para o sucesso da tática do adversário, que se baseia exclusivamente em jogar no seu erro. Sua
tática deverá ser a de aguardar as melhores condições para que possa atacar seu adversário com sucesso. Na
fase em que você se encontra, jogar contra os devolvedores é realmente uma empreitada difícil, mas quando
seu jogo ficar mais consistente, tais adversários se reduzirão a seus admiradores. No momento atual,
entretanto, contente-se em efetuar essa tarefa bastante árdua para vencer tais adversários.

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DICAS DE TÊNIS
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Dicas da semana 155
Abordo nas dicas de hoje um assunto muito recente, relativo à análise do novo sistema chamado no Brasil
de morte súbita e em inglês de "no add". Para quem não está familiarizado com esse novo tipo de contagem,
trata-se de uma prática com o objetivo de reduzir o tempo de duração dos jogos, adaptando-os cada vez
mais ao caro tempo de uso da mídia nas transmissões por televisão. Tal sistema estabelece que, atingido o
escore de iguais em 40, em lugar da tradicional prática de se ter que fazer dois pontos consecutivos para
ganhar o "game", o ponto seguinte ao iguais em 40 já define o vencedor daquele "game". O que me ocorre
alertar para este novo sistema é a propósito da máxima importância que o jogador deve dar para vencer o
ponto seguinte ao 30x30 - seja na posição de sacador, ou na de devolvedor - pois quem fica na frente com
40x30 passa a ter dois "break points", enquanto o adversário precisará ganhar os dois pontos seguidos para
não perder tal "game". Esta informação vale ouro, principalmente para aqueles atletas que já se encontram
na 1ª Classe, um nível que, além de uma técnica muito apurada, exige uma capacidade de raciocínio
voltada para o desenvolvimento da estratégia adequada para ganhar cada jogo.
Dicas da semana 154
Caro Airton Brisolla. Você me pergunta sobre a necessidade de olhar ou não para a bola, questionando que
"em alguns esportes (futebol, principalmente) tem-se dado importância ao treinamento dos jogadores sem a
visualização da bola. Faz-se exercícios para ampliar a visão periférica, de modo que quando o jogador
realizar um passe ou lançamento sua atenção esteja toda no posicionamento de seus companheiros e
adversários. Quais as implicações disso no tênis?"
A exigência de olhar para a bola também foi uma preocupação de nosso craque Rivelino quando se iniciou
no tênis. As primeiras considerações a fazer, meu caro Brisolla, são quanto às grandes diferenças entre o
tênis e o futebol. No futebol a bola entra em contato direto com o corpo, sendo por isso um esporte passível,
em determinadas situações, de se golpear a bola sem olhar para ela. Tal comportamento, todavia, não pode
ser padronizado nem no futebol. Vamos ao exemplo de um jogador que vai chutar uma bola no ar; se ele
não olhar fixamente para a bola, dará uma grande furada naquele golpe de voleio. No basket os jogadores
também não olham para a bola quando estão correndo com ela. O tênis, entretanto, é um esporte com
instrumento, cuja prática é considerada entre as mais difíceis pelas estatísticas norte-americanas. É
necessário olhar para a bola, porque não obstante a raquete tenha um bom espaço com cordas, é
imprescindível bater com o centro das cordas da raquete, sob pena de você não ter sucesso no controle de
seus golpes. A visão periférica no tênis serve, ao contrário, para se ter a noção espacial dos limites da
quadra e do local em que se encontra o adversário. Lembro, para finalizar, que mesmo olhando para a bola,
em determinadas situações nós nos descuidamos um pouco de olhar bem para ela; parece que a estamos
vendo em "realidade real", mas na verdade a vemos em "realidade virtual". Na "realidade virtual"
projetamos a imagem da bola chegando a nós em direção paralela ao chão, mas que na "realidade real" a
bola nos chegou caindo no momento do impacto raquete-bola, levando-nos ao erro, porque a bola bateu fora
do centro das cordas de nossa raquete. Esta última observação pode dar uma idéia definitiva da necessidade
de olhar para a bola no tênis. Eu vou mais a fundo em meu livro neste caso de olhar para a bola, ao explicar
as fases da trajetória da bola, mostrando que mais importante do que olhar para a bola é entendê-la,
compreendendo suas fases.
Dicas da semana 153
Aqui vai retransmitida a conversa que tive com meu filho Marco, que estuda e joga tênis em uma
universidade de Atlanta, ao saber que ele iria ver o Agassi jogar naquela cidade.
" - E aí, Marquinho? O que você achou do jogo do Agassi? Ele pega as bolas na subida, faz uma
alavancagem curta e cruza o tempo todo? Tem mais a dizer sobre ele?"
" - Pai, é coisa muito séria ver o Agassi jogar. O cara é um touro em forma de gente. Pega todas as bolas
nas subida, mas também sabe a hora de atacar e defender. Essa é a diferença entre profissionais e amadores.
A maioria dos amadores acha que descer o cacete na bola resolve. Pelo contrário, isso só faz é cansar mais e
acabar com o fôlego. Tênis é, como disse Connors, mais de 80% mental. Se você reparar esses profissionais
jogando, você enxerga perfeitamente como eles reagem quando cometem um erro ou um acerto. Há uma
grande diferença! Mudei muito meu estilo de jogo. Estou mais agressivo e não quero saber se a bola é alta
ou baixa. Se é alta pego na subida mesmo e acabou. Se é baixa meto aquele velho "spin" que você me

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DICAS DE TÊNIS
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ensinou. E assim vou ganhando a maioria dos meus jogos e mostrando para os americanos que brasileiro
também tem vez na terra deles. Outra coisa a respeito do Agassi é que ele está ficando muito resistente e
flexível e isso faz uma grande diferença. Dá para perceber assistindo o cara jogando. Trabalhe muito esses
moleques com flexibilidade desde cedo e faça eles pegarem leve na musculação (para não ficarem pesados)
apenas umas três a quatro vezes por semana e você verá a diferença. Peço também que trabalhe com esses
moleques para pegarem tudo na subida, pai. A gente não tem o que perder, então arrisca e vê que começa a
dar certo e então não para mais. É isso aí! Repasse este e-mail para os meninos."
Eu o repasso para todos os meninos do Brasil.
Dicas da semana 152
Uso as Dicas de hoje para retransmitir uma conversa que tive com meus dois filhos, Marco e Cristiano, que
estudam e jogam em universidades de Atlanta e Alabama. Cristiano me conta apaixonadamente sobre uma
disputa para sua equipe chegar à final de uma competição universitária norte-americana da liga NAIA. A
primeira mensagem que passo aos jovens tenistas é que há uma grande oportunidade aberta nas
universidades norte-americanas para todos vocês que venham a se destacar no tênis brasileiro, bastando
para isso que terminem o segundo grau e invistam a fundo no estudo da língua inglesa. Conto aqui, a
propósito, que se comenta que haverá neste terceiro milênio três tipos de analfabeto: o primeiro é o
tradicional analfabeto, que não sabe o próprio idioma; o segundo será aquele que não saberá falar inglês
(não dá para polemizar, pois, aceite-se ou não, a verdade é que o inglês vem, a cada dia, se firmando mais e
mais como o idioma internacional); e o terceiro analfabeto será aquele que não sabe operar um computador.
Mas voltando ao caso do Cristiano, quero passar também a vocês um aspecto bastante positivo do sistema
de equipe norte-americano. Você não se sentirá diminuído em sua equipe se não for o número um. Você
pode ser o número cinco, seis ou um dos duplistas da equipe. O que importa é que você faça bem a sua
parte, ganhando ou se esforçando ao máximo para ganhar o seu ponto, pois o grupo depende também de
você. Há um sentimento de equipe muito profundo em todas as universidades americanas. Eles não toleram
é que você seja um indolente, um vagabundo nos estudos ou no tênis. Neste caso, você não conseguirá
passar um ano nos Estados Unidos e terá perdido a bola. Se for bom no tênis e nos estudos, você receberá
farta recompensa, como é o caso de meu atual orgulho com Cristiano, que acaba de receber uma bolsa
acadêmica completa para fazer mestrado e ainda ganhará um polpudo salário de professor universitário.
Como o assunto sobre as universidades americanas ficou muito longo, retransmitirei a conversa com o
Marco sobre o Agassi nas Dicas da próxima semana.
Dicas da semana 151
Ainda comentando sobre a primeira rodada do Circuito Juvenil Blue Life, realizado na páscoa aqui em
Brasília, trago para os adeptos do tênis minha grande preocupação sobre o que vi nos jogos. Não falta
talento aos nossos jogadores, mas está havendo pouco cuidado no treinamento de bolas alternativas que
dêem mais criatividade aos atletas. Do começo ao fim do jogo, não se vê um tenista, com raros momentos
de exceção, escolher uma situação adequada para sacar subindo à rede ou contra-atacar com uma devolução
de saque subindo à rede. Não se vê também um jogador desenvolvendo uma estratégia de tirar um excelente
jogador de fundo de seu "habitat", trazendo-o para a rede com bolas curtas ou com cruzadinhas. Não vi
ninguém camuflar um golpe, parecendo que vai bater um "winner" de meio de quadra e arrasar o adversário
com uma curta. O que mais me preocupa é que ali estavam presentes a maioria dos jogadores que irão
representar o Brasil no futuro próximo e, se não ocorrer o desenvolvimento de tais golpes já do nascedouro
dos tenistas, após seu amadurecimento, não será mais possível fazer com que tais golpes acompanhem o
nível geral de seu jogo. E nós precisamos começar este milênio com uma nova mentalidade, buscando a
perfeição de nossos atletas. Não dá mais para termos só jogadores de fundo de quadra. Precisamos trabalhar
atletas completos. É preciso também para isso que aumentemos o número de quadras rápidas no País, para
desenvolvermos o hábito do jogo de rede em nossos atletas. Não é difícil para o Brasil assumir o topo do
cenário tenístico internacional. Nós somos um povo privilegiado em termos de físico. Segundo os
entendidos, a mistura de raças nos levou ao mais privilegiado tipo físico entre todas as raças e é por isso que
se aponta o brasileiro como o futuro homem elite em todos os esportes. Nós já somos destacadamente os
melhores em um sem número de esportes, mais precisamente naqueles financeiramente mais acessíveis.
Mas o tempo e a melhoria do padrão de vida de nossa sociedade virá, no futuro, deixar bem visível essa
nossa condição física privilegiada, fazendo-nos expoentes incontestáveis na maioria dos esportes. E nós

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DICAS DE TÊNIS
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aqui do tênis, com todas as presentes dificuldades, vamos tentando contribuir no que for possível para
reduzir o tempo para que tais previsões se tornem realidade.
Dicas da semana 150
Assisti a primeira rodada do Circuito Juvenil Blue Life de Tênis aqui em Brasília e trago para as Dicas de
hoje uma verificação estatística do maior erro cometido por quase todos os jogadores masculinos e
femininos das diversas categorias.
A situação é a seguinte: você entrou numa seqüência de ataques e seu adversário luta por se defender,
conseguindo numa dessas vezes devolver uma bola alta com razoável "spin", que caiu na sua esquerda,
entre o "T" e a linha de fundo. Na tentativa de não permitir a recuperação do adversário, você fugiu da
esquerda e efetuou uma direita alta, mas porque não conseguiu chegar no tempo adequado, acabou errando,
porque golpeou a bola com muita força e pouco "spin". O mais correto teria sido reavaliar sua linha de
ataques, ao perceber que não havia chegado bem para executar aquele golpe, efetuando um movimento
também com muito "topspin" e sem mirar a bola próximo dos limites da quadra adversária. Lembre-se de
que é necessário reconhecer quando é hora de recuar numa seqüência de ataques, para evitar que você
venha a perder para si mesmo um ponto no qual levou a maior parte do tempo em total vantagem. Em
outras palavras, é necessário que você treine para se capacitar a rever sua estratégia de ataque e defesa a
cada momento. A situação ideal para bater aquela bola é quando você consegue preparar-se com
antecedência, colocando-se bem para golpeá-la e, de preferência, numa altura nunca muito acima de sua
cabeça.
Dicas da semana 149
Caro Élcio Prado. Você me escreveu sobre sua filha de oito anos que está progredindo nos treinos e que
gostaria de receber sugestões de como dar continuidade ao aprendizado da garota, já que não tem como
levá-la a São Paulo ou Campinas para aulas regulares e também não conhece professores especializados em
treinamento de crianças em sua região. Resolvi transformar sua resposta numa de minhas Dicas de Tênis,
porque esse é um problema que aflige a um grande número de tenistas. Você já adquiriu meu livro e sugiro
que ajude sua filha, transformando-se num grande estudioso de tênis. Primeiramente, leia o livro
integralmente, para conhecer todo o seu conteúdo. Você encontrará vasto material para trabalhar junto com
um professor no desenvolvimento da orientação de sua filha. Cito como exemplo a mulher de Jim Parker -
um grande tenista internacional do passado - que orientava o marido sem nunca ter pego numa raquete. Sei
de inúmeros casos de observadores e estudiosos do tênis que, preocupados com o progresso de seus filhos,
acabaram se transformando em grandes orientadores. Conheci numa Copa Davis em São Paulo alguns
treinadores que nunca foram expoentes no tênis, mas que se formaram em Educação Física e seguiram a
carreira de treinadores de tênis. Fique certo de que a preocupação com o desenvolvimento de sua filha
acabará por transformá-lo no maior dos conhecedores deste esporte. Não descuide, também, de continuar
acompanhando minhas Dicas, pois elas têm sido comprovadamente úteis para qualquer nível de tenista.
Dicas da semana 148
Vou falar hoje sobre o mal que faz reclamar e irritar-se após um ponto perdido. O tênis é um esporte que
exige grande concentração sobre a estratégia que está sendo desenvolvida para se ganhar um jogo. Além
disso, há que se ter toda a atenção sobre o que o adversário estará arquitetando para encontrar um meio de
mudar o resultado do jogo a favor dele. Daí que, se num momento que você perde um ponto, se descontrola,
poderá certamente perder também o próximo ponto, porque deixou de analisar o que aconteceu para perder
tal ponto e colocar aquela análise dentro do contexto geral de sua estratégia de jogo. Além disso, como você
executa os movimentos do tênis com o subconsciente, quando se irrita, perde a tranqüilidade física
(muscular) para executar os golpes com a fluidez requerida para efetuar os golpes seguintes com sucesso. E
por causa desse bloqueio muscular momentâneo, você poderá ter perdido dois pontos capazes de mudar
toda a história de um "set" ou até de um jogo que estaria favorável a você. Tenho afirmado que o tênis
parece com um grande jogo de xadrez sem cheque mate, porque, por mais incrível que seja a sua jogada,
você pode ser surpreendido por uma resposta do adversário ainda mais espetacular. Há, portanto,
necessidade de se aprender a analisar as causas de nossos erros. Se forçados pelo adversário, nada teremos
que modificar em nosso jogo; se a bola bateu errada no chão ou se não nos conseguimos posicionar
adequadamente em tempo de bater a bola, também nada teremos que fazer. Mas precisamos saber analisar

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DICAS DE TÊNIS
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esses erros, para qualificá-los e aceitarmos nossos erros. Durante um jogo ocorrem muitos desses erros e
precisamos estar atentos a esse tipo de estatística, para que possamos nos manter otimistas e verificar que
isso também acontece com nosso adversário. Assim, caso você tenha acabado de perder um ponto num jogo
duro, pense que a probabilidade de ganhar o próximo ponto poderá ser favorável a você, desde que não
esquente a cabeça com o ponto perdido passado e acabe mudando a estatística contra você mesmo.
Dicas da semana 147
Caro Reginaldo Yiades. Esclarecendo suas dúvidas quanto à questão de que você só bate sua esquerda na
rede, assunto que também aflige a um sem número de pessoas, informo que certamente você não deverá
estar fazendo o movimento circular de seu braço. Ou seja, sua raquete deve começar o movimento alta e,
em seguida, baixar a ponto de ser possível bater a bola de baixo para cima. É uma lógica irritante. Se você
bater a bola de baixo para cima, é certo que a bola não irá bater na rede, desde que o plano das cordas de
sua raquete se encontre na vertical no momento do impacto raquete/bola. O problema é de "timing". Você
precisa pegar o tempo da bola, para começar a baixar a raquete para bater a bola por baixo dela, e esse
"timing" é exatamente antes do momento de a bola bater no chão. Uma deixa: corte o movimento em dois,
começando já com a raquete por baixo da bola - apenas para que você entenda a importância do "timing",
batendo a bola por baixo -, fazendo-a ir em direção à bola no momento em que a bola bater no chão. Depois
de bastante entendido esse movimento por seu "cerebelo" (subconsciente), aí então você estará apto a fazer
o movimento completo, iniciando-o com a raquete alta e depois fazendo-a chegar lá em baixo, no ponto em
que você começará a fazer a raquete subir para atingir a bola de baixo para cima. Veja no início de meu
livro explicações sobre as empunhaduras, pois talvez o seu problema esteja em estar empunhando a raquete
de forma errada. No livro você verá fotos explicativas que poderão resolver esse seu problema, que também
aflige inúmeros praticantes.
Dicas da semana 146
Caro Omar Luiz. Concordo com você que tênis é um esporte bastante difícil, pelo fato de que é um esporte
com instrumento, mais complicado, portanto, do que aqueles esportes em que a bola toca diretamente em
alguma parte de seu corpo, normalmente, a mão, ou os pés. Você tem que decorar todos os movimentos,
porque seus pensamentos deverão estar centralizados na estratégia de como ganhar do adversário e os
movimentos para bater qualquer tipo de bolas deverão ser efetuados instintivamente, pelo fato de estarem
muito treinados. É como andar, que você não pensa para isso. É como dirigir um carro, que depois de
alguns anos de prática, você nem percebe que está fazendo tudo automático. É como dirigir um boeing,
cheio de botões, que você também o faz sem pensar naquela parte que já virou rotina.
Indo, agora para a parte que você centraliza suas perguntas, relativa ao treinamento de parede, você me
pergunta qual a distância apropriada para bater parede. A resposta é, depende da força com que você vai
bater na bola, pois a parede é um lugar para você treinar repetitivamente um sem número de golpes. Do
mesmo modo, você pergunta se as batidas devem ser fortes ou leves. Respondo que você pode fazer os dois
tipos de treinamento, com batidas fortes e com batidas leves. No primeiro caso, procure desenvolver um
jogo de pés bastante rápido, de tal modo que consiga colocar-se bem para rebater as bolas fortes em boa
colocação. E no caso de batidas leves, procure fazer um treinamento que lhe permita ficar com a bola no ar,
sem errar, o tempo maior que possa. Não posso esquecer de lembrar que as bolas ideais para bater parede
devem ser as bolas murchas, pois as bolas muito duras não lhe proporcionarão um treinamento adequado na
parede, bastando lembrar que a bola na parede só percorre meia quadra e se a bola for muito dura você não
conseguirá um satisfatório aproveitamento nesse tipo de treino. É possível treinar voleio na parede, mas
você terá que fazer um esquema de voleios repetitivos e não de violentos voleios que não lhe permitirão
efetuar uma grande quantidade de voleios sem errar. Assim, o esquema é ficar há cerca de dois metros da
parede e bater voleios de direita e esquerda, fazendo a bola bater na parede, mais ou menos lenta, numa
altura próxima de 1,80 m, treinando tal movimento por cerca de dez minutos. Quanto ao treinamento de
saque, a parede é o lugar mais importante para isso, porque o aproveitamento do treino naquele local é o
mais adequado, pois cada 15 minutos na parede correspondem a uma hora de quadra, já que a bola volta da
metade de quadra, você sabe sempre para onde a parede vai responder o seu golpe e para melhorar o saque,
como dizem os americanos, você tem que treinar tanto até deixar o saque "spagetti like" (macio como um
macarrão).

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Finalizo dizendo que o paredão tem feito grandes campeões e espero que ele também lhe venha a ser
bastante útil.
Dicas da semana 145
Caro Fernando Colin. Você me diz ter notado que atualmente os melhores "backhands" têm sido aplicados
com as duas mãos e pergunta se esta é a melhor maneira de se executar o golpe. Meu caro Fernando.
Quando alguém inventou de jogar com as duas mãos do lado esquerdo foi porque não se sentia confortável
para fazer o que todo mundo fazia, batendo com apenas uma das mãos, pois se isso fosse realmente melhor,
todo mundo já estava batendo de direita e de esquerda com as duas mãos. A verdade é que não se joga tênis
de maneira padronizada, porque não existem dois seres humanos completamente iguais na face da terra, e
daí que há uma necessidade de adaptação de cada pessoa ao caminho para atingir seu próprio auge. Veja-se
o exemplo do Borg, cujo técnico fez de tudo para ele jogar com pouco "topspin", batendo mais na bola. E
quando o Borg jogava do jeito que o técnico queria não ganhava de nenhum dos coleguinhas do clube. Um
belo dia o técnico se aborreceu e o deixou jogar como queria e aí apareceu o fenômeno Borg. Lembra-se do
Garrincha? Todo mundo sabia que ele só driblava para um lado, e ele continuava driblando todo mundo e
não adiantava tentar imitá-lo porque o defeito físico de pernas tortas é que lhe dava aquela condição
privilegiada no drible. Aconselho-o, portanto a ler o meu livro nas duas partes: esquerda com uma, e
esquerda com duas mãos. Tente aprender as duas formas e depois de um ano escolha a técnica que mais
fácil se terá adaptado. Adianto, entretanto, que as pessoas iniciantes não dão muita chance de treinamento a
sua esquerda, fugindo sistematicamente dela para bater de direita, passando a ocupar com a direita setenta
por cento da quadra e acabam atrofiando cada vez mais sua esquerda. Depois botam culpa no pobre golpe
desprezado, dizendo que não têm confiança na esquerda. Além de treinar mais a esquerda, há necessidade
também de expô-la em jogo, pois não adianta nada usá-la mais afoitamente em treinos e escondê-la nos
jogos. Você precisará testar muitas vezes sua esquerda em jogo, até perceber que ela responde aos seus
interesses e só a partir daí passará a confiar nela. Lembre-se de que se estiver vivo aos 80/90 anos, poderá
ainda estar jogando tênis. Por quê, então, não investir no curtíssimo espaço de um ano em um golpe que o
acompanhará pelo resto de sua vida? Forte abraço e obrigado pela pergunta.
Dicas da semana 144
1) Caro Ricardo Icassatti. Há poucos dias você me perguntou por quê motivo é tão lento em dar o "start"
para sair correndo atrás da bola. É que somente com o tempo você irá condicionar-se a tomar a decisão de
correr mais antecipadamente. Tenho uma foto mostrando que o jogador iniciante só toma a decisão de
aprontar-se para bater a bola quando ela já passou da rede, enquanto o jogador médio se prepara um pouco
antes de a bola passar da rede. Já os jogadores de alto nível tomam a decisão de preparar-se para bater a
bola quase no momento em que a bola sai da raquete do adversário. Além disso, eles procuram analisar a
posição de corpo do adversário para reconhecerem qual a direção que a bola do oponente vai tomar.
2) Em determinadas situações você pode também induzir seu adversário a botar a bola onde você deseja.
Basta que para isso você lhe ofereça um canto da quadra como isca, abrindo acintosamente esse local da
quadra, de preferência na paralela, para que possa contra-atacá-lo com uma cruzada. Você pode fazer isso
também no saque adversário, abrindo mais o canto que você deseja que ele saque, mas cuidado para não
repetir muito essa tática, porque ele pode descobrir e sacar no lado mais fechado.
Dicas da semana 143
1) Caro Celso Mauro. Gostei de sua contribuição sobre como poupar o ombro, a qual vai transcrita a seguir:
"Observei que os problemas de dores no ombro estavam associados ao saque. Passei a adotar a seguinte
estratégia para evitar tais dores: mesmo após o aquecimento (alongamento e batida antes do jogo), evito
iniciar o jogo sacando. Sempre ofereço o serviço para o adversário. "No segundo game sempre coloco os
primeiros saques sem força, usando mais efeito na bola. Após alguns saques nessas condições e estando o
ombro mais aquecido e acostumado àquele tipo de esforço, passo então a colocar mais força ou toda a força
no saque."
2) Vou agora fazer algumas observações sobre a tática do Celso. O problema de dor no ombro do Celso é
um caso típico dele e não corriqueiro em toda pessoa que saca. Possivelmente o Celso esteja passando por
uma fase de recuperação da musculatura responsável pelo saque, em face de algum mal jeito em
determinado jogo. Daí, para recuperar-se de uma luxação há que se fazer um trabalho demorado, até que se

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possa voltar a jogar normalmente, pois o mais correto é ficarmos sempre com a vantagem de iniciarmos o
jogo sacando, a não ser quando percebemos que nosso adversário não esquentou satisfatoriamente o saque e
que teremos chance de quebrar-lhe o serviço no início do jogo, usando então a tática de dar-lhe o saque
quando o ganhamos o sorteio.
Dores no ombro, ou dores no braço, são causadas principalmente pelos seguintes fatores: a) uma bola que
bate no chão e desliza mais que o normal sobre uma sujeita na quadra, levando-nos a fazer um movimento
brusco no início do jogo, quando ainda não bem aquecidos; b) uma mudança na pressão das cordas da
raquete: c) uma mudança de máquina encordoadora (parece que ela estaria registrando a mesma pressão,
mas pode ser bem diferente daquela da máquina que você encordoava antes); d) mudança na marca da
raquete (há necessidade de uma cuidadosa verificação dos efeitos de seu esforço físico com a nova raquete,
abandonando-a, se for o caso, ou tentando uma readaptação da tensão das cordas; e) mudança na marca das
cordas com as quais você já estava acostumado a jogar (mesmo que mantida a pressão anterior, cada corda
tem o seu grau de dureza/flexibilidade); f) alteração brusca em seu calendário semanal de prática de tênis
(Um aluno meu tinha três aulas por semana. Com o seu progresso eu lhe sugeri que jogasse mais uma vez
no fim de semana. Ele ficou tão eufórico, que em vez de uma, jogou sábado e domingo inteiros. O resultado
foi que na segunda-feira ele chegou na aula com uma toalha molhada enrolada no braço reclamando de
muitas dores. É necessário ir aumentando gradativamente os exercícios semanais de tênis, de modo a
permitir uma aclimatação do físico do praticante aos novos estágios de esforço). g) Esquecimento dos
alongamentos "depois" dos jogos, pois estes são mais importantes até que os de antes do jogo, já que o
tenista normalmente vai começando a fazer mais esforço bem depois de ter aquecido todos os movimentos
durante o bate-bola. Tal esquecimento gera transformação em ácido láctico de quantidades de lactato que
ficarão estacionadas por algum tempo em determinadas partes da musculatura, já que não ocorreu o
alongamento que iria dissolver o lactato, com a ajuda da melhor circulação sangüínea.
Dicas da semana 142
1) Quando você corre lenta ou rapidamente para a lateral esquerda de seu lado da quadra, bata o "drive" de
"backhand" com o pé direito na frente. Do mesmo modo, quando você corre lentamente para a lateral
direita do fundo de sua quadra, bata o "drive" de "forehand" com o pé esquerdo na frente. Mas se você
estiver correndo rapidamente, bata a bola no "forehand" com o pé direito na frente e depois passe o pé
esquerdo para a frente. Enquanto no "backhand" o ombro do braço que empunha a raquete está à frente do
corpo, permitindo um "follow-through" (seguimento da batida) natural e amplo, quando de uma rápida
corrida para seu lado direito, o ombro do braço que segura a raquete estará atrás do corpo, dificultando o
"follow-through" e é por isso que você deverá estar com o corpo mais de frente nesta situação, de tal modo
que seu braço possa fluir naturalmente para a frente, sem que seu corpo atrapalhe o "follow-through" do
golpe.
2) É por esse mesmo motivo de dificuldade de efetuar um seguimento fluido da batida no "forehand" que se
usa terminar o movimento do braço e da raquete igual ao do golfe, isto é, braço encolhido, pulso quebrado e
raquete nas costas, por trás do ombro esquerdo.
Dicas da semana 141
Inúmeras pessoas têm me perguntado porque eu gosto tanto de ensinar tênis. Resolvi, por isso, abordar esse
assunto nas Dicas de hoje.
Eu gosto de ensinar tênis, porque lido com as pessoas, ensinando-lhes o caminho do sucesso no tênis. E os
que aprendem a ter sucesso no tênis - esse esporte tão difícil - aprendem também a ter sucesso em todas as
atividades de suas vidas. Vencendo, portanto, essa difícil escalada para o sucesso no tênis (seja como
campeão em sua cidade, seja como destaque em seu país), você terá aprendido a nunca abandonar a luta
para alcançar qualquer objetivo, por mais difícil que seja.
Eu também gosto de ensinar tênis porque lido com os sentimentos das pessoas, seja quanto aos aspectos de
honestidade, educação, melhoria do relacionamento de pais com filhos, maridos com mulheres, pessoas
com pessoas, vendo-me como um verdadeiro psicólogo em inúmeras situações.
É bom ensinar tênis porque convivo com pessoas cujas idades variam de dois a oitenta e dois anos de idade
e tenho percebido que isto me dá um retorno bastante satisfatório em termos de aprendizado de vida.

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DICAS DE TÊNIS
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Como professor de tênis convivo com as pessoas na parte de suas vidas reservada para gozarem de um
ambiente de relaxamento e prazer.
Da convivência com os mais velhos, recebo a sabedoria da experiência. E da aproximação com os jovens
recebo uma grande injeção de rejuvenescimento.
Finalizo externando o sentimento de que me sinto privilegiado por participar dessa grande família de
pessoas muito especiais que optaram por aprender a conviver neste ambiente magnífico do tênis.
Dicas da semana 140
1) Já no primeiro mês de aula começo a ensinar meus alunos a baterem com "spin", com muito "topspin"
("lob" com "topspin") e com "sidespin" ("spin" lateral). Minha teoria baseia-se no fato de que eu estarei
fazendo uma exigência de um movimento enormemente sofisticado, para obter, por subproduto, o melhor
resultado numa batida normal com "spin". Na verdade, o que eu estou pretendendo é apenas ensinar o aluno
a bater a bola com "topspin" e ao exigir que ele faça um movimento muito mais sofisticado, o meu objetivo
é atendido com muito mais rapidez, eficiência e qualidade. A idéia assemelha-se a exigir de um aluno
preparar-se para passar numa prova para Harvard, quando na verdade queremos que ele passe apenas numa
universidade de nível médio.
2) Quanto maior a versatilidade de golpes que você consiga ensinar ("spins", "slices", "drop-shots", "bate-
prontos", voleios de fundo, voleios em "cross court" etc.), melhor será a velocidade no aprendizado de seu
aluno. Isto se explica no fato de estar sendo exigida do corpo do aluno uma grande quantidade de
movimentos diferenciados, os quais, unidos, vão ajudando na aclimatação geral do físico do aluno aos
movimentos do esporte.
Dicas da semana 139
Dediquei na semana passada um espaço para enaltecer as grandes qualidades de Sampras. As Dicas de hoje
analisam o jogo de fundo do Agassi, que é na atualidade o mais perfeito modelo de tenista para ser copiado
por quem deseje atingir o estrelato no tênis.

1) A grande virtude de Agassi está em efetuar os golpes de "forehand" e "backhand" de maneira


completamente objetiva. Isto é, ele faz um movimento circular bem pequeno, suficiente apenas para fazer a
alavancagem para bater a bola. Para isso, ele dá como prioridade, sempre que possível, pegar a bola na
subida, combinando a velocidade trazida pela bola atingida na subida com aquele movimento pequeno de
braço. Com isso ele reduz em muito a possibilidade de erro, já que começa a bater a bola sempre (ou quase
sempre) numa mesma situação (no ápice da subida). Para conseguir tal performance é necessário fazer-se
demorados treinamentos de bate-bola (20 a 30 min.), concentrando a atenção em só pegar a bola na subida.
2) Desenvolvendo tal estilo, Agassi passou a deter uma regularidade fenomenal e um reflexo acima do
normal frente a seus adversários. A outra vantagem em pegar a bola na subida é que você acaba tendo que
correr sempre para a frente, em diagonal, ajudando com o peso de seu corpo, que estará caindo para a
frente, a fazer alavancagem para golpear a bola. E finalmente, o fato de você estar sempre indo para a
frente em direção à bola, para golpeá-la na subida, leva à redução do tempo disponível do adversário para
recuperar-se dos ataques que você lhe faça.
Dicas da semana 138
1) Insista em treinar bastante, no segundo saque, o arqueamento dos joelhos e uma grande torção de corpo,
de tal modo que sua raquete raspe a bola bem da esquerda para a direita e de baixo para cima. Atente para o
detalhe de que, quando você girar o corpo, trazendo a raquete exageradamente para trás e para seu lado
esquerdo (se for destro), sua mão esquerda deverá ter lançado antes a bola bem na vertical e à frente de seu
corpo. É muito comum, e principalmente quando se fica um pouco tenso, ver-se sacadores fazendo o
movimento de saque de maneira mais açodada; cuide para não deixar isso acontecer, fazendo o movimento
de lançamento da bola de saque de maneira bem compassada.
2) Aproveitando o gancho do saque, faço aqui uma análise apontando qual a vantagem que leva Sampras a
vencer quase sistematicamente de Agassi. O Sampras só ganha do Agassi por causa de seu excelente saque,

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que lhe permite jogar com maestria na rede e desenvolver uma tática completamente agressiva na
devolução de saque, acabando por quebrar o serviço do Agassi. Enalteço esse mérito de Sampras, sugerindo
que os candidatos a campeões não descuidem em praticar um mínimo de 300 saques por dia, dentro do
sistema de treinamento que aconselho em meu livro.
Dicas da semana 137
1) Vou lhes contar uma história que aconteceu comigo, para tentar convencê-los de que, como nós podemos
jogar tênis por longos anos, vale a pena aprendermos novos golpes, mesmo que em prejuízo de nossa queda
de performance durante dois a três meses. Quando a devolução de saque com "chop" passou a ser menos
usada que a com "topspin", eu que já jogava tênis há várias décadas, resolvi mudar minha devolução com
"slice" para "topspin". Lembro que meus adversários chegavam a rir, imaginando que eu iria isolar a bola
todas as vezes que eles sacassem em meu "backhand". E isso de fato ocorreu por dois meses, até que eu
comecei a firmar o novo golpe e acabou a "festa" de meus oponentes, pois a partir daí eles sacavam em
minha direita ou em minha esquerda e recebiam de volta uma excelente devolução com "topspin".
Minha análise para convencer-me a tal mudança de golpe baseou-se no fato de que eu iria jogar pelo resto
de minha vida, e eu pararia no tempo em termos de progresso, caso não resolvesse investir por poucos dias
numa mudança de estilo.
2) O tênis é um esporte que lhe manterá atraído por toda a vida, pois é muito rico em matéria de grau de
dificuldade. Isto faz com que você se mantenha interessado em aprender este esporte em qualquer estágio
de desenvolvimento em que se encontre. Por isso, vale sempre a pena investir em alcançar patamares cada
vez mais altos, aumentando sua satisfação por jogar tênis.
Dicas da semana 136
1) Defenda-se com "topspin". No passado, o "slice" era usado como um golpe de ataque, mas
principalmente como um golpe de defesa. O tênis moderno desenvolveu-se, passando o "topspin" a ser
usado como o principal golpe de fundo de quadra, tanto para atacar, como para defender-se, pois devolver a
bola com tal efeito, caracteriza-se muito mais como um contra-ataque do que um simples golpe de defesa.
2) A história do "topspin" como instrumento de defesa começa com o aparecimento dos jogadores "two-
handed grips", que passaram a devolver o saque no "backhand" com "topspin", caracterizando-se como uma
devolução bem mais agressiva. Isto levou os jogadores que batiam a esquerda apenas com uma das mãos a
desenvolverem uma devolução de "backhand" também com "topspin", em substituição a seus hábitos
antigos de devolverem o saque com "slice" (com "chop"), pois tal tipo de devolução passou a ficar bem
menos eficiente que a com "topspin".
Dicas da semana 135
1) Leia muito o meu livro, leia livros em outros idiomas, mas leia várias vezes, recapitulando e reprisando
seus conhecimentos. Esta observação vem a propósito do fato de que você é traído por seu subconsciente,
esquecendo de fazer determinados detalhes dos golpes, posto que cada movimento perfeito do tênis exige
um sem número de pormenores. Por vezes nós nos esquecemos de executar um mínimo detalhe de um golpe
que acaba por comprometer a performance de nosso jogo. Por isso, além de estar sempre atento ao que há
de novo em termos de informações sobre tênis, não se descuide de recapitular os fundamentos de material
didático que se encontre à sua disposição.
2) Leve para a quadra um papel com anotações dos detalhes que você tenha lido nos livros, como lembrete
para que possa treinar o que tenha aprendido com sua leitura. Adotar este comportamento é altamente
importante, pois será o único meio de permitir que você desenvolva com a prática as técnicas objeto de sua
leitura. Caso não adote este princípio, é certo que sua memória virá traí-lo, deixando a desejar o
aproveitamento de sua leitura.
Dicas da semana 134
1) A parede é um local de treinamento que tem contribuído para aprimorar o tênis de grandes jogadores. Eu
chegava a treinar de duas a três horas na parede. Levava de oito a dez bolas e voltava sem nenhuma,
liquidando com todas elas em meus pesados treinamentos na parede. Um excelente exercício para aumentar

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DICAS DE TÊNIS
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sua destreza quanto ao manuseio da raquete é botar a mão esquerda (se você for destro) atrás das costas e
ficar fazendo as adequadas mudanças de empunhadura sem o auxílio da mão esquerda. Além disso, ficar o
tempo todo com a raquete apenas na mão direita, sem a ajuda do descanso na mão esquerda, gera um
espetacular exercício físico de resistência muscular em seu braço direito. Como já disse em dicas passadas,
cada 30 minutos de parede correspondem a cerca de uma hora e meia de treino na quadra, porque a parede
não erra, além do fato de que a bola volta para você na metade do tempo que voltaria na quadra e de que
você sempre sabe para onde a parede vai mandar de volta a bola. Use a parede para treinar
sistematicamente e terá um retorno fantástico em seu tempo investido nesse local.
2) Muita gente questiona que treinar saque na parede não parece o local mais adequado. Chegam a ponderar
veementemente que treinar na parede deve até prejudicar a performance do saque. Insisto que o treinamento
em parede tem um rendimento em termos de tempo de três a quatro vezes superior ao da quadra, pois é
possível fazer a bola sacada voltar para cima de você, ganhando mais ainda tempo para sacar mais vezes.
Treinar saque requer em primeiro lugar ter-se a noção correta da execução do movimento. A partir daí, seja
na parede, ou na quadra, o negócio é treinar repetitivamente o movimento, fazendo-o atingir o ponto
apelidado pelos americanos de "spagetti like" (macio como um macarrão). Ou seja, temos que deixar o
golpe tão natural que nos chegue a causar surpresa quando a bola sacada não for dentro, tal o ponto em que
nossa confiança chegou no aprimoramento daquele golpe.
Dicas da semana 133
Vou abordar hoje o assunto variação de jogo. Veja que tática incrível. Não varie de jogo absolutamente
nada, deixando para variar apenas nas horas-chave. Isto provocará uma surpresa em seu adversário logo nos
momentos mais decisivos. É óbvio que o tênis assemelha-se a um jogo de xadrez que não tem cheque-mate
pois, por mais incrível que seja a bola adversária, existe sempre a possibilidade de você contra-atacar com
um golpe ainda mais arrasador. Por isso, uma estratégia para ganhar o jogo tem que desenvolvida já durante
o bate-bola e deverá ir sendo revista à medida das necessidades. E a tática tão incrível quanto a acima
apresentada pode passar a ser: Varie de jogo o tempo todo, tentando encontrar o ponto fraco de seu
adversário, para explorá-lo nos momentos de maior pressão. Criei mais um nome para o "lob com topspin",
passando a chamá-lo também de "super-spin", quando ele é usado para variar o jogo, imprimindo um
grande "spin" sobre a bola, jogando o adversário bem para a grade no fundo da quadra. É importante treinar
essa bola mentalizando o nome "super-spin" para que o subconsciente se acostume com o seu uso não só
quando o adversário está na rede (que é o "lob com topspin"), mas também em situações que você deseje
pregar seu oponente na grade. O Agassi usa muito esse golpe em trocas de bolas de fundo, quando se vê em
desvantagem, quebrando o ritmo do jogo e ao mesmo tempo saindo de uma dificuldade com uma defesa
que mais parece uma bola de ataque. Nas variações de jogo, não esqueça dos "side-spins" e dos "under-
spins", cujas técnicas de execução encontram-se explicadas de forma bem didática em meu livro.
Dicas da semana 132
1) Caro Antônio Carlos Pimentel. Como disse nas Dicas da semana passada, tênis é um esporte muito difícil
e às vezes parece ao aluno que ele não está progredindo, pois tal processo é lento a partir do momento em
que você aprende os primeiros passos do esporte. São raríssimos os jogadores internacionais que não têm
um treinador permanente. Isto significa que, se você não deseja estacionar seu nível de jogo, a figura do
professor passa a ser imprescindível no seu quotidiano. Não quer dizer que você precisará ter um professor
pelo resto de sua vida. Mas certamente você progredirá com mais velocidade se tiver alguém com um
carrinho cheio de bolas para lhe fazer treinar durante uma hora que valerá por quatro.
2) Caro Fernando Setembrino. Você me pergunta em que momento é viável passar instruções para o
parceiro de duplas. Há duas situações bem distintas para abordar esse problema. Se você for jogar um
torneio com seu futuro parceiro, entre em acordo com ele sobre a maneira de a dupla jogar, treinando por
várias vezes antes da competição, pois durante o torneio a conversa de vocês deve girar em torno da
estratégia a ser traçada para ganharem cada jogo. Quando um dos parceiros resolve ensinar ao outro como
jogar duplas no meio de uma competição, ele apenas irá inibir o parceiro, que acabará atuando muito abaixo
de sua capacidade. Dedico em meu livro um capítulo inteiro sobre como jogar duplas e ali você encontrará
informações suficientes para ajudar no progresso de sua dupla.

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DICAS DE TÊNIS
Lício Grangeiro
www.toptennis.com.br
Dicas da semana 131
1) Caro iniciante, tênis é um esporte com instrumento e por isso considerado o mais difícil do mundo, nas
estatísticas dos norte-americanos. Por isso, tênis exige um aprendizado a longo prazo, uma capacidade de
persistência capaz de fazê-lo transpor os períodos em que parece que você não estará progredindo, para que
você consiga se transformar num agraciado com a capacidade de jogar tênis pelo resto de sua vida sem
nunca mais esquecer de como jogar. Há pessoas que passam anos sem jogar e se surpreendem que não
esqueceram de jogar tênis. Após aprender tênis, a sensação é a mesma de andar de bicicleta, em que você
jamais esquecerá os movimentos, mesmo que se tenham passado mais de 30 anos. Não pare de jogar.
Persista sempre e você chegará a atingir o seu limite no tênis, num nível que, com toda certeza, o fará
sentir-se muito gratificado com seu investimento a longo prazo.
2) Eis aqui uma informação bastante válida para os jogadores que pararam de jogar por muitos anos.
Procurem atentar para o fato de que vocês levaram muitos anos para aprenderem a jogar tênis, num período
em que desenvolveram musculatura adequada para suportar o forte impacto sobre seu corpo do nível de
jogo que conseguiram alcançar. Quando voltarem a praticar tênis após uma longa parada, não esqueçam de
que perderam aquela musculatura construída durante tantos anos para absorver o esforço muscular de seu
nível de jogo. Assim, para evitar que o seu estilo de jogo não esquecido venha a lhes provocar, por falta de
musculatura, uma sobrecarga sobre seus tendões, gerando imediatas contusões do tipo "tennis-elbow",
tomem as seguintes providências em seu retorno ao tênis: a) durante um mínimo de três meses, usem as
cordas de suas raquetes exageradamente frouxas e, após esse estágio, vão aumentando a pressão das cordas
lentamente, até que tenham reconstituído sua musculatura; b) não esqueçam de fazer alongamentos antes e
depois - principalmente - de jogarem (prioritariamente sobre o braço que segura a raquete); c) esquentem
todos os golpes na parede durante cerca de 15 minutos.

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