Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Fanzines na cidade
Sobre fanzines criados em João Pessoa
João Pessoa – PB
Abril/2008
ARTIGO:
Fanzines na cidade
Sobre fanzines criados em João Pessoa
2
Fanzines na cidade
Sobre fanzines criados em João Pessoa
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
3
“...é uma publicação independente e amadora, quase
sempre de pequena tiragem, impressa em mimeógrafos,
fotocópias ou pequenas impressoras ‘offset’, produzidos por
fãs isolados, grupos e associações ou fãs-clubes de
determinada arte, personagem, personalidade, ‘hobby’ ou
gênero de expressão artística, para um público dirigido,
podendo abordar um único tema ou uma mistura de vários”
(MAGALHÃES, Henrique. O rebuliço apaixonante dos
fanzines – João Pessoa: Marca de Fantasia, 2003. p. 27)
Talvez alguém estranhe o título deste tópico, mas, adianto que neste
histórico, nos prenderemos apenas ao principal suporte deste tipo de mídia,
que inclusive é motivo de discussões até hoje.
Pois bem, os fanzines surgiram no ano de 1930, nos Estados Unidos,
quando, sem espaço nos circuitos editoriais oficiais, a ficção cientifica era
deixada de lado e, tendo-se a necessidade de divulgar seus trabalhos, os
4
produtores se viram obrigados a “bancar” suas próprias produções e
divulgações. Assim eram criados boletins e magazines que logo eram
distribuídos entre os fãs daqueles tipos de literatura.
Os três primeiros fanzines registrados foram o “The Comet”, criado por
Ray Palmer, o “The Planet”, de Allen Glasser e o “The Time Traveler” editado
por Julius Schwartz.
Dos Estados Unidos os “zines” seguiram para a Inglaterra em 1936,
levados por dois cidadãos chamados Maurice Handon e Dennis Jacques e só
chegaram ao Brasil em 1960, voltados para histórias em quadrinhos. No final
dos anos 70, com o crescimento da imprensa alternativa, se expandiram para
todo o país e na mesma época, devido a sua cara alternativa, tornaram-se
porta-vozes do movimento punk na Inglaterra.
Edgard Guimarães, em artigo publicado na internet diz que No Brasil, “o
primeiro fanzine de que se tem registro é o Ficção, criado por Edson Rontani,
em Piracicaba, no Estado de São Paulo, no ano de 1965”. Continua que na
época não se usava o termo fanzine por aqui, e sim boletim. A palavra fanzine
só passou a ser conhecida na década de 70. Edson Rontani manteve contato
com outros colecionadores de revistas em quadrinhos para venda e troca das
revistas. Edgard conclui que “já no primeiro número, Edson coloca diversos
textos informativos e uma importantíssima relação das revistas de quadrinhos
publicadas no Brasil desde 1905”. (GUIMARÃES, Edgard. Algo sobre
Fanzines. Capturado em 10 mar. 2008. Online. Disponível na Internet
http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=41&rv=Literatura – Matéria
publicada em 01 mar. 2000 - Ed. 7)
5
em 1987, incentivado pela revista Rock Brigade. O zine, com nome em inglês,
tratava de música pesada, especialmente o heavy metal, o punk rock e o
hardcore, tal como falava a revista de rock.
Bérgson foi logo seguido por Jesuíno de Oliveira, que editou e publicou
outro zine pioneiro na cidade, o Junkmail. Este segundo seguiu tendência da
informatização e se transfomou em e-zine depois da 4ª edição. Jesuíno criou,
em 1993, o MusicLand, que abordava essencialmente o cenário da música
independente e alternativa nacional e estrangeira do qual também publicou 4
edições. Os primeiros fanzines que influenciaram Jesuino à editar um foram o
Midsummer Madness, do Rio de Janeiro, e o Broken Strings de Campinas-
SP.
Depois do Re-animator, Bérgson Freire criou um zine que inspirou o
que hoje o mundo todo conhece como lista de distribuição pela internet (ou
mailling list), que funcionava através da rede universitária BITNET, que
abrangia a distribuição de textos de humor de diversos temas, algo realizado
bem antes do surgimento da internet comercial em 1995. Depois criou a
Oxente Page (http://www.cangaco.com.br), uma continuação do fanzine por
e-mail, só que com a parte gráfica (fotos, desenhos...) e que deu muito o que
falar. Diversos prêmios nacionais pela criatividade, etc.
Pessoa notadamente renomada por suas publicações, o quadrinhista,
escritor e professor da UFPB, Henrique Magalhães, também editou fanzines,
dentre eles, o Top! Top! que trazia artigos que enfocavam histórias em
quadrinhos, desenhos e produções culturais e entrevistas com pessoas
ligadas ao mundo das artes. Henrique Magalhães possui uma editora, Marca
de Fantasia, um site na internet com o mesmo nome da editora, e seu zine,
por ter uma roupagem diferenciada, produção em escala maior que os
fanzines tradicionais, se distancia destes por ter um certo caráter comercial,
embora os preços cobrados pelas publicações sejam de alcance de muitos.
Por seu sucesso, o Top! Top! já vai na 24ª edição.
Em 2002, uma outra jovem e talentosa fã das artes independentes,
Carolina Morena, publicou o seu primeiro zine, chamado de Zona Zine.
Todas as 15 edições do seu fanzine, falam sobre o mundo underground,
música, humor e festivais. Por todos os lugares que vai, leva suas revistas e,
com elas, faz amigos por toda parte. Cita como principais referências, os
6
fanzines de Gilberto Custodio, de São Paulo, o Esquizofrenia, Renato Silva,
Helio Ponciano e Alex, também de São Paulo, o Colateral, e os zines de
Fernanda Meireles, de Fortaleza.
Seguindo a tendência de Carol Moreno, Alexandre Santos, conhecido
na cidade como Beiçola, publicou três edições do seu fanzine Cultura Aqui,
todas falando sobre o que “rola” no mundo da cultura em João Pessoa.
Começou um tanto quanto tímido, depois de um trabalho escolar, onde foi
sugerido que produzisse uma “revistinha” do tipo. Tomou gosto, conheceu
Henrique Magalhães e começou a editar o Da Boca pra Fora, porém,
interrompeu a edição para criar o Cultura Aqui. Lançou mão de suas
economias, foi atrás de alguns apoios e conseguiu lançar algumas dezenas
de exemplares. Na sua segunda edição, a tiragem passou perto de trezentos,
e chegou, com muito suor e dedicação, a impressionante marca de
quinhentos exemplares da Edição Três, do Cultura Aqui. Editou um blog com
o mesmo nome do seu zine. Agora, retomou os trabalhos para o Da Boca pra
Fora e pretende lança-lo ainda no ano de 2008.
Em 2004, Kaleo Santos lançou o Gothic Life Zine, depois de ver um
fanzine da cidade de Campina Grande. O Gothic Life fala sobre música,
estética, poema e arquitetura e busca informar as pessoas sobre a subcultura
gótica. Abre espaços para divulgação de bandas, outros fanzines e eventos.
É uma espécie de contribuição dos faneditores Kaleo, Davi e Natan, para a
projeção do movimento gótico em João Pessoa. O zine já vai na 4ª edição,
com pretensões de lançamento de mais uma no primeiro semestre deste ano.
Outro faneditor conhecido é o Igor, editor do Escarro Cultural, lançado
em três edições, com uma quarta por vir. Igor começou a se interessar por
fanzines em amostras do gênero. Suas publicações giram em torno de
música, cinema, literatura, quadrinhos com resenhas sobre os assuntos e
críticas não tendenciosas. Questiona “o que estava a nossa volta e
achávamos absurdo”.
No geral, todos os zines produzidos em João Pessoa, falam sobre
cultura, música, quadrinhos, enfim, tudo que gira em torno do mundo das
artes. Dentro da minha pesquisa, coleta de informações por telefone e por e-
mails, uma produção chamou a atenção. É bem a cara da cultura alternativa,
bem aproximada da proposta dos zines na Inglaterra, nos anos 70. O
7
Antípoda, criado em 2005. Lenilson Campos, seu editor, ao ser perguntado
quando começou a se interessar por fanzines respondeu, por e-mail que seu
fanzine veio por acaso, depois de ele ter um primeiro contato com os
movimentos punk e anarquista de João Pessoa, onde haviam assuntos
variados, de cunho político, contestações, reflexões pessoais, peomas, etc. e
ai se sentiu estimulado a expor suas idéias da sua maneira, sem formas,
regras, etc. (CAMPOS, Lenilson. “lenilson_fc@yahoo.com.br” Fanzines
urgente. 16 mar. 2008. Enviado às 21h44min. Mensagem para: George
Martins “ghemartins@hotmail.com”). É um fanzine diferente dos apresentados
até o momento, por que fala de política, do ponto de vista de uma pessoa
com ideais, ou simpatizante, anarquista. Foi lançado em apenas uma edição
e segundo o seu editor, foi feito sem pretensões, e talvez não haja uma outra,
ou pelo menos, não há previsão.
Além de um fanzine com ideais anarquistas, é possível, com muito
esforço, encontrar produções com teor político, onde o foco seja o socialismo
e o comunismo. Contudo, suas tiragens podem ter sido sugadas por
capitalistas, fazendo com que não se tenha notícias dessas publicações.
4. Fanzines X e-zines
8
negativos, principalmente pelos apaixonados pelos zines de papel, tenham
estes experimentados os e-zines ou não.
Carol Morena, ao ser perguntada se achava saudável os zines
eletrônicos, respondeu: “Acho saudável sim, mas encaro os chamados e-
zines como algo diferente dos fanzines. São válidos, ótimos, sempre
acompanho inclusive, mas pra mim não são fanzines. É outra coisa.”
(MARQUES, Renata. Fanzine na mão e no papel. Natal-RN. Em 06 ago
2006. Capiturado em 12 mar 2008 Online. Disponível na internet
http://www.overmundo.com.br/ overblog/fanzine-na-mao-e-no-papel).
Para a própria Carol, fanzine não é apenas o conteúdo, mas o meio,
logo, não considera os e-zines como fanzine: “no meu ponto de vista eles não
são fanzines porque já encontraram outro meio de divulgar: a Internet. Zine
de verdade é zine feito na mão e no papel.”
Jenuíno de Oliveira diz que os e-zines são uma nova abordagem, um
novo veículo com ferramentas em desenvolvimento. Ele cita ainda que a
própria internet tem uma caráter anárquico e liberal, fazendo uma
comparação com os fanzines tradicionais. Completa que “tem um alcance
maior, mais rápido e de custo mínimo, entretanto você terá o mesmo trabalho
de divulgação e até mesmo de fidelidade do leitor devido a imensidão da
rede”. Ele lembra, porém que, além disso, temos a linguagem adequada a
internet, que é diferente da linguagem para o papel. Diz que há limitação de
uma certa camada de leitores da população, usa o termo “exclusão digital”
para justificar o que diz e apresenta preocupação com a "industrialização da
web" que mastiga tudo para o leitor, inibindo de certa forma seus
pensamentos e desejos (OLIVEIRA, Jesuíno. “jesuinoo@gmail.com” Fanzines. 14
mar. 2008. Enviado às 15h16min. Mensagem para: George Martins
“ghemartins@hotmail.com”).
Apesar das discordâncias de alguns sobre a apropriação dos fanzines
pela internet, nunca é demais lembrar que o alcance pode ser maior com a
grande rede e que, de certa forma, o avanço nesse veículo da informação,
tem seus pontos positivos, podendo ajudar na divulgação das idéias, ideais e
até mesmo dos próprios fanzines.
9
CONCLUSÃO:
10
BIBLIOGRAFIA:
http://www.junkmail.yd.com.br
http://www.oinformativo.com/beicola/
http://www.universohq.com/.../2007/n26062007_06.cfm
http://www.marcadefantasia.com.br
http://www.orkut.com
11
http://www.wikipedia.com
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanzine
http://www.overmundo.com.br
12
This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.