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Higino Xavier Lopes nasceu em 1771 na Ribeira de Angra, Terceira, Açores, Portugal e faleceu em Lisboa
em 1831, com 60 anos de idade. Filho de Francisco Xavier Lopes, bacharel pela Universidade de Coimbra,
desembargador do paço em Angra do Heroísmo e de Ana Izabel Francisca Ameno.
Casou-se com Francisca Eufrázia Craveiro de quem teve 8 filhos:
Carlos Craveiro Lopes, Capitão de Mar-e-Guerra da Armada Portuguesa
Inácio de Loyola Craveiro Lopes, Tenente do Batalhão de Caçadores 2 na Índia Portuguesa
Francisco Xavier Craveiro Lopes, General de Brigada da Arma de Artilharia
Augusto Paulino Craveiro Lopes
Tibério Craveiro Lopes
Ana Craveiro Lopes
Mª Emília Craveiro Lopes
Biografia:
Foi aluno do Colégio Militar (Então Real Colégio Militar) e da Escola do Exército.
Vai para o Brasil em 1791, onde, por serviços prestados como alferes do Exército, lhe é concedida pelo Rei
D. João VI, uma sesmaria de três léguas de comprido e uma de largo, no lugar chamado Lagoa Bonita em
Campo Maior, Piauí.
Higino Xavier Lopes como major de Infantaria do Exército Português, ocupava o posto de Comandante das
Armas de Campo Maior em Piauí, Brasil, quando eclodiu a guerra da independência do Brasil em 1822. Foi
convidado a integrar o Exército do Brasil, não tendo aceitado o convite, mantendo-se fiel á Coroa
Portuguesa. Durante os conflitos que se seguiram, distinguiu-se com heroísmo nomeadamente nas batalhas
do Rio Jenipapo e cerco do morro das Tabócas.
Por reconhecimento do seu valor, foi-lhe permitido regressar ao Reino de Portugal com os seus haveres e
família (esposa e 3 filhos) em 1823. 4 filhos ficaram no Brasil a administrar as terras da família. Teve ao
todo 14 filhos. A maior parte ficaram pelo Brasil.
Descrição das batalhas do rio Jenipapo e morro das Tabócas, feito pelo historiador maranhense Dr. Luis
Antônio Vieira e Silva:
"Até o início de fevereiro de 1823 continuava Campo Maior fiel a Portugal. Encontrava-se na vila a tropa
portuguesa sob o comando do Comandante Geral Major Higino Xavier Lopes que tomando conhecimento de
que contra ela marchava Leonardo de Carvalho Castelo Branco com tropas cearenses da Vila Nova d´El-Rei
Viçosa e outras tropas cearenses pelas estradas de Matões, foi procurado pelos seus soldados em tumulto
protestando que não lutariam contra seus camaradas, impuseram à evacuação da vila e impuseram completa
deserção se não atendidos. No dia 01 de fevereiro o Major Higino Xavier Lopes deixou a vila, tendo uma
parte dos soldados desertados para as fileiras dos exércitos dos independentes e os demais acompanharam
seus chefes em marcha para o Poti com duas peças de campanhas e 100 granadeiras que haviam sido
deixadas por Fidié. No dia 5 de fevereiro de 1823 o parnaibano Leonardo de Carvalho Castelo Branco com a
sua tropa entra vitorioso em Campo Maior e proclama a independência.
Passava assim Campo Maior a aderir à causa brasileira. No entanto, durante todo o tempo em que o Major
Higino Xavier Lopes esteve em Campo Maior não houve nenhum movimento do povo ou de autoridades
contra a sua presença e nem manifestações ou intenções a favor da causa brasileira, pois quando Fidié esteve
na vila juraram obediência a Constituição Portuguesa e às Cortes de Portugal.
Por volta das nove horas da manhã do dia 13 de Março de 1823, as tropas portugueses com cerca de 1.200
combatentes (alguns portugueses e brasileiros fiéis a Portugal) com onze peças de artilharia, comandadas
pelo Major João José da Cunha Fidié e por Higino Xavier Lopes, enfrentam 2000 a 3000 tropas Brasileiras
comandadas pelo capitão-mor José Pereira Figueira, nas margens do rio Jenipapo.
O major Fidié tomara a entrada da esquerda para melhor transporte da sua artilharia, e fizera marchar pela
direita a cavalaria. Esta foi a primeira a encontrar-se com o inimigo sobre o qual desfechou alguns tiros,
sendo obrigada a retroceder, procurando outra vez reunir-se ao seu chefe. Ouvindo tiros os independentes,
supondo que Fidié seguia por aquela estrada da esquerda que ele havia tomado; isto deu-lhe tempo de passar
o rio sem fogo e meteu-se em linha no campo. Reconhecendo que o inimigo que ia combater lhe era muito
superior em número, para logo calculara vantagem que teria de ser o primeiro a atacar e mandou dar o sinal
para o combate com um tiro de peça, rompendo logo o fogo no qual encorajou os caçadores e a sua
infantaria. Depois de um vivo fogo, os independentes tentaram, com extraordinária impetuosidade, envolver
s tropas constitucionais portuguesas por todos os lados; mas Fidié dirigia o fogo dos seus soldados tão
habilmente que varria diante de si os independentes. Cedendo estes à disciplina e à superioridade das armas e
não lhes valendo a coragem com que afrontavam o perigo, retiraram-se em completa debandada deixando-o
senhor do campo. Este combate começou às nove para dez horas e durou até depois do meio-dia. Calculou-se
a perda das tropas brasileiras em 200 homens, entre mortos e feridos, 542 prisioneiros, entrando neste
número os que depois da ação se apresentaram ao comandante das armas, três caixas de guerra, uma peça de
artilharia de calibre 3, algumas munições e uma bandeira. Da tropa portuguesa pereceram 16 soldados, 1
sargento, um alferes e um capitão e saíram feridos 60 homens. Além disso Fidié perdeu boa parte de suas
peças de artilharia, ficando sem condições de continuar em combate aberto. Devido a isso, as tropas
portuguesas entrincheiraram-se em Caxias, no monte Taboca, onde tiveram novo combate contra tropas
brasileiras saindo vitoriosos. Após cerco prolongado a Caxias, chegaram novas tropas brasileiras
comandadas pelo general Filgueiras no dia 21 de julho de 1823, tendo as tropas portuguesas capitulado por
esgotamento de munições e víveres no dia 1º de Agosto de 1823 no campo São José."
Por reconhecimento do seu valor, foi-lhe permitido regressar ao Reino de Portugal com os seus haveres e
família (esposa e 3 filhos) em 1823. 4 filhos ficaram no Brasil a administrar as terras da família. Teve ao
todo 14 filhos. A maior parte ficaram pelo Brasil.