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UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Instituto de Física.
Mestrado Profissionalizante de Ensino de Física.
Novas Tecnologias no Ensino de Física.

Professora: Eliane Angela Veit·

APLICAÇÕES PARA O ‘SPECTROGRAM’.


Carla Simone Facchinello
Luciano Denardin de Oliveira
Luiz André Mützenberg
Regis Batista Ethur

Resumo.
Neste trabalho procuramos explorar possibilidades de utilizar o Spectrogram para ad-
quirir dados sobre experimentos. O Spectrogram é um Software computacional para anali-
se de ondas sonoras. A analise do som pode ser usada para interpretar informações sobre a
fonte que emitiu este som e o meio em que este som se propagou. Primeiro serão descritos
dois experimentos, (aceleração da Gravidade e Coeficiente de Restituição) em que o Soft-
ware terá a função de um cronômetro com precisão de milésimos de segundo. Nos demais
experimentos o Spectrogram será utilizado para obter espectros sonoros dos sons emitidos
por objetos cujas propriedades desejamos estudar.

proximadamente 0,5 Hz até freqüências de 1010 Hz.


A- Introdução. Dessa escala nossa audição é capaz de detectar fre-
Possuímos dois sentidos que dependem de fe- qüências que variam entre 20 Hz e 20000 Hz, por-
nômenos ondulatórios para nos informar sobre o tanto somos capazes de perceber uma fração muito
meio que nos cerca, a visão, que depende de ondas maior da escala das ondas mecânicas.
eletromagnéticas e a adição, que detecta as ondas Este trabalho vai apresentar algumas experiên-
sonoras. A quantidade de informação que recebemos cias que podem ser realizadas com um computador
através desses sentidos oferece uma idéia da quanti- que tenha placa de som para gravar os sons a serem
dade de grandezas físicas que podem ser medidas analisados, e que tenha instalado o programa Spec-
pela analise apropriada destas ondas. trogram, necessário para fazer as analises e do qual
A luz permite obter informações seguras quan- se pode conseguir uma versão shareware nos se-
to à posição, forma e composição dos objetos, po- guintes endereços:
rém só enxergamos em uma direção, o que está a http://www.if.ufrgs.br/cref/ntef/som/lab/prog/gram6.zip
nossa frente. O som não permite informações tão http://superdownloads.ubbi.com.br/downloads/667.htm
precisas quanto a posição e formato, porém a anali- http://www.pegar.com.br/pegar_arquivo.asp?link_id=47
se das ondas sonoras permite saber muito sobre a 00
fonte que originou esta onda e o meio em que ela se
propagou, tanto é que reconhecemos nossos amigos B- As Opções do Spectrogram.
pela voz e sentimos que nossa voz esta diferente
quando entremos em um ambiente familiar que foi F1 - Analyze File. (Analisar arquivo)
modificado. Ao digitar a tecla F1 abre uma caixa de dialogo
O espectro eletromagnético inclui ondas cuja para escolher um arquivo, gravado anteriormente, e
freqüência pode ser menor que um Hz até ondas cuja que desejamos analisar. Depois de escolher o arqui-
freqüência pode ser maior que 1022 Hz, desse espec- vo abre a caixa de dialogo “Analyze File” propria-
tro todo, nossa visão pode perceber ondas cuja fre- mente dita, na qual podemos escolher de que manei-
qüência está entre 4×1014 Hz e 8×1014 Hz. Esta pe- ra o arquivo deve ser analisado.
quena faixa do espectro eletromagnético nos permite Sample Characteristics. (Características da A-
obter, através da visão informações seguras sobre a mostra)
posição, formato e a composição dos objetos. Sample Rate (Hz): informa a máxima freqüên-
A escala das ondas mecânicas, ou sonoras, tem cia que foi gravada no arquivo a ser analisado.
uma amplitude muito menor que o espectro eletro-
magnético, podendo variar entre freqüências de a-

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Begin-End (msec): Permite escolher o inicio e mais pontos permite melhorar a resolução porem
o final do trecho que será analisado. É importante os cálculos ficam mais demorados.
para agilizar o trabalho com arquivos longos. O Freq Resolution: Permite definir a precisão
tempo deve ser digitado em milisegundos das medidas de freqüência, mas depende do núme-
Resolution: informa a qualidade com que o ro de pontos usados para resolver a transformada
som foi gravado 8bits ou 16 bits. de Fourier.
Type Ratio Butons: informa se o arquivo gra- Low Band Limit (Hz): Permite definir a menor
vado é mono ou estéreo. freqüência que deve aparecer no gráfico.
Display Characteristics. (Características do Grá- High Band Limit (Hz): Permite definir a maior
fico) freqüência que deve aparecer no gráfico.
Channels: Em uma gravação estéreo, esta op-
ção permite escolher o canal que deve ser analisa- F2 - Scan File.
do, direito (right) esquerdo (left) ou ambos (dual). Possui os mesmos recursos de Analyze File,
Display Type: Permite escolher a forma do porém não é possível voltar ao início depois que o
gráfico. Scroll I mostra o gráfico de freqüência em Spectrogram concluiu a analise, a vantagem é que
função do tempo sendo que a intensidade relativa no tipo de gráfico existem alternativas para ver os
de cada freqüência é dada pela cor do gráfico. gráficos de freqüência em função do tempo.
Clicando sobre este gráfico abre uma caixa de
dialogo para criar um gráfico da intensidade em F3 - Scan Input.
função da freqüência este segundo gráfico é impor- Possui os mesmos recursos do Scan File, porém
tante para analisar a emissão de um alto-falante. a analise é aplicada á entrada de áudio do computa-
Scroll II mostra um gráfico semelhante a Scroll I, dor. O sinal captado poderá ser gravado posterior-
mas na parte superior aparece uma tira com a mente
representação analógica do som. Esta opção é
importante para obter medidas precisas de tempo C- Aceleração da gravidade.
nas experiências da queda livre e do coeficiente de
restituição. Base Teórica.
Scale (dB): Permite escolher as intensidades
sonoras que serão analisadas. 90dB analisa todos É de conhecimento que em um lançamento ho-
os sons, de 0 a 90 decibéis. A opção "60 dB" anali- rizontal a velocidade do lançamento não influencia o
sa os sons com intensidade entre 30 e 90 dB, esta tempo de queda dos corpos. O tempo de queda de-
opção é interessante quando queremos excluir pende da aceleração da gravidade local e da altura
ruídos de fundo que foram gravados. A opção "30 de queda do objeto sendo que a relação entre a altu-
dB" analisa sons entre 60 e 90 dB, esta opção é ra, tempo de queda e aceleração da gravidade é dada
útil para analisar sons muito altos. pela equação:
Palette: Permite escolher as cores do gráfico. g.t2
h = ho + vo.t +
CB são as cores padrão do Spectrogram, BW vai 2 Eq. C-1
apresentar um gráfico em escala de cinzas e User A velocidade inicial, vo, é nula, pois o lança-
permite definir a escala de cores. mento é horizontal e a altura inicial, ho, será nula,
Time Scale: Permite escolher a unidade de pois podemos colocar o referencial na base de lan-
medida de tempo que o Spectrogram vai usar (se- çamento do objeto, assim, medindo a altura, h, e
gundos ou milisegundos) e definir quantos milise- determinando o tempo de queda, t, podemos calcular
gundos deve ser incluídos em cada coluna de pon- a aceleração da gravidade, g com a equação:
tos, se você digitar 10.0 o gráfico de uma gravação g.t2
h=
de 1 segundo terá a largura de 100 pixels no gráfi- 2 Eq. C-2
co. O tempo de escala depende da resolução de
freqüência que será comentada adiante.
Frequency Analysis. (Analise da freqüência) Aquisição de dados.
Freq Scale: Permite escolher se a escala da
Coloca-se uma esfera, bolinha de gude, sobre
freqüência no gráfico será linear ou logarítmica.
uma mesa e com um pedaço de madeira dá-se uma
FFT Size (Points): Permite definir o número
batida na esfera para que esta caia, durante a queda
de pontos que serão utilizados para resolver a
da esfera o computador deve estar gravando os sons,
transformada de Fourier. Utilizar menos pontos
da batida na esfera e de sua quicada no chão. A
(512) permite obter maior agilidade para fazer os
altura pode ser medida facilmente com uma fita
gráficos, mas a resolução será pequena, utilizar
métrica e para obter o tempo de queda deve-se anali-
sar o som gravado no Spectrogram, onde podemos

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descobrir o instante da batida e o instante da colisão cuidado no lançamento, para que este seja o mais
com o chão. A diferença entre estes dois tempos será horizontal possível.
o tempo de queda da esfera.
D- Coeficiente de Restituição.
Analise.
Para testar este experimento foram realizadas Base Teórica.
duas medidas da aceleração da gravidade. O choque ou colisão entre corpos é uma parte
Quando a esfera foi lançada de uma altura de fundamental do estudo do movimento (Cinemática).
79,5cm o tempo de queda, medido com auxílio do Durante muito tempo, as grandezas físicas envolvi-
Spectrogram foi de 0,398s, o que resultou em uma das em uma colisão – sejam conservadas ou não –
aceleração da gravidade de 10,0 m/s2 foram objetos de pesquisas e debates. Ou seja, na
Quando a esfera foi lançada de uma altura de história da Física o estudo, a análise e a realização
154,0cm o tempo de queda, medido com auxílio do de experiências com colisões desempenharam um
Spectrogram foi de 0,537s, o que resultou em uma papel bastante importante. O estudo de colisões foi
aceleração da gravidade de 10,7 m/s2. fundamental, por exemplo, para a descoberta do
Existe uma diferença significativa entre o valor núcleo dos átomos e de novas partículas que consti-
oficialmente aceito para a aceleração da gravidade e tuem a matéria.
o resultado da segunda medida, foram consideradas Colisões ocorrem quando dois ou mais objetos
as seguintes hipóteses de erro. tentam ocupar a mesma posição ao mesmo tempo. A
Erro na medida da altura, como foi usada uma idéia básica de uma colisão é a de que o movimento
régua centimetrada foi admitido um erro de 0,5 cm dos corpos que se chocam sofre uma mudança brus-
na medida da altura o que resulta em uma variação ca, sendo possível estabelecer uma separação nítida
de 0,07m/s2 no valor da aceleração de gravidade. entre as situações anterior e posterior ao choque.
Esta variação não é suficiente para explicar a dife- Normalmente, as colisões ocorrem durante um inter-
rença entre o valor esperado e o valor encontrado. valo muito curto de tempo, durante o qual ocorre
A segunda hipótese foi considerar o tempo que uma interação muito forte entre os objetos.
cada som leva para atingir o microfone. Na segunda O estudo das colisões está associado ao mo-
medida a batida na bolinha aconteceu em um ponto vimento dos corpos. A idéia da existência de uma
que estava aproximadamente 70 cm mais afastado grandeza que medisse o movimento de um corpo ou
do microfone que o ponto de contato com o chão. do Universo e permanecesse invariável no decorrer
Considerando a velocidade do som de 340 m/s há do tempo nasceu de especulações filosóficas. Muitos
um erro de 0,002 s no valor do tempo que foi cro- cientistas se debruçaram sobre o problema e, a par-
nometrado. Fazendo esta correção ocorre uma vari- tir desses estudos, surgiram dois conceitos funda-
ação de 0,1m/s2 no valor da aceleração da gravida- mentais da Física: o momentum (ou quantidade de
de, também insuficiente para explicar a diferença movimento) e a energia.
entre o valor encontrado e o valor esperado. O conceito de quantidade de movimento surgiu
A terceira hipótese foi admitir que o lançamen- em 1644 com René Descartes, que propôs que essa
to não tenha sido exatamente horizontal, mas leve- grandeza corresponderia ao produto da massa do
mente inclinado para baixo (2°) com uma velocidade corpo pelo valor de sua velocidade. Nas colisões
de lançamento de 2 m/s. Esta velocidade de lança- entre corpos, a quantidade total de movimento se
mento foi considerada em função do alcance que foi manteria invariável.
de aproximadamente 1 m. Esta consideração leva a
uma variação de 0,3 m/s2 no valor encontrado para a p = m.v Eq. D-1
aceleração da gravidade.
Entretanto, constatou-se que esta grandeza se
Conclusão. mantinha constante somente em determinadas situa-
Assim como a maioria das experiências reali- ções (colisões frontais). Nos demais casos (colisões
zadas no Ensino Médio para determinar o valor da oblíquas), a soma das quantidades de movimento
aceleração da gravidade, os valores encontrados dos corpos após o choque não era igual à soma ante-
apresentam erros significativos, porem isto não rior ao choque. Este problema veio a ser resolvido
invalida a experiência, pois é muito significativo por Isaac Newton, em 1687, ao definir a quantidade
explorar com os alunos os prováveis erros nas medi- de movimento como uma grandeza vetorial e não
das. escalar.
Os cálculos feitos para verificar a influência
que cada erro poderia ter no valor da aceleração da
Eq. D-2
gravidade mostraram que é importante tomar muito

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Dessa forma, a quantidade de movimento de tica total dos corpos pode ser “perdida”. Isto é, uma
um corpo possui a direção e o sentido de sua veloci- parte dessa energia pode ser transformada em outras
dade. Com esta definição, utilizando o cálculo veto- formas de energia, como, por exemplo, energia tér-
rial, é possível verificar em todos os casos a conser- mica e energia sonora.
vação da quantidade de movimento de um sistema. Em outros casos, como em alguns tipos de coli-
Este é um dos princípios básicos da Física e é verifi- sões envolvendo núcleos atômicos, pode ocorrer da
cado sempre que não haja a ação de forças externas energia cinética total após a colisão ser maior que a
ao sistema. de antes da colisão. Isto acontece quando, durante a
Se o sistema for isolado, isto é, não sofrer a a- colisão, algum tipo de energia potencial interna é
ção de forças externas, ocorrerá à conservação da liberado, transformando-se em energia cinética. Em
quantidade total de movimento. Se o sistema não for toda e qualquer situação, no entanto, o princípio de
isolado, não ocorrerá conservação da quantidade de conservação total da energia é válido.
movimento. Neste caso, o impulso (definido como o A diferença entre energia cinética e quantidade
produto da força externa pelo intervalo de tempo de de movimento e a relação entre esses conceitos e o
aplicação dessa força) será exatamente igual à vari- conceito de força não foram claramente percebidas
ação da quantidade de movimento do sistema. até o século XVIII. A dúvida era: qual das duas
O outro conceito básico envolvido em colisões grandezas representava a medida do efeito de uma
é o de energia. Atualmente, este é o conceito mais força sobre um corpo.
importante da Física, apesar de não haver uma defi- Em 1743, D’Alembert encerrou a discussão,
nição precisa de seu significado. Segundo o físico esclarecendo que o efeito de uma força pode ser
norte-americano Richard Feynmann, ninguém sabe o medido por seu efeito integrado no tempo (produzin-
que é energia. Disse ele: “É importante observar do a variação na quantidade de movimento) ou por
que hoje nós não sabemos o que é energia. O que seu efeito integrado no espaço (produzindo a varia-
sabemos é que existe uma lei governando todos os ção na energia cinética). Portanto, as duas grande-
fenômenos naturais conhecidos até hoje. Não existe zas são úteis no estudo do movimento e no estudo
nenhuma exceção conhecida a essa lei, que é co- das colisões. Em um sistema isolado, pode haver
nhecida pelo nome de Lei da Conservação da E- uma troca de energia ou de quantidade de movimen-
nergia. Ela estabelece que há uma certa quantida- to entre corpos, mas o valor total de cada uma des-
de, que nós chamamos energia, cujo valor não se tas grandezas é conservado.
altera, nas várias mudanças que ocorrem na natu- As colisões podem ser classificadas conforme a
reza. Ela não é a descrição de um mecanismo ou conservação ou não da energia cinética.
qualquer coisa concreta. É uma lei abstrata porque
é um princípio matemático. Ela exprime o fato de Tabela D-1: Classificação das colisões, e descrição de situa-
que, quando calculamos um certo número (o valor ções em que elas ocorrem.
da energia) no início de um processo e no fim do TIPO DE SITUAÇÃO
processo, os resultados são iguais”. COLISÃO
Em nível macroscópico, durante a colisão entre Elástica Há conservação da energia cinética. A
dois corpos, esses sofrem deformações elásticas, energia cinética após o choque é igual
havendo transformação de energia cinética (energia à energia cinética antes do choque.
associada à velocidade) em energia potencial elásti- Colisões entre partículas atômicas e
ca dos corpos deformados. Esta colisão dura um elementares são, em inúmeros casos,
tempo muito curto, havendo quase instantaneamente elásticas.
uma restituição de energia potencial elástica em Inelástica Não há conservação da energia cinéti-
energia cinética. ca. Durante a colisão, parte da energia
Como o estudo das colisões pode ser feito ana- cinética é transformada em energia
lisando a situação antes do choque e compará-la térmica, sonora e de deformação. De
com a situação posterior ao choque, podemos nos modo geral, colisões macroscópicas
preocupar apenas com a energia cinética das partí- são inelásticas.
culas. Este tipo de energia é definido pela metade do Perfeitamen- Não há conservação e a “perda” da
produto da massa do corpo e de sua velocidade ele- te inelástica energia cinética é máxima. Este tipo
vada ao quadrado: de colisão ocorre quando os corpos
permanecem juntos após o choque.
Ec = m.v2/2 Eq. D-3 Superelásti- Em alguns casos energia cinética total
ca após a colisão ser maior que antes da
Durante a colisão de dois corpos macroscópi- colisão. Esta colisão ocorre quando
cos, em geral, uma certa quantidade da energia ciné- algum tipo de energia potencial (quí-
mica, por exemplo) é transformado em

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energia cinética. A explosão de uma Vn+1
ε=
granada é um exemplo de colisão su- Vn Eq. D-5
perelástica.
Tn+1
ε=
Um outro conceito útil no estudo das colisões é Tn Eq. D-6
o coeficiente de restituição, grandeza adimensional
que relaciona a velocidade relativa de afastamento Analise.
dos corpos após o choque e a velocidade relativa de Os dados obtidos estão relacionados na tabela
aproximação antes do choque. D-3, assim como o cálculo do coeficiente de restitui-
V’B - V’A ção:
ε=
VA - VB Eq. D-4
Este coeficiente pode ser interpretado como Tabela D-3: Os tempos em que cada colisão aconteceu, os
intervalos de tempo, ∆t, entre as colisões e o Coeficiente de
uma espécie de rendimento do sistema em termos de Restituição, ε.
energia cinética. Se não houver perdas de energia Tempo (s) ∆t (s)
Colisão ε
cinética, como nas colisões elásticas, o coeficiente ε
1 0,2538 0,0625 0,872
= 1: a velocidade de afastamento é igual à velocida-
2 0,3163 0,0545 0,807
de relativa de aproximação. No outro extremo,
3 0,3708 0,0440 0,863
quando ocorre perda máxima de energia cinética e
4 0,4148 0,0380 0,895
os corpos andam juntos após o choque (v’B = v’A), o
coeficiente ε = 0. Esta é a colisão perfeitamente 5 0,4528 0,0340 0,853
inelástica. 6 0,4868 0,0290 0,879
Em resumo: 7 0,5158 0,0255 -
8 0,5413 - -
Tabela D-2: Classificação das colisões quanto ao Coeficiente
de restituição. Nesta experiência, foi encontrado o valor
TIPO DE COLISÃO COEFICIENTE ε = 0,861 como sendo o valor médio do coeficiente
DE RESTITUI- de restituição da colisão da esfera com o chão do
ÇÃO laboratório. Ou seja, uma colisão inelástica, na qual
Colisão elástica ε=1 não ocorre conservação da energia cinética da esfe-
Colisão inelástica 0<ε<1 ra.
Colisão perfeitamente inelástica ε=0
Colisão superelástica ε>1 Conclusão.
Se o estudo do fenômeno das colisões for feito
Aquisição de dados. de modo criterioso, isto é, hierarquizando adequa-
A experiência realizada mediu o coeficiente de damente as grandezas físicas envolvidas, pode ser
restituição da colisão de uma esfera com o chão do extremamente proveitoso no Ensino Médio. A utili-
laboratório de informática. Neste caso, o coeficiente zação de recursos tecnológicos, como a aquisição
de restituição representa a razão entre o módulo da automática de dados realizada nesta experiência,
velocidade da esfera depois da colisão com o módulo pode favorecer a aprendizagem significativa de con-
da velocidade da esfera antes da colisão. ceitos, leis e princípios importantes da Física.
A esfera era abandonada de uma determinada Os resultados obtidos nas medidas foram bas-
altura h1, chocava-se com o solo e retornava subindo tante satisfatórios em relação ao esperado e demons-
até uma altura menor h2. A cada choque, havia uma traram a viabilidade da utilização desta experiência
perda de energia cinética. Após sucessivos choques, no Ensino Médio.
o movimento da esfera finalmente cessava.
Utilizando um microfone conectado a um com- E- Alguns conceitos sobre Ondas.
putador com placa de som, foi registrado cada im- Pode-se definir onda como sendo tudo aquilo
pacto da esfera contra o solo. Através do uso do que se propaga e que não é matéria. São exemplos
software SPECTROGRAM, foi identificado o tem- de ondas o som, a luz, o microondas.
po de cada colisão. Este software apresenta um edi- A propagação das ondas está associada à per-
tor que mostra graficamente o comportamento do turbação, e conseqüente vibração de um meio mate-
som registrado. O tempo entre os picos do gráfico rial (no caso de ondas mecânicas) ou de campos
corresponde aos tempos entre as colisões. eletromagnéticos (no caso de ondas eletromagnéti-
O coeficiente de restituição pode ser determina- cas).
do pela razão entre o tempo de duas colisões suces- É válido salientar que onda não transporta ma-
sivas. téria, apenas energia e momentum.

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c) Vale ou depressão (v): corresponde ao pon-
Classificação das Ondas to no qual a onda tem sua maior amplitude negativa.
As ondas podem ser classificadas quanto a sua d) Nodo ou nó (n): corresponde ao ponto de
natureza e quanto a sua forma de propagação. vibração mínima de uma onda.
Quanto à natureza e) Comprimento de onda (λ): corresponde à
Podemos classificá-las como: distância entre dois pontos consecutivos de uma
# ondas não-mecânicas: são ondas que se onda periódica. Unidade no S.I.: metro (m)
propagam tanto na matéria quanto no espaço, ou f) Período (T): é o intervalo de tempo necessá-
seja, não necessitam obrigatoriamente de um meio rio para uma onda realizar uma oscilação completa.
material para se propagarem (se propagam no vá- Unidade no S.I.: segundo (s)
cuo). Nesta classificação estão as ondas eletromag- g) Freqüência (f): é o número de oscilações
néticas, cujo exemplos são a luz, os raios X, o completas realizadas por unidade de tempo. Unidade
microondas, o ultravioleta. no S.I.: Hertz (Hz)
As ondas eletromagnéticas possuem no vácuo c λ
(e aproximadamente no ar) a mesma velocidade cujo a
valor é de: 300 000 000 m/s →3x108m/s
# ondas mecânicas: são ondas que se propa- n
V
gam apenas na matéria, ou seja, necessitam de um
meio material para se propagarem. São exemplos de Figura E-3: Elementos de uma onda.
ondas mecânicas os sons, as ondas do mar
Quanto à propagação
Velocidade de propagação de uma Onda
Podemos classificá-las como: Pode-se determinar a velocidade de propagação
# ondas transversais: são aquelas onde a dire- de uma onda através das equações abaixo:
ção de vibração é perpendicular à direção de propa- v = λ. f Eq. E-1
gação. Exemplo: Luz
λ
v=
ou T Eq. E-2
onde, v é a velocidade de propagação da onda
em m/s, λ é o comprimento de onda em m, f é a
freqüência em Hz e T é o período em s.

F- Velocidade das Ondas Sonoras no ar.


Figura E-1: Propagação de um pulso de onda transversal
em uma mola. Base Teórica.
Quando uma onda sonora se propaga em um
# ondas longitudinais: são aquelas onde a di- tubo ela entrar em ressonância desde que seu com-
reção de vibração é a mesma da de propagação. primento de onda seja tal que em extremidades fe-
Exemplo: som chadas se forme um nodo e em extremidades abertas
se forme um ventre.
A figura 2a mostra esquematicamente com são
as ondas estacionárias formadas dentro de um tubo
com uma extremidade fechada, no primeiro tubo
Figura E-2: Propagação de um pulso de onda transversal está representada a onda estacionária mais simples,
em uma mola. conhecida como primeiro harmônico, que ocorre
quando se forma um nodo na extremidade fechada e
Elementos de uma onda um ventre na extremidade aberta. A parte represen-
As ondas possuem vários elementos, que são tada na figura corresponde a ¼ de comprimento de
apresentados abaixo: onda. No segundo tubo da figura D-1 está represen-
a) Amplitude (a): corresponde à máxima dis- tado o segundo harmônico, com ventre na extremi-
tância vertical entre o ponto de mínima e máxima dade aberta e nodo na extremidade fechada, mas
vibração. tendo mais um ventre e um nodo no interior do tubo.
b) Crista (c): corresponde ao ponto no qual a A onda estacionária representada na figura corres-
onda tem sua maior amplitude positiva. ponde a ¾ de comprimento de onda. Na terceira e
última representação da figura D-1 está o terceiro

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harmônico, cuja onda estacionária representada no 1,076 m. a freqüência de vibração desta onda é de
interior do tubo corresponde a 5/4 de comprimento de 307 Hz, portanto a sua velocidade de propagação é
onda. de 330,3 m/s.
Para obter maior precisão na medida das fre-
qüências se faz uma primeira analisa com o Spec-
trogram para determinar aproximadamente o valor
da freqüência. Depois se refaz a medida usando uma
faixa de freqüências pequena para ser analisada pelo
programa.
Figura F-1: Representação das ondas estacionárias que se formam
no interior de um tubo fechado. Conclusão.
Resumindo, os comprimentos de onda das fre- Esta é uma experiência simples e de grande
qüências de ressonância de um tubo fechado podem praticidade para determinar a velocidade de ondas
ser calculados pela equação: sonoras no ar, os resultados encontrados estão pró-
ximos dos valores teóricos que estão nos livros,
4.L
λN = portanto é uma boa demonstração para ser realizada
N Eq. F-1 em aula e também uma sugestão interessante para
na qual λ representa o comprimento de onda e que os alunos tentem fazer a experiência e encontrar
L representa o comprimento do tubo, N assume os o valor experimental da “velocidade do som”.
valores inteiros e impares.
A equações Eq. F-1 permite calcular os com- G- Velocidade das Ondas Sonoras em metais.
primentos de onda das ondas estacionárias que po-
dem se formar no interior de um tubo, portanto, Base Teórica.
determinando a freqüência destas ondas, podemos
Para determinar a velocidade das ondas sonoras
calcular a sua velocidade de propagação usando a
nos metais usa-se a mesma base teórica aplicada
equação Eq. E-2:
para determinar a velocidade das ondas sonoras em
tubos sonoros.
Aquisição de dados.
A figura G-1 mostra esquematicamente com
Usamos tubos de ensaio de diferentes compri- são as ondas estacionárias formadas em uma barra
mentos e assopramos nestes tubos de modo que eles com as duas extremidades livres, na primeira barra
emitissem um som de apito. Este som foi gravado e está representada a onda estacionária mais simples,
depois analisado pelo Spectrogram para que pudés- conhecida como primeiro harmônico, que ocorre
semos determinar a sua freqüência, que corresponde quando se forma um ventre em cada extremidade. A
à freqüência de vibração do primeiro harmônico que parte representada na figura corresponde a ½ de
pode se estabelecer dentro do tubo. comprimento de onda. Na segunda barra da figura
G-1 está representado o segundo harmônico, com
Analise.
um ventre em cada extremidade, e mais um ventre e
No arquivo tb102.wav está gravado o som que dois nodos no interior do tubo. A terceira onda esta-
se obtém ao assoprar em um tubo de vidro fechado, cionária representada na figura corresponde a um
com 102mm de comprimento. O comprimento de comprimento de onda inteiro. Na terceira e última
onda do primeiro harmônico que pode se estabelecer representação da figura G-1 está o terceiro harmôni-
neste tubo é de 0,408 m. a freqüência de vibração co, cuja onda estacionária representada no interior
desta onda é de 800 Hz, portanto a sua velocidade da barra corresponde a 3/2 de comprimento de onda.
de propagação é de 326,4 m/s.
No arquivo tb0143fc.wav está gravado o som
que se obtém ao assoprar em um tubo de vidro fe-
chado, com 147mm de comprimento. O comprimen-
to de onda do primeiro harmônico que pode se esta-
belecer neste tubo é de 0,588 m. a freqüência de
vibração desta onda é de 554 Hz, portanto a sua Figura G-1: representação das ondas estacionárias que se formam
velocidade de propagação é de 325,7 m/s. no interior de um tubo fechado.
No arquivo tb0269fc.wav está gravado o som
que se obtém ao assoprar em um tubo de vidro fe- Resumindo, os comprimentos de onda das fre-
chado, com 269mm de comprimento (proveta de qüências de um tubo aberto podem ser calculados
100ml). O comprimento de onda do primeiro har- pela equação:
mônico que pode se estabelecer neste tubo é de

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2.L Alumínio 1,01 2,01 2497 5019
λN =
N Eq. G-1 Cobre 1,01 2,02 1941 3928
na qual λ representa o comprimento de onda e Cobre 0,49 0,99 3914 3875
L representa o comprimento do tubo, N assume os Ferro 0,45 0,90 2488 2239
valores inteiros. Ferro 0,99 0,78 2620 2049
Latão 1,01 2,01 1809 3036
Aquisição de dados. Com exceção da velocidade de propagação das
Para determinar a velocidade do som em metais ondas sonoras encontradas para as barra de Ferro,
utilizamos barras de alumínio, cobre , ferro e latão. todos os valores estão próximos dos valores encon-
Utilizando um microfone ligado ao computador trados na literatura.
realizou-se a montagem representada na figura a-
baixo. A barra metálica era apoiada num ponto Conclusão.
correspondente à metade de seu comprimento (L). Os resultados experimentais obtidos apresenta-
Para esta situação a barra comporta-se como um ram resultados próximos aos valores teóricos encon-
tubo aberto. Pelo fato da barra estar apoiada na trados na literatura. Os materiais utilizados são de
metade de seu comprimento, tem-se um nodo neste fácil aquisição, o que viabiliza esta prática no Ensi-
ponto (1º Harmônico). Sendo assim, o comprimento no Médio.
de onda (λ) produzida corresponde ao dobro do
comprimento da barra (λ=2.L). H- Estudo da emissão de um Alto-falante.

Base Teórica.
Computador A difração ocorre quando uma onda encontra
uma fenda, ou um obstáculo. As ondas conseguem
contornar obstáculos e fendas e chegar a regiões que
não seriam atingidas caso apresentassem apenas
propagação retilínea.
L Pelo princípio de Huygens-Fresnel, podemos
entender que, o som é capaz de contornar obstáculos
Barra de Metal Microfone ou propagar-se por todo um ambiente, através de
uma abertura. A essa propriedade é dado o nome de
Martelo
Figura G-2: Representação da montagem utilizada para a
difração. Os sons graves (baixa freqüência) aten-
aquisição de dados. dem melhor esse princípio.
A figura H-1 nos mostra como um som de
Realizando uma batida na barra metálica, esta- grande comprimento de onda (som grave, de baixa
belece-se uma onda sonora longitudinal, que se pro- freqüência) contorna um obstáculo. A figura H-2
paga de uma extremidade à outra. O som produzido mostra um som de pequeno comprimento de onda
é captado pelo microfone do computador e gravado (som agudo, de alta freqüência) gerando regiões de
utilizando o gravador de som do Windows. Este som sombra acústica ao contornar obstáculos. Podemos
foi posteriormente analisado, utilizando o software observar que a difração do som em um obstáculo
Spectrogram, a fim de determinar a freqüência da depende do valor relativo entre o tamanho H do
onda sonora produzida pela vibração da barra metá- obstáculo e o comprimento de onda λ do som. O
lica. mesmo ocorre com o avanço do som através de um
Analise. orifício: quando o comprimento de onda do som é
Utilizando a Eq. G-1 foi calculado o compri- muito menor que o comprimento H do obstáculo ou
mento de onda das ondas estacionárias que se for- furo, existirá sombra acústica "S".
maram nas barras, para isto basta medir o compri- Cabe lembrar, portanto, que os sons graves
mento de cada barra. As freqüências foram determi- (sons de baixa freqüência e de grande comprimento
nadas com auxílio do Spectrogram, e assim pode- de onda) tem maior facilidade em propagar-se no ar,
mos determinar a velocidade de propagação do som como também maior capacidade de contornar obstá-
nas várias barras metálicas usando a equação Eq. E- culos.
1. Os resultados encontrados são apresentados na
tabela G-1.

Tabela G-1: Medidas realizadas e resultados obtidos para as


velocidades das ondas sonoras em metais.
Material L (m) λ (m) f (Hz) v (m/s)

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TABELA H-1: Intensidade do sinal sonoro em diferentes
direções para diferentes freqüências.
Ângulo 890 1785 2680 3975 4470
(Hz) (Hz) (Hz) (Hz) (Hz)
0º -18 -33 -26 -25 -16
30º -21 -34 -26 -24 -18
60º -26 -36 -27 -27 -26
90º -31 -36 -33 -28 -43
120º -27 -32 -39 -41 -28
150º -21 -34 -35 -36 -27
180º -17 -41 -33 -57 -30
Figura H-1: Som de baixa freqüência (grave) contornando 210º -19 -37 -30 -40 -25
um obstáculo. 240º -24 -37 -33 -42 -28
270º -29 -41 -33 -39 -29
300º -23 -36 -32 -23 -20
330º -19 -32 -27 -23 -17
360º -19 -32 -24 -23 -17
Os valores encontrados são níveis de intensida-
de sonora, apesar de o Spectrogram usar a unidade
de medida decibel, dB, este uso é incorreto.
O decibel é a unidade de medida do nível de in-
tensidade sonora, N, e está definido como o logarit-
mo da intensidade sonora dividida pela intensidade
do limiar audível multiplicado por 10, ou seja:
Figura H-2: Difração de um som de alta freqüência (agu-
do). A capacidade de contornar obstáculos é menor. I
N = 10.Log10
Io Eq. G-1
Para comprovar a relação entre o fenômeno da Nesta equação I é a intensidade do som existen-
Difração e a freqüência da onda, realizou-se a ativi- te, e Io é a intensidade sonora do limiar da audição,
dade relatada a seguir. ou seja, o som audível mais baixo. Como regra se
utiliza que Io é de 1 pW/m² (10-12 W/m²), para cada
Aquisição de dados caso.
Um alto-falante (Despertador de um rádio reló- A medida do nível de intensidade sonora exigi-
gio) é colocado de frente a um microfone conectado ria medidas muito mais precisas que as medidas que
ao computador. O alto-falante emite um sinal com podem ser realizadas com o microfone que acompa-
algumas freqüências pré-definidas pelo fabricante. nha os computadores, por este motivo, acreditamos
Variando o ângulo do despertador em relação ao nós, o Spectrogram considera Io como sendo 1W/m²,
microfone podemos gravar os sons que o mesmo isto explica por que o nível de intensidade sonora
emite em diferentes direções. O microfone que capta informado pelo Spectrogram é negativo.
os sons emitidos pelo despertador é mantido fixo, Com os dados da tabela foram construídos dois
este procedimento é mais fácil que colocar o micro- gráficos, um comparando o comportamento da vari-
fone em diferentes posições, mantendo constante à ação de intensidade sonora entre duas freqüências.
distância entre microfone e alto-falante. Os sons
0
coletados são referentes aos ângulos 0º, 30º, 60º,
0 100 200 300 400
90º, 120º, 150º, 180º, 210º, 240º, 270º, 300º e 330º. -10
Com auxílio do Spectrogram são medidos cinco -20
níveis de intensidade, uma medida para cada fre-
qüência emitida pelo despertador. -30

-40
Análise
-50
Os dados coletados pelo Spectrogram estão na
tabela H-1, para permitir uma análise do nível de -60

intensidade para diferentes freqüências, emitido pelo Figura G-3 – Gráfico comparativo dos níveis de intensida-
alto-falante em diferentes direções, foram construí- de sonora para duas freqüências diferentes, 890Hz em azul
das construídos os gráficos que estão nas fig. G-3 e e 3975Hz em vermelho.
G-4: No gráfico H-1 foram representadas as fre-
qüências que melhor exemplificam o fenômeno da

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difração neste gráfico podemos perceber claramente Para utilizar esta experiência com fins didáti-
que as ondas de 890 HZ chegam com grande inten- cos, o professor deve estudar a situação em que os
sidade ao microfone quando este está atrás do alto- alunos irão realizar a experiência, se a finalidade da
falante, porém as ondas de 3975 Hz praticamente experiência for “comprovar” a maior difração das
não chegam ao microfone quando este está atrás do ondas de baixa freqüência o professor deverá sugerir
alto-falante. as freqüências que os alunos devem analisar.
Esta é também uma experiência para ser feita
com os alunos e deixar que estes cheguem as suas
0
0 100 200 300 400
próprias conclusões, as quais poderão ser discutidas
-10 posteriormente para analisar a sua validade científi-
-20 ca.
-30
I- Força na corda do Violão.
-40

-50 Base Teórica.


-60
A relação entre a velocidade de propagação do
uma onda transversal, c, em uma corda e as propri-
Gráfico. H-2 – Gráfico comparativo dos níveis de intensi- edades da corda, entendidas como a força que tra-
dade sonora para todas as freqüências. ciona a corda, T, e a densidade linear da corda, µ,
pode ser deduzida pelo seguinte raciocínio.
No gráfico H-2, foram plotadas as medidas re-
ferentes a todas as freqüências estudas, podemos v
F

constatar que não há regularidade na redução e ou c P v.t


T
c.t
aumento da intensidade sonora à medida que o des-
pertador muda de posição, isto pode ser explicado
pela grande quantidade de reflexões que ocorrem em permite de-
Figura I-1: A semelhança entre os triângulos

um recinto pequeno e que são captadas pelo micro- terminar a velocidade de propagação de uma onda
fone. transversal em uma corda de violão.
Para obter maior regularidade nos gráficos esta
experiência deve ser realizada em um ambiente to- Quando uma corda em repouso, esticada por
talmente aberto, onde poderemos assegurar que não uma força T, é perturba por uma força F, a pertur-
há ondas refletidas sendo gravadas, ou em um labo- bação P se deslocará ao longo da corda com veloci-
ratório de acústica, cujas paredes tem um revesti- dade c. A força de tração na parte da corda que está
mento especial que impede a reflexão de ondas sono- em movimento será e soma vetorial das forças F e
ras. T, assim podemos considerar a semelhança de triân-
Ondas sonoras com freqüência de 890 Hz pos- gulos e estabelecer que:
F v.t T.v
suem comprimento de onda semelhante às dimensões = F=
T c.t c
da fonte que utilizamos, neste caso começam a apa- Eq. I-1
recer às dificuldades em contornar o obstáculo, por- O impulso, I, da força F é variação da quanti-
tanto seria interessante conseguir uma fonte que dade de movimento, Q, da porção da corda que foi
emitisse sons com freqüências menores que 300 Hz, deslocada da sua posição de repouso pela força F,
para que o comprimento de onda seja realmente sendo I = F.t e Q = m.v, podemos escrever que:
maior que o obstáculo que a onda deve contornar. T.v.t
= µ.c.t.v F= µ.c²
c
Eq. I-2
Conclusão Assim, se determinarmos a densidade linear da
A partir da análise dos dados pode-se concluir corda, µ, e a velocidade, v, com que a onda trans-
que sons de maior freqüência, portanto menor com- versal se propaga na corda podemos calcular a força
primento de onda, possuem maior variação da inten- de tração com que a corda foi esticada.
sidade sonora devido ao fato da maior dificuldade Quando uma corda de violão vibra, a primeira
em contornar obstáculos – o próprio corpo do alto- freqüência natural de vibração ocorre quando se
falante. formam nodos em cada extremidade da corda e um
Já sons de menor freqüência e maior compri- ventre no centro, isso significa que o comprimento
mento de onda têm menor variação de intensidade da corda corresponde a meio comprimento de onda,
sonora visto que possuem maior facilidade em con- logo, medindo a freqüência de vibração da corda
tornar obstáculos. podemos saber a velocidade de propagação da onda
transversal.

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Também podemos calcular a variação de com- 100 335 668 1001 1339 1672 2010
primento sofrida pela corda ao ser esticada, para 110 346 696 1046 1396 1741 2091
isto basta medir o ângulo que o eixo em que está 120 362 728 1095 1462 1829 2196
130 378 761 1139 1521 1899 2282
enrolada a corda foi girado e o seu diâmetro. Com a
140 389 777 1165 1558 1946 2339
medida do diâmetro podemos calcular o perímetro
150 399 803 1207 1608 2010 2414
do eixo, e com a medida do ângulo podemos fazer
uma regra de três e saber a variação do comprimen-
A partir das medidas das freqüências, registra-
to sofrida pelo fio.
das na Tabela I-1 foi calculada a velocidade de pro-
A medida da variação de comprimento do fio
pagação das ondas no fio. Para poder calcular estas
permitirá calcular o módulo de Young, que já foi
velocidades foi medido o comprimento do fio, 66
discutido no tópico "Resistência dos materiais", para
cm, o que permite saber os comprimentos de onda
este cálculo será necessário determinar a área da
das vibrações que se estabelecem no fio se aplicar-
secção reto do fio e o seu comprimento.
mos a equação Eq. G-1. depois de calcular os com-
primentos de onda podemos aplicas a equação Eq.
Aquisição de dados.
E-1 e calcular a velocidade de propagação das ondas
Para a experiência foi utilizada uma caixa de transversais no fio de aço.
madeira sobre a qual se esticou um fio de aço apoia-
do sobre dois cutelos. Para esticar a corda esta foi Tabela I-2: Calculo das velocidades de propagação das ondas
enrolada em dois pinos na extremidade da caixa, no fio de aço para diferentes ângulos de tração do fio.
sendo que um destes pinos pode ser torcido com ângulo Velocidade de Propagação da onda (m/s)
auxílio de uma pequena barra de ferro. Para medir o (graus) 1º H 2º H 3º H 4º H 5º H 6º H média
ângulo que o eixo foi torcido, fixamos um transferi- 0 85,8 85,8 85,8
10 145,2 146,5 146,5 148,5 146,0 147,8 146,8
dor ao eixo. 20 195,4 196,7 195,8 199,7 198,5 198,2 197,4
Determinando a massa de um pedaço de fio de 30 241,6 246,2 256,5 244,9 245,3 246,8 246,9
aço em uma balança de precisão, sabemos a densi- 40 270,6 273,2 274,1 274,2 274,3 275,2 273,6
dade linear do fio. A medida foi realizada no labora- 50 304,9 307,6 306,2 306,9 307,3 307,3 306,7
tório de Química em uma balança com precisão de 60 337,9 337,9 337,9 338,6 339,2 338,4 338,3
décimos de grama. 70 363,0 364,3 365,6 366,3 366,2 366,7 365,4
80 389,4 390,1 390,3 390,4 392,0 391,6 390,6
Assim, girando o eixo de 10 em 10 graus gra-
90 411,8 413,2 413,6 415,1 415,0 414,9 413,9
vamos o som emitido pela corda para 15 trações 100 442,2 440,9 440,4 441,9 441,4 442,2 441,5
diferentes. Este som, gravado em violao2.wav foi 110 456,7 459,4 460,2 460,7 459,6 460,0 459,4
analisado para que pudéssemos determinar as fre- 120 477,8 480,5 481,8 482,5 482,9 483,1 481,4
qüências de vibração da corda com auxílio do Spec- 130 499,0 502,3 501,2 501,9 501,3 502,0 501,3
trogram. 140 513,5 512,8 512,6 514,1 513,7 514,6 513,6
150 526,7 530,0 531,1 530,6 530,6 531,1 530,0
Analise.
Com exceção da primeira medida, em todas as Pelos cálculos podemos constatar que a veloci-
trações foi possível determinar as 6 primeiras fre- dade de propagação para uma dada tração no fio de
qüências harmônicas, estas freqüências estão na aço independe da freqüência de vibração do fio,
tabela H-1, e a partir destas freqüências foi possível portanto, a equação Eq. I-2 permitirá calcular a
calcular a velocidade de propagação da onda na força de tração no fio.
corda. A variação de comprimento sofrida pelo fio
quando este está sujeito a uma dada força de tração
Tabela I-1: Freqüências Harmônicas encontradas em função pode ser determinada a partir do ângulo que foi
do ângulo de torção aplicado ao eixo no qual está enrolado o girado o eixo no qual o fio está enrolado. O diâmetro
fio de aço. desse eixo é 7,2 mm e o diâmetro do fio é de
Ângulo Freqüências Harmônicas (hertz)
0,54 mm, portanto podemos calcular o perímetro da
(graus) 1º H 2º H 3º H 4º H 5º H 6º H
0 65 130
superfície sobre a qual o fio será enrolado, e uma
10 110 222 333 450 553 672 regra de três permitirá saber a variação de compri-
20 148 298 445 605 752 901 mento do fio para cada ângulo.
30 183 373 583 742 929 1122
40 205 414 623 831 1039 1251 Tabela I-3: Tração, Tensão e variação de comprimento em
50 231 466 696 930 1164 1397 um fio de aço. Dados usados para calcular o módulo de Young
60 256 512 768 1026 1285 1538 aplicando o recurso “Solver” do Excel.
Tração Tensão Variação de comprimento.(m)
70 275 552 831 1110 1387 1667
N° (Newton) (GN/m²) Medido Calculado (E-Ê)²
80 295 591 887 1183 1485 1780
1 13,9 0,0608 0,00000 0,00025 6,27E-08
90 312 626 940 1258 1572 1886

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2 40,7 0,178 0,00065 0,00073 6,53E-09 J- Resistência dos Materiais.
3 73,6 0,321 0,00130 0,00133 4,57E-10
4 115,2 0,503 0,00196 0,00207 1,38E-08
5 141,5 0,618 0,00261 0,00255 3,70E-09
Base Teórica.
6 177,8 0,776 0,00326 0,00320 3,53E-09 Um corpo pode sofrer três ‘maneiras de defor-
7 216,3 0,945 0,00391 0,00389 3,12E-10 mação, deformação de tração, deformação de cisa-
8 252,3 1,10 0,00456 0,00454 4,99E-10 lhamento e deformação volumétrica e em diferentes
9 288,4 1,26 0,00522 0,00519 5,98E-10
situações é importante conhecer a resistência que um
10 323,9 1,41 0,00587 0,00583 1,46E-09
11 368,4 1,61 0,00652 0,00663 1,25E-08
material tem a cada maneira de deformação, mas
12 399,0 1,74 0,00717 0,00718 9,41E-11 antes de explicar estas deformações é importante
13 438,0 1,91 0,00782 0,00788 3,78E-09 esclarecer alguns conceitos envolvidos no estudo da
14 474,9 2,07 0,00847 0,00855 5,37E-09 resistência dos materiais.
15 498,5 2,18 0,00913 0,00897 2,39E-08
Tensão:
A tensão é definida como sendo a força de tra- Quando, sobre uma barra é aplicada uma força
ção dividida pela secção reta do fio, Eq. J-1, seu de tração, a tensão é definida como sendo o quocien-
significado será discutido no próximo tópico, resis- te entre a força de tração e a área de secção reta da
tência dos materiais. barra, se a secção reta for perpendicular ao eixo da
No gráfico I-1 está representada a tensão do fio barra, a tensão será definida como tensão de tração.
em newtons em função da variação de comprimento Porém, se a secção não for perpendicular ao eixo da
do mesmo. barra, a força de tração será decomposta em duas
componentes, uma componente perpendicular à
3,0E+09
secção reta, F- e outra componente paralela à secção
reta, FC. Neste caso a componente perpendicular
será responsável por uma tensão de tração e a com-
2,0E+09
ponente paralela será responsável por uma tensão de
cisalhamento.

1,0E+09
F-

0,0E+00 F//
0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

Figura J-1: Decomposição da Força de tração, F, aplicada


em uma barra em duas componentes, normal, FN, e de
Gráfico I-1: Tensão aplicada no fio de aço em função da cisalhamento, FC.
variação de comprimento do fio.
FN
Tensão de tr ação = A
O gráfico I-1 confirmou a teoria que está nos Eq. J-1
F
livros, ou seja, para pequenas deformações, a tensão Tensão de cisalhame nto = N
A Eq. J-2
é proporcional à deformação produzida. Depois de
confirmar a teoria utilizamos a equação Eq. J-7, A terceira maneira de forçar o corpo é através
para calcular o módulo de Young, cujo significado da pressão hidrostática, a qual deve ser diferenciada
será apresentado no próximo tópico. Com o recurso da tensão de tração, pois na tensão o esforço é em
“Solver” que acompanha o software Ecxel encon- uma única direção, enquanto na pressão, que tam-
tramos o valor de 1,60×1011 N/m² (1,6 Gpa) para o bém é calculada pelo cociente entre força e área, a
módulo de Young. força é perpendicular em todos os pontos da superfí-
cie.
Conclusão. F
Pr essão = A
Esta experiência permite continuar, ou seja, Eq. J-3
permite aplicar os resultados encontrados na deter-
minação da velocidade de propagação de uma onda Deformação:
em uma corda. A deformação de tração será definida como
Outro aspecto interessante para ser explorado sendo o cociente da variação de comprimento pelo
nesta experiência é a possibilidade de determinar módulo do comprimento inicial.
experimentalmente as freqüências harmônicas que L0 ∆L
podem ser calculadas com a equação Eq. G-1.
L

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Figura J-2: Variação de comprimento, ∆L, em uma barra para que este módulo tenha valor positivo foi intro-
tracionada. duzido um sinal negativo em sua equação de defini-
L - Lo ∆L
Deformação de tração = = ção, porque um aumento de pressão sempre produz
Lo LoEq. J-4 uma redução no volume.
Para um corpo de secção quadrada, como está
representado, a deformação de cisalhamento é defi- B= -V(dP)
dV Eq. J-9
nida como o cociente entre o deslocamento lateral e
a aresta do quadrado. Cociente de Poisson.
x Quando uma barra ou um fio é esticado, ele
tende a diminuir o seu diâmetro, R, e o cociente de
Poisson relaciona estas variações com as dimensões
h originais da barra.
τ= L0 .(R-R0)
φ R0 .(L-L0) Eq. J-10

Relações entre os Módulos.


Os módulos de elasticidade não são indepen-
Figura J-3: Deformação de cisalhamento, x, em uma barra dentes, existem relações tais que se pudermos calcu-
sob tensão de cisalhamento. lar dois destes módulos poderemos conhecer os de-
x
De formação de cisalhamento =
h
mais pelas equações:
Y Y
Deformação de cisalhamento = Tg φ 3.(1-2τ) 2.(1+τ)
Eq. J-5 B= S=
Eq. J-11
A deformação volumétrica será definida como
o cociente entre a variação do volume e o volumeB= Y Y
inicial: 3.(1-2 τ)
S=
2.(1+ τ) Eq. J-12
V - Vo ∆ V Estes valores podem ser calculados se conhe-
Deformação de Volume = =
Vo Lo Eq.J-6 cermos as velocidades de propagação das ondas
longitudinais e das ondas transversais em uma barra
Módulos. do determinado material, e como determinar esta
velocidade já foi explicado anteriormente neste rela-
Módulo de Young. tório.
A tensão necessária para produzir uma deter-
minada deformação em um material é uma caracte- Propagação de Ondas.
rística do material, ou seja, a tensão por unidade de A velocidade de propagação de uma onda lon-
deformação é uma característica dos materiais e que gitudinal em uma barra1 é dada pela equação:
é conhecida como módulo de Young, Y: Y
Y= F ÷ L-L0 = F.L0
c=
ρEq. J-13
A L0 A.(L-L0 ) Eq. J-7 onde c representa a velocidade de propagação
Para pequenas deformações o Módulo de da onda, Y representa o módulo de Young do mate-
Young é constante, e neste intervalo deformações rial e ρ é a densidade do material. Determinando a
são reversíveis. densidade ou consultando tabelas para obter este
valor, poderemos calcular o módulo de Young se
Módulo de Torção. determinarmos a velocidade de propagação da onda
Também chamado de Módulo de elasticidade pelo método já descrito.
transversal ou de cisalhamento, o Módulo de torção Seguindo um raciocínio semelhante ao utilizado
é definido como o quociente entre a tensão de cisa- para encontrar a equação, Eq. H-2, que permite
lhamento e a deformação de cisalhamento: calcular a velocidade de propagação de uma onda
Fc x Fc.h em uma corda tracionada, foi deduzida a equação
S = A ÷ h = A.x
Eq.J-8 que permite calcular a velocidade de propagação da
Para a maioria dos materiais, o Módulo de Tor- onda transversal em uma barra:
ção varia entre 1/3 e 1/2 do valor do Módulo de S
Young.
c=
ρ Eq. J-14
Módulo de elasticidade Volumétrica.
1
Este módulo relaciona a pressão hidrostática à SEARS, Francis Weston; ZEAMANSKY, Mark W & YOUNG, Young
variação de volume que ela produz em um corpo, D. Física 2. 2ªed. Rio de Janeiro. LTC. 1984. p. 455-456.

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em que S representa o módulo de cisalhamento experiência, consideramos os resultados satisfató-
e r representa a densidade do material. rios, e acreditamos que esta experiência tenha vali-
Conhecendo o módulo de Young e o módulo de dade didática para discutir o significado do módulo
Torção pode-se calcular facilmente o cociente de de Young.
Poisson e o módulo de elasticidade volumétrica e, A mesma barra de ferro foi tangida perpendicu-
portanto conhecer os principais parâmetros de resis- larmente ao eixo da barra e nesta circunstância foi
tência do material de que é composta a barra. determinada uma freqüência de vibração transversal
de 816 Hz para a barra. Aplicando a equação Eq. J-
Aquisição de dados. 14, anteriormente discutida no relatório, determina-
Barras metálicas são tangidas por baquetas, se mos um módulo de torção de 5,2 GPa para o aço,
as forças aplicadas na extremidade da barra são este valor difere significativamente do valor encon-
paralelas ao eixo da barra há uma tendência de esta- trado em tabelas que é de aproximadamente 8 GPa.
belecer ondas longitudinais na barra, porém se a Neste caso é preciso revisar a obtenção da equação
barra for tangida por uma batida perpendicular ao Eq. J-14 e ampliar a pesquisa sobre o significado do
eixo da barra existe uma tendência de se estabelecer módulo de torção.
uma onda transversal na barra. Aceitando o valor encontrado para o módulo de
Depois de gravar estes sons com auxílio do torção podemos calcular os valores do módulo de
gravador de sons do Windows, foi utilizado o wav- elasticidade volumétrica e do cociente de Poisson,
player para editar os sons, cortar os momentos da mas se considerarmos que o valor encontrado para o
gravação entes e depois da batida e depois emendar módulo de torção não é satisfatório devemos limitar
varias vezes o mesmo som para permitir uma melhor esta experiência à determinação do módulo de
análise pelo Spectrogram. Young.
Com auxílio do Spectrogram foi possível de- Durante a analise da segunda aquisição de da-
terminar as freqüências de vibração longitudinal e dos, foi possível observar que a barra de alumínio
transversal das barras. Estas freqüências foram possui três freqüências de vibração bem definidas. A
usadas para calcular a velocidade de propagação freqüência de 2476 Hz corresponde à onda longitu-
das ondas nas barras. dinal que se estabelece na barra, as outras duas
Uma segunda aquisição de dados foi feita de- freqüências de vibração bem definidas são muito
pois de constatar que o módulo de cisalhamento mais baixas, são freqüências de 147 Hz e de 174
encontrado nesta experiência é muito diferente do Hz. Provavelmente a primeira freqüência está asso-
módulo de cisalhamento encontrado em tabelas de ciada a uma vibração paralela a superfície de menor
resistência dos materiais. Nesta segunda aquisição largura e a segunda freqüência está associada à
de dados foi utilizada uma barra com perfil retangu- superfície de maior largura. O motivo que nos leva a
lar, a qual foi tangida lateralmente, uma vez na su- esta conclusão é que o sinal da freqüência de 147 Hz
perfície de maior largura e outra vez na superfície de é mais intenso quando a barra é tangida perpendicu-
menor largura. Se for constada uma variação na larmente a superfície de menor largura e o sinal da
freqüência de vibração quando se altera a forma de freqüência de 174 Hz é mais intenso quando a barra
bater na barra, podemos concluir que a equação Eq. é tangida perpendicularmente a superfície de maior
H-14, não é válida, pois esta prevê que todas as largura.
barras de mesmo material devem ter as mesmas
velocidades de propagação para ondas transversais. Conclusão.
Provavelmente esta experiência, com as infor-
Analise. mações que possuímos, deva se limitar à determina-
Uma barra de aço, com 80,0 cm de comprimen- ção do módulo de Young, o estudo da resistência
to, foi tangida com uma batida paralela ao eixo da dos materiais em nível de Ensino Médio é pouco
barra, a freqüência de vibração da barra, determina- freqüente, e percebemos que entre os componentes
da neste caso foi de 3224 Hz, o que corresponde a do grupo a sua compreensão também não está clara,
uma velocidade de propagação da onda longitudinal porém julgamos que a determinação do Módulo de
de 5158 m/s. aplicando a equação Eq. J-13 foi en- Young possa complementar uma experiência de
contrado um módulo de Young de 2,096 Gpa para o determinação da velocidade de ondas sonoras em
aço, para a densidade do aço foi utilizado um valor metais.
de tabela, 7800kg/m³ . Os valores de tabela para o
modulo de Young variam entre 1,95 e 2,06 GPa.
Considerando as circunstâncias em que o
experimento foi realizado e o fato de não possuir
informação precisas sobre as qualidades do aço
usado à experiência, consideramos os resultados

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K- Feito Doppler. Aquisição de dados.
A experiência para demonstração foi adaptada
Base Teórica. às possibilidades físicas de uma sala de aula, com
Quando o observador está em repouso em rela- um rádio relógio colocado para despertar na mão,
ção a uma fonte de ondas sonoras, ele pode escutar a uma pessoa passou rapidamente ao lado do microfo-
freqüência que esta fonte realmente está emitindo, ne e este som foi gravado. Analisando o som com
quando o observador se aproxima da fonte, ou auxílio do Spectrogram podemos determinar a fre-
quando a fonte se aproxima do observador, este vai qüência captada durante a aproximação e a freqüên-
escutar uma freqüência maior que a freqüência emi- cia captada durante o afastamento. Estes dados
tida pela fonte, pois será atingido por um número permitem calcular a velocidade de caminhada da
maior de cristas por unidade de tempo, mas se a pessoa.
distância entre a fonte e o observador aumentar, o Como o sinal captado depois que a pessoa pas-
observador vai perceber uma freqüência menor que sou do microfone ficou muito fraco, não foi possível
a freqüência emitida pela fonte, pois o observador determinar a freqüência captada durante o afasta-
será atingido por um número menor de cristas por mento, portanto em uma segunda aquisição de dados
unidade de tempo. simplesmente aproximamos e depois afastamos o
O comprimento de onda da onda sonora emitida rádio do microfone, em um movimento de vai e vem.
pela fonte pode ser calculado pela expressão:
λ.ff = c - vf Eq. K-1 Analise.
onde λ é o comprimento de onda na direção do Não fio possível determinar a velocidade de
deslocamento, ff e a freqüência de emissão da fonte, caminhada da pessoa, mas as variações de freqüên-
c é a velocidade de propagação da onda em relação cia podem ser observadas claramente com o auxílio
ao meio e vf é a velocidade da fonte em relação ao do Spectrogram. A freqüência mais alta presente no
meio. som emitido pelo despertador utilizado em nosso
A freqüência escutada pelo observador será da- experimento é de 4468 Hz, observando uma faixa de
da pela expressão: freqüências entre 4440 Hz e 4500 Hz, foi possível
λ.fo = c - vo Eq. K-2 verificar, com auxílio do Spectrogram, que está
onde fo é a freqüência escutada pelo observador freqüência é captada como uma freqüência de 4492
e vo é a velocidade do observador relativa ao meio. Hz durante a aproximação do despertador e que a
Neste equacionamento o sentido da fonte para o mesma freqüência é captada como uma freqüência
observador deve ser considerado positivo. de 4443 Hz durante o afastamento do despertador.
Comparando as equações Eq. J-1 e Eq. J-2 po-
demos escrever que: Conclusão.
ff (c - vo) = fo (c - vf) Eq. K-3 Apesar de os microfones comuns que acompa-
esta expressão permite relacionar a freqüência nham os computadores não possuírem sensibilidade
da fonte com a freqüência escutada pelo observador. suficiente para gravar sons que permitam calcular a
No cotidiano, a situação mais comum em que velocidade com que uma fonte sonora passa por
percebemos o efeito Doppler é quando estamos pró- eles, a idéia deste experimento pode ser aproveitada
ximos de uma estrada, e um carro passa por nós, para demonstrar a variação de freqüência que ocorre
nesta situação a freqüência escutada durante a apro- em função do Efeito Doppler.
ximação do carro é maior que a freqüência escutada
quando o carro está se afastando de nós. Para equa- L- Estudo dos Timbres de voz.
cionar este caso vamos chamar de fa a freqüência
escutada pelo observador durante a aproximação do Base Teórica.
carro, e de fd a freqüência escutada pelo observador Mesmo que dois instrumentos musicais toquem
depois da passagem do carro. Se a velocidade do a mesma nota com a mesma intensidade, será fácil
carro se mantém positiva, ela terá sinal positivo distinguir os sons de cada instrumento, isto ocorre
depois da passagem do carro e sinal negativo antes porque o som emitido por um instrumento não é uma
da passagem do carro, assim podemos escrever que: onda senoidal simples, mas sim a sobreposição de
fa (c - v) = fd (c + v) Eq. K-4 uma grande quantidade de freqüências. As freqüên-
esta equação permite determinar a velocidade cias que compõem o som emitido por cada instru-
do carro se medirmos as freqüências durante a apro- mento definem o seu timbre, isto também é valido
ximação e o afastamento do carro. para pessoas, podemos reconhecer uma pessoa pela
voz, pois as freqüências que cada pessoa emite são
uma combinação única, este é o seu timbre de voz.

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Aquisição de dados.
Foram gravadas as vozes de duas pessoas dife-
rentes, uma voz masculina e uma voz feminina, para
podermos comparar as freqüências presentes na voz
quando estas pessoas falam as vogais, A, E, I, O e
U. Outra gravação foi feita com a voz masculina em Figura L-5: Espectro da letra E.
data diferente para verificar se há mudanças no
timbre de um dia para outro. Para facilitar a analise
estes sons foram reunidos em um único arquivo,
onde, usando os recursos de “copiar e colar” pude-
mos reunir todos os sons da vogal A em seguida,
colocamos todos os sons da vogal E e assim por Figura L-6: Espectro da letra I.
diante.

Analise.
A primeira comparação foi realizada com a
mesma vogal, no caso, a vogal A falada por pessoas
distintas. Para obter o espectro usamos o recurso,
Figura L-7: Espectro da letra O.
Análise File do Spectrogram, clicando sobre a colu-
na referente ao som que pretendíamos analisar po-
demos obter o espectro desse som entre 20 Hz e
5510 Hz mesma. Estes espectros foram gravados
como figuras que estão neste trabalho. Ao colocar
os espectros em uma mesma coluna facilitamos a
comparação entre os mesmos.
Figura L-8: Espectro da letra U.
Não é possível realizar nenhuma medida com-
parativa entre os diversos espectros apresentados
neste trabalho, mas a observação destes espectros no
Spectrogram permite detectar muitas freqüências
harmônicas e também determinar a freqüência mais
Figura L-1: Espectro da letra A de uma voz masculina. baixa presente em cada som. A freqüência mais
baixa presente em cada som tende a ser menor na
voz masculina, o que está de acordo com o conheci-
mento popular de que a voz masculina é mais grave
que a voz feminina.

Figura L-2: Espectro da letra A de uma voz feminina. Conclusão.


Esta experiência não permite obter dados quan-
titativos para comparar vozes diferentes, porém
acreditamos que deva ser apresentada para alunos
do ensino médio, pois estes estão em uma idade em
que fatos relacionados ao próprio corpo despertam
Figura K-3: Espectro da letra A de uma voz masculina muito entese, e está é uma oportunidade de aprovei-
rouca. tar este interesse natural para despertar o interesse
A segunda analise é dos espectros das diferen- pela Física, e assim contribuir para facilitar a a-
tes vogais faldas pela mesma pessoa, neste caso, foi prendizagem da Física.
analisada a voz masculina não rouca. O
procedimento para obter os espectros foi o mesmo M- Conclusão do Trabalho.
utilizado na análise anterior. O Spectrogram permite realizar um número
significativo de experiências, talvez não possamos
utilizar todas estas experiências com alunos do En-
sino Médio, talvez não possamos aprofundar as
experiências da mesma forma como fizemos neste
trabalho, porem acreditamos ter colaborado com
Figura L-4: Espectro da letra A.

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idéias significativas para tornar as aulas de física
mais interessantes.

Referências bibliográficas:
AMALDI Ugo. Imagens da Física. Scipione. São Paulo. 1995.
Arquivo de Ajuda do Spectrogram.
GASPAR, Alberto. Física. 2ªed. São Paulo. Ática. 2001.
HALLIDAY David & RESNICK, Robert. Física 2. 4ªed. Rio
de Janeiro. LTC. 1978.
____. Física 4. 4ªed. Rio de Janeiro. LTC. 1978. p. 59-61
KOCHKIN, M. I. & CHIRKEVITCH, M. G. Prontuário de
Física Elementar. Moscou. Mir. 1986.
MÁXIMO, Antônio & ALVARENGA, Beatriz. Curso de
Física 2. 5ªed. São Paulo. Scipione. 2000.
SEARS, Francis; ZEAMANSKY, Mark & YOUNG, Hugh.
Física 2. 2ªed. Rio de Janeiro. LTC. p. 246-493.
TIPLER, Poul A. Física. 2ªed. Rio de Janeiro. Guanabara
Dois. 1984.
TORRES, Carlos Magno Azinaro, [et al.]. Física, Ciência e
Tecnologia. São Paulo. Moderna. 2001.

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