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Unesp 2000

INSTRUÇÃO: As questões de números 08 a 10 referem-se a um


fragmento do poema satírico Cartas Chilenas, atribuído ao poeta
neoclássico Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), e a uma passagem do
romance A Luneta Mágica, do romântico Joaquim Manuel de Macedo
(1820-1882).

CARTAS CHILENAS
A lei do teu contrato não faculta
que possas aplicar aos teus negócios
os públicos dinheiros. Tu, com eles,
pagaste aos teus credores grandes somas!
5 Ordena a sábia Junta que dês logo
da tua comissão estreita conta;
o chefe não assina a portaria,
não quer que se descubra a ladroeira,
porque te favorece, ainda à custa
10 dos régios interesses, quando finge
que os zela muito mais que as próprias rendas.
Por que, meu Silverino? Porque largas,
porque mandas presentes, mais dinheiro
..........................................................................
Agora, Fanfarrão, agora falo
15 contigo, e só contigo. Por que causa
ordenas que se faça uma cobrança
tão rápida e tão forte contra aqueles
que ao Erário só devem tênues somas?
Não tens contratadores, que ao rei devem
20 de mil cruzados centos e mais centos?
Uma só quinta parte que estes dessem,
não matava do Erário o grande empenho?
O pobre, porque é pobre, pague tudo,
e o rico, porque é rico, vai pagando
25 sem soldados à porta, com sossego!
Não era menos torpe, e mais prudente,
que os devedores todos se igualassem?
Que, sem haver respeito ao pobre ou rico,
metessem no Erário um tanto certo,
30 à proporção das somas que devessem?
Indigno, indigno chefe! Tu não buscas
o público interesse. Tu só queres
mostrar ao sábio augusto um falso zelo,
poupando, ao mesmo tempo, os devedores,
35 os grossos devedores, que repartem
contigo os cabedais, que são do reino.

in: GONZAGA, Tomás Antônio. Poesias – Cartas Chilenas. Edição


crítica de M. Rodrigues Lapa. Rio de Janeiro: INL, 1957. p. 264 e
266-267.

A LUNETA MÁGICA
Chamo-me Simplício e tenho condições naturais ainda mais tristes
do que o meu nome.
Nasci sob a influência de uma estrela maligna, nasci marcado com
o selo do infortúnio.
Sou míope; pior do que isso, duplamente míope, míope física e
moralmente.
Miopia física: — a duas polegadas de distância dos olhos não
distingo um girassol de uma violeta.
E por isso ando na cidade e não vejo as casas.
Miopia moral: — sou sempre escravo das idéias dos outros; porque
nunca pude ajustar duas idéias minhas.
E por isso quando vou às galerias da câmara temporária ou do senado,
sou consecutiva e decididamente do parecer de todos os oradores que
falam pró e contra a matéria em discussão.
Se ao menos eu não tivesse consciência dessa minha miopia moral!...
mas a convicção profunda de infortúnio tão grande é a única luz que
brilha sem nuvens no meu espírito.
Disse-me um negociante meu amigo que por essa luz da consciência
represento eu a antítese de não poucos varões assinalados que não têm
dez por cento de capital da inteligência que ostentam, e com que
negociam na praça das coisas públicas.
- Mas esses varões não quebram, negociando assim?... perguntei-lhe.
— Qual! são as coisas públicas que andam ou se mostram quebradas.
— E eles?...
— Continuam sempre a negociar com o crédito dos tolos, e sempre se
apresentam como boas firmas.
Na cândida inocência da minha miopia moral não pude entender se havia
simplicidade ou malícia nas palavras do meu amigo.

In: MACEDO, Joaquim Manuel de. A Luneta Mágica. São Paulo:


Saraiva, 1961. p. 01-02.

REDAÇÃO
INSTRUÇÃO: Leia a seguinte paródia de Millôr Fernandes.

in: Bundas, ano 1, nº 4, 6 a 12 de julho de 1999, p. 5.

PROPOSIÇÃO
Os textos que serviram de base às questões de números 08, 09 e 10
mostram que o problema da corrupção não é novo em nosso país. Na
atualidade, tomamos conhecimento de várias formas de corrupção por
meio da imprensa, bem como a vemos abordada em peças teatrais,
telenovelas e ilustrada em quadrinhos, charges e programas cômicos. A
maioria dos brasileiros condena a corrupção, considerando-a culpada dos
principais males que atingem o país, mas há também quem afirme que é
uma "doença sem remédio" ou que faz parte da natureza de nossa
sociedade. Nesse contexto, o cartum de Millôr Fernandes, parodiando
um gênero de publicidade oficial, convoca sarcasticamente os jovens a
participar da corrupção em todos os setores da vida nacional.
Posicionando-se como alguém que pensa em seu futuro e sabe que pode
encontrar no caminho a corrupção, manifeste sua opinião sobre o
assunto, escrevendo uma redação, de gênero dissertativo, sobre o
tema:
O JOVEM ANTE A CORRUPÇÃO: UM INIMIGO
A COMBATER OU UM DADO A ACEITAR?
Se julgar necessário, pode aproveitar também elementos fornecidos
pelos fragmentos de Cartas Chilenas e A Luneta Mágica.
Comentário
O tema da Vunesp primou por ser, acima de tudo, polêmico, pois exigiu
que o vestibulando tomasse uma posição diante do fato de que a
corrupção já é considerada como um problema antigo na formação do
povo brasileiro – como se observa em Cartas Chilenas (século XVIII) e A
Luneta Mágica (século XIX). Com o embasamento histórico fornecido
pelos textos e a charge de Millôr Fernandes publicada numa revista
atual, o candidato deveria procurar argumentos para propor ou uma
forma de combater a corrupção ou aceitá-la como inevitável. Bom tema.

Unesp 1999
INSTRUÇÃO: Leia os três textos seguintes.
ECOLOGIA Quando, em 1982, o cineasta Ridley Scott dirigiu o filme
Blade Runner – O Caçador de Andróides, ambientou sua utopia num
cenário de pesadelo: uma cidade sombria, suja, superpovoada,
submetida a uma incessante chuva ácida e com seus espaços totalmente
engarrafados por toda a sorte de veículos. Saía-se do cinema, então,
com uma indisfarçável sensação de alívio, para respirar ar puro e ver de
novo a luz do sol. Passados menos de 20 anos desde a realização do
filme, o horror que se viu nas telas, feito ficção, se aproxima
perigosamente da vida real.
Florestas ardem durante meses, rios são dados como irreversivelmente
mortos, crianças nascem descerebradas devido à poluição atmosférica,
navios derramam toneladas de petróleo nos mares, espécies animais e
vegetais são rotineiramente exterminadas. Há dez anos, por exemplo,
nem ao mais pessimista dos cidadãos do planeta ocorreria viver em uma
cidade onde os veículos têm de se alternar nas ruas de modo a tornar o
ar minimamente respirável, como ocorre hoje na Cidade do México e em
São Paulo. Num país de proporções continentais, como o Brasil, com
graves problemas sociais, essas questões se tornam particularmente
preocupantes. (‘’Ecologia’’. In: Guia de Profissões.
7ª ed. São Paulo: Unesp – Universidade
Estadual Paulista, 1998, p. 52.)

A FICÇÃO VIRA REALIDADE


Houve um tempo em que era ficção. Há não mais que dez anos,
conversar com outra pessoa através de uma tela de televisão era coisa
para o capitão Kirk, instalado na ponte de comando da Enterprise, a
nave do seriado Jornada nas Estrelas. Microcâmeras fotográficas eram
invenção de filmes como 007, assim como o único carro que se movia
direcionado por um computador era o Batmóvel de outro seriado dos
anos 60. A ficção, contudo, está virando rapidamente realidade. Hoje é
possível conversar com outra pessoa do outro lado do mundo olhando
para ela na tela do computador. A tecnologia do carro controlado por um
cérebro eletrônico também já existe. No 007 de hoje, os aparelhos
utilizados por James Bond não são obra de ficção, mas de
merchandising, uma forma de divulgação de produtos usada pela
publicidade em cenas de filmes ou programas de TV. Eles existem de
verdade e podem ser comprados nas lojas especializadas.
Isso é o melhor da história: o surgimento de todas essas novidades não
é mera atividade de laboratório, mas um processo comandado pelo
mercado. São produtos acessíveis ao bolso do consumidor comum, a
maior parte dos quais está chegando ao Brasil junto com tecnologias
como a do telefone celular digital. Não que os laboratórios também não
estejam avançando. É verdade que ainda não se pode mandar pessoas
de um lugar a outro por teletransporte, como em Jornada nas Estrelas.
Mas até isso já não pertence tanto ao domínio da ficção científica, como
era antigamente. No final de 1997, a equipe do Instituto de Física
Experimental da Universidade de Innsbruck, na Áustria, conseguiu
desintegrar uma partícula – um fóton – e fazê-la reaparecer em outro
local. (GUARACY, Thales & LUZ, Sérgio Ruiz.
In: Veja, 20/5/98, p. 70.)
QUASE NO ANO 2.000 ... (Letra do Samba-Enredo da Escola de Samba
Imperatriz Leopoldinense.)
Preto Jóia, Flavinho, Darcy do Nascimento, Guga.

Vou viajar nas previsões


Do homem sonhador
Que pensou voar, cruzar o mar
Nas asas da imaginação
Fez o tempo avançar no tempo
Através da criação
De máquinas sem sentimento
Que funcionam quando ele põe a mão
Mas o homem que previa ôôô...
Esqueceu a ecologia ôôô...
A natureza, o ar
A terra azul e o mar
Fez o universo acordar
Robô, roubou a festa
O cinema deu visão
Imaginando o que seria bis
A nova civilização (foi ilusão)
(bis)
Lá se vai mais um milênio, amor
A devastação dói demais
Proteção para os mananciais
Pras matas e os animais
E o futuro então
Virá com mais vigor
Se a nossa terra
For tratada com amor

É novo tempo, é bom pensar


É tempo, amor, de libertar refrão
O sentimento e a terra preservar
(refrão) in: CD 7432153593-2 – Sambas de Enredo, 98
Gravadora Escola de Samba Ltda. – 1998.

Um dos assuntos mais discutidos neste fim de século é o do futuro de


nosso planeta. Muitas pessoas manifestam pessimismo ante a
devastação ambiental e o que esta pode implicar. Outras, ao contrário,
crêem que a tecnologia acabará trazendo soluções a esse e a muitos
outros problemas da humanidade. A Literatura e o Cinema, dando forma
artística a tais pontos de vista, produzem visões do futuro ora otimistas,
ora pessimistas. Tomando como referência, se julgar necessário, os
textos apresentados, manifeste sua própria opinião a respeito,
escrevendo uma redação em gênero dissertativo sobre o tema: A
INTERVENÇÃO HUMANA NO MEIO-AMBIENTE
E O FUTURO DO PLANETA.

Há alguns anos, quando os acidentes de trânsito começaram aumentar


assustadoramente, começou-se a pensar seriamente na educação para o
trânsito. A tentativa de conscientização da necessidade de obedecer à
sinalização, ao limite de velocidade, enfim de usar o veículo como um
meio de ida e não como uma possibilidade de morte ganhou dimensão
nacional, incluindo a orientação nas escolas. No entanto, as estatísticas
mostravam que a violência no trânsito crescia cada vez mais. Agora,
com a implantação da nova lei, a imprensa noticia a diminuição do
número de acidentes, de mortes e de multas, em até 40%. Mera
coincidência?

A partir das considerações dadas, faça uma dissertação emitindo a sua


opinião sobre o fato e, principalmente, sobre a nova lei do trânsito
recentemente implantada no Brasil. Dê um título a sua redação.

Unesp 98
INSTRUÇÃO : Leia os textos que se seguem.
A organização do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra)
ocupou em 1997 grande espaço nos meios informativos, por sua atuação
política em várias regiões do Brasil. Pesquisas publicadas revelam que
uma parte da população a considera legítima, oferecendo argumentos
como a má distribuição da terra no país e a presença de grandes
extensões improdutivas. Outra parte a condena, argumentando que a
atuação do MST desrespeita as leis, ferindo o direito de propriedade. A
questão agrária está mergulhada num conflito de interesses. Esta é uma
oportunidade de meditarmos sobre o significado do sentimento de perda
da terra, por uma considerável parcela da população. Nossa cultura,
como se sabe, se fez basicamente de portugueses e africanos exilados, e
indígenas expropriados de suas terras.
Além das implicações pontuais envolvendo a história do Brasil e a
formação da cultura brasileira, de acordo com várias áreas de estudos
humanistas, na simbologia da terra reside um dos mitos fundamentais
do ser humano, que extravasa os tempos e os continentes. Todos os
seres recebem dela o seu nascimento e, sendo a geratriz universal,
simboliza feminilidade. Suas virtudes são a doçura e a firmeza calma e
duradoura. Acrescente-se a humildade, etimologicamente ligada a
húmus. Identificada como a mãe primordial, a terra remete às idéias de
fecundidade e regeneração: dá à luz todos os seres, alimenta-os e
depois os recebe, como o germe fecundo.
Em muitas concepções antigas, a terra é personificada por uma deusa
(em grego Gaia, em latim Tellus). Na literatura, a terra fértil e a mulher
são freqüentemente comparadas. Assim, o trabalho agrícola é o ato
gerador; o lavrar a terra, a penetração sexual; a colheita e seus frutos
simbolizam parto e aleitamento. A terra expressa muitas vezes um ritual
sagrado: quando alguém quer regenerar-se das mazelas do mundo
pratica uma espécie de volta ao lugar onde nasceu, a sua terra natal.
[Baseado na seguinte bibliografia: CHERVALIER, J. e GHEERBRANT, A.
Dicionário de Símbolos. 2ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
BIEDERMAN, H. Dicionário Ilustrado de
Símbolos. São Paulo: Melhoramentos, 1993.]
Oferecemos-lhe, a seguir, dados sobre a transformação migratória por
que passou o Brasil, entre 1940 e 1991 – uma das causas de nossa
perda de identidade e do desemprego na cidade, hoje em dia.
POPULAÇÃO RURAL (PR) E URBANA
(PU) NO BRASIL, EM %.

1940 1950 1960 1970 1980 1991


PR PU PR PU PR PU PR PU PR PU PR PU
68,8 31,2 63,8 36,2 54,9 45,1 44,0 56,0 33,0 67,0 24,5 75,5

Fonte: Anuário Estatístico do Brasil, 1991, IBGE.


Finalmente, apresentamos um fragmento do texto do escritor português
José Saramago, lançado por ocasião da Exposição Internacional Terra,
do artista-fotógrafo Sebastião Salgado, realizada no primeiro semestre
de 1997.
TERRA
(...) Foi o caso que estando já a terra assaz povoada de filhos, filhos de
filhos e filhos de netos da nossa primeira mãe e do nosso primeiro pai,
uns quantos desses, esquecidos de que sendo a morte de todos, a vida
também o deveria ser, puseram-se a traçar uns riscos no chão, a
espetar umas estacas, a levantar uns muros de pedra, depois do que
anunciaram que, a partir desse momento, estava proibida (palavra
nova) a entrada nos terrenos que assim ficariam delimitados, sob pena
de um castigo, que segundo os tempos e os costumes, poderia vir a ser
de morte, ou de prisão, ou de multa, ou novamente de morte. Sem que
até hoje se tivesse sabido porquê, e não falta quem afirme que disto não
poderão ser atiradas as responsabilidades nas costas de Deus, aqueles
nossos antigos parentes que por ali andavam, tendo presenciado a
espoliação e escutado o inaudito aviso, não só não protestaram contra o
abuso com que fora tornado particular o que até então havia sido de
todos, como acreditaram que era essa a irrefragável ordem natural das
coisas de que se tinha começado a falar por aquelas alturas. Diziam eles
que se o cordeiro veio ao mundo para ser comido pelo lobo, conforme se
podia concluir da simples verificação dos fatos da vida pastoril, então é
porque a natureza quer que haja servos e haja senhores, que estes
mandem e aqueles obedeçam, e que tudo quanto assim não for será
chamado subversão.
Posto diante de todos estes homens reunidos, de todas estas mulheres,
de todas estas crianças (sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra,
assim lhes fora mandado), cujo suor não nascia do trabalho que não
tinham, mas da agonia insuportável de não o ter, Deus arrependeu-se
dos males que havia feito e permitido, a um ponto tal que, num arrebato
de contrição, quis mudar o seu nome para um outro mais humano.
Falando à multidão, anunciou: "A partir de hoje chamar-me-eis Justiça."
E a multidão respondeu-lhe: "Justiça, já nós a temos, e não nos atende."
Disse Deus: "Sendo assim, tomarei o nome de Direito." E a multidão
tornou a responder-lhe: "Direito, já nós o temos, e não nos conhece." E
Deus: "Nesse caso, ficarei com o nome de Caridade, que é um nome
bonito." Disse a multidão: "Não necessitamos caridade, o que queremos
é uma Justiça que se cumpra e um Direito que nos respeite." Então,
Deus compreendeu que nunca tivera, verdadeiramente, no mundo que
julgara ser seu, o lugar de majestade que havia imaginado, que tudo
fora, afinal, uma ilusão, que também ele tinha sido vítima de enganos,
como aqueles de que se estavam queixando as mulheres, os homens e
as crianças, e, humilhado, retirou-se para a eternidade. A penúltima
imagem que ainda viu foi a de espingardas apontadas à multidão, o
penúltimo som que ainda ouviu foi o dos disparos, mas na última
imagem já havia corpos caídos sangrando, e o último som estava cheio
de gritos e de lágrimas...
in: SALGADO, Sebastião. Terra.
Prólogo de José Saramago.
São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 10-1.
Após refletir sobre os textos e dados apresentados, realize uma redação
em forma dissertativa sobre o seguinte tema: O CONFLITO
AGRÁRIO NO BRASIL DE HOJE.
Comentário sobre a Redação
O conflito agrário é um dos mais controvertidos temas da atualidade. O
candidato pôde extrair argumentos dos textos apresentados, cuidando
em colocar seus pontos de vista e tecendo as considerações necessárias
para direcionar as discussões de modo a sustentar suas idéias. A
redação do Vunesp 98 manteve a tradição dos anos anteriores,
solicitando temas atuais e polêmicos.

Leia os textos abaixo e, a seguir, elabore um texto dissertativo


em que você explicite sua opinião sobre a necessidade da
realização do concurso vestibular para ter acesso à universidade,
desenvolvendo argumentos adequados para defender seu ponto
de vista. Dê-lhe um título. Não ultrapasse 30 linhas.

Texto 1
“A faculdade, hoje, é tábua de salvação das famílias de classe média,
que não conseguem acumular bens e precisam recompor seu patrimônio
a cada geração”, explica a socióloga Gisela Taschener, da Fundação
Getúlio Vargas, de São Paulo. Atualmente, 8% dos brasileiros possuem
diploma universitário”. “A universidade é valorizada porque, no mundo
de hoje, o capital do cidadão médio é sua escolaridade”, completa
Gisela. Para as famílias que se equilibram com dificuldade entre a
prestação da casa e a possibilidade de trocar o carro no final do ano, a
faculdade dos filhos é o único patrimônio que se pode deixar. Para os
filhos das famílias humildes, o diploma é uma das poucas esperanças de
ascensão social. (Veja, Escravos da Angústia, 12/11/1997)

Texto 2
O vestibular, embora considerado injusto por muitos, especialmente
aqueles indolentes e incapazes de superá-los, é um instrumento
democrático, que proporciona aos concorrentes igualdade de condições.
(Vladimir Antonini, Curitiba, PR, Veja, Cartas, 19/11/97)

Texto 3
Considero o vestibular a maior prova de ineficácia do sistema
educacional brasileiro. Não se pode analisar um nível de conhecimento
em apenas “uma tarde de domingo”. Principalmente porque estão
presentes aspectos emocionais que podem ser decisivos. (Rodrigo Frank
de Souza Gomes, Fortaleza, CE, Veja, Cartas, 19/11/97)

Texto 4
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, há um teste depois do 2º grau, mas
a avaliação depende de várias outras coisas, entre elas o histórico
escolar, cartas de recomendação e o resultado de entrevistas na
universidade. (...) Na França, quem conclui o 2º grau tem direito à
faculdade desde que seja capaz de agüentar o ritmo puxado dos estudos
superiores, responsável pelo abandono do curso por mais da metade dos
matriculados. (Veja, Escravos da Angústia, 12/11/97)

Texto 5
(Não foi apresentado pela Vunesp)
Vestibular, um mal necessário
O vestibular privilegia os candidatos pertencentes às classes mais
favorecidas economicamente.
Os candidatos que estudaram em escolas com infra-estrutura deficiente,
como as escolas públicas do Brasil, por mais que se esforcem, não têm
condições de concorrer com aqueles que freqüentaram bons colégios.
Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de
condição financeira inferior, o problema não seria resolvido, pois a falta
de um aprendizado sólido, no primeiro e segundo graus, comprometeria
o ritmo do curso superior.
As diferenças entre as escolas públicas e privadas são as verdadeiras
responsáveis pela seleção dos candidatos mais ricos.

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