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Em primeiro lugar, pedimos ao leitor que analise, cuidadosamente, o texto de Rubens Alves
logo abaixo.
Como professora de ensino superior, utilizei este texto algumas vezes em avaliações ou
estudos dirigidos em disciplinas de Psicologia aplicada, sempre solicitando articulações ou
análises. Foi impressionante a quantidade de vezes e as justificativas de análise até a linha
25. Elas, geralmente, associaram que o comportamento da águia era espontâneo e criativo
ao tentar viver como uma galinha, negando o final da estória que fornecia a dica de que o
raciocínio dos alunos poderia estar equivocado !
O que ocorria com os alunos, que compreendiam -com tanta segurança e certeza- que a
águia ao se esforçar ser uma galinhaera algo natural, significado de estar 'plenamente
adaptado e feliz' a um ambiente tão diferente do seu, negando sua verdadeira identidade?
Muitas vezes, retornava-lhes com a seguinte pergunta: 'se uma águia fosse solta num
galinheiro, o que ela faria?' Ficavam perplexos quando lhes lembrava que á águia atacaria as
galinhas, possivelmente, devorando-as ao invés de querer se parecer com elas e achar que o
problema estava com ela!
No galinheiro -se encarado como um campo de análise-, verificou-se que foi instituído que
naquele lugar todos deveriam ser iguais. O efeito disto nos sujeitos foi a produção de
sintomas da ordem do (des)reconhecimento de si mesmo e a culpabilização.
O papel do homem que atirou a águia no abismo é de um analista que fez com que a águia
encarasse sua verdade, sua identidade, levantando a barreira da repressão, resgatando o
desejo de voar do seu inconsciente, liberando sua espontaneidade, fazendo-a recriar seu
papel em seu verdadeiro habitat, desconstruindo seu sintoma.
Não há ética, nem saúde, nem felicidade na adaptação moralizada das instituições. Muitas
instituições de trabalho vêem seus trabalhadores trabalhando rotineiramente, muitas escolas
vêem seus alunos estudando sem fazer barulho ou perturbar a professora e os colegas. Por
de trás deste silêncio, muitas vezes se oculta um barulho ensurdecedor.
Seria melhor que as galinhas vivessem ciscando em seus galinheiros e as águias voando.
Muitas idéias e atitudes são reprimidas, que se ouvidas, poderia se extrair delas, boas idéias
de trabalho. As relações intersubjetivas analisadas revelam seus inconscientes e uma
dinâmica, que se disponibilizada, tornaria
desimpedida as instituições e todo seu verdadeiro potencial de trabalho.
REFERÊNCIAS
11) MORENO, J. L. Equipes que dão certo. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1994.
25) VIDA DE INSETO. Direção: John Lasseter. Co-direção: Andrew Stanton. Produção: Darla
K. Anderson e Kevin Reher. Animação: Andrew Stanton e Donald McEnery & Bob Shaw. Cor,
dublado, EUA, Walt Disney & Pixar, 1997. 1 bobina (102 min). 35mm.
Fonte: http://www.analise-pam.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=62:subjetividade-e-grupos-entre-a-
adaptacao-e-submissao&catid=35:artigos&Itemid=66 (acessado em 12
maio 2011).