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IV ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE COLETIVOS ESCOLARES E REDES DE PROFESSORES QUE FAZEM INVESTIGAÇÃO NA SUA ESCOLA

APLICAÇÃO DE ALGUMAS FUNÇÕES NAS CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

Francisco Menegat, Luis Alberto Prates Piccoli,


Paulo Iorque Freitas de Oliveira e Rogério Ribeiro
vonribeiro@yahoo.com.br

Linha de trabalho: Experiências curriculares

Introdução

O relato que a seguir faremos refere-se a atividades que envolvem funções matemáticas com
a sua respectiva aplicação em Ciências Administrativas e está sendo desenvolvido nos cursos de
Administração de Empresas e Ciências Contábeis nas Faculdades Porto-alegrenses.
A origem dessa atividade aconteceu há 3 anos, quando os autores, lecionando na Faculdade,
começaram a perceber que a matemática apresentada para os alunos, tinha pouquíssima utilidade em
assuntos contextualizados dentro de outras disciplinas cursadas. A essa altura, 2º semestre do curso,
o aluno tem disciplinas tais como: Economia, Contabilidade, Teoria da Administração e outras.
Essas disciplinas são altamente profissionalizantes e importantes para o futuro profissional do
aluno. Enquanto isso, a matemática preocupava-se com teorias e exercícios fora do contexto e da
necessidade do estudante.
Entre muitas conversas, lembramos de Ubiratan D’Ambrosio, quando usa a expressão “a boa
matemática acadêmica”, onde diz que o que deve ser ensinado é aquilo que tenha resultado imediato
em termos de aplicação para o aluno. (D’Ambrosio,2001).
Para ajudar nas expectativas de mudanças, a disciplina de Estatística juntou-se a
Matemática, e começamos a repensar o currículo de nossos cursos.
Os objetivos gerais, que começamos a perseguir, podem ser resumidos como:
- Contextualizar o estudo da matemática junto a alunos do nível superior, descobrindo onde
a Matemática é importante, e usa-la de uma maneira que seja compreendida.
- Habilitar o aluno a pesquisar, iniciando-o na busca de soluções não prontas.
- Analisar as propriedades e características das funções em situações contextualizadas, como
afirma Ponte:
As tarefas matemáticas em que os alunos se envolvem- problemas, investigações, exercícios, projetos,
construções, aplicações, produções orais, relatórios, ensaios escritos,etc.- proporcionam o ponto de partida para
o desenvolvimento de sua atividade matemática. As tarefas devem despertar curiosidade e entusiasmo, fazendo
apelo aos seus conhecimentos prévios e intuições.(p.73)
E, finalmente:
- Integrar a matemática à estatística, com o suporte da informática.
Para deixar mais claro nossos objetivos, transcrevemos uma opinião do matemático Miguel
de Guzmán Ozámiz:
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Uma preocupação geral que se observa no ambiente escolar, conduz a se buscar uma motivação dos
alunos num ponto de vista mais amplo que não se limite a possíveis interesses da matemática tradicional.
Resumindo, procuraremos mostrar um modo de motivar o aluno a estudar e analisar os
conteúdos desenvolvidos durante o curso,e que, com o tempo, consiga buscar soluções com o
auxílio da Matemática.

Detalhamento das atividades

Esse assunto é ministrado no 2º semestre dos cursos, e têm seu início com uma revisão do
conceito de funções, seus elementos, seu campo de validade e sua representação gráfica.
Recordamos as principais funções elementares: Função Polinomial do 1º grau, Função Polinomial
do 2º grau, Função Exponencial e Função Logarítmica. O objetivo maior dessa revisão é o estudo do
domínio e da construção de gráficos. O aluno, deverá analisar gráficos apresentados, e inferir
conclusões,bem como o caminho inverso, e mais simples, da construção gráfica. É importante
ressaltar que muitas vezes percebemos que os alunos têm dificuldades nos aspectos algébricos,
sendo por isso necessário uma revisão de conteúdos relativos aos Ensinos Fundamental e Médio,
tais como: resolução de equações do 1º e 2º graus, plano cartesiano. propriedades das potências,
etc..
Ao final dessa revisão, solicita-se aos alunos que façam uma reflexão sobre o entendimento
dos conceitos demanda, oferta, custo, receita e lucro. Não existe nesse momento nenhuma
preocupação matemática (espera-se apenas que os alunos tenham entendido cada conceito).
Normalmente, essa reflexão é feita no final da aula, e tem continuação no início da próxima, pois é
solicitada a pesquisa dos termos acima, em dicionários, Internet e outros meios.
De posse dos resultados apresentados pelos alunos, trabalhamos os conceitos acima
referidos, inicialmente informando que esses conceitos serão tratados como funções. Partimos de
informações hipotéticas, o tradicional “faz-de-conta” e utilizando-nos da informática e da
estatística, fazemos uma aplicação relacionada ao ajustamento de funções utilizando o programa
Excel. Assim, criamos uma função que será a Função Demanda (inicialmente uma função do 1º
grau) e começamos a mostrar a utilidade e a contextualização da matemática para o curso de
Administração e Ciências Contábeis. A Função demanda é explorada algébrica e graficamente
analisando-se também seu domínio de validade.É muito importante a participação do aluno, com
sugestões e trazendo do seu meio social exemplos que irão enriquecer a disciplina.
Nesse momento do curso, normalmente surgem problemas, pois o aluno está programado
para esperar o conteúdo, copiá-lo e ir para casa. Existe uma ruptura do modelo tradicional, e é
necessário, que o professor explique, com muita calma, as idéias e procedimentos que estamos
tomando. Como afirmam Soares e Sauer:
O aluno tem uma concepção de ensinar e aprender de que o professor é aquele que “passa”
conteúdo, dá aulas, no sentido de “explicar”,”fazer para eu ver”, dentre outras crenças aprendidas;
quando isso é modificado (pacto quebrado!) há resistência, desestabilidade.(p.262)
Após a Demanda, partimos para o ajustamento e definição da Função Oferta. Nesse ponto o
aluno já se encontra mais envolvido e motivado em relação a matéria, o que leva a pesquisa de
dados e o trabalho junto ao Excel ser desenvolvido com mais naturalidade e rapidez. Então,
mostramos que a regressão pode ser feita com outras funções, e cabe a nós, professor,juntamente
com nosso aluno, escolhermos a que mais se adapta a nosso problema. Continuamos a usar uma
função do 1º grau.
É muito importante que o aluno veja, entenda e interprete as diferenças entre as duas funções
vistas.Os depoimentos começam a aparecer de forma espontânea, com alunos começando a verificar
a importância e a aplicação da Matemática em seu curso.
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Na seqüência, seguindo o mesmo modelo, definimos as funções receita, custo e lucro. Nessa
fase, normalmente são utilizadas funções do 2º grau, e estudamos campo de validade, gráficos, e
valor da função em determinados pontos.
O próximo conteúdo da disciplina é o estudo das derivadas. O nosso estudante recebe um
“choque” com a introdução deste assunto, parece que voltamos a Matemática tradicional e chata.
Porém, aos poucos, com a introdução de Máximos e Mínimos, a motivação e conseqüentemente, a
disposição retorna. Após, chegamos às contextualizações envolvendo receita máxima, custo mínimo
e lucro máximo. Também entramos com o conceito de Marginal.
Já caminhando para o final do curso, estudamos as Integrais e algumas de suas aplicações:
cálculo de áreas, e pontos de nivelamento.

Conclusão

Esse trabalho está sendo desenvolvido há dois anos e, logicamente, existem resultados
positivos, e alguns problemas.
Como resultados positivos, sem dúvida, pode ser colocado a disponibilidade e o interesse do
estudante ao notar que a Matemática ensinada mostra uma aplicação e contextualização dentro do
seu curso. Também é muito positiva a interação que estamos conseguindo entre a Matemática, a
Estatística e a Informática.
Esses resultados acima apresentados, reforçam Skovsmose que afirma:
O essencial é que o processo educacional está relacionado a problemas existentes fora do universo
escolar. Além disso, vários critérios podem ser usados para selecionar esses problemas. Os dois fundamentais
são: O subjetivo: o problema deve ser concebido como relevante na perspectiva dos estudantes. E o Objetivo: o
problema deve ter uma relação próxima com problemas sociais objetivamente existentes.(p.19)
Como problemas encontrados, e ainda a serem devidamente solucionados, temos:
- Muitos alunos apresentam defasagem de conteúdos;
- Falta de prática em relação à pesquisa. O aluno não está acostumado a pesquisar, não sabe,
e prefere o comodismo de apenas copiar do quadro;
- A alegada falta de tempo para produzir;
- Alguns problemas encontrados na interação das disciplinas;
- Falta de uma bibliografia mais ampla.
Finalizando, o nosso trabalho vai continuar, com todos os professores envolvidos
demonstrando satisfação, e um pouco de orgulho pelo o que estamos alcançando, e os problemas
encontrados e relatados acima, estão sendo enfrentados com muita disposição.
Convém salientar também, outros crescimentos dos estudantes:
- A interpretação dos problemas começa a melhorar, inclusive o português escrito;
- A representação gráfica se torna algo comum;
- O ajustamento de funções começa a se tornar rotineiro, com o uso do computador
tornando-se algo corriqueiro.
Temos a certeza que a nossa disciplina está mais contextualizada e prática.
É importante buscarmos alternativas para tornar mais interessante o desenvolvimento dos
conteúdos. A utilização mais freqüente de recursos informáticos e uma variedade maior de
exercícios é essencial à prática que busca sua fundamentação na realidade.
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Referências

D’Ambrosio,Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade.Belo Horizonte:


Autêntica,2001
Ozámiz,Miguel de Guzmán. Tendencias Innovadoras em Educación Matemática.
Universidad Complutense de Madrid. Disponível em:
<http://www.mat.ucm.es/deptos/am/guzman/tendencia/ensen.htm. Acesso
em:8.jul.2004
Ponte, João Pedro da. et al. Didática da Matemática.Lisboa: Editorial do Ministério da Educação.
1997.
Skovsmose,Ole. Educação Matemática Crítica. Campinas.Papirus Editora.2001.
Soares,E.M.do S.,Sauer L.Z. Um novo olhar sobre a aprendizagem de matemática para a
engenharia.In: Cury,Helena Noronha(org.). Disciplinas Matemáticas em cursos superiores.
Reflexões, Relatos, Propostas. Porto Alegre: Edipucrs. 2004.

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