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Jornaldeumbanda.com.br São Paulo, 25 de Fevereiro de 2011. contato@jornaldeumbanda.com.br Pág.

Jornal Nacional da Umbanda Edição 07


Índice de Matérias
Editorial (Rubens Saraceni) pág. 02
O Poder das Oferendas (Sebastiana Penha
Campana) pág. 03
Uso de ferramentas pelos guias espirituais
(Newton Carlos Marcellino) pág. 04
Zumbi: Guerreiro da Luz e Libertador de Almas
(Elisangelis) pág. 06
Mensagem de Pai Zélio Fernandino de Moraes
(Nelson Junior) pág. 08
A Linha de Exu Matança, um Mistério de
Omulú (Pablo Araújo de Carvalho) pág. 09.
Jornal de Umbanda em Portugal (Pai Nuno de
Xangô) pág. 11
Pai Élcio de Oxalá, um Rouxinol
na Umbanda pág. 12
Baluartes da Umbanda (Alan Levasseur) pág. 14
Livro Algarismos na Civilização Suméria (David
Caparelli ) pág. 17
Falando de Exu (Rubens Saraceni) pág. 18
Pai Élcio de Oxalá Um Mestre, Um Amigo, Um Irmão (Nelson
Junior) pág. 19.
Como compreender a vida? (Maria das G. Pinho
Lançamento do seu mais novo Rodrigues) pág. 21.
O que é a Justiça (Nelson Junior) pág. 21
CD. Pai Élcio visita o Colégio de A Umbanda como uma ciência mal interpretada
Umbanda Pai Benedito de Aruanda, (Diego Del Nero) pág. 22
Resgates Kármicos (HAYZAH LUCARELLI) pág. 22
autografa CD´s e nos conta um pouco Oração ao Pai Olorum (André |G. Santos) pág. 24
de sua trajetória na Umbanda. Audioteca Sal e Luz (Christiane Blume) pág. 25
Oração ao Povo Cigano (Cícera C. Neves) pág.
Confira na pág. 11 26.
O Povo Cigano na Umbanda (Elizabeth C.
INSTRUMENTOS DOS Drumond) pág. 26.
Oração à Santa Sara de Kali (Nina Victor) pág.
GUIAS NA UMBANDA 29
Muitos guias espirituais usam Diversidade de Rituais Umbandistas – (Manoel
ferramentas para absorver energias Lopes) pág. 30
condensadas, atrair ou projetar ondas UM POUCO SOBRE 0 POVO
CIGANO NA UMBANDA
vibratórias, descarregar os médiuns e
os consulentes de energias negativas,
etc. Pág. 04. Muito se ouve falar que a linha de Cigano faz parte da Linha
de Exu, que os Ciganos são entidades ainda em evolução tentando
ingressar na Linha de Exu, que Pombo Gira Cigana ou Ciganinha
foram as únicas Entidades Ciganas que evoluíram e ingressaram na
Linha de Exu.
Essa falta de entendimento que é na realidade uma simples
dedução faz com que muitos terreiros não deixem os médiuns
trabalharem com essa linha. Chegam a dizer que são entidades sem
luz. Pág.26
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EDITORIAL
A FÉ NA UMBANDA
Por: Rubens Saraceni

A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé


professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na
existência do mundo espiritual que interage o tempo todo com o plano material.
Analogicamente, podemos comparar a crença umbandista à do cristianismo, que tem em Deus o
Criador Supremo (Olodumare ou Olorum) e em Jesus o seu maior mistério (sincretizado com Oxalá).
Mas, tal como no cristianismo há as coortes de anjos, arcanjos, querubins, serafins, etc., na
Umbanda há hierarquias de Orixás (Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Oxum, Iansã, etc.) que têm
funções análogas, ainda que sejam enfocadas e cultuadas segundo rituais próprios.
Para entender a fé na Umbanda é preciso mergulhar fundo em sua essência religiosa, porque um
umbandista convicto não é uma pessoa contemplativa e interage o tempo todo com o mundo espiritual
e também com o universo divino, já que é em si um templo vivo e através do qual os Sagrados Orixás
manifestam Suas vontades.
A fé, na Umbanda, é mais que uma questão de crença. É um verdadeiro ato de fé, pois um
umbandista é o meio natural por onde a religião flui com intensidade e mostra-se em toda a sua
grandeza e divindade, ainda que de forma simples e adaptável às condições do seu adepto.
A fé, na Umbanda, transcende e torna-se um estado de espírito através do qual são realizadas as
engiras ou sessões de atendimento das pessoas necessitadas de auxílio espiritual e de orientação
doutrinária e religiosa.
Fé, na Umbanda é sinônimo de trabalho em prol do próximo, de evolução consciêncial e
transcendência espiritual para os seus adeptos e seus médiuns praticantes.
A fé é ensinada como a integração da pessoa ao seu Orixá Regente, que é sua ligação superior
com Deus, com Oludumare, o Senhor do nosso destino e da nossa vida.
Crer em Deus e nos Seres Divinos manifestadores dos Seus Mistérios Sagrados é natural nos
umbandistas e dispensa maiores esforços nesse sentido, já que a mediunidade é o meio mais rápido de
integração com Ele e Seus manifestadores, os Orixás.
A Umbanda é Sagrada porque é uma
religião onde os mistérios de Deus têm uma
feição humanitária e estão voltados para nossa
evolução e nosso amparo espiritual, assim
como de todas as pessoas que frequentam seus
templos, também denominados tendas.
Cremos em um Criador Supremo;
cremos na existência das hierarquias divinas;
cremos na manifestação dos Sagrados Orixás
através da incorporação de suas vibrações
mentais; cremos na existência do mundo
espiritual; cremos na interação deste mundo
superior com o nosso mundo material.
Enfim, a fé, na Umbanda é mais que uma questão de crença, é um estado de espírito e é muito
mais que o ato de crer em Deus, é o ato de realizar-se Nele, enquanto seres espirituais gerados por Ele,
o Senhor Olorum, o nosso Divino Criador!
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O PODER DAS OFERENDAS


“Não pretendo ensinar “O Pai Nosso” aos vigários” (ditado popular), pretendo tão somente
contar as minhas modestas experiências no campo das oferendas para os Guias e os Orixás.
Não vou ensinar como montar uma Oferenda, quero apenas testemunhar os resultados, a magia
desta prática que tantos realizam sem entender sua extensão, sua beleza!
Meu Deus, quando penso na extensão das dificuldades que passei, penso também o quanto
aprendi com todas elas e principalmente, penso quanto recebi com as Oferendas que fui orientada a
realizar pelos sagrados Orixás e amados Guias que comandam minha vida.
Hoje, entendo melhor os ensinamentos do Mestre Jesus, “Pedi e obtereis, bata e a porta vos
abrirá”. Para pedir é preciso bater à porta certa, diante do ponto de força certo que se abre, perante a
nossa atitude de confiança, amor e humildade.
Aceitar nosso Pai, nossa Mãe (Orixás) e diante deles externar a nossa submissão, a santa
vontade do Pai Maior (“... seja feita a vossa vontade...”) e harmonizar os nossos pensamentos e
sentimentos, nos deixando conduzir pela força do Bem.
Oferendar os nossos Orixás é nossa primeira obrigação, assim como os nossos Guias e
Guardiões (Exus, Pomba giras e Exú-mirim), e devemos fazer as oferendas todo ano, para que nossa
vida corra nos trilhos que eles dirigem, pulando as pedras que forem colocadas no nosso caminho.
Se tivermos um pouquinho que seja de bom senso, vamos perceber que as dificuldades que ora
passamos são exatamente nos pontos que nossos sagrados Orixás regem, onde precisamos ultrapassar
os nossos limites e evoluir em suas características positivas.
Conhecer a regência de cada Orixá é o ponto de partida para sabermos em que porta devemos
bater e, em razão disto, precisamos estudar para sabermos como devemos pedir, ou seja, o que
precisamos oferendar.
É claro que nossos Guias nos ajudam bastante, mas devemos fazer a nossa parte: estudar e
observar os resultados de cada Oferenda. Às vezes uma Oferenda nos abre um portal, mas teremos de
fazer outra Oferenda diante de outro ponto de força. São várias portas que vão se abrindo uma após a
outra. O segredo é confiar sempre... um passo após o outro, nós vamos descodificando os Mistérios
Divinos. Até quando acompanhamos alguém numa Oferenda estamos descodificando estes mistérios. É
difícil? Sim, mas tudo isto é lindo, é fascinante...
Se seus caminhos estão fechados, é preciso pedir pra quem? (Esquerda e Direita) sempre!
Se alguém está sofrendo injustiça, em qual porta deve bater? E se o problema é no amor, vamos
chorar com Mãe Oxum!
“Conhece-te a ti mesmo” (Sócrates). Conhecer nossas dúvidas, nossas dificuldades e vamos
resolvendo uma após a outra, as fontes divinas são inesgotáveis, é só bater, é só pedir, mas é preciso
dar a nossa parte e lembrem-se: os Orixás não precisam de nada, quem precisa somos nós! Precisamos
oferecer os elementos certos para que retornem para nós na medida certa.
Entenderam?
Que universo maravilhoso, tudo está a nossa volta, é só estudar, pensar e oferendar!
“Vou usar de novo as palavras de Jesus para encerrar este texto: É DANDO QUE
RECEBEMOS...”.

Por: Sebastiana Penha Campana


E-mail: penha.campana@syngenta.com
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USO DE FERRAMENTAS PELOS GUIAS ESPIRITUAIS


Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar
ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.
Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na
religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as
ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e
tornar o ritual cheio de pompas.
Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.
Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos
conhecer algumas:

· Pretos / Pretas velhas: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu
de palha, cigarro de palha, etc.
· Exú: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.
· Pomba-gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, joias, etc.
· Caboclos de Oxóssi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.
· Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.
· Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc.
· Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.
· Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.
· Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc.
· Obaluaye / Omulú: roupa de palha da costa, xaxará, pipocas, etc.
· Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, joias, almofadas, etc.
· Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.

Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas
algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo
apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.
Para que servem as ferramentas?
Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao
médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para
descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, joias, pedras, coco
verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva,
ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.
Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma
ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por
exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio
para atrair energia positiva e carregar o médium.
Como são utilizadas as ferramentas?
Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no
uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena
Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O
médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e
receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que pode ser através
das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta
utilizar.
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Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana e pobre - como um
(a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:
I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.
a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.
b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e
ainda não foram processadas durante o ritual.
II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.
a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na
concentração.
b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.
III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao
médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do
guia.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente
sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.
IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para serem repassadas ao
médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente
sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.
V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao
médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente
sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.
VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para
ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente
sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.

Para deixar bem claro, quem direciona o reforçando o direcionamento das energias para
tipo de energia, positiva ou negativa, para a assentamentos ou para o altar, por exemplo.
ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está E se o médium girante quiser presentear
visualizando o excesso ou a falta dessas energias, um guia espiritual com uma ferramenta? E se um
é ele que sabe como manipular essas energias, consulente presentear o guia espiritual de um
sem afetar o médium ou o consulente. médium com uma ferramenta?
Mas quem é que define as ferramentas que Quando decidimos presentear um guia
os guias utilizarão nos trabalhos? Os próprios espiritual que trabalha conosco, através do uso de
guias! nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é
Por mais “legais e belas” que achamos perguntar para ele (ou pedir para que outra
algumas ferramentas, e até gostaríamos de pessoa pergunte para o guia) se o presente será
presentear nossos guias, somente os guias é que útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite:
pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá
guias é que sabem quais as ferramentas que eles ao médium ou ao cambono do médium girante, e
mesmos utilizam e se são ou não necessárias. às vezes, o que chamamos de “intuição”, como
Há casos em que alguns terreiros proíbem num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade”
o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que de nossa parte. Todo cuidado é pouco.
os guias sabem dessa “proibição” e por isso, Se um consulente resolve presentear o
manipulam as energias de outras maneiras, guia espiritual devemos ter em consciência o
seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é
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gratuita, logo um presente pode caracterizar, estourar. Porém não é sempre que uma guia de
indiretamente, como pagamento por um “serviço contas estoura em decorrência do excesso de
bem feito”. A vaidade do médium também pode energia. O médium constantemente molha a guia
ser exacerbada com este ato. O procedimento de contas em banhos de firmeza, amaci e até
neste caso é: alertar para que os consulentes não mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as
ofereçam presentes aos guias espirituais, mas guias para energizar com a luz solar ou com a luz
caso aconteça, o consulente deve oferecer o lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por
presente diretamente para o guia que saberá o que diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia
fazer com o presente. de contas não suporte tanta variação e quebre, e
E para finalizar este texto, uma dúvida de claro, como o médium só utiliza a guia de contas
muitas pessoas é: uma guia de contas estourou em dias de gira, é nesse momento que vai haver o
durante a gira, isso foi descarrego? “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.
Sim e não. Sim se o médium estava muito
carregado negativamente e a única ferramenta Por: Newton Carlos Marcellino
Email: newton.utf@gmail.com
que estava em seu poder era a guia de contas, daí, Blog: http://umbandatemfundamento.blogspot.com
em decorrência do excesso de energia ela pode

ZUMBI:
Mensagem do Irmão Zumbi dos Palmares, canalizada por Elisangelis em 05.02.2011, às 19h54,
em conferência com o Grupo Somos Luz em Ação.

Que a Paz do Senhor Jesus esteja com algum aprendizado para nós, ou não foi para isso
todos vocês! que viemos, não foi para aprender e crescermos?
Os irmãos da Terra buscam hoje Logo, quando estabelecemos diferenças
redimensionar as diferenças que foram impostas acima das que foram ditadas pelo Senhor Deus,
por Deus e não compreendidas totalmente por estamos contrariando sua vontade, pois o Mestre
nós. Jesus veio e subiu ao Gólgota para nos mostrar
Quando o Senhor da Vida e da Morte que SOMOS TODOS do UM, e que somente a
mandou para a Terra seres de cores, raças e UNIDADE nos levaria às alturas, onde se
aparências distintas ele quis nos passar um encontram as Hierarquias Celestes!
ensinamento que se encontra, principalmente, na Portanto, quando vocês verificam que há
compreensão do por que essa diferença traria. uma diferença entre você e o outro, estão no
primeiro momento sendo testados...
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Alguns devem estar se perguntando, como por si, pelo Sagrado que habita cada um de
assim? vocês. Pois, ao final, o que levamos da
E eu, Negro Zumbi da Região dos existência, senão as lições que a vida
Palmares vou lhes dizer: proporciona?
Quando Deus fez-nos sua imagem e No entanto, gostaria de lhes chamar a
semelhança, ELE quis que refletíssemos sobre atenção nesse sentido: a existência de inúmeras
quem seria a imagem e semelhança DELE... raças humanas não possui o propósito de colocá-
E se cada um de nós traz sua raça, sua los diante de desafios a serem disputados pela
etnia, sua origem, sua genética particular, isto é força bruta, não é isto, mas sim compreender que
para nos mostrar a riqueza das possibilidades que cada um de vocês traz consigo uma riqueza de
o CRIADOR encontra a sua disposição para que informações genéticas e de seus arquivos
possamos compreender o quanto ELE - o Criador akashicos que devem necessariamente entrelaçar-
é multirracial, multi-formas e múltiplo em suas se para um crescimento mútuo.
características... O crescimento mútuo é o papel da
A Espécie Humana está classificada como DIVERSIDADE, e não a competição que surge
àquela que veio à Terra para vivenciar a da comparação negativa que vocês costumavam
DUALIDADE, e a primeira delas é a da sua fazer, não há raças melhores, não há raças mais
ESSÊNCIA x ESSÊNCIA DIVINA. importantes, não há raças mais sábias, pois na
Até aqui tudo bem, o Terra, o que acontece é uma
conflito surge quando você oportunidade única de se
acredita que a sua essência é vivenciar a DIFERENÇA na
mais DIVINA do que a do igualdade que a experiência
outro IRMÃO... aí complica, da carne proporciona a todos
pois passamos a realizar uma que estão encarnados na
classificação interna que está Terra.
muito longe da intenção Abolir os preconceitos
DIVINA. e derrubar os paradigmas que
A Pluralidade das trouxeram tantas misérias,
raças demonstra a riqueza de guerras, conflitos e tanta
possibilidades que o confusão no passado, e ainda,
CRIADOR dispõe para nos no presente, deve ser a
AMAR em nossa BANDEIRA de todo àquele
multiplicidade de aspectos, que se dispõe a trabalhar
cores, raças, texturas e verdadeiramente para a Luz!
condições, ou aqui alguém ainda tem alguma Agradeço a Deus pela oportunidade de vir
dúvida sobre isso? aqui, em nome de Jesus, trazer-lhes algumas
Hoje a Humanidade tenta reparar parte dos ideias do que ainda permeia a causa de tanto
erros que cometeu no passado, tentando justificar sofrimento na Terra, até quando alimentarão as
sua ganância em reduzir o número de pessoas DIFERENÇAS, não basta que o filho diga que
com quem dividiria a riqueza produzida por toda SOMOS TODOS FILHOS DO MESMO PAI?
uma época, afinal, pensava-se: Até quando ferirão os preceitos DIVINOS
QUANTO MENOS HOUVER PARA que pedem para que amem uns aos outros,
DIVIDIR, MAIOR SERÁ A FATIA. amando a Deus?
Mas, com o tempo, viram que não se torna Eu sou Zumbi, da Região de Palmares,
vantajoso para ninguém acumular riquezas hoje Guerreiro da Luz e da libertação das almas
materiais se o Espírito não se eleva com esse presas aos atavismos do sectarismo racial.
crescimento ilusório.
O crescimento material, justo e condizente Por: Elisangelis
E-mail: lisangelis1111@uol.com.br
com o intelecto que avança na busca de soluções http://vozdaeradeouro.blogspot.com
para os desafios do desenvolvimento da http://somosluzemacao.blogspot.com
humanidade, é na realidade, a busca.
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MENSAGEM DE PAI ZÉLIO


FERNANDINO DE MORAES
O conteúdo de nossas mentes é o que trazemos ao mundo que nos cerca, ao mundo de cada um, e
que nos acompanha.

MENSAGEM:
Agora, mais do que nunca, eu compreendo a palavra do Cristo: "Bem aventurados os puros de
coração". Sim, verdadeiramente felizes são os que não enxergam tristezas,
os que não veem motivos para desanimar, os que não prejudicam a ninguém com seu julgamento.
Esses são felizes.

Nós outros, que queremos seguir outras trilhas: A da justiça com as próprias mãos; A do
julgamento segundo nossa própria bitola da vida; A justiça segundo "nossas" verdades;
Nós nos deparamos com o reflexo de tudo isto num grande espelho onde se refletem nossas
ansiedades injustificadas, que reduzem a vitalidade do corpo e aprisiona o espírito.

A vida após a morte não deveria ser espetáculo de surpresas para quem trabalhou anos a fio
na mediunidade.
Servindo de ponte entre espíritos e homens, passamos grande parte fazendo e pouco tempo
pensando, aproveitando os ensinamentos,
e conversando com aqueles que estão ao nosso lado em silêncio, mas são muitas vezes detentores de
muitas verdades, não as "nossas" verdades, mas ensinamentos que devem ser compartilhados.
Até hoje não me pediram a palavra. Respeitei o não pedido. Mas agora que o fazem, deixem-
me alertá-los: Conversem mais entre vocês, espíritas e cristãos.
Vivam mais em alegria de confraternização e não em disputa de quem é maior e melhor. Aos
olhos de Deus somos filhos e iguais.

Fazem-nos constantemente vingadores de uma causa que não é a mais justa: nosso amor
próprio e ferido.
Temos que ser tão superiores de modo a que o nosso amor amorteça as pedradas, e
retornemos ao ofensor amando.
É necessário aprender na escola da vida, sabendo humildemente absorver problemas,
transformando-os em exemplos edificantes de resgate de dívidas.

Meus filhos, que eu poderia dizer-lhes mais do que se amem e se compreendam, para que a
par de toda a cultura espiritualista de que são detentores,
não lhes sejam cobrados minutos de atenção e gentileza ao amigo ou à criança que sofre.
Deus seja louvado!
Que adianta trabalhar vinte anos se em um minuto nos negarmos a calar e escutar com
carinho e paciência aqueles que nos procuram, por certo com carência, por necessidade de amor?

Abraços do sempre amigo,

ZÉLIO DE MORAES

(Esta mensagem foi psicografada na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade)


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BIOGRAFIA

Pai Zélio nasceu em família tradicional de Neves, distrito de São Gonçalo. Em fins de 1908,
então com dezessete anos de idade, preparava-se para o ingresso na carreira militar, na Marinha
do Brasil, quando foi acometido por uma inexplicável paralisia, que os médicos não conseguiam
debelar. Certo dia ergueu-se no leito, declarando: "Amanhã estarei curado"!
No dia seguinte, de fato, levantou-se normalmente e voltou a caminhar, como se nada lhe houvesse
acontecido: os médicos não souberam explicar o ocorrido.
Os seus tios, padres da Igreja Católica, surpreendidos, também não souberam explicar o
fenômeno.
Um amigo da família, então, sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de
Janeiro (então sediada em Niterói), presidida, na ocasião, por José de Souza.
Na ocasião, manifestou-se por intermédio de Pai Zélio a entidade que se denominou Caboclo
das Sete Encruzilhadas, que anunciou a fundação de uma nova religião no Brasil: a Umbanda.
Foi fundada posterirmente, em virtude dessa manifestação, a Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade.
Em 1918, por orientação da mesma entidade espiritual, Pai Zélio viria a fundar mais sete tendas
de Umbanda.
Aos 55 anos, passou a direção da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade para as suas filhas
Zélia de Moraes Lacerda e Zilméia de Moraes Cunha (já mortas).
Feito isso, fundou a Cabana de Pai Antônio, em Cachoeiras de Macacu, no estado do Rio de
Janeiro.

Por: Nelson Junior


E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com

A LINHA DE EXU
MATANÇA, UM
MISTÉRIO DE OMOLU.
Há uma linha de Exu denominada de Exu
Matança. É um Exu pouco conhecido da nova
geração de umbandistas, porem de fácil
comprovação no livro em que pesquisei cujo
titulo é 3000 pontos cantados e riscados, onde é
descrito somente pontos cantados e riscados dos
guias espirituais da Umbanda.
Pois bem, ao fazer um desdobramento
desse nome Exu Matança, vimos que é um
mistério regido pelo Orixá Omulú e é um mistério que rege todo um campo ligado a oferendas e ritos
ofertórios onde se realiza sacrifícios de certas espécies de animais.
Exu “ancião” se levarmos em consideração o quanto esse mistério é antigo e esta presente em
todas as religiões que se servem desse recurso desde épocas imemoriais. No antigo testamento, vemos
o ritual do sacrifício do cordeiro imolado no altar realizado pelos Hebreus quando ofertavam o animal
a Deus pedindo que perdoasse seus pecados, uma vez que o animal estaria sendo punido no lugar do
pecador. Vemos que a teologia do sacrifício não é propriedade da religião Judaica, pois esse rito é
muito mais antigo que o judaísmo e era praticado por outras religiões e em outros locais, sendo esse ato
um recurso religioso utilizado por muitos fiéis.
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Esses rituais estão na base da Religião que através dessa oferenda obtivesse êxito em
Grega, Judaica, Islâmica, Candomblecistas ou de suas solicitações e pedidos, o mistério Exu
matrizes africanas, Astecas, etc. Esses rituais matança abria-se e se o pedido no ato do
eram feitos com diversas finalidades, tais como: sacrifício do cordeiro era para que se perdoasse
Agradecimento, purificação, pedidos de os pecados, erros, falhas e vícios o aspecto
curas, abundância, prosperidade, etc. Sabemos recolhedor ou negativo, recolhia todas as ações
que esse costume perdura até hoje dentro das negativas realizadas por aqueles fieis pecadores
religiões de matrizes africanas e até nas religiões ou recolhia todas as ações negativas ativadas
judaicas entre os judeus mais ortodoxos. contra esses fiéis.
Sendo assim o Mistério Exu Matança é um Porem, quando se realizava o ritual do
mistério antigo e presente em todas as religiões sacrifício em forma de agradecimento por uma
que se servem do ritual ofertório em que são boa colheita, um aumento do rebanho, a cura de
realizados os sacrifícios tão bem descritos no uma doença (pedidos positivos e virtuosos) o
velho testamento e realizados pelos profetas entre mistério abria-se e devolvia: a prosperidade, a
eles Abraão e Moises. alegria, a saúde, etc., tudo que lhes um dia fora
Como todo mistério, ele tem sua vertente positiva tirado.
e negativa, sendo a parte negativa do mistério Salientamos que a Umbanda não realiza ou se
recolhedora e a parte positiva do mistério serve de rituais de sacrifícios, porem não
devolvedora. descriminamos quem se utiliza desse recurso
Vale a pena lembrar que o nome Exu é de válido em suas religiões.
origem africana, é uma Divindade cujo atributo é Embora a Umbanda não realize esse ritual de
de guardar aldeias, cidades e oferenda em que é feito o
casas de axé, seu nome em sacrifício, Ela utiliza-se do
Yoruba significa “esfera” e mistério Exu Matança de forma
também é tido como o Orixá da magistica para cortar trabalhos
comunicação, na Umbanda Ele de magias negras feitos contra
é o guardião dos aspectos as pessoas onde nesses
negativos dos Orixás, porem o trabalhos utilizaram sacrifícios
mistério Exu Matança adentra de animais e, embora para
em todas as religiões que na cortar esses trabalhos negativos
base de seu culto servem-se manifestem-se exus de outras
desse ritual sacrificatório, então hierarquias, tudo é feito sob a
em outras épocas e religiões o regência do mistério Exu
nome dessa divindade era outro Matança.
e até as funções e a regência Sabemos que alguns
dessa divindade eram nomes de exus impedem que o
desconhecida pelos fiéis da mistério por traz dele se
religião, porem o mistério não expanda no meio umbandista e
muda, é o mesmo e continua religioso em geral, devido ao
atuante em todas as religiões nosso pré-conceito e nossa
que se servem do ritual de ignorância perante aos
sacrifício de animais. mistérios de Deus.
Diríamos até que na religião Judaica esse Devemos interpretar de forma correta o
mistério é um dos aspectos negativos ou que esta oculto pela aparência ou arquétipo.
recolhedor do Anjo da Morte e na religião Grega O mistério Exu Matança manifesta-se em toda
ele é um dos aspectos negativos ou recolhedor do religião ou culto em que há o ritual ofertório de
deus Hades. sacrifício de certas espécies de animais e rege
Bem, Voltemos onde paramos. O mistério Exu parte do mistério das oferendas onde há o
Matança, como todo mistério, possui dois sacrifício.
recursos: um negativo ou recolhedor e outro Porem no aspecto geral e universal esse mistério
positivo ou restituidor e quando se realiza um atua em tudo e em todos que vibram sentimentos
sacrifício animal em honra a uma divindade para mórbidos para consigo mesmo ou para com o
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próximo, atuando no inconsciente coletivo de lado esquerdo e uma vermelha do lado direito, o
forma imperceptível onde tudo e todos que copo de água com sal grosso e a pedra de ônix
vibram sentimentos nocivos ou contrários à vida, deve ficar no meio do triângulo. Após firmarmos,
imediatamente é envolvido pela malha do saudamos O Divino Pai Omulú e saudamos o
mistério Exu matança, onde são esgotados desses Senhor Guardião Exu Matança, pedindo-lhe a
sentimentos, para posteriormente voltarem a benção, força, amparo e guia, sempre que
evoluir de forma equilibrada e em harmonia com estivermos dentro do seu campo e sob sua
a criação. regência.
Sabemos que muitas vezes ou na maioria O que devemos pedir a ele?
delas somos vitimas dos nossos próprios Que recolha todas as vibrações negativas
sentimentos negativos e quando agimos paralisadoras, apáticas e mórbidas ativadas contra
negativamente a Lei Maior nos tolhe através de nós e ativadas por nós em momento de
seus executores, visando esgotar nossos desequilíbrio e devolva a estabilidade, o
sentimentos negativos para reconduzir-nos equilíbrio e a ordem mental, para que assim
novamente na senda da evolução, da Lei e da possamos ser amparados pela vida e sob o
Vida até despertarmos as virtudes divinas e amparo Dela, venhamos a evoluir de forma
passarmos a refletir Deus em nossos atos, ordenada e equilibrada. (Amem).
palavras, pensamentos e ações, esse é nosso
destino e caminho a ser trilhado. Não devemos permitir que a nossa
O mistério Exu Matança é um mistério ignorância perante as forças e linhas que se
divino e em nosso nível humano devemos dar manifesta na Umbanda, afaste-nos da
atributos positivos a esse mistério, pois se na convivência de mistérios divinos que visa-nos
origem Ele é Divino, em nosso meio Ele é dual equilibrar e atuar em nosso beneficio.
como nós os humanos e ao ser oferendado em um Exu é Orixá e Exu também é linha de
ponto de força ele assume a natureza intima e o trabalho por onde se manifesta espíritos exus
desejo de quem esta oferendando o. para fazerem a caridade em nome de Deus, nosso
Na Umbanda, oferendamos o Senhor Pai Olorum.
Guardião Exu Matança com: um copo de água
com sal grosso e uma pequena pedra de ônix SARAVÁ UMBANDA
dentro do copo e três velas em triangulo, sendo
uma branca no vértice do triangulo, uma preta do Por: Pablo Araújo de Carvalho

Jornal de Umbanda em Portugal


Saravá Pai Rubens e demais equipa de trabalho do Jornal de Umbanda.

Em meu nome pessoal e como dirigente do Barracão de Xangô - Terreiro de Umbanda,


em Portugal, agradecer o vosso trabalho em prol da umbanda.

É com gente como vocês que a umbanda cresce com cabeça tronco e membros,
melhora a sua imagem para o exterior e se valoriza. É muito comum aqui em Portugal seguir
seus textos, seus ensinamentos, ler seus livros.

Infelizmente ainda não conseguimos fazer nenhum curso on-line, mas não é por isso
que não estamos dia após dia, trabalhando na nossa amada umbanda, levando a sua mensagem
de Fé, amor e caridade. Axé.

Um grande abraço de Portugal


Pai Nuno de Xangô
E-mail: barracaodexango@gmail.com
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Élcio Xavier nascido em Varginha, sul de Minas Gerais no ano de 1937.


“Comecei a trabalhar na Umbanda em 1950. Tinha 14 anos e a minha mãe, que era católica, não
aceitava que a gente falasse de espiritismo, dizia: - Nossa Senhora, feitiçaria!" Mas eu tinha uma
missão para cumprir." Continuei a ir escondidinho da minha mãe. Sempre dava um jeitinho de ir à
minha mesa branca, tomar um passe, receber a orientação dos mentores...
Por volta dos meus 18 anos, estando na maioridade, pude ir pela primeira vez em um terreiro e
foi aí que eu consegui saber que se tratava de uma coisa mais séria, que tinha mesmo haver comigo e
não dava para dispensar a espiritualidade. Foi em um Templo de Umbanda chamado Padre José de
Alencar que já nem existe mais.
Aconteceu lá o que acontece com 90% dos centros de Umbanda. Quando os dirigentes desencarnam
dificilmente tem um herdeiro já aceito pelos outros médiuns para que assumir pacificamente os
trabalhos.
Então, a maioria desses médiuns, às vezes com vinte, trinta anos de trabalho, abrem suas
próprias casas e começam construir toda uma estrutura novamente. Então, particularmente, não sei se
melhor seria permanecer a estrutura, ou se é melhor dissolvê-la e cada um começar um novo trabalho
renovado.
Por volta de 1975 eu fui apresentado a um Baluarte, Sebastião Campos que dirigia a Federação
Espírita de São Paulo. Ele fazia umas reuniões aos domingos lá e eu era convidado. Lá, ele cantava o
hino da Federação, eu o aprendi e comecei a cantá-lo, e muitas pessoas ficaram admiradas. Fui
chegando devagar na casa, e aí foi começando meu primeiro trabalho. Lá conheci também Olívio
Biquete.
Eu gravei a minha primeira música há muito tempo, que falava assim: "Meu pai, caminha com
eu agora; Meu pai, caminha com eu agora; Sou filho seu pequenino; Minha missão é tão grande; Valei-
me Nossa Senhora; Valei-me Jesus menino".
Essa foi a minha primeira gravação. Certa vez, eu estava numa festividade e a Preta Velha
chorou. Eu estava cantando para ela e as lágrimas desciam.
Eu era muito ligado à matéria, gostava de um bolero, era cantor de samba, cantor da noite e tal.
Mas veio o momento de me desligar de tudo isso. Quando minha Preta Velha desceu e falou que a
partir daquele momento estava começando um
novo trabalho, parei com tudo e ingressei na
escola de Curimba Pai Milton Fernandes.
Um homem maravilhoso, muito bom de
coração e de espiritualidade. Quando ele faleceu,
eu fiquei junto com a filha dele fazendo um tra-
balho junto com a escola. Foi lá onde eu comecei
a ter uma sala para dar aulas de canto e ali eu
formei vários alunos.
Naquele tempo, só tinha a Escola de
Curimba Milton Fernandes, nascendo depois a
Escola de Curimba Pombinho Branco que era de
Demétrios Domingues. “Depois conheci o
Severino Sena que foi meu aluno e de lá nós
formamos a Escola de Curimba Élcio de Oxalá.”
Pai Élcio canta e compõe músicas que são
entoadas nos terreiros de Umbanda do Brasil e
Portugal, e que resultaram em dezoito álbuns
dedicados a mensagem dos orixás, além de ter
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fundado em 1975, a Escola de Curimba Pai Élcio de Oxalá, da qual é mestre de canto e toque.
Por conta da popularidade adquirida com seus trabalhos artísticos, Pai Élcio tornou-se uma
personalidade importante na representação do movimento umbandista.
Através da sua participação em eventos tem levado o conhecimento da cultura umbandista,
inclusive em Portugal onde é recebido por dirigentes de diversos templos.
Atualmente é vice-presidente da ABRATU (Associação Brasileira de Templos de Umbanda),
diretor da OEAB (Ordem das Entidades Afro-Brasileiras), Comendador da Confraria dos Templários e
diretor do jornal Nossa Umbanda.

Discografia:

2009- Tias Baianas Paulistas (participação)


2009- As melhores de Pai Élcio
2008- Canto aos guardiões
2007- Saudando os Orixás
2005- Recordar é viver
2004- Recordando
2003- Nhô João Império de Casa Verde
2001- Os grandes cantores da Umbanda
1999- Exaltação
1998- Sinhô Preto-velho
1995- Os grandes cantores da Umbanda
1994- Festividades de Ogum Ibirapuera
1993- Força Maior
1991- Os Cantores da Umbanda
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Entrevista de Pai Rubens Saraceni com Pai Élcio de Oxalá

Rubens Saraceni: Hoje nós temos um convidado muito especial, nosso querido Pai Élcio de Oxalá,
com um trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, que hoje nos deixa a sua biografia. Gostaria que
o senhor deixasse registrado um histórico de quando veio essa coisa de Umbanda e da curimba que
tomaram essa proporção tão grande.
Pai Élcio: Comecei a trabalhar na Umbanda
em 1950. Tinha 14 anos e a minha mãe, que
era católica, não aceitava que a gente falasse
de espiritismo, dizia: “- Nossa Senhora,
feitiçaria!” Mas eu tinha uma missão para
cumprir. Continuei a ir escondidinho da
minha mãe. Sempre dava um jeitinho de ir à
minha mesa branca, tomar um passe, receber
a orientação dos mentores...
Rubens Saraceni: Quando a sua
mediunidade aflorou?
Pai Élcio: Por volta dos meus 18 anos,
estando na maioridade, pude ir pela primeira
vez em um terreiro e foi aí que eu consegui
saber que se tratava de uma coisa mais séria,
que tinha mesmo haver comigo e não dava
para dispensar a espiritualidade. Foi em um Templo de Umbanda chamado Padre José de Alencar que
já nem existe mais.
Rubens Saraceni: Aconteceu lá o que acontece com 90% dos centros de Umbanda. Quando os
dirigentes desencarnam dificilmente tem um herdeiro já aceito pelos outros médiuns para assumir
pacificamente os trabalhos. Então, a maioria desses médiuns, às vezes com vinte, trinta anos de
trabalho, abrem suas próprias casas e começam construir toda uma estrutura novamente. Então,
particularmente, não sei se melhor seria permanecer a estrutura, ou se é melhor dissolvê-la e cada um
começar um novo trabalho renovado.
Pai Élcio: De minha parte, acho que deveria ser mantida aquela estrutura. Teríamos tantas histórias
boas para relatar! Sou testemunha de fatos maravilhosos que aconteceram lá, e hoje, isso se perdeu no
tempo, pois não existe qualquer registro. Lembro-me de uma entidade que baixava lá, e se que se
apresentava como um padre. Certa vez, depois da passagem dele, veio um mentor daquela casa e ele
então, pegou uma garrafa branca com água e colocou um pano escuro atrás e fazendo aparecer dentro
da garrafa, uma pessoa que estava fazendo mal para a outra. A gente via bem o rosto!
Rubens Saraceni: Pena que não ficaram registros dessas coisas. O propósito desse programa é
justamente resgatar essas memórias para enriquecer a Umbanda nas gerações futuras. Vamos voltar no
tempo. Onde o senhor nasceu?
Pai Élcio: Em Varginha, no sul de Minas Gerais no dia 9 de abril de 1937.
Rubens Saraceni: E como veio essa coisa do gosto pela música, pela curimba e pelo atabaque?
Pai Élcio: Por volta de 1975 eu fui apresentado a um Baluarte, Sebastião Campos que dirigia a
Federação Espírita de São Paulo. Ele fazia umas reuniões aos domingos lá e eu era convidado. Lá, ele
cantava o hino da Federação, eu o aprendi e comecei a cantá-lo, e muitas pessoas ficaram admiradas.
Fui chegando devagar na casa, e aí foi começando meu primeiro trabalho. Lá conheci também Olívio
Biquete.
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Rubens Saraceni: O senhor possui uma voz


privilegiada. Como foi seu contato com a curimba, e
tornar-se o curimbeiro oficial da Umbanda?
Pai Élcio: Convidaram-me para estar na Festa de Ogum
realizada por Pai Jamil no Ibirapuera. Quando vi a
imagem de Ogum se aproximando e o pessoal jogando
flores, eu disse: “- Oh meu Deus! Quem me dera poder
estar lá em cima cantando para o meu Pai Ogum!” As
coisas começaram por aí. No ano seguinte, meu Pai
Ogum me chamou lá para cima. Apresentou-me pai
Milton Fernandes e eu ingressei na Curimba dele, a
primeira escola de curimba do Brasil.
Rubens Saraceni: Muito importante esse registro. Já falamos de Sebastião Campos e agora Pai Milton
Fernandes, sobre o qual temos pouca coisa documental, apesar de muitos o terem conhecido e se
beneficiado do trabalho dele. Pai Élcio de Oxalá é presidente da escola de Curimba Élcio de Oxalá que
já formou sei lá quantas pessoas. Vamos falar um pouco sobre os pontos cantados?
Pai Élcio: O ponto cantado é que determina a hora em que nós devemos chamar as entidades. Às
vezes, por falta de conhecimento, o coitado do nosso irmãozinho que está na frente de uma curimba, na
hora que a entidade bate no peito e diz que vai para Aruanda ele canta: “Oxalá mandou; Ele mandou
buscar...” E o caboclo então, dá uma olhadinha pra ele e na sua educação maravilhosa dá uma volta,
um abraço em cada um. E ele continua cantando. Aí o caboclo abraça todo mundo e vai embora sem
ponto. E às vezes nem se percebe que se canta um ponto de chamada na hora da subida. É muito
importante saber as colocações, a hora que se deve cantar, ou não. Senão a gente acaba confundindo as
entidades.
Rubens Saraceni: O trabalho de Umbanda tem toda uma sequência que começa pelo canto de
defumação, abertura de trabalho, hino da Umbanda, canto para Oxalá, canto para as linhas de Orixá.
Às vezes alguns cantam na abertura para a esquerda também, aí vem o canto de chamada, firmeza do
Orixá da casa.
Pai Élcio: Louvações... Se a gente quiser fazer uma saudação a Oxalá, a gente está cantando para o Pai
Maior, que é uma entidade máxima na nossa espiritualidade, para o qual eu acredito não ter ponto de
chamada nem de subida. Quem é que vai mandar Oxalá embora? Ele não vai, ele está!
Rubens Saraceni: Ele está o tempo todo. Não conheço
um ponto de subida de Oxalá, só de louvação. Nunca tinha
prestado atenção. São interessantes essas coisas sobre os
pontos cantados porque existem pontos aos quais
recorremos, como os de descarrego, que tem de ser um
ponto forte de chamamento do poder através da música.
Pai Élcio: O ponto cantado é uma prece. A firmeza do
terreiro é o ponto cantado.
Rubens Saraceni: Eu já vi casos em que se percebe uma
sobrecarga muito grande no centro, e então o Guia mandar
cantar um ponto de tal Orixá. A gente sabe que é um
ponto de descarga e então à medida que vai cantando
aquele ponto, tudo muda. A falange daquele Orixá desce como que envolvendo toda aquela carga
negativa e indo embora.
Pai Élcio: Uma vibração fora de série! Eu costumo recomendar às pessoas. Muitas vezes o dirigente
está ocupado durante os trabalhos e uma irmãzinha passa mal na assistência, às vezes é a primeira vez
que está lá. Está super carregada de cargas negativas, se sentiu mal e caiu lá. Aí todo mundo diz:
“Canta um ponto para o Pai Ogum pra levantar aquela irmãzinha!”
Rubens Saraceni: O conhecimento hoje dos pontos dentro da Umbanda graças ao seu trabalho e de
outras pessoas está começando a se disseminar. Temos à nossa disposição livros com os pontos
cantados de Umbanda, com as letras, sem a música. Os pontos tem um fundamento por trás. Hoje não
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temos muitos CDs, mas houve um tempo que havia muitos Long Plays à nossa disposição. O senhor
chegou a gravar LPs não é?
Pai Élcio: Sim. Eu gravei a minha primeira música há muito tempo, que falava assim: “Meu pai,
caminha com eu agora; Meu pai, caminha com eu agora; Sou filho seu pequenino; Minha missão é tão
grande; Valei-me Nossa Senhora; Valei-me Jesus menino”. Essa foi a minha primeira gravação. Certa
vez, eu estava numa festividade e a Preta Velha chorou. Eu estava cantando para ela e as lágrimas
desciam. Aí o cambone veio me perguntar o motivo e eu lhe disse: “- Sabe meu filho, esse ponto tem
um fundamento tão grande..." tão grande, que a Preta Velha realmente memorizou muita coisa através
dele. O ponto era o seguinte:
Fio se suncê precisar; É só pensar na vovó que ela vem te ajudar; Fio se suncê precisar; É só pensar na
vovó que ela vem te ajudar;
Pense numa pisada longa zifinho; Lá no seu jacutá; Numa casinha branca zifinho; Que a vovó tá lá;
Sentada num banquinho tosco zifinho; Com a seu rosário na não; Pense
na Preta Velha zifinho; Fazendo oração; Pense na Preta Velha zifinho;
Fazendo oração.
Rubens Saraceni: Esse é antigo. sim. São pontos como este que não
sabemos como cantá-lo no centro porque nos falta a melodia.
Pai Élcio: O J.B. de Carvalho foi um dos que mais nos trouxe pontos
de raiz.
Rubens Saraceni: Eu tenho vários discos do J.B. de Carvalho. Só não
tenho mais a vitrolinha para tocá-los. (risos). Nós conhecemos o Pai
Élcio só como Pai Élcio de Oxalá e não nos preocupamos com o
sobrenome, mas é Élcio Xavier não é? Fale-nos como foram esses
trinta e poucos anos cantando a Umbanda.
Pai Élcio: Eu era muito ligado à matéria, gostava de um bolero, era
cantor de samba, cantor da noite e tal. Mas veio o momento de me
desligar de tudo isso. Quando minha Preta Velha desceu e falou que a partir daquele momento estava
começando um novo trabalho, parei com tudo e ingressei na escola de Curimba Pai Milton Fernandes.
Um homem maravilhoso, muito bom de coração e de espiritualidade. Quando ele faleceu, eu fiquei
junto com a filha dele fazendo um trabalho junto com a escola. Foi lá onde eu comecei a ter uma sala
para dar aulas de canto e ali eu formei vários alunos. Naquele tempo, só tinha a Escola de Curimba
Milton Fernandes, nascendo depois a Escola de Curimba Pombinho Branco que era de Demétrios
Domingues. Depois conheci o Severino Sena que foi meu aluno e de lá nós formamos a Escola de
Curimba Élcio de Oxalá.
Rubens Saraceni: Uma caminhada. O senhor tem noção de quantos cantores, curimbeiros, tocadores
de atabaque já formou ao longo desses anos?
Pai Élcio: Cerca de 300 ou 400 Ogãs.
Rubens Saraceni: Hoje são promovidos vários concursos de pontos cantados de Umbanda. No
passado esse tipo de evento existia?
Pai Élcio: Nós não tínhamos quase eventos em São Paulo e Minas. Eventos públicos somente festa de
São Cosme e Damião, a de Ogum que o Pai Jamil fazia no Ibirapuera e a Festa de Oxóssi realizada por
Joana Amparato que era do Primado de Umbanda. A Escola de Curimba Milton Fernandes fez o
primeiro Festival de Curimba onde participaram vários curimbeiros, várias casas, vários terreiros. Hoje
a nossa Umbanda teve a felicidade de ter Pai Rubens e outros dirigentes que começaram a fazer outros
eventos.
Rubens Saraceni: Hoje estão sendo mostradas as coisas boas. Porque não é só o trabalho pesado de
segurar carga das pessoas, a Umbanda é alegria, é confraternização, emanação, é vibração. E a
Umbanda tem seu fundamento no ponto cantado, uma das suas forças atuantes através da música.
Durante os trabalhos alguns médiuns ficam meio envergonhados de cantar meio alto e desafinar, então
cantam baixinho, para si. Mas eu sempre digo que quando se for cantar não devemos nos preocupar
com a voz, porque o ato de enunciar o Orixá ali traz a vibração para pessoa e a beneficia.
Pai Élcio: Não precisa ter a voz bonita basta firmeza que o seu canto chega até lá.
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Rubens Saraceni: É o sentimento naquelas palavras. É como uma oração, se ela é repetida porque foi
decorada não tem valor. Mas se é feita pela alma, pelo coração a divindade é acessada e retorna. Entre
LPs e CDs, quantos o senhor já gravou?
Pai Élcio: Cerca de 14.
Rubens Saraceni: Qual a grande dificuldade para mantê-los num mercado fechado, como o
umbandista?
Pai Élcio: Paga-se um preço alto para a gravadora lançar os cds, e existem irmãos nossos que pegam o
cd original e fazem cópias piratas vendendo-as por um preço lá embaixo. O original fica encalhado por
muito tempo e isso dificulta dar prosseguimento ao trabalho. Em vez de fazer dois, três planos,
conseguimos fazer um e quando termina a gente nem pensa mais em fazer o próximo.
Rubens Saraceni: Hoje a figura do pirata está aí, atrás de uma máquina imprimindo qualquer coisa e
tirando a possibilidade de se construir uma indústria genuína. Mas a gente sabe que o senhor não para
mesmo com todas as dificuldades. O que nós podemos esperar?
Pai Élcio: Eu estou no Estúdio Sólon e agora em março se Deus quiser estaremos lançando um novo
trabalho. Eu e a Conceição da Jurema estamos gravando dez faixas cada um, ao todo, o cd terá vinte
faixas. O que eu posso adiantar é que tem surpresa e surpresa boa. O lançamento está marcado para o
último sábado do mês de março.
Rubens Saraceni: E o senhor lança o seu CD só no Brasil Pai Élcio?
Pai Élcio: Eu tive a oportunidade há dois anos atrás de fazer o lançamento em Portugal e na França.
Hoje a Umbanda lá é muito bonita, parece que a gente anda em São Paulo. Eles levam a espiritualidade
com muita fé e seriedade.
Rubens Saraceni: Nosso abraço aos irmãos de Portugal e da França. Nosso programa é transmitido
por lá também e com certeza eles devem assistir a esse seu depoimento que nós vamos guardar na
videoteca de Umbanda para ficar disponibilizado para sempre!

OS ALGARISMOS NA CIVILIZAÇÃO SUMÉRIA


De origem desconhecida (vinda provavelmente da Anatólia e chegada à Mesopotâmia por volta de 3300
a.C), a civilização Suméria é a mais antiga civilização. No extremo sul da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e
Eufrates (área onde posteriormente se desenvolveu a
civilização Babilônica que hoje corresponde ao sul do Iraque, entre
Bagdá e o Golfo Pérsico), aí floresceram cidades-estados (Ur,
Eridu, Lagash, Uma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Akshak, Nipur,
Larsa e Bad-tibira)
A crescente rivalidade entre as cidades enfraqueceu esta
civilização, tornando-a extremamente vulnerável a invasores.
Depois de 1900 a.C., após a conquista de todo o território
mesopotâmio pelos amoritas, os sumérios perderam a sua
identidade como povo, mas a sua cultura foi assimilada pelos
sucessores semitas.
Dentre os feitos desta civilização destacam-se a invenção da
escrita cuneiforme (a mais antiga forma registrada para representar
sons da língua, em vez dos próprios objetos), os primeiros veículos
sobre rodas e os primeiros tornos de cerâmica.
A escrita cuneiforme surgiu na Mesopotâmia por volta de
3000 a.C., sendo utilizadas para seu registro tabulas de argila e
estiletes de bambu. Graças a esta escrita, decifrada no século XIX
por lingüistas e arqueólogos, foi possível conhecer inúmeros
aspectos da vida, religião e instituições desta civilização.

(continua: http://www.colegiodeumbanda.com.br em Textos Publicados)


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O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO DO PROGRAMA

VEICULADO PELA RÁDIO MUNDIAL FM 95,7 MHZ


Durante décadas Exu foi conhecido como algo assustador e sombrio. É verdade que cada
Divindade ou Orixá tem um arquétipo, mito ou lenda que o diferencia dos demais; mas não podemos
esquecer que esses mitos e lendas foram escritos por pessoas que vivem aqui na terra. Pessoas que após
algum tipo de informação sobre os Orixás e a partir de suas próprias impressões desenvolveram
estórias que foram passadas de geração em geração através da tradição oral............................................
Hoje, com as informações que recebemos diretamente do plano astral, através de espíritos
mensageiros que tem a missão de desmistificar essas estórias, sabemos que o Orixá Exu, enquanto
mistério manifestado por Deus é indispensável para a manutenção do equilíbrio da Criação. Até então,
tínhamos apenas descrições feitas por pessoas sobre a atuação de espíritos que manifestavam aqui na
terra os mistérios do Orixá Exu no plano espiritual. Assim, Exu era descrito a partir da visão que se
tinha dos seus manifestadores espirituais.............................................................................
O termo, “exunização”, criado por Pai Benedito de Aruanda, se
refere ao processo em que espíritos são atraídos pela irradiação do
Mistério do Orixá Exu, se integram a essa irradiação e passam a atuar
como manifestadores espirituais desse Mistério
divino.................................................................
Embora a visão de Exu na Umbanda fosse limitada aos espíritos
incorporados às suas falanges ou correntes espirituais que atuavam nos
terreiros, no candomblé já existia todo um conhecimento sobre o Orixá
Exu, que inclusive o coloca em pé de igualdade com os outros Orixás.
A Umbanda desenvolveu sua visão através dos espíritos que
incorporavam nos médiuns e falavam de si mesmos. Na visão terrena,
acreditava-se que esses espíritos e o Orixá eram a mesma coisa. Como
tudo acontece no devido tempo, hoje sabemos que o Orixá Exu, assim
como os outros Orixás, transcende tudo o que podemos imaginar sobre
ele......................................................
Quanto mais elevado o nível de revelação e conhecimento sobre os Orixás, mais abrangentes
eles se tornam, deixando de ser seres limitados à visão humana, para se tornarem poderes manifestados
por Deus. Poderes que não tem forma humana e se estendem por toda a Criação divina, atuando na
vida de todos os seres, independente do plano em que se encontram.
O poder atua sobre tudo e sobre todos. Até na formação da própria matéria encontramos sinais
da Onipresença dos Orixás. Quando avançamos nesse campo elevado do conhecimento dos Orixás
enxergamos a profundidade desse poder................................................................................
A Magia Divina do Sagrado Orixá Exu nos leva para dentro dessa profundidade que foi revelada
através de Pai Benedito de Aruanda, Mestre Seiman Hamiser Yê e outros mestres que nos trouxeram
outra visão sobre os Orixás, a Criação divina e até sobre o divino Criador Olorum. Um dos pedidos do
mensageiro que nos trouxe as informações acerca da Magia Divina do Sagrado Orixá Exu, é de que
esse conhecimento seja usado como um meio de resgatar a divindade que existe no Mistério Exu,
perdida (em parte) no decorrer do tempo..................................................................
O Candomblé descreve Exu como o mensageiro que leva os pedidos dos homens e traz as
respostas dos Orixás. Na Umbanda, ele já foi descrito como um servo dos Orixás. Hoje sabemos que
Exu pode ser tudo isso, e que ele é muito mais. Exu é o mensageiro, pois é o Guardião do Oráculo; é
quem abre ou fecha as comunicações entre os planos. Exu é servo dos outros Orixás, mas também é
servido por eles. Todos os Orixás servem e são servidos entre si e isso se dá dentro de um plano divino
elevado, longe da visão de hierarquia desenvolvida pelo ser humano, que cria postos inferiores ou
subalternos.
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Só para se ter uma ideia, o Mistério Exu é em si o “vazio absoluto” existente no exterior de
Deus que o guarda em si, dando-lhe a existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o
que é criado tenha seu lugar na Criação. Por ser Exu o guardião do vazio absoluto, e este ter sido o
primeiro estado da criação manifestado por Deus, Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele.
Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos e o primeiro a ser cultuado..........
Para entender o conceito de Orixá é necessário olhar de cima para baixo. De baixo para cima
encontramos primeiro os espíritos manifestadores do Orixá e deixamos de ir além. Não podemos, por
exemplo, confundir Ogum com um Caboclo de Ogum, que tem, assim como cada um de nós, uma
consciência particular da Criação. O Caboclo é um espírito, da mesma maneira que nós, os encarnados.
Por estar no plano espiritual, esse espírito tem uma visão muito mais ampla do que nós que estamos
limitados à matéria, e tem a oportunidade de manifestar no espírito o Orixá Ogum, o que não o torna
um Orixá...............................................................................................................................
Pai Benedito de Aruanda nos trouxe o conhecimento da perspectiva dos próprios Orixás, como
Mistérios divinos da Criação, em nada inferiores às divindades das outras religiões. Pelo contrário,
mostrou que essas divindades também são Orixás. O termo Orixá quer dizer “Senhores do Alto” as
potências ou poderes divinos. Denomina os manifestadores originais do Poder de Deus. Assim,
podemos afirmar que Jesus, Buda, Krishna e todas as divindades são Orixás, pois são manifestadores
do Poder de Deus que transcende qualquer religião......................................................................
A Magia Divina do Sagrado Orixá Exu é um curso extremamente iniciático. A cada semana, os
alunos são iniciados em um novo mistério que gera um poder de realização e pode ser aplicado
imediatamente no seu dia-a-dia. Nessa magia, não usamos nenhum elemento, nenhuma roupa especial,
podendo ser praticada a qualquer momento, em qualquer lugar. Tudo acontece através de vibrações,
projeções, movimentos e direcionamentos. As pessoas se surpreendem com a simplicidade. Até hoje,
3500 pessoas já fizeram essa descoberta. (TRANSCRITO POR ALEXANDRE CUMINO).

Faz aproximadamente 10 anos que li o havia começado a ver através de outras obras do
Guardião da Meia Noite e fui arrebatado pela autor Rubens Saraceni.
história e pela real noção de espiritualidade e Conheci o Colégio de Umbanda, e meu
Umbanda que pude ver nesse livro, que é um primeiro contato foi com a mãe Alzira Saraceni,
marco divisor de águas na literatura espiritualista e com a Graziela Saraceni. Ambas me receberam
e de Umbanda. muito bem e me informaram quando os cursos
Eu, realmente por muitos motivos, como recomeçariam. Eu, na minha espera, comecei
tantos outros, recebi o “chamado” e acabei indo também a fazer desenvolvimento lá e conheci
de encontro ao que aquele autor tinha a ensinar. E muitas pessoas maravilhosas, sempre ao redor
como tantos irmãos, depois de muitas quedas e daquele poderoso Núcleo.
idas e vindas, encontrei uma luz que muito tinha O que dizer ao descrever o que é tomar
a iluminar em minha vida, desvendando o que uma aula de Magia com o Mestre Rubens, e que
não me ensinavam em nenhum lugar, e o que eu mescla a sua humildade, sua sabedoria, e sua
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grande mediunidade, pela qual recebe tantos Mas, como não aprender uma lição passada por
ensinamentos? ele e por toda a sua família, que parecem não ter
Sempre uma pessoa íntegra, que sempre ensina mais vida própria, trabalhando há tantos e
pelo exemplo, com bom humor e uma incansáveis anos, sempre pronta para tudo, em
personalidade incrivelmente marcante, que quem nome da missão que assumiram, e com o alto
não conhece, não há de compreender. preço que pagam, por serem Luz aos que
Nos anos consecutivos que venho estando precisam dela.
no Colégio, tantas vezes fui ajudado, tantas vezes Aproxima-se a conclusão do Grau 21 de
ensinado sobre como me ajudar e ajudar o Magia, que tanto esperávamos, e este que sempre
próximo entre cafezinhos e bem humoradas me ensinou, me ouviu, e sempre me chamou de
conversas, ou em situações serias de perdas e Irmão, assim como chama todos que tem nele
danos de vida, sempre a presença do Mestre uma estrela a nos guiar, me ensinou que somos
Rubens tornava-se a do Amigo e Mestre. irmãos de tantas vidas e todos nós estamos
Assisti as egrégoras da terceira em diante, sempre irmanados como filhos de Deus. E, como
vendo o dia glorioso dos 7.777 Magos formados família Umbandista e Magistica desse Pai,
na sétima egrégora, vendo sempre aquele Mestre Mestre, Amigo e Irmão de todos os momentos,
e Amigo, mesmo emocionado, sempre humilde. agradeço a Deus por ter me posto em um
Às vezes olhava caminho que me
pro Mestre e ele estava conduziu à Magia
nitidamente chateado Divina, à Umbanda
com problemas, alguns Sagrada e a Rubens
gerados por quem tentava Saraceni, ao qual
denegrir o trabalho árduo agradeço sempre, por
que a espiritualidade que, como Mestre, me
encarregara-o de guia com seus
começar; alguns naturais ensinamentos, com seu
de nosso meio na terra. exemplo de
Mas ele, sempre Umbandista, dia a dia
incansável, consolava aos me surpreende. Como
outros sem ter amigo, dia a dia me
necessidade de consolo, fortalece. E, como
atendendo a tantos irmão, me comove com
quantos o procurassem, e sua postura sempre
ensinando cada vez mais graus de magia, e tendo correta. Por isso, pai, Mestre, Amigo, Irmão,
ele de Exemplo, desde o primeiro dia até hoje, obrigado!
nunca consegui parar de colocar em prática o Espero merecer segui-lo, mesmo em
que ele ensina, sempre ajudando a quem precisar, espírito, aprendendo em outros planos, nos 21
independente de meus problemas. Colégios Fundados por meu Mestre e Irmão, os
Grau por Grau, depois Sacerdócio de 21 Graus e o que cada um deles ensinar o que eu
Umbanda, também aprendido em seu Colégio, e não tiver aprendido em minha passagem na terra.
a honra inigualável de estar fazendo parte dos Espero ter a honra de continuar aprendendo, se
trabalhos espirituais daquela casa abençoada, me Deus permitir, com este Mestre, que tenho como
trouxeram conhecimentos e abnegação Amigo e Irmão. Irei para a eternidade com cada
necessários, para perseverar em momentos Irmão e Irmã de Magia, formados por ele, dentro
difíceis, e de ajudar mesmo passando por eles. de meu coração!
Por: Nelson Junior
E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com
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Como compreender a vida?


Muita Gente
Se compreendermos que a vida e tudo o que ela traz nos dá a confunde Justiça com
liberdade de escolhas, buscaremos compensar no dia a dia, através das vingança, e assim acende
experiências que vivenciamos todos os nossos anseios. suas velas com a Raiva no
coração, sem compreender
Precisamos ter fé, coragem, força e persistência, devemos o que vem a ser Justiça
perceber a insignificância de muitas coisas que nos cercam face ao Divina.
verdadeiro significado da vida e da nossa evolução. Viver é simples se A Justiça é o Equilíbrio,
entendermos nossas ações e reações, elevemos nossa compreensão onde todo se estabiliza de
através do aprendizado e do autoconhecimento. forma correta diante dos
princípios Divinos que
É nosso dever realizar o que nos propomos e seguir evoluindo regem a Criação.
em direção á casa do nosso Pai. Temos tudo e muitas vezes não nos A Justiça tem que
parece nada, se quisermos podemos vencer cada grilhão que nos prende estar de açor do com os
nas cadeias inconscientes e profundas do nosso Ser. Assim é porque princípios Naturais, com a
tudo está em seu limite e de acordo com o nosso ordem natural, e com a Lei
merecimento................................................................. das Causas e Efeitos, ou ela
Os “altos e baixos” não passam de momentos e intermitências não é a Justiça.
da vida. No raiar de cada dia temos que relembrar que nosso Pai nos As pessoas
ampara e programa nossos passos que serão de acordo com o tamanho confundem ser Injustiçadas,
da nossa caminhada, veremos que nada é em vão, tudo tem o seu valor com desarmonias e desvios
e nada está perdido, mesmo que assim nos pareça, é assim que comportamentais, com
encontraremos nossos propósitos e compreenderemos os anseios da conflitos pessoais, e partem
nossa alma, que é imortal, eterna, em cada minuto, em cada pulsar das para uma Justiça que nada
nossas características vibratórias. mais é do que a criação de
um Débito, por que a
Acreditando ou não, é a luz que atraímos para o nosso caminho Justiça deve sempre ser
que nos impulsiona para que possamos encontrar a razão de nosso Ser. pedida e clamada com amor
Por: Maria das G. Pinho Rodrigues.
E-mail: gracasp.rodrigues@gmail.com no coração.
A Justiça não é um
sentimento para que o outro
seja prejudicado em função
de sua vitória, mas sim um sentimento para que a Ordem se restabeleça, Equilibrando tudo que esta em
desequilíbrio.
O Desequilíbrio sempre parte do íntimo dos seres e contamina o ambiente onde vivem, expande-
se para as atividades que desempenham, e desemboca nas vidas de todos que os rodeiam.
Justiça é a recuperação do que deveria estar sendo de um Jeito, e acaba não estando, é a certeza
de que não existe punição sem merecimento, ou recompensa sem esforço, pois tudo é aprendizagem e a
Justiça é o que garante que tudo esteja em seu local de Merecimento.
Acenda uma vela a Xangô, e Eça Justiça, mas seja Justo em seu Pedido, ou a Justiça se refletirá
equilibrando-o por completo, e a Justiça, não comporta mistificação, egoísmo, ganância ou mentira,
por que do contrario não seria Justiça.
Tenha a Convicção dos Justos ao Orar, mas tenha o real sentido do que pedir, pois Justiça é
punição e recompensa, equilíbrios sempre, mas acima de tudo, como diz o antigo ponto... ”quem deve
paga, quem merece recebe”...Salve Xangô!
Por: Nelson Junior
E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com
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A UMBANDA COMO UMA CIÊNCIA


MAL INTERPRETADA
Atualmente vemos nossos irmãozinhos vestidos de branco atuarem de forma incoerente,
movidos pelos seus Egos potencializados. Em um terreiro de umbanda, ou melhor, em um templo-
escola, devemos sentir a espiritualidade ali presente, a força dos nossos santos Orixás em sua plenitude,
a busca incessante pela liberdade de sentirmos que há algo maior que nos move de forma grandiosa;
por muitas vezes percebemos o quão despreparado o médium se encontra, movido a sentimentos
arraigados de mágoa, ódio, inveja e, mais comumente, a sentimentos superficiais, tais como os
problemas pessoais do dia-a-dia... O atendimento a um consulente se torna precário, cheio de
influências e doações negativas.
Desagradável é sentir que o consulente muitas vezes deveria estar no lugar do médium, o que
não é raro. Devido ao egocentrismo, muitas vezes ocorre uma má incorporação, um desvio de conduta,
um desdém para com a entidade, é aí então que começa a má interpretação da umbanda, sob os olhares
da VAIDADE. Veja bem, má interpretação pelo próprio médium, o qual acha que está fazendo o bem,
porém, está se prejudicando e, eventualmente, prejudicando até o próprio consulente. O Médium se
acha um semideus? Ora! Seja em qualquer templo, desde aquele todo bem cuidado, onde as entidades
gostam de bebidas, roupas, charutos, até aquele com chão de terra batida onde existe pouca
paramentação, não importa!
A essência que deve ser usada sempre é a essência da humildade e do desprendimento. Cada
templo, tenda, centro ou casa espiritual, tem por sua ínfima obrigação, opor-se a vaidade. É nessa
vereda, portanto, que devemos trilhar, uma vez que Olorum nos deu a compreensão necessária para
podermos discernir e escolher qual caminho trilhar, qual imagem do nosso semelhante devemos nos
utilizar, então, arregacemos as mangas sim, mas com bom senso. Umbanda é sinônimo de crescimento
e vitória.
Hoje vemos uma quantidade imensa de jovens adentrando a umbanda, essa religião tão
brasileira, tão cheia de cores e vida. Pois bem, não deixemos que nosso egoísmo interfira de forma
maléfica e sim benéfica para um refinamento de nossos sentimentos. Dessa forma, às vezes um
pequeno passo, que para nós seria uma coisa tão insignificante, Deus enxergará como um grande passo.
Atentemos para o Alto!
Por: Diego Del Nero
E-mail: didelnero@yahoo.com.br

Os mistérios das trevas interpretados através da numerologia.


A correlação entre numerologia e os mistérios das trevas são as energias que são identificadas
como resgates kármicos. A partir dessa associação a pessoa deve conhecer os benefícios da
espiritualidade para seu próprio auxílio na busca pelo esfacelamento das interferências sofridas pelo
obscuro abismo habitado por seres em total desequilíbrio vibratório, pois eles operam na superfície
terrena de diversas maneiras. Sabe-se que eles utilizam almas vagantes (eguns), quiumbas e afins para
consumir energias humanas para o enfraquecimento de suas forças vitais no intuito de minar sua
evolução espiritual e abastecer seus laboratórios. Seu arsenal negro é impressionante, eles possuem
laboratórios hiper avançados onde eles atuam na busca pelo rompimento das barreiras Divinas.
Vivendo em grutas, cavernas negras, cercadas por grades e guardas eles lutam ferozmente com a
Luz Divina, pois a maioria deles perdeu parte de seu raciocínio e todo o seu sentimento por estarem
vivendo em péssimas condições a centenas de anos e o que os sustentam nesse submundo são seus
ressentimentos, pois assim eles passam o tempo estudando como atingir seus objetivos sobre seus
inimigos encarnados. Eles se agrupam em alianças firmadas para fortalecer suas lutas em prol de suas
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vinganças além das solicitações feitas por espíritos encarnados que disseminam a magia negra em troca
de interesses variados e o maior deles é o bem material. A espiritualidade explica que existem várias
dimensões sob a linha divisória conhecida como a superfície terrena e quanto mais profunda a
dimensão, mais nefastos são os Magos Negros que a habita. Sua maior arma é a incredulidade humana
e a energia mais poderosa sobre eles é a oração e sua convicção de que a Luz Divina é o poder, a glória
e a força que os dominam.
E apesar de sua situação precária eles esperam por uma oportunidade para se redimirem perante
Deus e receber uma nova chance para purificação de seu espírito deturpado e isso é o que se chama de
resgate kármico. (É importante lembrar que tudo na Esfera Divina tem seu tempo pré-determinado).
Cada um que tem a oportunidade de ser resgatado para as escolas astrais leva toda a sua falange que
muitas vezes possuem inúmeros seres acorrentados sob suas ordens. Se em cada cidade do mundo
existisse uma única pessoa prestando esse benefício para as trevas o mundo seria coroado pela paz e a
harmonia. Isso não ocorre por falta de conhecimento sobre a espiritualidade, o mundo é carente de
ensinamentos corretos sobre os desígnios de Deus e eles então se aproveitam disso agindo no mental
dos incrédulos.
De acordo com experiências adquiridas durante processos de descargas desobsessoras as trevas
também trabalham para a Lei Maior, pois recebe permissão Divina para atuarem na superfície e essa
conduta provoca seus resgates para as Escolas Sagradas do Astral e caso eles desobedeçam serão
recolhidos para a Tela Sagrada da Lei onde eles serão destruídos cessando assim seus processos
evolutivos. (Há espíritos que relatam que há um plano astral específico para a recuperação desses
ovoides). Daí a importância do conhecimento do ser humano sobre as imposições Divinas e seus
métodos utilizados para interceptar as atuações dos seres que atuam sob a linha divisória entre a Luz e
as Trevas.
Deve-se também se lembrar das interferências propositais que o ser humano sofre durante seu
processo evolutivo, pois será através dessas influências negativas que a pessoa buscará descobrir o que
atrapalha seu crescimento em todos os sentidos e assim surgirão as oportunidades para resgatar suas
pendências de vidas passadas o que automaticamente libertará os espíritos de suas vinganças os
tornando aptos para serem encaminhados para a doutrina astral. (Há espíritos que permanecem nas
trevas por mais de 3.500 anos esgotando suas vibrações negativas).
Segundo consta os espíritos que tiveram uma nova chance reencarnatória são aqueles que se
arrependeram seriamente de suas atitudes nefastas cometidas em vidas passadas e decidiram eliminar
seus erros. Essa decisão ficou registrada no seu mental e eles então vieram com a intenção de corrigir
suas pendências kármicas. Portanto, a partir do momento que a pessoa se conscientiza que deve
solucionar suas infâmias passadas ela deve buscar meios para suprir esses entraves cometidos com
espíritos que carregam esses ressentimentos. Isso é o que denominamos de resgates kármicos. Quando
isso acontece a pessoa vence todas as suas dificuldades e apegos de outrora e torna-se mais leve e
consciente em relação á sua vida terrena, é como se um peso fosse eliminado de seus ombros e isso trás
paz e serenidade.
Resgatar as pendências passadas abre uma nova oportunidade na evolução espiritual, a pessoa se
elevará espiritualmente e conseguirá seguir seu processo evolutivo sem máculas.
Quanto mais tarde for a reencarnação, mais purificado estará o espírito de suas maledicências
passadas. O ser humano é movido pela força e vontade Divina, portanto são seres que obedecem às
ordens Supremas e por essa razão ele permanece em um plano especial para receber ensinamentos, ele
permanece por volta de 32 anos segundo minhas interpretações sobre informações recebidas de
espíritos que trabalham na Seara Divina. Se aprimorar seu espírito ele será conduzido para planos
superiores, mas caso não cure suas máculas ele será encaminhado para as dimensões negativas para
esgotar seus ressentimentos. O Umbral é considerado uma dimensão para esgotamento mental.
O fluído vital que liga o espírito à matéria humana é o sangue, portanto é muito importante
manter a corrente sanguínea desintoxicada. É necessário não produzir toxinas para não contaminá-lo.
Sabe-se que os ressentimentos é a mais letal das substâncias para o espírito. Sendo assim a maior
conquista do ser humano é quando ele consegue eliminar todas as máculas de seu espírito e isso se
chama evolução espiritual.
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Por mais desvirtuados que sejam os espíritos eles tendem a se curvar perante a Luz Suprema, pois esse
é o caminho para a continuação de sua escalada evolutiva. Enquanto estão nas trevas eles permanecem
estagnados.
Energias numéricas relacionadas aos resgates kármicos:

- 0(zero) – Por ser considerado Veículo Divino ele é uma energia reveladora.
- 7(sete) - Energia que representa a espiritualidade e a sexualidade.
- 13(treze) – Esta energia representa laços kármicos.

Obs.: Todas as energias que constam nos desafios da carta natal representam laços atados às
vidas passadas, resgatá-los significa galgar degraus na evolução espiritual.
Espiritualidade é a inspiração humana pela plenitude de sua alma, é o entusiasmo do ser humano
pelo aprimoramento de sua vida o que pode ser traduzido como autoconhecimento.
Evoluir é se manter firme nos seus propósitos
espirituais.
Por: HAYZAH LUCARELLI
Trecho extraído do livro Numerologia e os Segredos da Espiritualidade da autora.

Pai Olorum que ilumina nossas vidas,


É nesse Templo que vamos ajoelhar,
Pedir a Ti, Vossas Bênçãos, oh Pai Amado,
Pai Olorum venha nos abençoar.

São Sete Forças que iluminam o congá,


Vossos sentidos sempre a nos amparar,
Pai Olorum ilumina meus caminhos,
Bato cabeça, fortaleça esse seu filho.

Meu Pai Amado nunca deixe que me esqueça,


Vossos Poderes e Vossas Forças me sustentam,
Com Vossas Mãos me proteja dos perigos,
Meu Pai Amado sempre inspira este seu filho.

Dá-me a luz, o amor e a consciência,


De trabalhar contra a dor e a tristeza,
Meu Pai Supremo, Tu és a luz que me guia,
Em tuas mãos eu entrego a minha Vida.
Por: André G Santos
E-mail: andre.gsantos@setecaminhos.com.br

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Audioteca Sal e Luz


Em Braile e
Audioteca.
Atendendo aos
deficientes visuais.
A Audioteca Sal e Luz é uma
instituição filantrópica, sem fins
lucrativos, que produz e empresta livros
falados (audiolivros). Mas o que seria isto? São livros que alcançam cegos e deficientes visuais,
(inclusive os com dificuldade de visão pela idade avançada) de forma totalmente gratuita. Seu acervo
conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até
textos e provas corrigidas voltadas para concursos públicos em geral.
São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3.
E agora, você está se perguntando: o que eu tenho a ver com isso?
É simples. Ajude-nos divulgando. Se você conhece algum cego ou deficiente visual, fale do nosso
trabalho. DIVULGUE!
Para ter acesso ao acervo, basta se associar na sede, que fica situada à Rua Primeiro de Março,
125 - Centro. Rio de Janeiro/RJ. Não precisa ser morador do Rio de Janeiro.
A outra opção foi uma alternativa que se criou em face de dificuldade de locomoção dos
deficientes na nossa cidade. Pode-se solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo SITE e será
enviado gratuitamente pelos Correios.
A maior preocupação reside no fato que, apesar do governo estar ajudando imensamente, é
preciso apresentar resultados. Precisam atingir um número significativo de associados, que realmente
contemplem o trabalho, se não ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia da
leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros...
Ajudem! Divulguem!
Endereço e contato: Audioteca Sal e Luz - Rua Primeiro de Março, 125 - 7º andar - Centro - RJ -
CEP. 20.010-000. Fone: (21) 2233-8007. Horário de atendimento: 08h00min às 16h00min horas.
http://audioteca.org.br/noticias.htm
A Audioteca não precisa de dinheiro, mas de DIVULGAÇÃO!!! Repassem este local de apoio as
deficientes visuais carentes das informações que a leitura oferece. Quem puder fazer com que a
Audioteca chegue à Mídia, por favor, fiquem à vontade, é tudo do que eles precisam para ampliar este
trabalho digno e importante ao acesso de mais necessitados.
(Mensagem enviada por Christiane Blume).
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Oração ao Povo Cigano


Sagrado povo cigano, vós que tens a liberdade, a magia,
sabedoria, alegria e bondade. Eu vos peço que me ajudem a
transpassar os caminhos do ego, da vaidade e da ignorância, e que
eu aprenda o valor da grandeza da doação e do verdadeiro sentido
da vida, e que com vossos elementos mágicos, sejam curados
todos os males do meu espírito, e traga para minha matéria, a
saúde, prosperidade, amor e alegria.
Divino povo Cigano, vós que andastes por toda essa terra, e que
conhecem os encantos e mistérios das encruzilhadas, eu vos peço
que dentro desse ponto de forças e com vossos poderes Divinos
seja neutralizado tudo que em minha vida esteja negativado, para
que eu me liberte dos laços que me prendem aos caminhos
tortuosos. Amém!
Salve o povo Cigano!
Por: Cícera C. Neves.

Um Pouco sobre o Povo Cigano


Pombo Gira Cigana da Estrada
Médium: Elizabeth Caetano Drumond Na Umbanda
Psicografado em 08/08/2008

Muito se ouve falar que a linha de Cigano faz parte da Linha de Exu, que os Ciganos são
entidades ainda em evolução tentando ingressar na Linha de Exu, que Pombo Gira Cigana ou
Ciganinha foram as únicas Entidades Ciganas que evoluíram e ingressaram na Linha de Exu.
Essa falta de entendimento que é na realidade uma simples dedução faz com que muitos
terreiros não deixem os médiuns trabalharem com essa linha. Chegam a dizer que são entidades sem
luz.
Vim tentar explicar um pouco como trabalha e como é a Linha de Ciganos.
Os Ciganos são Entidades "livres". Não se faz "firmezas" ou "assentamentos" para Ciganos
dentro da "casa de Exu" ou em qualquer lugar do terreiro. Quem diz que tem seu Cigano "preso" no
Terreiro não passa de um mentiroso, ele tem é obsessor "preso".
Onde já se viu firmar Cigano como Guardião?
Cigano trabalha em todos os "lugares", são livres para trabalhar e precisam dessa liberdade para
sua evolução, pois é dando corda que se enforca uma pessoa. E assim também se faz com
desencarnado.
Não estou dizendo que não possa ter elementos de Ciganos dentro do Terreiro, até porque
muitos médiuns precisam de um ponto de fixação para poder entrar em sintonia com seus guias.
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Os Ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um
terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso primeiro
é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos são protetores e não
guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu, porém sem função de chefia e de guarda. Já os
Exus Ciganos e Pombo Giras Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas
as funções que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é
outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.
Os Ciganos se manifestam nos
terreiros de Umbanda, justamente por
Ela ser uma religião aberta e dar
liberdade para qualquer linha de
trabalho que venha fazer Caridade.
Por serem muito alegres, os médiuns
começaram a se fascinar, e ter excesso
de culto por essa Linha.
Aí começaram as vaidades, as
roupas enfeitadas, bebidas, fumos,
danças, firmezas, assentamentos, jogos
em casa ou até mesmo no terreiro, e
assim, infelizmente, muitos espíritos
que ainda estavam em
"desenvolvimento" para ingressar nessa Linha se perderam junto com os médiuns, e hoje podemos ver
os absurdos que são feitos usando o nome de entidades de luz.
O mundo está cheio de charlatão, o pior, é que as pessoas na hora do desespero pagam o que for
necessário para saber como anda sua vida, como anda seu marido, como anda seu trabalho e coisas
desse tipo.
Não se pode pagar pelas graças recebidas, pois tudo o que fazemos é apenas mexer com a fé e a
determinação de cada um e mostrar que todos são capazes de conseguir o que querem, claro, dentro do
merecimento de cada um.
Basta saber que um pedacinho de papel, metal ou outro elemento foi irradiado por uma entidade,
que vocês usam isso como um talismã e lembra-se de agradecer e acabam entrando em sintonia com
Espíritos de Luz e assim lembra-se de suas metas e lutam por elas.
Os Ciganos trabalham com os quatro elementos da natureza: terra, água, ar e fogo.
O Elemento Terra
Eles distinguem cada pedra e têm o conhecimento sobre elas, e assim manipulam o elemento
terra. Cada pedra tem um porque de ser usada e uma necessidade. Quando é pedido para que passem a
pedra em alguma parte do seu corpo ou para que a segurem, vocês estão se descarregando ou até
mesmo se energizando, depende do trabalho que está sendo realizado. É na terra que se encontra
firmeza para enfrentar a vida, resgatar karma e continuar o caminhar.
O Elemento Água
Podem utilizar copos ou taças com água. Através da água conseguem ver se não há maldade no
que esta sendo pedido. Enxergam se há pureza no coração de cada um, pois a água serve de espelho,
espelho esse que reflete o que tem dentro de cada um de vocês.
Conseguem ver com clareza o que foi feito por cada um e o porquê de estarem colhendo o que
não querem colher.

Os Elementos Ar e Fogo
Podem utilizar o cigarro e com ele estar manipulando dois elementos, o ar e o fogo. O fogo
muitas vezes é usado para queimar invejas, miasmas, larvas e cascões astrais.
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A fumaça quando é direcionada ao consulente serve para


envolvê-lo numa cortina para que naquele momento os obsessores
sejam confundidos e tenham a visão obnubilada e fiquem
desorientados, procurando o consulente. Assim torna-se mais fácil ao
sistema de defesa da Casa (através dos guardiões) resgatá-los e afastá-
los.
Nem sempre esses elementos são usados de uma só vez, e quero
deixar bem claro que não precisamos diretamente dos mesmos,
podemos plasmá-los perfeitamente usando o ectoplasma do médium.
Para um Cigano poder trabalhar em prol da caridade não é
necessário um baralho, uma taça de vinho, ou qualquer outro elemento.
Isso é mito. Eles podem usar e usam elementos da natureza em alguns
trabalhos, entretanto, quando estão incorporados nos médiuns, a energia de trabalho e o próprio corpo
do médium limitam a visão e o campo de ação da entidade.
Querem saber como trabalham e como são?
Muitas histórias são contadas, muitas histórias são ouvidas, mas nem tudo que é falado é
verdade.
Vão para o terreiro, entrem em sintonia “com o plano espiritual”, limpem-se de suas próprias
línguas e trabalhem em prol da caridade. Ajudem no que for preciso e busquem andar corretamente,
quem sabe um dia vocês obtenham alguma resposta?
Lembrem sempre que todas as entidades são iguais; trabalham juntas em um único objetivo: a
Caridade.
Por que vocês encarnados querem ser melhores do que os outros, querem trabalhar sozinhos e
levar vantagens com isso?
Existe uma palavrinha mágica que se chama humildade, e muitos de vocês estão esquecendo-se
de abaixar a cabeça na hora e no momento certo e pedir perdão por ter se achado o dono da verdade.
Parem e pensem: a árvore para dar frutos e sombra precisa da água para germinar a terra, da
terra para poder se fixar, ter um porto seguro e poder ter vida, do vento para espalhar suas sementes e
assim formar uma mata, do calor do sol para o crescimento das sementes.

Agora vou deixarem-se envolver pela vaidade e prepotência


mostrar como isso de trabalharem sozinhos!
funciona dentro de Entenderam porque não podem inventar
um terreiro de altares, montar em suas casas, “mesinhas” para
Umbanda. jogar baralhos, rúnas ou o que for, em nome do
O médium povo cigano? Se não, pergunto ainda:
precisa de um (a) Para onde vão as cargas, os miasmas, as larvas e
dirigente espiritual cascões astrais retirados dos seus consulentes?
para ajudá-lo a se Para o ralo do seu banheiro? Se as entidades não
desenvolver, do trabalham sozinhas, porque vocês insistem em
terreiro como um trabalhar sozinhos? Querem ser “chefes de
porto seguro para terreiro”? Vaidade, prepotência ou ignorância?
incorporar as Não tenham excesso de culto por nenhuma
entidades, de estar harmonizado com o alto para entidade. Isso prejudica vocês e nós, gerando
expandir a caridade, de estar equilibrado para fascinação de ambos os lados, pois vocês ficam
doar energia e poder ajudar uma pessoa tão viciados por oferendas que só nos escutam se
necessitada. estiverem oferendando alguma coisa, aí para
Estou falando de pessoas sérias e não de sermos escutados começamos a pedir oferendas.
charlatães, então não sejam prepotentes, achando Assim ambos nos perdemos.
que sozinhos fazem Umbanda, pois por mais bem
intencionados que estejam hoje, amanhã irão
certamente transformarem-se em um, se
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equilibrado, e o equilíbrio tem um nome que se


Tudo em excesso pode ser destruidor. chama Umbanda. Umbanda é a paz interior, é
Se há amor em excesso, há ciúmes e possessão, fazer caridade ao desconhecido, é o amor pela
Se há ódio, há morte, vida e pelo o próximo. Umbanda é luz, vida e
Se há fascinação, há vaidade, amor.
Se há alegria em excesso, há inveja, Laroyê!
Se há tristeza em excesso, há depressão,
Se há culto em excesso, há fanatismo.
É preciso que tudo na vida esteja bem

Oração à Santa Sara de Kali


(antes de iniciar a oração, colocar uma garrafa com água potável)

SARAH, SARAH, SARAH! FOSTE ESCRAVA DE JOSÉ DE


ARIMATÉIA, NO MAR FOSTE ABANDONADA. TEUS
MILAGRES NO MAR SE SUCEDERAM E COMO SANTA TE
TORNASTE; À BEIRA DO MAR CHEGASTE E OS CIGANOS TE
ACOLHERAM.
(faça o seu pedido: amor, saúde, dinheiro, felicidade, etc...)
SARAH, RAINHA, MÃE DOS CIGANOS, TU OS AJUDASTES E
ELES TE CONSAGRARAM COMO SUA PROTETORA E MÃE
VINDA DAS ÁGUAS
SARAH, MÃE DOS AFLITOS, A TI IMPLORO PROTEÇÃO
PARA O MEU CORPO, LUZ PARA OS MEUS OLHOS
ENXERGAREM ATÉ NO ESCURO, LUZ PARA O MEU
ESPÍRITO.
(peça por sua vidência)
E AMOR PARA TODOS OS IRMÃOS DE TODAS AS RAÇAS.
AOS PÉS DE MARIA SANTÍSSIMA, TU SARAH, ME COLOCARÁS, E A TODOS AQUELES
QUE ME CERCAM, PARA QUE POSSAMOS VENCER AS AGRURAS QUE A TERRA NOS
IMPÕE.
SARAH, SARAH, SARAH! NÃO SENTIREI DORES NEM TEMORES; ESPÍRITOS PERDIDOS
NÃO ME ENCONTRARÃO; E A TODOS OS QUE ME DESEJAM O MAL, TU COM AS ÁGUAS
ME FARÁS VENCER.
(tomar três goles de água, pedindo o que desejares,)
SARAH, SARAH, SARAH! NÃO SENTIREI DORES NEM TEMORES; COMO AS CARAVANAS
PASSAM, NO MEU INTERIOR TUDO PASSARÁ. A UNIÃO COMIGO FICARÁ, TEUS
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ENSINAMENTOS DEIXARÁS, E SENTIREI O PERFUME DAS CARAVANAS QUE PASSAM,


DEIXANDO RASTROS DE ALEGRIA E FELICIDADE.
AMAI-NOS, SARAH, PARA QUE POSSSAMOS AJUDAR A TODOS QUE NOS PROCUREM.
AJUDADO (A) PELOS PODERES DE NOSSOS IRMÃOS CIGANOS, SEREI ALEGRE E
COMPREENSIVA COM OS QUE ME CERCAM.
CORRE NO CÉU, CORRE NA TERRA, CORRE NO MUNDO; E, SARAH, SARAH, SARAH,
SEMPRE NA MINHA FRENTE ESTARÁS.·.
ASSIM COMO OS CIGANOS PEDEM: “SARAH, FIQUES SEMPRE NA MINHA FRENTE,
SEMPRE ATRÁS DE MIM, NO MEU LADO DIREITO E NO MEU LADO ESQUERDO”, E
ASSIM DIZENDO SOMOS PROTEGIDOS COMO OS CIGANOS; E TU, SARAH, ME
ENSINARÁS A CAMINHAR E A PERDOAR.

(rezar e aves Maria: a primeira para Santa Sara; a segunda para os guias espirituais de luz; e a
terceira para você, seguida de um pai nosso).

Por: Nina Victor


Blog: http://peroquelashay.blogspot.com

DIVERSIDADE DE RITUAIS UMBANDISTAS


O texto que segue é do Irmão e Sacerdote Manoel Lopes,
Que apresenta uma “tese” interessante sobre a diversidade na Umbanda,
A ideia é olhar para a Umbanda como uma estrutura em rede.
Manoel Lopes é responsável pelo Núcleo de Umbanda Mata Verde (Santos – SP).
E também pela lista de discussão umbandista, fórum virtual, “Saravá Umbanda”.
Além de várias outras atividades deste mesmo irmão, como a publicação do livro:

“Umbanda Sete Reinos Sagrados”, RBU e de Cursos Presenciais e Virtuais de Umbanda.


Contato: mlopes.lopes@gmail.com

Passados mais de cinco anos da publicação do texto inicial, estamos novamente apresentando
aos umbandistas, para reflexão e ponderação, novamente o texto que mostra a estrutura complexa
da formação umbandista.
Citamos no Manifesto que fizemos para o lançamento da RBU fatos históricos mostrando que
durante muitos anos, vários grupos tentaram “codificar” a Umbanda e a história comprova que todas
estas tentativas foram em vão.
Precisamos entender que a Umbanda possui características diferentes de outras religiões
tradicionais e somente através de uma abordagem moderna e utilizando conceituação da teoria dos
sistemas complexos conseguiremos produzir alterações nesta estrutura.
Costuma-se dizer de um sistema complexo que “o todo é mais que a soma das partes”.
O texto escrito em linguagem simples, como sempre escrevemos, busca facilitar o
entendimento de seu conteúdo por todo tipo de pessoas.
Exemplificamos com experiências pessoais de nossa trajetória umbandista, também pela
experiência nas listas de debates e posteriormente nos entrechoques provocados dentro da RBU.
Falamos pela primeira vez (desconhecemos outros textos anteriores ao nosso) sobre a organização
hierárquica piramidal das religiões tradicionais e fizemos uma comparação com a estrutura em rede,
mostrando as características dos diversos “nós”, mostrando através de gráficos a explicação desta
rede complexa que é a umbanda.
Um sistema aberto, complexo e em constante evolução e que mais do que nunca segue a máxima
“o todo é mais que a soma das partes”.

CONTINUA: HTTP://WWW.COLEGIODEUMBANDA.COM.BR MENU TEXTOS PUBLICADOS


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ULTIMA PÁGINA

Por Alexandre Cumino

Existem muitas classes de divindades e também uma hierarquia de divindades, Rubens Saraceni em sua
obra costuma colocar as divindades de Deus na classe de Tronos de Deus e nos esclarece que existem:
Tronos regentes de verdadeiros universos, Tronos regentes de galáxias, Tronos regentes de Sistemas
Solares como o nosso, Tronos regentes de planetas, Tronos maiores regentes das irradiações que envolvem um
planeta, Tronos intermediários, Tronos intermediadores, Tronos regentes de níveis, Tronos localizados, Tronos
regentes de realidades paralelas, Tronos naturais, Tronos divinos, Tronos celestiais e muitos outros que
constituem uma verdadeira hierarquia. Quando falamos das Divindades Orixás na Umbanda temos, por
exemplo, Ogum que representa a Lei Divina, portanto é uma forma humanizada e cultural do Trono da lei,
Ogum tem regência sobre Sete Oguns, se seguirmos o raciocínio das sete vibrações, onde Ogum Maior tem sob
sua hierarquia:

 Ogum Cristalino ou Ogum da Fé


 Ogum Mineral ou Ogum do Amor
 Ogum Vegetal ou Ogum do Conhecimento
 Ogum Ígneo ou Ogum da Justiça
 Ogum Eólico ou Ogum da Lei
 Ogum Telúrico ou Ogum da Evolução
 Ogum Aquático ou Ogum da Geração
Estes são identificados apenas pela vibração e sentido em que atuam, ainda
têm eles muitos outros Oguns que também estão abaixo na hierarquia onde entram
nomes mais populares e mais humanizados como:

 Ogum Matinata
 Ogum Iara
 Ogum Rompe-Mato
 Ogum das Pedreiras
 Ogum de Lei
 Ogum Megê
 Ogum Marinho
Podemos ainda citar muitos outros Oguns e até espíritos humanos que respondem a estes Oguns, em
hierarquiza humanas que se cruzam com as hierarquias naturais, isso pode ser observado na Umbanda com os
Caboclos de Ogum. Existem também as entidades naturais e encantados de Ogum, que são de outras realidades,
não humanas, regidas por Ogum e que podem transitar de lá para cá em certas ocasiões e com a licença de
Ogum Maior.

No livro “Mitos de Luz Metáforas Orientais do Eterno” de Joseph Campbel, Editora Madras – 2006
encontramos uma lenda indiana sobre Indra muito interessante que mostra nesta cultura o que representa a
hierarquia das divindades:

CONTINUA ... Veja na integra: www.jornaldeumbanda.com.br menu: Artigos Especiais

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