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Santa Maria, RS
2006
Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com.br) 1
Santa Maria, RS
2006
Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com.br) 2
________________________________________
Vanessa Ramos Kirsten – Orientadora (Unifra)
________________________________________
Cristina Machado Bragança de Moraes (Unifra)
________________________________________
Thiago Durand Mussoi (Unifra)
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Child obesity has become a public health problem issue, presenting a multifactor profile. The
aim of this study was to verify the over weight and obesity prevalence in scholars and the
environmental factors influence to child obesity process. It is a Transversal kind study,
enrolling 7 to 10 year-old children, students both at public and private schools. The Body
Mass Index (BMI) to age and gender was applied to determine the nutritional status, scored
on growing graphics developed by the NCHS in association with the CDC (2000). The used
cut values were recommended by the World Health Organization (WHO), ≥ 85 e ≥95
percentiles to overweight and obesity, respectively. There was a prevalence of 17%
overweight and 17% obesity within both public and private schools. In the public,
overweight/obesity sum up 26%, and in the private 39%. A relevant statistic difference was
found between the scholars nutritional status and the household kind (house or apartment) (p=
0,043), physical activity at school (p= 0,005), computer daily usage (p= 0,003), number of
siblings (p= 0,010), nutritional status (p= 0,03) and mother’s school degree. There was no
statistic difference between socio-economic level and the scholar’ nutritional status (p=
0,841). Several risk factors presented in the literature were found in this work. However, the
results cannot be treated separately; intensified studies are required on the subject, presenting
a larger sample so the conclusion can be more accurate.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 07
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 08
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 12
3.1 Análise estatística............................................................................................................. 13
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 14
4.1 Problemáticas do estudo................................................................................................... 25
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 27
APÊNDICE A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............................................. 30
APÊNDICE B- Questionário.................................................................................................. 31
ANEXO A- Termo de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Unifra...................... 32
ANEXO B- Termo de autorização da Escola Nossa Senhora do Horto................................. 34
ANEXO C- Termo de autorização da Escola João Belém..................................................... 35
ANEXO D- Termo de autorização do Colégio Sant’Anna..................................................... 36
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Média de peso, altura e IMC dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS,
2006...................................................................................................................................................................... 14
Tabela 2- Freqüência dos gêneros dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006................................ 14
Tabela 3- Estado nutricional dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006........................................ 15
Tabela 4- Estado nutricional de acordo com o tipo de escola, pública e particular, de Santa Maria e Dom
Pedrito, RS, 2006.................................................................................................................................................. 16
Tabela 5- Renda familiar mensal dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS,
2006...................................................................................................................................................................... 16
Tabela 6- Prática de atividade física semanal entre os escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS,
2006...................................................................................................................................................................... 17
Tabela 7- Tempo gasto pelos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006, com aparelhos
eletrônicos............................................................................................................................................................. 18
Tabela 8- Comparação do tipo de transporte utilizado para ir à escola entre escolares eutróficos e
sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006................................................................................... 19
Tabela 9- Comparação do tipo de moradia entre escolares eutróficos e sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom
Pedrito, RS, 2006.................................................................................................................................................. 19
Tabela 10- Comparação da prática de atividade física na escola entre escolares eutróficos e
sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006................................................................................... 20
Tabela 11- Comparação da prática de atividade física fora da escola entre escolares eutróficos e
sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006................................................................................... 20
Tabela 12- Comparação do uso diário de microcomputador entre escolares eutróficos e sobrepeso/obesos.
Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006................................................................................................................. 21
Tabela 13- Comparação do hábito de assistir TV entre escolares eutróficos e sobrepeso/obesos. Santa Maria
e Dom Pedrito, RS, 2006...................................................................................................................................... 22
Tabela 14- Comparação do número de irmãos entre escolares eutróficos e sobrepeso/obesos. Santa Maria e
Dom Pedrito, RS, 2006......................................................................................................................................... 23
Tabela 15- Comparação da renda familiar mensal entre escolares eutróficos e sobrepeso/obesos. Santa Maria
e Dom Pedrito, RS, 2006...................................................................................................................................... 23
Tabela 16- Comparação do estado nutricional das mães dos escolares eutróficos e sobrepeso/obesos. Santa
Maria e Dom Pedrito, RS, 2006........................................................................................................................... 24
Tabela 17- Comparação da escolaridade das mães entre os escolares eutróficos e sobrepeso/obesos. Santa
Maria e Dom Pedrito, RS, 2006........................................................................................................................... 25
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Há alguns anos atrás, a gênese da obesidade era conhecida basicamente pelos fatores
genéticos, fisiológicos e metabólicos, no entanto, o número crescente de obesos está tornando
o fator ambiental um importante desencadeador dessa condição, principalmente entre crianças
(OLIVEIRA; FISBERG, 2003; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; FLORES; CARRIÓN;
BARQUERA, 2005).
Fator ambiental
A genética que leva ao desenvolvimento da obesidade precisa de um ambiente
propício para manifestar-se, e os fatores ambientais podem desencadear esse processo em
indivíduos predispostos a apresentar excesso de peso (VITOLO, 2003; FLORES; CARRIÓN;
BARQUERA, 2005).
Comodidades como elevadores, escadas rolantes, transportes motorizados e o uso
prolongado de aparelhos eletrônicos (televisão, videogame e computador) facilitam a vida das
pessoas, mas levam à inatividade, fator importante relacionado à obesidade (OLIVEIRA et
al., 2003; ROBERT, 2003; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; OLIVEIRA, 2006).
O hábito de assistir televisão, além de promover o sedentarismo, pode exercer
influência negativa sobre a alimentação infantil, pois as crianças são bombardeadas por uma
série de propagandas mostrando em sua maioria alimentos com alto teor de gorduras e
açúcares (VIUNISKI, 1999; ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002; MELLO; LUFT;
MEYER, 2004).
Estudos demonstram que a influência de obesidade é de 10% em crianças que assistem
menos de 1 hora de televisão por dia, enquanto que se o hábito de ver TV persistir por 3,4,5
ou mais horas por dia a prevalência aumenta para 25%, 27% e 35% respectivamente
(MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
Os pais precisam estimular seus filhos a manterem-se ativos, sem desprezar ocasiões
onde a atividade física pode ser realizada, como passeios de bicicleta, skate, patins,
caminhadas levando o animal de estimação para passear, prática de jardinagem e brincadeiras
ao ar livre (ROBERT, 2003; MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
Confirmando estas informações sobre a prática de atividade física, estudos sugerem
que a obesidade infantil está mais relacionada ao sedentarismo do que à alimentação e
atualmente as crianças gastam menos 600 Kcal diárias, em média, comparando com 50 anos
atrás (ALVES, 2003; OLIVEIRA, 2006).
A prática regular de exercícios ajuda a combater a obesidade, melhora a composição
corporal aumentando a massa óssea e conseqüentemente prevenindo a osteoporose, contribui
para a diminuição das crises de asma e torna as crianças mais saudáveis (ALVES, 2003;
MATSUDO; PASCHOAL; AMANCIO, 2003 apud MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
Conseqüências da obesidade
As conseqüências da obesidade têm início ainda na infância, como a formação das
placas ateroscleróticas que causam problemas cardiovasculares, e atualmente 60% das
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crianças com excesso de peso apresentam dislipidemia e hipertensão arterial, fatores ligados à
esta patologia (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002; LUCAS, 2005; FISBERG,
2005).
Entre as complicações freqüentes e que podem ser notadas em curto prazo estão os
problemas ortopédicos e respiratórios, surgimento de diabetes mellitus e os transtornos
psicossociais, como baixa auto-estima, dificuldade de relacionamentos e isolamento social
(VIUNISKI, 1999; SILVA et al., 2003; ROBERT, 2003; SILVA; BALABAN; MOTTA,
2005).
A obesidade é a doença de maior morbidade no paciente adulto e quando surge na
infância e adolescência tem maior chance de manutenção desta condição na vida adulta,
dificultando o seu controle (SILVA et al., 2003; FISBERG, 2005).
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo caracterizou-se como sendo do tipo Transversal, onde “causa” e “efeito”
são detectados simultaneamente, e somente a análise dos dados permite identificar os grupos
de interesse, os “expostos” e “não expostos”, de modo a investigar a associação entre
exposição e doença (PEREIRA, 2002). Foi realizado com escolares de ambos os sexos, com
idade entre 7 e 10 anos, de uma escola particular e uma pública na cidade de Santa Maria, RS,
e uma particular no município de Dom Pedrito, RS. Para classificá- los, foram caracterizados
expostos escolares que apresentam sobrepeso e obesidade (percentis maiores ou iguais a 85 e
95 para a idade e sexo, respectivamente, segundo recomendação da OMS), e como não
expostos crianças eutróficas (percentil entre 15 e 85) (VITOLO, 2003; OLIVEIRA et al.,
2003; SOAR et al., 2004; LUCAS, 2005; RONQUE et al., 2005; SILVA; BALABAN;
MOTTA, 2005; COSTA; CINTRA; FISBERG, 2006). Foram excluídos do estudo alunos
ausentes no dia da pesquisa, questionários incompletos e alunos cujos pais não aceitaram
assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme Resolução 196/96
(APÊNDICE A). Foram convidadas ao todo 6 escolas particulares, destas apenas 2 aceitaram
participar do estudo, uma de Santa Maria, RS, e a outra de Dom Pedrito, RS, e 3 escolas
públicas da cidade de Santa Maria, das quais apenas uma aceitou participar.
Para a avaliação do estado nutricional, os escolares foram pesados com o mínimo de
roupa possível e descalços, em balança tipo plataforma com capacidade de 130 Kg e precisão
de 1 Kg. A altura foi aferida com fita métrica inextensível, em posição ereta afixada na parede
sem rodapés, com auxílio do esquadro de madeira. A coleta das medidas antropométricas foi
realizada na própria escola. Os fatores ambientais foram obtidos através de um questionário
(APÊNDICE B) constituído de perguntas relativas ao perfil sócio-econômico e demográfico
da família dos escolares, tempo em que os escolares costumam gastar assistindo TV, jogando
videogame, utilizando o computador e praticando atividade física. O peso e altura dos pais
dos escolares também constavam no questionário, sendo que estes valores foram relatados por
eles, e para classificá- los de acordo com o IMC foi utilizada a recomendação da OMS (1997).
Os alunos foram orientados a levar o questionário para casa e responder com o auxílio dos
pais. O estudo foi desenvolvido nos meses de setembro e outubro de 2006 e só teve início
após aprovação do Comitê de Ética do Centro Universitário Franciscano (nº 115.2006.2) e
autorização da direção das escolas.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra do presente estudo foi composta por 208 crianças, 110 do sexo feminino e
98 do masculino. Destas, 79 são estudantes de escola pública e 129 de particular. Participam
deste estudo as crianças com idade entre 7 e 10 anos, sendo que a média foi de 8,5 ± 0,9 anos.
Foi realizado teste t para verificar diferença entre as médias dos dois tipos de escola
para o peso, altura e IMC, sendo que não houve diferença estatística significante para estas
variáveis (p=0,994), (p=0,598), (p=0,764) respectivamente. A média de peso entre os
escolares estudados foi de 32 ± 7,5 Kg. A média de altura foi de 1,33 ± 0,07 m e o IMC teve
valor médio de 18 ± 3,05 Kg/m2 (Tabela 1).
Tabela 1. Média de peso, altura e IMC dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS,
2006.
(n)* x ± DP*
Peso (208) 32 ± 7,5
Altura (208) 1,33 ± 0,07
IMC (208) 18 ± 3,05
* n= tamanho da amostra
x= média
DP= desvio padrão
Tabela 2. Freqüência dos gêneros dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
(n) %
Feminino (110) 53
Masculino (98) 47
Total 208 100
e Motta (2005), identificaram 21,1% de sobrepeso e obesidade nas 511 crianças em idade
escolar de Recife-PE, utilizando os mesmos critérios do presente estudo para diagnóstico
nutricional. Assis et al. (2006), que avaliaram o estado nutricional das crianças entre 7 a 9
anos de Florianópolis-SC, de acordo com as referências utilizadas na França (sobrepeso
caracterizado como IMC > percentil 97), encontraram prevalência de 19,9% de sobrepeso
nesses escolares.
Tabela 3. Estado nutricional dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
(n) %
Risco de baixo peso (10) 5
Eutrofia (127) 61
Sobrepeso (36) 17
Obesidade (35) 17
Total 208 100
Tabela 4. Estado Nutricional de acordo com o tipo de escola, pública e particular, de Santa
Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
A maioria dos escolares (31%) possui renda familiar mensal entre 3 e 6 salários
mínimos, a renda de até 3 salários é observada em 29% das famílias, dados encontrados na
tabela 5. Dos 208 questionários, 15 não informaram a renda mensal, o que corresponde a uma
perda de 7%, prejudicando a análise desta variável.
Tabela 5. Renda familiar mensal dos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
Renda (n) %
Até 3 salários mínimos 60 29
3 a 6 salários mínimos 64 31
6 a 9 salários mínimos 34 16
Mais de 9 salários mínimos 35 17
Não informou 15 7
Total 208 100
Tabela 6. Prática de atividade física semanal entre os escolares de Santa Maria e Dom Pedrito,
RS, 2006.
(n) %
Na escola
Não pratica (10) 4,8
1h/semana (162) 77,9
2h/ semana (25) 12
3h/ semana (11) 5,3
Total 208 100
Fora da escola
Não pratica (107) 51
1h/ semana (12) 6
2h/ semana (53) 25,5
3h/ semana (01) 0,5
Mais de 3h/ semana (35) 17
Total 208 100
Quando analisado o tempo gasto com aparelhos eletrônicos pelos escolares, o presente
estudo mostrou que a televisão é o aparelho eletrônico mais utilizado na rotina das crianças,
onde apenas 2% não tem acesso e mais da metade (52%) assiste 3 horas ou mais por dia.
Quanto ao uso de computador, 42% dos escolares utiliza 1 hora diariamente. O videogame
não é utilizado por 52% das crianças (Tabela 7). Assis et al. (2006), comparando os hábitos de
escolares franceses e brasileiros, relataram que as crianças brasileiras possuem mais tempo
livre que as francesas, pois na França a escola é freqüentada em turno integral. Com mais
tempo livre as crianças possuem chances elevadas de ocupar o tempo utilizando aparelhos
eletrônicos e conseqüentemente deixam de praticar exercícios físicos. Estudos demonstram
que a influência de obesidade é de 10% em crianças que assistem menos de 1 hora de
televisão por dia, enquanto que se o hábito de ver TV persistir por 3,4,5 ou mais horas por dia
a prevalência aumenta para 25%, 27% e 35% respectivamente (MELLO; LUFT; MEYER,
2004).
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Tabela 7. Tempo gasto pelos escolares de Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006,
com aparelhos eletrônicos.
(n) %
Computador
Não utiliza (82) 39
1h/ dia (88) 42
2h/ dia (24) 12
3h/ dia (06) 3
Mais de 3h/ dia (08) 4
Total 208 100
Videogame
Não utiliza (115) 55
1h/ dia (66) 32
2h/ dia (22) 11
Mais de 3h/ dia (05) 2
Total 208 100
Televisão
Não utiliza (03) 2
1h/ dia (38) 18
2h/ dia (59) 28
3h/ dia (46) 22
Mais de 3h/ dia (62) 30
Total 208 100
física entre as crianças, não há diferença entre o local que esta prática é feita, se dentro ou fora
da escola, ou seja, é analisada de forma geral.
Tabela 10. Comparação da prática de atividade físic a na escola entre escolares eutróficos e
sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
Eutróficos Sobrepeso/Obesos
(n) % (n) %
Não faz (07) 5,5% (02) 2,8%
1h/ semana (104) 81,9% (49) 69%
2h/ semana (13) 10,2% (12) 16,9%
3h/ semana (03) 2,4% (08) 11,3%
Total 127 100 71 100
p= 0,005
Tabela 11. Comparação da prática de atividade física fora da escola entre escolares eutróficos
e sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
Eutróficos Sobrepeso/Obesos
(n) % (n) %
Não faz (60) 47,2% (40) 56%
Até 3h/ semana (44) 34,7% (21) 30%
Mais de 3h/ semana (23) 18,1% (10) 14%
Total 127 100 71 100
p= 0,199
Oliveira et al. (2003) e Kain, Vio e Albala (2003). Resultados do presente estudo mostram
que escolares sobrepeso/obesos utilizam mais computador que os eutróficos (64,8% utiliza até
2h/ dia), resultado que mostrou significância estatística (p= 0,003) conforme tabela 12. O
computador, assim como a TV, leva a inatividade física e favorece o surgimento da
obesidade, principalmente se utilizado por muitas horas ao dia. O uso do computador por
tempo inferior a 7 horas por semana corresponde a uma das metas propostas por Dietz e
Robinson (2005) para promover a perda de peso e controlar a obesidade.
Eutróficos Sobrepeso/obesos
(n) % (n) %
Não usa (60) 47% (17) 24%
Até 2h/ dia (61) 48% (46) 64,8%
3h ou mais/dia (06) 5% (08) 11,2%
Total 127 100 71 100
p= 0,003
fizeram um estudo com crianças de escola pública em São Paulo, com idades entre 7 e 10
anos, no qual mostrou que o hábito de assistir TV por 4h/dia ou mais estava associado ao
aumento da prevalência de obesidade, assim como Moraes et al (2006), que observaram o
hábito de comer ou estudar diante da TV presente em 81,3% das crianças com excesso de
peso. Strauss e Knight (1999), relataram que indivíduos que são estimulados em casa por
parte dos pais assistem significantemente menos horas de TV por dia, dado que reforça o
papel fundamental da família no comportamento da criança e a importância de programas de
educação que envolvam os pais visando a diminuição dos índices de obesidade. Para Dietz e
Robinson (2005), mudanças no comportamento das crianças, como limite de tempo para
assistir TV e não realizar as refeições na frente da mesma, produzem perdas de 5 a 20% do
excesso de peso, num período de 3 a 6 meses.
Eutróficos Sobrepeso/obesos
(n) % (n) %
Não usa (0) 0% (03) 4,2%
Até 2h/ dia (56) 44% (36) 50,7%
3h ou mais/ dia (71) 56% (32) 45,1%
Total 127 100 71 100
p= 0,133
Eutróficos Sobrepeso/obesos
(n) % (n) %
Não tem (29) 23% (23) 32,4%
1 irmão (53) 42% (34) 47,9%
2 irmãos (22) 17% (11) 15,5%
3 irmãos (11) 9% (03) 4,2%
Mais de 3 irmãos (12) 9% (0) 0%
Total 127 100 71 100
p= 0,01
Eutróficos Sobrepeso/obesos
(n) % (n) %
Até 3 salário mínimos (37) 31,9% (22) 31,9%
3 a 6 salários mínimos (36) 31% (23) 33,3%
6 a 9 salários mínimos (21) 18,1% (12) 17,4%
Mais de 9 salários mínimos (22) 19% (12) 17,4%
Total 116 100 69 100
p= 0,84
A relação entre estado nutricional das mães e dos escolares obteve significância
estatística (p= 0,03), mostrando que 41% das mães das crianças sobrepeso/obesas também
apresentam sobrepeso/obesidade, dado encontrado em apenas 27,2% das mães de crianças
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eutróficas (Tabela 16). Na literatura existem estudos que apontam o alto IMC da mãe como
fator de risco para a criança desenvolver obesidade. Engstrom e Anjos (1996), evidenciaram
que o risco de uma criança ter sobrepeso foi de 3,19 vezes maior se a mãe também
apresentasse essa condição. No estudo de Flores, Carrión e Barquera (2005), realizado no
México com crianças em idade escolar, pôde-se concluir que o sobrepeso e obesidade
maternos foram fatores de risco na população estudada, resultado encontrado também por
Strauss e Knight (1999). No estudo de Guimarães et al. (2006) e Ribeiro, Taddei e Colugnatti
(2003), o índice de sobrepeso em crianças foi maior naquelas cujos pais apresentaram IMC≥
30. Moraes et al. (2006), mostraram que 53,1% dos escolares com sobrepeso e 58,3% dos
obesos eram filhos de pais com sobrepeso. Neste estudo, o alto IMC do pai não mostrou
diferença estatística significante entre os estados nutricionais (p= 0,58), mas a chance da
criança se tornar obesa na vida adulta é de 80% quando pai e mãe são obesos, segundo
Viuniski (1999), Vitolo (2003) e Fisberg (2005).
Tabela 16. Comparação do estado nutricional das mães dos escolares eutróficos e
sobrepeso/obesos. Santa Maria e Dom Pedrito, RS, 2006.
Eutróficos Sobrepeso/obesos
(n) % (n) %
Magreza (01) 0,8% (0) 0%
Eutrofia (90) 72% (41) 59%
Sobrepeso/obesidade (34) 27,2% (28) 41%
Total 125 100 69 100
p= 0,03
Eutróficas Sobrepeso/obesas
(n) % (n) %
1º grau (16) 12,5% (06) 8,4%
2º grau (55) 43,3% (21) 29,6%
3º grau (56) 44,2% (44) 62%
Total 127 100 71 100
p= 0,02
5 CONCLUSÕES
A partir dos resultados deste estudo, conclui-se para a amostra que:
- A prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 34% entre os estudantes de escola pública e
privada de ambos os sexos.
- Quando analisadas separadamente, a escola privada apresenta maior prevalência de
sobrepeso e obesidade que a escola pública;
- Não houve diferença estatística significante entre o nível sócio-econômico de escolares
eutróficos e com sobrepeso/obesidade;
- A maioria dos estudantes com sobrepeso/obesidade mora em apartamento;
- A televisão foi o aparelho eletrônico mais prevalente em ambos grupos (eutróficos e
sobrepeso/obesos), porém não apresentou diferença estatística. Já o uso de microcomputador
obteve diferença estatística significante, mostrando que os escolares sobrepeso/obesos
utilizam mais horas por dia este tipo de aparelho eletrônico que os eutróficos;
- Os escolares que apresentam sobrepeso/obesidade praticam mais horas de atividade física na
escola e os eutróficos apresentam uma tendência de praticar mais exercícios físicos fora da
escola, porém este dado não teve significância estatística.
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IV) Ressalto que você e seu filho(a) têm total direito de escolha entre participar ou abandonar o
estudo, sem nenhum prejuízo para si.
V)Ressalto ainda que a concordância em participar deste estudo não envolve riscos para a saúde
e bem estar seu e de seu filho (a).
______________________________ ______________________________
Assinatura dos pais ou responsáveis Nome do(a) aluno(a) participante
APÊNDICE B- Questionário
Idade: Série: Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Cor: ( ) Branca ( ) Parda ( ) Mulata ( )Negra
Data de nascimento:___/___/___
Peso ao nascer:________ Comprimento ao nascer:_______
Foi amamentado? ( ) Sim ( ) Não
Por quanto tempo aleitamento materno exclusivo? ( ) até 1 mês ( ) até 3 meses
( ) de 3 a 6 meses ( ) mais que 6 meses
Com que idade foi oferecida a alimentação complementar (sucos, papinhas...)?___________
Tipo de moradia: ( ) Casa ( ) Apartamento Escadas? ( ) Sim ( ) Não
Como a criança vai para a escola? ( ) Carro ( ) Ônibus ( ) Bicicleta
( ) Caminhando ( )Outro................................
Realiza aula de atividade física na escola? ( ) Sim ( ) Não
Quantas horas por semana? ( ) 1h ( ) 2h ( ) mais de 3h
Pratica alguma atividade física fora da escola? ( ) Sim ( ) Não Qual?______________
Quantas horas por semana? ( ) 1h ( ) 2h ( ) de 3 a 5h ( ) mais que 5h
Tem acesso a:
( ) Computador Quantas horas por dia utiliza? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) mais de 3 horas
( ) Videogame Quantas horas por dia utiliza? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) mais de 3 horas
( )Televisão Quantas horas por dia utiliza? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) mais de 3 horas
Possui irmãos? ( ) Sim ( ) Não Quantos?_______
Renda familiar: ( ) até 3 salários mínimos ( ) de 3 a 6 salários mínimos
( ) de 6 a 9 salários mínimos ( ) mais de 9 salários mínimos
Peso do pai:_______ Peso da mãe:_______
Altura do pai:_______ Altura da mãe:_______
Escolaridade do pai: Escolaridade da mãe:
( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau incompleto
( ) 1º grau completo ( ) 1º grau completo
( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau incompleto
( ) 2º grau completo ( ) 2º grau completo
( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior incompleto
( ) ensino superior completo ( ) ensino superior completo
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