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1 - INTRODUÇÃO
A Lei nº 6.404/76 prevê a existência das sociedades holdings, em seu art. 2º, §
3º, que estabelecem que a "companhia pode ter por objeto participar de outras
sociedades" e ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como
meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
O principal objetivo da empresa holding é controlar outras empresas, cabendo a
ela o desenvolvimento do planejamento estratégico, financeiro e jurídico dos
investimentos do grupo, devendo, por isso mesmo, não interferir diretamente na
operacionalização das empresas controladas em seu dia-a-dia, prestando apenas
aqueles serviços que elas não podem executar eficientemente, ou que para cada uma
isoladamente seja oneroso e para ela não o é, tendo em vista a pulverização dos
custos.
A sociedade holding, portanto, é aquela que participa do capital de outras
sociedades em níveis suficientes para controlá-las.
2 - TIPOS DE HOLDING
Doutrinariamente, quanto ao seu objetivo social ou finalidade é costume
classificar as empresas holding, tais como:
a) holding pura: quando seu objetivo social estiver restrito à participação no
capital de outras sociedades, ou seja, suas receitas são unicamente de lucros ou
dividendos oriundos das participações societárias;
b) holding mista: quando, além da participação, houver a exploração de alguma
atividade empresarial diversa, comerciais, industriais, financeiras, etc;
c) holding familiar: quando a empresa é estruturada societariamente em
membros com vínculo familiar semelhante e com a finalidade de evitar a dispersão de
determinado patrimônio familiar, geralmente decorrente de herança, onde são
utilizados meios e limites para que seja mantido o controle do patrimônio entre os
familiares.
d) holding de controle: empresa em cuja carteira de participações constam
somente investimentos que permitem o controle societário das investidas;
e) holding de participação sociedade que em sua carteira de participações estão
presentes investimentos com exercício de controle, bem como participações
irrelevantes e não influentes.
4 - RECEITAS BÁSICAS
Em linhas gerais, as receitas básicas operacionais de uma sociedade holding
são:
a) aluguéis relativos a eventuais locações de imóveis de sua propriedade para
as empresas do grupo;
b) dividendos ou lucros nos investimentos;
c) aluguéis de móveis e instalações de escritórios para as empresas do grupo;
d) prestação de serviços de sistema de processamento de dados;
e) aluguel de computadores e equipamentos de escritório em geral;
f) prestação de serviços de pessoal;
g) prestação de serviços de consultoria e organização;
h) prestação de serviços de engenharia e fornecimento de tecnologia;
i) repasse de financiamento;
j) operações de mútuo com as empresas do grupo;
l) intermediação de negócios;
m) marketing;
n) relações públicas;
o) publicidade e propaganda.
Evidentemente que as receitas operacionais de uma sociedade holding não se
esgotam na relação acima, isto porque, dependendo do objetivo, um leque muito
amplo poderá ser ocupado, no sentido de obter maiores receitas.
5 – TRIBUTAÇÃO
7 - DISSOLUÇÃO
As hipóteses de dissolução da sociedade estão previstas no artigo 1.033 do
Código Civil e no artigo 206 da Lei das S.A. Na dissolução das holdings serão
aplicadas as mesmas regras aplicáveis às demais sociedades.
Arts. 206 a 219 e Arts. 1.033 a 1.038 da Lei nº 10.406/2002.
8 - VANTAGENS DE SUA CRIAÇÃO
Em níveis administrativos, podemos elencar como vantagem da sociedades
holdings o seguinte:
a) concentração do poder econômico do acionista controlador na holding;
b) flexibilidade e agilidade na transferência e alocação de recursos, dentro do
grupo, sem necessidade de ouvir-se os sócios e/ou acionistas minoritários;
c) enxugamento das estruturas ociosas das sociedades controladas,
relativamente àqueles serviços comuns a todo grupo;
d) descentralização de alguns trabalhos, com possibilidade de redução de
despesas operacionais;
e) maior poder de negociação na obtenção de recursos financeiros e nos
negócios com terceiros;
f) maximização da garantia na aplicação de capital se todas as empresas do
grupo forem lucrativas;
g) uniformização administrativa e de procedimentos de rotina em todas as
empresas do grupo;
h) centralização das decisões financeiras.
Por outro lado, podem ocorrer conflitos com acionistas minoritários do grupo,
que podem se opor à centralização excessiva de poderes na holding, tendo em vista
que muitas decisões podem prejudicá-los em virtude de sua participação minoritária.
Observa-se também certa resistência dos empresários na formação do grupo
empresarial, motivada pela possibilidade de oneração do patrimônio de todo o grupo,
devido ao mau desempenho de uma ou algumas empresas.
Em linhas gerais, as empresas holdings são instrumento auxiliar no
equacionamento de dificuldades com que passam as empresas em geral,
principalmente no que se refere ao incremento constante da carga tributária,
racionalização administrativa, eleição de prioridades, revisão de políticas estratégicas,
identificação de novas oportunidades, etc., cabendo ao empresário analisar as
vantagens, as dificuldades e os conflitos que podem advir em função da política a ser
adotada pela holding.