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Este documento resume as ideias de Schleiermacher sobre a religião como um sentimento interior que liga o homem a Deus e ao universo. Ele acredita que a religião é baseada na intuição e sentimento de dependência total em relação a Deus, e não no pensamento ou ação. A religião busca intuir o universo e sentir-se impressionada por sua influência infinita.
Este documento resume as ideias de Schleiermacher sobre a religião como um sentimento interior que liga o homem a Deus e ao universo. Ele acredita que a religião é baseada na intuição e sentimento de dependência total em relação a Deus, e não no pensamento ou ação. A religião busca intuir o universo e sentir-se impressionada por sua influência infinita.
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Este documento resume as ideias de Schleiermacher sobre a religião como um sentimento interior que liga o homem a Deus e ao universo. Ele acredita que a religião é baseada na intuição e sentimento de dependência total em relação a Deus, e não no pensamento ou ação. A religião busca intuir o universo e sentir-se impressionada por sua influência infinita.
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Schleiermacher ensina haver no homem um sentimento que o liga a
Deus. Trata-se de um senso interior que proclama a sua continuidade com o Espírito do universo. Esse sentimento, ou gefühl, não é uma simples emoção, mas sim o reflexo de que tudo no universo procede de uma só raiz e, nessa raiz, todas as coisas são essencialmente idênticas. O gefühl, segundo Olson, "é a consciência distintamente humana de algo infinito, além do próprio eu, da qual ele depende para tudo."
Esse conceito básico é expresso de modo claro no discurso de
Schleiermacher sobre a essência da religião:
Ela [a religião] não pretende, como a metafísica, explicar e
determinar o Universo de acordo com sua natureza; ela não pretende aperfeiçoá-lo e consumá-lo, como a moral, a partir da força da liberdade e do arbítrio divino do homem.Sua essência não é pensamento nem ação, senão intuição e sentimento. Ela quer intuir o Universo, quer observá-lo piedosamente em suas próprias manifestações e ações, quer ser impressionada e plenificada, na passividade infantil, por seus influxos imediatos... A religião quer ver no homem, não menos que em todo outro ser particular e finito, o Infinito, seu relevo, sua manifestação... A religião desenvolve toda sua vida também na natureza, porém se trata da natureza infinita do conjunto, do Uno e Todo; o que no centro desta última vale para todo ser individual e, por conseguinte, também o homem, e em cujo âmbito todo o existente, e também o homem, pode desenvolver sua atividade e permanecer nesta eterna fermentação de formas e seres particulares, o que quer a religião intuir e sentir de forma particularizada com tranqüila submissão.
Das palavras de Schleiermacher acima citadas, deduz-se, primeiro,
que, para o teólogo alemão, a sede da religião é o interior do homem. É no "eu", no íntimo do ser humano, em suas intuições, que se encontram as evidências de uma realidade superior que abrange o próprio homem e que também o transcende. O valor da experiência aqui é notável, constituindo-se ela na base suprema da religião.
Ademais, o sentimento de que fala Schleiermacher encontra-se em
cada indivíduo de modo necessário, já que resulta de sua relação também necessária com o "Infinito", o "Uno e Todo" de que é uma manifestação individual. Daí se deduz que não existem ateus de fato. Ainda que algumas pessoas neguem de forma proposicional a existência da divindade, elas mesmas intuem a existência do "Todo", do objeto da religião, chamado por muitos de Deus.
2.2 A DEPENDÊNCIA TOTAL DE DEUS
A resposta mais elevada dada pelo homem ao sentimento referente a Deus é o senso de total dependência dele . É nessa dependência que se traduz de modo pleno o sentimento relativo ao Espírito do universo. Tal dependência é o próprio sentimento aqui tratado, manifesto de forma amadurecida quando o ser humano tem plena consciência dele.
Nas palavras de Norman Geisler, esse sentimento de dependência
pode ser descrito como "a sensação de ser criatura, a consciência de ser dependente do Todo, ou a sensação de contingência existencial".
Para Schleiermacher, a doutrina é apenas uma das maneiras pelas
quais se expressa o sentimento religioso de dependência. Daí decorre que a doutrina não é essencial e nem mesmo necessária, uma vez que há outras formas em que a dependência se faz manifesta. O símbolo, por exemplo, pode ser uma delas. Aqui se vê a marca do agnosticismo em seu pensamento, com o seu notável desprezo pelo que é teórico.
Sendo a religião um sentimento expresso na "consciência de ser
dependente do Todo", sua comunicação se realiza de modo mais eficaz pelo exemplo e não por meio do ensino formal. Além disso, considerando que o sentimento religioso, como qualquer outro sentimento, apresenta variadas formas de manifestação, é natural que variadas sejam também as expressões religiosas (teísmo, panteísmo e seus respectivos desdobramentos), todas elas válidas, à medida que os sentimentos de dependência que as originaram, partindo de diferentes personalidades, também são válidos. Portanto, a tolerância em relação às diversas crenças, uma das marcas do Iluminismo, também pode ser vista no pensamento de Schleiermacher.