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A sociedade de economia mista Alfa, que desenvolve atividade econômica sem

monopólio, adquiriu, sem prévia licitação, produto ligado diretamente à atividade que
desenvolve no mercado. Em que pese a aquisição não se enquadrar nas hipóteses de
dispensa ou de inexigibilidade de licitação, enumeradas na Lei 8.666/93, a empresa
justificou a compra direta, sem licitação, sob os fundamentos de ser ela um ente da
administração indireta da União, possuir personalidade jurídica de direito privado
e estar o bem adquirido intimamente vinculado à atividade fim da empresa. Em
face do caso apresentado acima, em especial no que tange ao objeto da aquisição e
tendo em vista os princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, elabore
um parecer abordando, obrigatoriamente, os seguintes aspectos:
a) conceito e objetivo da licitação e conceito e regime jurídico da sociedade de
economia mista;
b) necessidade, ou não, de sociedades de economia mista, em situação como a descrita
acima, submeterem-se à Lei 8.666/93.
Parecer número_____

ILUSTRÍSSIMO SENHOR________

I- Relatório

Trata-se de consulta formulada por____acerca da possibilidade


de aquisição de produto sem licitação pela Sociedade de Economia Mista Alfa, sem
monopólio, tendo em vista o bem adquirido estar vinculado diretamente à atividade
desenvolvida no mercado por àquela.
É o relatório. Passo a opinar.

II- Fundamentação

O ordenamento jurídico brasileiro consagra nos artigo 22,


XXVII e 173, § 1, III da Constituição Federal:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


“XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos
do art. 173, § 1°, III”.
(...)

Art. 173:§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa


pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias
que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e
alienações, observados os princípios da administração pública;

Além da norma supracitada, há as disposições dos artigos 1º,


parágrafo único e 24, VIII da lei 8.666\93:

“Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos


órgãos da administração direta, os fundos especiais, as
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios”.
(...)

Art.24. É dispensável a licitação:


“VIII- para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
criado para esse fim específico em data anterior à vigência
desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado;”.

A Administração Pública exerce atividade voltada para o


interesse público e, para isso, precisa se utilizar de serviços e bens fornecidos por
terceiros; motivo pelo qual ela é obrigada a contratar para realização de obras, prestação
de serviços, fornecimento de bens etc.
Como essa contratação não pode ficar a critério do
administrador, a licitação corrobora para evitar esses riscos.
Licitação é um procedimento administrativo por meio do qual
os entes da Administração Pública e aqueles controlados por ela selecionam a melhor
proposta dentre as oferecidas com o objetivo de celebrar um contrato ou obter o melhor
trabalho técnico, artístico ou cientifico, para, posteriormente, executá-lo.
O fundamento disposto na Carta Magna enuncia o princípio da
obrigatoriedade de licitação, de modo que esta também alcança as pessoas
descentralizadas e, assim, a Administração não pode renunciar ao procedimento
licitatório, salvo nas situações definidas em lei.
A dispensa em licitar caracteriza-se pelo fato de que o certame
poderia se realizar, mas pelo caso em especifico, o legislador decidiu não tornar
obrigatório.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, “in verbis”:

“O Estatuto torna dispensável a licitação em situações


obrigacionais firmadas entre pessoas ligadas à própria
Administração. Assim pode ser feita contratação direta quando
pessoa jurídica de direito público interno pretende adquirir bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que
integre a Administração Pública, criados para esse fim
específico. Exige-se mesmo assim, a verificação do preço do
contrato; só será válido o ajuste se o preço for compatível com
as condições regulares de mercado” (Manual de Direito
Administrativo, 22ª edição, Lumem Juris, p. 247).

As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de


direito privado, criadas por autorização legislativa, com maioria de capital público, e
regime obrigatório de Sociedade anônima. São pessoas jurídicas de direito privado sob
o controle do Estado. Seu regime tem natureza híbrida posto que sofrem a influência de
normas de direito privado em alguns setores de atuação e de normas de direito público
em outros setores.
“Todavia, no que concerne a (...) sociedades de economia mista
que explorem atividades econômico- empresariais, urge conciliar o art. 37, XXI e o art.
1º, parágrafo único, do Estatuto, com o art. 173, § 1º, CF. é que referidos entes,embora
integrantes da Administração Indireta, desempenham operações peculiares, de nítido
caráter econômico, que estão vinculadas aos próprios objetivos da entidade; são
atividades-fim dessas pessoas. Nesse caso, é forçoso reconhecer a inaplicabilidade do
Estatuto por absoluta impossibilidade jurídica (CARVALHO FILHO,José dos Santos,
22ª edição, Lúmen Juris, p. 229).
Portanto, há viabilidade da realização de contrato sem licitação
pela Sociedade de Economia Mista Alfa diante da existência de norma
infraconstitucional dispondo nesse sentido.

III- Conclusão

Ante o exposto, opino pela legalidade, portanto, possibilidade


da aquisição de produto sem necessidade de licitar.
É o parecer. Salvo melhor juízo.

Local/ data

Nome do Advogado
Número da Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.

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