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da
Comunicação
(Comunicosofia)
GUSTAVO DE CASTRO
abertura
a casa de Hermes, p.
introdução
frasementos poéticos, p.
parte I – água
os fragmentos da água, p.
parte II – fogo
o guardador de chamas, p.
parte III – ar
o colecionador de ventos, p.
parte IV – terra
o leitor de polens, p.
sobre o autor, p.
Saber interpor-se constantemente entre si
próprio e as
coisas é o mais alto grau de sabedoria e
prudência.
Fernando Pessoa
A Luiz Martins
Copyright 2005 by Gustavo de Castro e Silva
Ilustração da capa: Hermes
Diagramação: Fernando Brasil
Revisão: F.D & G.C. S.
Coordenação editorial: Luiz Martins da Silva
Printed in Brasil
Impresso no Brasil
2005
10. Andei por isso mesmo buscando essa natureza em regiões que,
pelos menos alguns comunicadores, esqueceram: na poesia e na
espiritualidade. Isso porque acho que a comunicação precisa
reencontrar a alegria, deixar de lado a sisudez dos produtos, das
programações, das teorias, da academia, do mercado e entrar na
vida do homem como uma filosofia de vida. A comunicação como
belas artes!!! Essa visão vê a comunicação com o que lhe é mais
próprio: o conceito aberto, conceptor, concepção pronta a
entender-se com outra. Trata-se de uma complexidade sutil,
ligações e religações plasmáticas. Mas aprende também as lições
dos outros elementos.
12. Para quem nasce num país como o Brasil, não é muito difícil
relacionar incerteza e compreensão. Antônio Alçada Batista conta
que em meados da década de cinqüenta do século vinte, o Brasil era
o único país da América Latina em que as touradas não haviam
dado certo. Um empresário chegou a erguer uma arena, importar
bois e toureiros da Espanha e do México e divulgar a novidade por
toda a cidade do Rio de Janeiro, onde foi montado, próximo ao
Maracanã, o cenário daquela primeira tentativa. O público
compareceu em massa, mas após o evento os organizadores
decidiram nunca mais realizar uma tourada por estas paragens. É
que o Brasil, diferentemente dos outros países, foi o único lugar
onde o público vibrava e torcia para o touro, desejando que esse
estraçalhasse o toureiro.
15. O silêncio que fica entre duas palavras não é o mesmo silêncio
que envolve uma cabeça quando cai, nem tampouco o que anuncia a
presença da árvore quando se apaga o incêndio vespertino do vento.
Assim como cada voz tem um timbre e uma altura, cada silêncio
tem um registro e uma profundidade.O silêncio de um homem é
distinto do silêncio de outro e não é o mesmo calar um nome que
calar outro nome.8
19. Silenciar é também uma tática de vida. Para Bacon é uma arte
de velar-se ou ocultar-se. São três os graus: 1. homem reservado,
discreto e calado, que não se expõe; 2. dissimulação “negativa”,
parecer diferente do que é realmente e 3. dissimulação “positiva”,
fingimento, dizer-se diferente do que realmente se é, fingir para
passar melhor.11
28. Samuel Beckett diz que “somos uma ilha de carne cercada de
silêncios por todos os lados”. Em nosso corpo, habitam muitas
vozes, ecoam sons vindos de todas as partes do interior da gente. Só
através do silêncio poderemos ouvir todas elas. O ruído e os
rumores não facilitam em nada o curso do rio. São pedras que
impedem a passagem, mas que nos servem para meditar sobre a
força e o fluxo das passagens.
37. Toque com suas mãos o seu corpo e o alheio. Haverá aí nova
interação. Com a boca, mastigue palavras imaginadas: força, bem,
vontade, saúde, paz... E as engula! Com os olhos, aprenda a
contemplar o mínimo; com o coração a sentir o máximo. Com os
ouvidos, escute os silêncios da tua respiração. Ensine o seu corpo a
sair da teoria da comunicação para entrar na empíria das
conexões.20
38. Não existe senão um só templo no universo,
e é o Corpo do Homem. Curvar-se
diante do homem é um ato de reverência
diante desta Revelação de Carne.
Tocamos o céu quando colocamos
nossas mãos num corpo humano.
(Novalis)
56. O tradutor deve escolher bem os caminhos da palavra. A palavra que acesse
e participe o real. Do contrário, não conseguirá fazer chegar ao outro (receptor)
nem uma fagulha desse real. Os caminhos que conduzem ao nome não seguem
sozinhos. Necessitam dos homens para percorrê-los. É Quintana quem diz: “O
triste dos caminhos é que eles jamais podem ir aonde querem”.
71. A memória e o batismo nos legam um nome. Cai sobre nós uma
classificação indelével, definitiva. Agora já não somos nós mesmos,
em si, mas uma marca querendo ter identidade. E sobre esta marca-
nome, colocamos outras marcas: tatuagens, grifes, etiquetas... E se
tirarmos tudo de sobre, nome, marca, tatoo, grifes, etiquetas, o
que fica?
84. Amizade
Quando o silêncio a dois não se torna
incômodo.
Amor
Quando o silêncio a dois se torna cômodo.
(Mário Quintana)
85. Conheço uma mulher que todas as vezes que viaja para o litoral
traz água do mar para o seu amor. É que o seu amor é filho de
Iemanjá e edificou para a deusa um pequeno altar onde oferta
conchas marinhas e água salgada. Portadora de águas oceânicas, ela
sabe que esta pequena oferenda alimenta mesmo um ‘mar adentro’.
2. Todas as vezes que acendo uma vela sou levado a querer proteger
a chama contra o vento. Ponho as mãos ao redor para que ela não se
apague. Para que a fragilidade não se perca. Às vezes, tenho
vontade de fazer o mesmo com a comunicação, que a qualquer
sopro, se perde. Torna-se imposição, coerção, informação
autoritária, arrogância.
22. Atiço em mim uma chama... O meu coração é o lar onde mora a
comunicação. A boca fala o que o coração sente.
Como o fogo, a comunicação é o motor da regeneração periódica.
Deve ser por isso que a palavra ‘fogo’ e a palavra ‘pureza’ têm o
mesmo nome em sânscrito: porque as chamas têm a capacidade de
levar todas as coisas a seu estado sutil.58
29. Heráclito comparava o mundo à chama de uma vela que queima sem cessar.
Transformando a cera em fogo, o fogo em fumaça, a fumaça em ar, o ar em
vida, a vida em morte, o mundo nunca pára de poemar. O dia se torna noite, o
verão vira primavera, o quente esfria, o úmido seca, tudo se transforma no seu
contrário, num fluxo perpétuo.
31. Dizem que a comunicação tem mil e uma utilidades. Se tem mesmo, não
usa nem dez por cento delas. Centrou seu universo na mídia de massa e
esqueceu do resto. A comunicação é uma porta aberta por onde o mundo passa.
Mas quase não passa ninguém. A maioria acaba vendo o mundo da janela-da-
televisão. E o mundo não passa na televisão, no rádio, no jornal... O mundo não
passa. Nós é que passamos. Para que serve tanta mídia-de-massa, afinal? Estar
mais informado é o mesmo que ser compreensivo?61
Buscar a rosa
que fica entre as rosas.
6. Odin faz dos corvos os seus repórteres. Quando ele quer manter-
se informado, manda-os sobre a terra e eles trazem notícias do
tenebroso mundo humano. Repórteres-corvos. Alguém vê nisso
alguma semelhança?
12. Infelizmente, o mito deixou de ser visto, até certo ponto, como
fonte de compreensão do humano. Hoje, o mito nos coloca não
apenas o problema do conhecimento metafórico e narrativo – como
uma das vias de entrada ao pensamento científico –, mas o
problema da sabedoria e da abertura antropocósmica. George
Gusdorf já falava da necessidade de restituir através do mito a
“unidade perdida” do homem com a natureza. Os mitos, diz ele, são
registros da experiência unitária do homem em sua plenitude.
13. O mito é algo capaz de agir transformadoramente sobre a
realidade humana, impregnando as linguagens, o senso comum, a
sensibilidade, as narrativas, afirmando-se constantemente como
uma conduta de retorno à ordem, princípio equilibrador da psique,
espécie de formulário da reintegração. Alceu Amoroso
Lima adverte que se segue à criação de um mito o surgimento de
uma mística, isto é, o aparecimento de uma ordem implicada
(David Bohn) voltada para o diálogo numinoso e harmonioso com o
mundo, um mergulho radical e profundo nos sentidos e narrações
ocultas que a natureza constantemente nos oferece. Mística aqui
entendida também no sentido de um conjunto aurático de valores e
atitudes.69
51. Tem gente que pesquisa melhor com os pés no chão, tem gente
que pesquisa melhor com a cabeça nas nuvens; tem gente que gosta
do caos, outros da ordem, uns preferem ‘uma coisa de cada vez’,
outros, ‘tudo ao mesmo tempo agora’; uns não sabem por onde
começar, outros, começam pelos livros, outros nunca começam,
outros nunca terminam. Todos os caminhos da pesquisa conduzem
ao pesquisador. Olhar para o alto, olhar para baixo... não são duas
maneiras de olhar para si mesmo?
52. Um homem apaixonado pelo céu andava o tempo
todo de rosto para
cima, a contemplar as mutáveis configurações
das nuvens e o
brilho distante das estrelas.
Nesse embevecimento, não viu uma trave contra
a qual topou
violentamente com a testa. Um amigo zombou da
sua distração,
dizendo que quem só quer ver estrelas acaba
vendo as estrelas
que não quer.
60. Para ser cientista, ser artista. Para ser artista, aninhar-se de
abismos.79
89. Que um sistema possa ser visto nos termos da rede, isto é, sem
começo nem fim fixado e sem linhas que podem se acavalar
circularmente, tornando toda circulação possível da mesma
maneira, e estamos não somente num sistema aberto, como também
num sistema que se define pelo tempo passado para percorrê-lo em
todos os sentidos como o sistema geral de todos os sistemas
possíveis.
22. Saber ler o livro do mundo é uma arte tão difícil quanto saber o
livro das letras. Alguns não sabem ler a própria vida, mas sabem
reconhecer os caminhos como nenhum outro. Mas como é possível
saber reconhecer caminhos e não ir pela estrada certa?
26. Como fazer para decifrar uma flor? Na linguagem das coisas
sublimes, existe uma mensagem posta “no ar”. Em cada pólen solto
ao vento há uma carta, escrita em papel-pétala, mas que (quase)
ninguém sabe interpretar. Quantas são as pétalas de uma flor? Acho
que uma flor é como um livro. Tem mais pétalas do que leitores.
Nunca pára de dizer o que tem para dizer. Quem escreveu a pétala?
Um copista perfumado.
água do rio...
Há outro céu e outra terra, para além
do
mundo dos homens.
(Li Po)
51. Como tudo evolui, a comunicação também evolui. Pode ser que
parte da sua evolução no século XXI aponte a dimensão espiritual.
Nesse sentido, os médiuns ou mediadores são um vasto campo de
estudo porque são senão mais sensíveis, mais abertos a esses
contatos. Têm a capacidade de pôr em relação o mundo visível com
o invisível. Esses mediadores são canais pelos quais passam os
fluídos energéticos, eles podem, por conseguinte, sofrer com o
ruído, falhas, confusões e estão sujeitos à segunda lei da
Termodinâmica: a entropia. A entropia é o grau de desagregação de
um sistema, enquanto que, na primeira lei da termodinâmica, todo
sistema tende ao equilíbrio, na segunda, ele tende sempre a se
desestabilizar. Os mediadores são canais que podem estar sujeitos
também à redundância. A redundância é o grau de recorrência de
uma mesma informação sobre o sistema, assim, quanto mais
retroação da informação (energia) sobre o canal (mediador), tanto
mais inteligibilidade. Caso haja ruído, esse entendimento é
prejudicado. As formas de ruído são as mais diversas e podem
ocorrer sob diversas circunstâncias, desde a interferência do canal
até a ininteligibilidade da informação.
53. Todos esses tópicos suscitados aqui apontam para velhas - mas
sempre atuais - questões da comunicação: partilha, abertura,
diálogo, compreensão, comunidade, silêncio, espiritualidade, amor
são temas recorrentes, uns mais outros menos, que, por vezes,
vemos serem abordados e novamente tematizados. Outra não foi a
intenção desta meditação reflexiva. Se penso uma contribuição
conceitual e existencial da comunicação em nossos dias, ela parte
de uma retificação de caminhos. Uma epistemologia fundamental
requer que se reconheçam as bases onde se assentam os
conhecimentos comunicacionais. É certo por isso que poderíamos
ter ampliado o leque de temas a partir das respostas dadas: as
questões da técnica, do uso da palavra, da contação de histórias
(minimamente abordada aqui), das organizações, da informação
propriamente dita, etc. Sem dúvida, poderíamos destacar aqui
muitas outras formas de busca da sabedoria através dos elementos
presentes na comunicação, mas preferimos destacar apenas esses
oito como pontos de partida para novas explorações. É certo que os
campos profissionais não estão hoje associados ao desenvolvimento
da sabedoria humana, muito embora não exista conhecimento que
não possa ser trabalhado em seus conteúdos eco-existenciais. O que
chamamos de comunicosofia portanto não é nada mais do que uma
busca, um desafio e uma tentativa de reformar o pensamento
comunicacional, repensando-o noutro patamar, menos técnico, mais
humano e relacional, mais aberto, integrador das diversas faces da
nossa existência comunis.
54. Talvez por termos uma existência comum é que a política seja
algo tão importante em nossas vidas. Cegas para a poesia e a arte
tem sido, sem dúvida, a política. Há quem diga, como Juarroz, que
política e poesia não se misturam. Mas eu quero duvidar. Há quem
aposte numa Poe-política, uma dimensão artística da vida prosaica
ou uma dimensão lúdico-artística da vida social. Quem viu uma
dimensão peculiar à política foi Huizinga ao resgatar um sentido
medieval, perdido (e talvez até falso) do termo. Ele via em poli a
tradução para multiplicidade e em icos a idéia de guardião. Nesse
sentido, político seria o guardião da multiplicidade entre os homens,
o protetor da diversidade.
Sobre o autor:
NOTAS
1
Cf. Edgar Morin / Heterologia, segundo Michel Maffesoli, ou
o saber do múltiplo.
2
Cf. Donaldo Schuler.
3
“Rio sem discurso”, de João Cabral de Melo Neto.
4
“Perdemos a noção com-um quando permitimos que o saber se
parta em poços”, Donaldo Schuler.
5
Interação, informação, diálogo, vínculo, linguagem,
processo, partilha, comunidade, discurso, educação, relação,
manipulação, influência, persuasão, narração, retórica,
farmácia, atividade sensorial e nervosa, lementos
desencadeador e delimitador, modelo, formação, compreensão,
entendimento, interpretação, história, mito, cooperação.,
socialização, expressão, tautologia, ecologia, política,
jornalismo, cinema, publicidade, marketing, RP, literatura,
artes...
6
Silêncio
7
“Para lavar velhas mágoas, é preciso beber mil frascos”. Li Po.
8
“O silêncio foi a primeira coisa que existiu...” Arnaldo
Antunes.
9
Roland Barthes, “O Neutro”.
10
Sephirot: substantivo plural, termo da Cabala. Nome dado
às dez perfeições da divindidade, cujo conhecimento é o mais
alto grau da vida contemplativa. Elas eram: coroa.
Sabedoria, inteligência, força, misericórdia, beleza,
vitória, glória, fundamento e realeza.
11
Francis Bacon, “Ensaios morais”
12
Para os Donatistas, cristãos cismáticos do Norte da
África, no séc. IV d. C., Agostinho é o modelo de
intolerância.
13
Bacon, “Dignité des sciences”.
14
“Os Silêncios” In: Porta Giratória [livro de Mário
Quintana).
15
Corpo
16
“O corpo e seus símbolos”, de Jean Yves Leloup. “O Corpo
Fala”, de Pierre Weil.
17
In: O corpo e seus símbolos. Prefácio.
18
Emil Cioran, “Livro de las Quimeras”.
19
Filosofia e estética do abraço, de Maria da Conceição de
Almeida. Comunicação como abraço. Complexere (latim) = tecer
/ Complexus (grego) = abraçar.
20
Será isto auto-ajuda? A comunicação serve para auxiliar o
eu e a sociedade a encontrar a paz?
21
O comunicador
22
Fragmentos do Espólio, Brasília: UnB, 2004.
23
Goethe
24
“Synapsis (conjunção), significa contato físico,
organização de idéias, elaboração de planos, conversa,
entendimento amoroso e, em sentido hostil, colisão de
exércitos”. Donaldo Schuler.
25
Comunicador e tradutor.
26
Do evangelho de São Jerônimo. In: Socráticas.
27
Comunicador-tradutor-criador.
28
Comunicação: a brecha.
29
Henri Bergson, 1888. Ensaio sobre os dados imediatos da
consciência, PUF, 1946. pp. 123-124.
30
“Considero como sagrada a desordem de meu espírito”. A
Rimbaud / “Desarmonia sinfônica das almas” Carlos de Sousa.
/ Mia Couto, “Cronicando”, Lisboa: Ed. Teorema.
31
Daimon, palavra grega que significa gênio criador,
instigador. O pensamento católico a traduziu como demônio.
32
Jean Chevalier e Alain Ghreebrant
33
“Quando Deus entendeu a si mesLmo, ele gerou a si mesmo e
à sua antítese”. Nietzsche.
34
“Os nomes não designam as coisas: as envolvem, as
sufocam”. Roberto Juarroz.
35
Michel Maffesoli, Comunidade Localizada, In: Sob o Céu da
Cultura.
36
O nome
37
Homem-anúncio
38
Marca
39
Coisa
40
In: Ontologia da Realidade.
41
Walter Benjamim valoriza a figura do narrador, num texto
homônimo. / Theodor Adorno / Pierre Bourdieu.
42
Retrato Natural/ Mar abosluto. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1993.
43
Juremir Machado da Silva, A Miséria do Jornalismo
Brasileiro. Petrópolis, Vozes, 2000.
44
Poesia Vertical, Buenos Aires, Emecé, 1997.
45
O Vendedor de Passados. Rio de Janeiro: Gryphus, 2004.
46
“O ser humano deve ser o meio entre a planta e o
fantasma”. F. Nietzsche.
47
Nouveaux essais sur l’entendement humain
48
Roberto Juarroz Poesia e ealidade.
49
Platão, por volta de 386 a.C.
50
Crátilo. 433d. a 435c. Les Belles Lettres, 1969.
51
Friedrich NIETZSCHE, 1873. O livro do filósofo, III,
Flammarion, 1969, p. 179. / (1) Chladni (Ernst Florens
Friedrich), 1756-1824. Físico alemão que estudou as
vibrações acústicas por meio de figuras de areia.
52
Lewis Caroll, 1871. Do outro lado do espelho, Aubier,
1976.
53
Denis Diderot, por volta de 1765. Pensamentos soltos sobre
a pintura. Garnier Frères, 1877, XII, p. 77.
54
Wilhelm von Humboldt, 1829. Da diversidade das estruturas
da palavra humana e sua influência no desenvolvimento
espiritual da espécie humana, §20.
55
Tractatus Lógico-Philosoficus
56
Decimocuarta Poesia Vertical
57
Ver A Chama de uma Vela, de Gaston Bachelard.
58
Nos vedas, Agni (em sânscrito) é o deus do fogo. o mais
antigo e venerado dos deuses da India. Agni, Voyu e Surya
eram a trindade do fogo. Agni é o fogo na na terra, Voyu é
o fogo na atmosfera como o raio, e Surya é o fogo no céu.
como o sol.
59
Convite à Filosofia. SP: Ática, 1996.
60
Remédio = a palavra cura. Veneno = a palavra mata.
Cosmético = a palavra embeleza e mascara.
61
“A televisão é um chiclete para os olhos”. Frank Lloyd
Wright, arquiteto americano (1867-1959).
62
Poema “Jornal, Longe”. In: Mar Absoluto/Retrato Natural.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.
63
Ver sobre isso o texto “Pobreze e experiência”, de Walter
Benjamin.
64
Conferir Marilena Chauí, Convite à filosofia. Para ela, as
hipóteses para a origem da linguagem são quatro: 1. a
linguagem nasce por imitação. Os humanos imitam pela voz os
sons da natureza e, dessas onomatopéias ou imitações, nasce
a linguagem. 2. a linguagem nasce da imitação dos gestos,
pela pantomima ou encenação na qual cada gesto indica um
sentido. Pouco a pouco, cada gesto passa a ser acompanhado
de um som e estes se tornaram gradualmente palavras. 3. a
linguagem nasce da necessidade, a fome, a sede, o abrigo,
necessidade de reunir-se em grupo, formar comunidades. A
necessidade fez nascer palavras que exprimiam essas
necessidades. Formaram, a princípio, um vocabulário
elementar, rudimentar, gradativamente, tornou-se mais
complexo e transformou-se numa língua. 4. a linguagem nasce
das emoções, particularmente do grito, do medo, surpresa e
alegria. Nasce das paixões e, nascendo assim, é primeiro
linguagem figurada e por isso, surgiu como poesia e canto,
tornando-se prosa depois. As vogais nasceram antes das
consoantes, como a imagem nasceu antes da escrita. Primeiro
os homens cantaram seus sentimentos, depois exprimiram seus
pensamentos. Marilena Chauí, op cit, p. 140.
65
“A maior dor do vento é não ser colorido”. Mário Quintana.
66
Prigogine, Ilya. Ciência, razão e paixão. Belém: EdUFPA,
2001.
67
Morin, Edgar. Amor, poesia, sabedoria. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1998.
68
Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1996.
69
Gusdorf, Georges. Mito e metafísica. São Paulo: Convívio,
1980.
70
Kolakowski, Leszek. A revanche do sagrado na cultura
profana. In: Rev. Religião e Sociedade. Maio/1977, N. 1.
71
Moraes, Regis de. As razões do mito. Campinas: Papirus,
1988.
72
Seis propostas para o próximo milênio. SP: Cia das Letras,
1990.
73
“A única pessoa que gostaria de conhecer profundamente sou
eu mesmo”. Oscar Wilde.
74
Edgar Morin, O conhecimento do conhecimento. Porto Alegre:
Sulina, 2004.
75
Dístico do livro História das Ciências, Michel Serres
(Org.). Lisboa: Teorema, 1994.
76
Livro de Ítalo Calvino, Palomar (1996)
77
H. von Foerster, Epistemology of communication, IN:
Woordward, K. (org.) The Myths of information, Londres,
Routledge and Kegan Paul, 1980.
78
Altos e baixos, poesia de José Paulo Paes In: Socráticas.
SP: Cia das Letras, 2001.
79
“Onde os cientistas chegaram os artistas já tinham
chegado”. S. Freud.
80
Crise = krisis = acrisolar. krino (grego) = crítico =
critério
81
Idéia de Edgar Morin
82
Do fragmento 69 até o 85 foi publicado originalmente como
prefácio do livro Sob o céu da cultura, Ed. Casa das Musas –
Ed. Thesaurus, 2004.
83
Bohm, David. Sobre el diálogo. Barcelona: Kairos, 1997. /
Rosnay, Joel. O homem: gênio individual, idiota coletivo.
In: Castro, Gustavo de. et alli. Ensaios de Complexidade.
Porto Alegre: Sulina, 1997.
84
O alienado é uma espécie que silencia diante do mundo. As
emergências ao humano são tratadas como contigências. /
Segundo Lins a Silva “as fontes interpessoais e as
instituições mais próximas dos indivíduos são mais
influentes”
85
Certau diz: “ o cotidiano se inventa com mil maneiras de
caçar não autorizada”. / Os homens se odeiam uns aos outros.
(Freud)
86
“A vida não é fácil: é a arte do encontro, apesar de ser
feita de desencontros”. Vinícius de Morais.
87
Eclesiastes 1,8. O que seriam das religiões fundadas sobre
textos, ditos sagrados, se não fosse a palavra escrita? (Ex:
Bíblia, Alcorão, Livro dos Espíritos...)
88
Poesia Vertical, XI,4.
89
Fragmentos do Espólio. Brasília: UnB, 2004.
90
Do fragmento 33 ao 55 foi originalmente publicado In:
Dravet, Florence; Castro, Gustavo de. Sob o céu da cultura,
Brasília, Ed. Casa das Musas – Ed. Thesaurus, 2004.
91
Zemelman, Hugo. Los horizontes de la razón: uso crítico de
la teoria. Vol. I e II. Barcelona: Anthropos; México: El
Colégio de México, 1992.
92
Castro, Gustavo de. et alli. Ensaios de complexidade.
Porto Alegre: Sulina, 1997.
93
Juarroz, Roberto. Decimocuarta poesia vertical/Fragmentos
Verticales. Buenos Aires: Emecé, 1997,p.128. / Macherey, P.
In: Pimenta, Alberto. O silêncio dos poetas. Lisboa: A regra
do jogo, 1978, p. 98 / Nietzsche, F. Vontade de potência.
Trad. Mário F. Santos. Rio de Janeiro: Ediouro, p. 288
94
Calvino, I. O contraste entre o mundo e a palavra. In: O
Estado de S. Paulo, 18/3/84. P.2 e 3. Originalmente uma
conferência preparada para o “James Lecture” (1983) no New
York Institute for the Humanities.