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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA

MÓDULO XI

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


PROCESSO DE EXECUÇÃO

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Processo de Execução

1. INTRODUÇÃO

Na execução, não há uma sentença de mérito, mas uma resposta de


mérito, ou seja, o juiz toma providência para a satisfação do pedido, que, no
processo de execução, é a satisfação do direito (crédito). A execução é,
portanto, uma ação, já que há uma resposta de mérito. Existe, portanto,
necessidade de preencher as condições da ação, a saber : possibilidade jurídica
do pedido, legitimidade de parte e interesse de agir.

Quem tem legitimidade ativa é o credor, o espólio ou herdeiros, e o


cessionário.

Para o credor efetuar a cessão de crédito, não é preciso o consentimento


do devedor. É necessário, porém, notificar o devedor sobre essa cessão de
crédito. Iniciada a execução, o credor pode ceder seu crédito. O Supremo
Tribunal Federal, porém, diz que, no processo de execução, não se aplica o art.
42 do Código de Processo Civil, porque, havendo execução de um crédito, esse
crédito pode ser cedido a terceiro; o art. 42 diz que a ação continua correndo
entre as partes originárias, contudo, o Supremo afirma que, no processo de
execução, não continua entre as partes originárias, mas sim entre o cessionário
(adquirente) e o devedor.

No processo de execução é muito comum haver litisconsórcio. Basta


que, no título executivo, haja mais de um credor ou mais de um devedor.

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Quanto à intervenção de terceiros, é impossível ocorrer no processo de


execução. O que se admite é a figura de assistência nos embargos à execução,
que têm natureza de processo de conhecimento.

O art. 570 do Código de Processo Civil trata de situações em que há


um título executivo judicial e o credor não toma a iniciativa da execução. O
devedor assume a iniciativa para que o credor seja citado e venha receber. O
artigo estabelece que o devedor assume, no processo, posição idêntica à do
exeqüente. Esse artigo permite que o devedor use o mesmo processo, os
mesmos autos em que foi condenado, para promover contra seu credor uma
ação de consignação em pagamento.

Quem tem legitimidade passiva – para figurar num processo de


execução – é o devedor que figurar como tal no título executivo.

A cessão de débito, porém, é possível, desde que com a anuência do


credor. Isso porque quem responde pelas dívidas do devedor é seu
patrimônio.

Haverá interesse de agir quando houver necessidade e adequação. A


execução será necessária quando houver um inadimplemento do devedor. Por
isso, se não houver vencido a dívida, falta interesse para a execução. A
execução é adequada pela existência de um título executivo.

O art. 592 do Código de Processo Civil permite que a execução atinja


bens de terceiros, que não os do devedor, desde que os terceiros tenham
responsabilidade patrimonial. Ex.: bens da esposa, desde que a dívida reverta
em proveito do casal.

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2. REQUISITOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Para uma execução, é necessário o preenchimento de dois requisitos


essenciais: o inadimplemento do devedor e a existência de um título executivo.

No processo de execução, parte-se do princípio de que já se sabe quem


está com a razão, visto que o autor possui um título executivo judicial, que se
caracteriza por um sentença, ou um título executivo extrajudicial. Esses títulos
executivos só podem ser criados por lei, ou seja, o rol enumerado nos arts. 584
e 585 do Código de Processo Civil é taxativo (numerus clausus).

O título executivo contém uma obrigação, que se reveste de atributos de


liquidez, certeza e exigibilidade.

Liquidez consiste na determinação ou determinabilidade do quantum


debeatur (quantidade devida ao credor), a partir dos elementos contidos no
título. Um título tem liquidez quando, a partir dele próprio, se chega ao valor
devido ao credor.

Exigibilidade decorre do alcance do termo da obrigação. O cheque é uma


ordem de pagamento à vista.

Certeza consiste na determinação do objeto do direito a ser satisfeito.

A execução tem que ser feita no documento original, exceto no caso de o


título fazer parte de um processo criminal, quando a jurisprudência admite
cópia autenticada. Ex.: ladrão que rouba cheque e é pego. O cheque deve ser
juntado ao processo-crime.

Outra exceção é o caso das apólices de seguro, que podem ser


executadas por meio de cópias autenticadas.

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2.1. Títulos Executivos Judiciais

O primeiro título é a sentença civil condenatória. Vale lembrar que essa


sentença não precisa transitar em julgado para que se possa iniciar a execução,
bastando apenas que não caibam mais recursos dotados de efeito suspensivo;

O segundo título é a sentença penal condenatória transitada em julgado.


Essa, sim, precisa transitar em julgado, como o próprio nome já diz, para que
se possa iniciar a execução. A razão para esse trânsito é a obediência ao
Princípio da Presunção de Inocência.

A sentença penal condenatória transitada em julgado, porém, apesar de


funcionar como título executivo, necessita da liquidação, visto que essa
espécie de sentença não trata do montante do prejuízo sofrido pela vítima e,
mesmo que quisesse, não poderia fazê-lo, em função da falta de participação
da própria vítima no processo criminal.

Exemplos:

a) Atropelamento

De um atropelamento resultam dois tipos de ação: penal e civil.


Imaginemos que as duas foram propostas. Podem ocorrer, entre outras,
duas situações:

• A ação penal foi julgada improcedente por falta de provas e, nesse caso, a
ação civil pode perfeitamente prosseguir;

• A segunda situação possível é a ação penal ser julgada procedente.


Nesse caso, a ação civil perde seu interesse jurídico, visto que a condenação
penal transitada em julgado já é um título executivo. O juiz, dessa forma, teria
que extinguir a ação civil por falta de interesse superveniente. Vale ressaltar

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que as custas ficariam a cargo do réu, visto já ter sido apurada sua
responsabilidade penal.

Encontramos exceção quando a ação estiver bem adiantada, já na fase


de avaliação do quantum debeatur, perfazendo uma perícia bastante onerosa,
por exemplo. Nessa situação, o juiz não extinguiria a ação civil, mas também
não mais falaria sobre a culpa do réu (visto já ter sido condenado
penalmente), trataria apenas da liquidação do prejuízo.

b) Duas ações: uma penal e uma civil

A ação civil foi julgada improcedente e transitou em julgado por


incompetência do advogado. A ação penal condena o réu. Nesse caso, pode a
vítima, que perdeu a ação no âmbito civil, usar a sentença penal como título
executivo? A opinião do STJ é que a vítima não pode usar a sentença penal
condenatória– mesmo após o trânsito em julgado– como título executivo,
visto que na esfera cível prevalecem as sentenças cíveis, o mesmo
acontecendo na esfera penal. Uma única saída talvez fosse possível nessa
situação: a ação rescisória com a finalidade de anular a ação civil.

O terceiro título é a sentença arbitral, que é tratada na nova Lei de


Arbitragem, que prevê que não há necessidade de ser homologada pelo juiz.
Mesmo assim, está no rol dos títulos executivos judiciais, portanto, é um
título executivo judicial que não provém de um juiz.

O quarto título é a sentença de acordo. Quando o juiz homologa um


acordo, isso implica extinção do processo com julgamento de mérito. Não é a
homologação judicial que atribui eficácia ao acordo, pois o que vale é a
manifestação de vontade das partes, já que depende disso. Depois de feito o

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acordo e antes de homologado, portanto, a parte não pode desistir sem a


anuência da outra parte.

O quinto título é a sentença estrangeira. Sobre esse título, vale dizer que é
necessária a homologação da sentença pelo Supremo Tribunal Federal.

O sexto título é o formal e a certidão de partilha, expedido após o


inventário ou arrolamento. Aquilo que consta do formal de partilha vale como
título executivo. A decisão do juiz, que defere a tutela antecipada, vale como
título executivo judicial, pois já pode ser executada, mesmo que
provisoriamente. O rol legal de títulos executivos é taxativo e, como a tutela
antecipada foi criada por lei, não fere a taxatividade.

2.2. Títulos Executivos Extrajudiciais

Têm previsão no art. 585 do Código de Processo Civil (cheque, nota


promissória, duplicata, letra de câmbio...)

Quanto ao cheque, só é possível fazer a execução enquanto não estiver


prescrito, podendo ser cobrado, quando assim estiver, por ação de cobrança ou
ação monitória.

A duplicata é um título causal, ou seja, só pode ser emitido com base em


uma determinada coisa (como a venda mercantil ou uma prestação de
serviços). Se ela for aceita (aceite do devedor), por si só já é suficiente para a
execução. Se não aceita, poderá ser executada, se vier acompanhada de dois
documentos – nota fiscal, com respectivo comprovante de entrega de
mercadoria ou prestação do serviço, e o instrumento de protesto.

A escritura pública e o instrumento particular, feito pelo devedor e


assinado por duas testemunhas, também são títulos executivos extrajudiciais.
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A lei considera título executivo o acordo firmado por duas pessoas e


assinado por seus advogados.

O contrato de locação tem validade de título executivo extrajudicial. Não


é preciso estar assinado por duas testemunhas.

O boleto de cobrança de condomínio não é título executivo extrajudicial


e, portanto, para ser cobrado, deve ser acionado em ação de cobrança, não em
execução direta.

3. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

A execução pressupõe título executivo que seja líquido e, portanto, pode


ser precedida de um processo de liquidação.

A liquidação será necessária quando houver condenação genérica (é


aquela que não estabelece o quantum debeatur ou não individualiza a coisa
objeto da obrigação).

A liquidação, assim, é objeto de um novo processo, que complementa o


processo de conhecimento e prepara o processo de execução. Pode ter duas
formas, segundo o Código de Processo Civil: por artigos e por arbitramento.

Com a nova redação do art. 604 do Código de Processo Civil , foi


suprimida a liquidação por cálculos do contador; se a apuração do crédito
depender de uma operação aritmética, o credor deve apresentar uma memória
do cálculo e desde logo promover a execução.

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Para se opor a esse cálculo, o devedor se utiliza dos embargos do devedor.

Parte da doutrina entende que esse dispositivo (art. 604 do CPC) não se
aplica à Fazenda Pública, porque ele faz menção à execução por penhora, e a
execução da Fazenda Pública tem seu regime especial. Ressalta-se, também, a
indisponibilidade do interesse público.

A posição que admite a aplicação do dispositivo considera, inclusive,


que os embargos da Fazenda não estão sujeitos à prévia garantia do Juízo.

O art. 604 é inaplicável, em se tratando de pensão alimentícia, quer pela


indisponibilidade, quer pelo fato de a prisão poder ser decretada. Na execução
de pensão alimentícia, a prisão é uma das formas, e, além disso, quando o
devedor é citado para pagar sob pena de prisão, a ele é dado justificar as
razões, quer já tenha pagado ou haja impossibilidade de fazê-lo.

A supressão da liquidação por cálculo do contador não impede que o juiz


se valha do seu auxiliar da Justiça, que é a Contadoria.

• Liquidação por artigos: tem lugar quando é preciso alegar e provar


fato novo, para se chegar ao quantum debeatur. Sempre que houver
insuficiência de provas na liquidação por artigos, a sentença será de extinção
sem julgamento de mérito (diferente do processo de conhecimento, em que a
sentença será de improcedência).

• Liquidação por arbitramento: não há necessidade de se alegar fato


novo, mas apenas de quantificar o que já está expresso, em termos qualitativos,
pela sentença. Ex.: alguém danificou determinado bem da pessoa. É preciso,
apenas, determinar o valor da indenização. Para isso a lei estabelece que o juiz
se valha de um perito.

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Tanto na liquidação por artigos quanto na liquidação por arbitramento,


teoricamente, é possível chegar à liquidação zero, ou seja, apesar de
reconhecido o dever de pagar, em concreto a obrigação não tem valor.

A sentença que a decretar é uma sentença de mérito e, como tal, fará coisa
julgada material. Para outra parte da doutrina, se o autor não provar, na liquidação,
o quantum debeatur, ele pode promover outra liquidação para prová-lo.

O processo de liquidação finda por sentença, que é apelável, sendo


recebida somente no efeito devolutivo.

Não se confunde sentença de liquidação, que é apelável, com decisões


sobre atualizações de valores, que são agraváveis.

Na liquidação, é vedado discutir novamente a lide. É a regra da


fidelidade da liquidação ao título executivo (art. 610 do CPC).

A liquidação precisa respeitar a coisa julgada e a eficácia preclusiva da


coisa julgada.

4. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

Inicialmente, é necessário distinguirmos débito de responsabilidade.


No débito, o sujeito deve, sendo ele o titular da obrigação de pagar. Na
responsabilidade, a pessoa responde, com o seu patrimônio, pelo
pagamento do débito.

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Em 99% das vezes, quem possui o débito possui também a


responsabilidade, porém, em 1% dos casos ocorre de a pessoa ter o débito,
mas não ter a responsabilidade. Ex.: devedor de jogo – a pessoa tem o débito,
mas não existe uma forma de acioná-lo judicialmente, visto que o objeto é
ilícito, causando a carência da ação. Outro exemplo é a dívida prescrita.

Outra situação se dá quando a pessoa não tem o débito, mas tem a


responsabilidade. Ex.: fiança – contrato pelo qual alguém sujeita seu
patrimônio a uma dívida que não é sua.

Para a execução, só pode ser sujeito passivo quem tem o débito, porém,
a execução admite que a ação recaia sobre o patrimônio de quem tem a
responsabilidade, mesmo que essa pessoa não seja o titular do débito. Ex.:
empresa fantasma – o sócio abre uma empresa com amigos e faz empréstimos
em um determinado banco em nome da empresa, não investindo o dinheiro,
adquirido pelos empréstimos, na empresa, apesar de o empréstimo ter esta
finalidade. Quando da execução, o juiz percebe que a empresa não possui
nada em seu nome e desconfia da fraude. O juiz pode decretar a
desconsideração da personalidade jurídica da empresa e penhorar os bens dos
sócios, mesmo que eles não integrem o pólo passivo da relação jurídica
(banco x empresa). Caso os sócios queiram contestar essa decisão do juiz,
podem opor embargos de terceiros (seria esse o recurso, pelo fato de os sócios
não fazerem parte do pólo passivo da relação), argumentando a inexistência
de fraude na relação, o que obrigaria o juiz a se estender um pouco mais no
estudo da eventual fraude.

Indaga-se: um dos cônjuges contrai uma dívida (emite uma promissória)


sem a assinatura do título pelo outro cônjuge. Nesse caso, o cônjuge que não
assinou o título responde pela dívida contraída pelo outro? Depende. Se a
dívida beneficiar apenas o cônjuge que contraiu a dívida, o outro não

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responderá. Por outro lado, se a dívida contraída pelo cônjuge for revertida
em proveito da família, então o outro responderá por ela também, e aqui
encontramos uma presunção relativa de que qualquer dívida, contraída por um
dos cônjuges, beneficia aos dois. Nesse caso, o outro cônjuge tem que provar
que não adquiriu nenhum benefício proveniente da dívida, ou seja, o ônus da
prova é do cônjuge que não contraiu dívida nenhuma. Existem duas exceções
a essa regra. Importante ressaltar que as regras dispostas a seguir valem para
qualquer regime de bens:

• Dívida de aval: se um dos cônjuges der o seu aval, apenas os bens


dele respondem pela obrigação assumida. Diferentemente da fiança,
que obriga a existência da outorga uxória.

• Dívida decorrente de ato ilícito.

Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no caso de


um dos cônjuges ser acionado pelo banco, o outro cônjuge, apesar de não ser
devedor, pode escolher qual embargo prefere opor: se embargos de devedor
(caso queira discutir a dívida) ou embargos de terceiro (caso queira livrar os
seus bens). No caso do cônjuge preferir opor embargos de devedor, surge uma
situação de legitimação extraordinária ou substituição processual oriunda da
jurisprudência, não da lei, que é a regra.

Existem duas formas para calcular a meação:

• Soma de todos os bens em dinheiro e divisão pela metade.

• Cálculo global: calcula-se bem a bem, dividindo-se o valor de


cada um pela metade.

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O cálculo admitido pela doutrina e a jurisprudência é o global.

No caso de dívida contraída por um cônjuge, que não reverteu para a


família, o bem vai inteiro a hasta pública e a metade é devolvida ao outro
cônjuge, sem prejuízo. Nesse caso, quando a penhora recair sobre bem
imóvel, o outro cônjuge tem que ser citado– ato que abre o prazo para o outro
cônjuge opor embargos de terceiro.

Outra situação interessante sobre responsabilidade patrimonial é a


fraude na execução, que ocorre quando a pessoa do devedor vende bens e fica
insolvente. A fraude aqui é mais grave, porque já existe a demanda contra ele.

Para a caracterização da fraude na execução, é necessário o preenchimento


de dois requisitos: alienação de bens e insolvência na execução. Para que haja
esse tipo de fraude, é preciso que o devedor efetue a alienação dos bens a partir
da citação do processo de conhecimento; mas o juiz do conhecimento não pode
decretar a citada fraude, visto que o devedor pode repor o bem que alienou. A
fraude à execução só pode ser decretada na fase de execução, quando finda a
possibilidade de o devedor voltar a ser solvente.

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