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A obra Semiológica do Teatro organizada por Guinsburg (1988) contribui tanto para
entender as articulações de elementos das diversas linguagens na produção do
teatro quanto para analisarmos a apreensão do sentido realizada pelo expectador.
Fazer de conta, fingir, imaginar ser outro, criar situações imaginárias são atitudes
essencialmente dramáticas que são criadas pelo homem para desenvolver
habilidades, capacidades e provir sua existência. A atuação é o meio pelo qual nos
relacionamos com o outro, ou seja, estabelecemos um jogo, a criança ao deparar-se
com signos e situações novas, joga com esses até compreender e internalizar essa
situação. O processo dramático é considerado um dos mais vitais para os seres
humanos. Uma característica essencial do homem é a imaginação criativa, esta o
capacita para dominar o meio onde vive, superar suas limitações físicas e mentais
distinguindo-o dos outros animais.
O teatro é tão antigo quanto a humanidade, afirma Berthold (2005) que analisa as
formas primitivas da transformação numa outra pessoa como uma das formas
arquetípicas da expressão humana. O raio de ação do teatro, portanto, inclui a
pantomima de caça dos povos da idade do gelo e as categorias dramáticas
diferenciadas dos tempos modernos. A história do teatro europeu começa aos pés
da Acrópole, em Atenas (p.102). O teatro é uma obra de arte social e comunal;
nunca isso foi mais verdadeiro do que na Grécia Antiga. A multidão reunida no
theatron não era meramente espectadora, mas participante no sentido literal. O
público participava ativamente do ritual teatral, religioso. A grande transformação na
comemoração Dionisíaca se deu com o surgimento da tragédia. Foi Téspis um
solista do coro, que teve a nova e criativa idéia, se colocou à parte do coro, como
solista e criou o papel do hipókrites, “o respondedor” e mais tarde o ator, que
apresentava o espetáculo e se envolvia num diálogo com o condutor do coro, desta
forma os gregos iniciaram a organização teatral, por esse caminho estruturava-se a
dramaturgia, e assim surgiu a tragédia, etimologicamente, tragos “bode” e ode
“canto”.
Aristóteles também deu seu destaque ao jogo na educação, mas sendo um cientista
o fez de um modo específico. O movimento lúdico deveria ser encorajado para
prevenir a indolência, enquanto que o jogo em geral “conviria não ser nem liberal,
nem muito árduo, nem muito ocioso” (COURTNEY, op cit, p.6). Define esses dois
propósitos do jogo porque faz distinção entre atividades que têm fim em si e podem
ser desfrutadas por seus próprios objetivos (que é felicidade) e aquelas que são
recursos para um fim. Como a educação deve preparar para a vida prática e ao
mesmo tempo proporcionar lazer, o jogo é de máxima importância. Na Poética, com
sua discussão sobre o teatro, discorda de Platão “equivocou-se quanto à natureza
da imitação”, diz Aristóteles: O teatro não imita os fatos, mas as idéias abstratas – o
ator não imita o Édipo real, mas uma versão idealizada de seu caráter (p.7).
Personagens dramáticas não são apresentadas como realmente são: a comédia as
torna piores e a tragédia as torna melhores do que são na vida real.
Por volta do século IX, iniciou-se uma mudança nesse conceito. Carlos Magno,
coroado Sacro Imperador Romano em 800, fundou escolas e monastérios por toda a
Europa, e assim quando os trabalhos aristotélicos reapareceram o cenário estava
pronto para a reavaliação do teatro. Foi sobre tal base que o teatro cristão pôde se
desenvolver e assim, quando os tropos do século X tornaram-se dramáticos, havia
um elemento do pensamento aristotélico dentro da igreja que pôde garantir-lhe o
apoio. Foi criado um teatro litúrgico com um propósito didático centrado nas escolas
monásticas. Seu objetivo era claramente o de ajudar o analfabeto a compreender a
fé.
Na Renascença, o mundo dos homens foi reabilitado pela descoberta dos livros
clássicos. No final do século XVI, as atividades dramáticas surgiram em quase todas
as escolas. O humanismo enfatizava a arte do falar, particularmente o latim, e,
muitas vezes, essa prática se fazia através do diálogo; isto introduziu o estudo do
teatro antigo. Como conseqüência, encenações escolares eram comuns, esse
caminho permitiu aos pensadores desenvolverem formas ainda mais liberais de
educação.
Outra evolução educacional interessante foi o uso do teatro feito pelos jesuítas. A
Ordem fundada em 1534 por Inácio de Loyola, teve uma base aristotélica e
procurava fomentar o latim como língua internacional. Embora no começo do século
XVII houvesse uma crescente ênfase na didática e na magnificência do espetáculo,
a maioria das peças jesuíticas, nas escolas, era escrita pelos professores ou pelas
crianças. Os puritanos fundamentando seu pensamento na Lei Mosaica de que um
sexo não deveria usar as roupas do outro, atacaram o teatro na Inglaterra, da
metade do século XVI à metade do século XVII. Era tolerado nas escolas, mas
deveria ser moralmente sadio e preferencialmente em latim.
Goethe considerava que o teatro escolar tinha um efeito benéfico tanto sobre os
espectadores quanto sobre o ator. A improvisação é de grande valor: ela molda os
pensamentos mais íntimos e dessa forma os libera, desenvolvendo a imaginação.
Referências