DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Deficiência Intelectual é um termo usado para nomear, nas pessoas, a constatação da existência
de um quadro de limitações no funcionamento cognitivo, associado também a limitações em
duas ou mais das áreas consideradas como habilidades adaptativas, como a comunicação, o
auto-cuidado, a vida social, a autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e
trabalho. As causas da deficiência podem ter origem genética, no uso de drogas na gravidez,
dificuldades no parto, doenças como meningite e sarampo, assim como má nutrição extrema e
exposição às substâncias como mercúrio e chumbo. Em relação à aprendizagem, as pessoas com
deficiência intelectual tem um desenvolvimento mais lento, podendo apresentar na área motora
demora no processo de marcha, alterações na coordenação motora fina, no equilíbrio e
locomoção. Apresentam dificuldades na recepção e emissão de estímulos lingüísticos,
dificuldade de abstração, vocabulário restrito, ecolalia, dificuldade de generalização, dificuldade
de memorização e de atenção por um período maior de tempo e dificuldades de resolução de
problemas.
Vigotsky em seu estudo denominado princípio defeito compensação, discorre sobre a existência
de um limite biológico que se impõe sobre o desenvolvimento das pessoas com déficit
intelectual. Mas ao contrário do que muitos profissionais pregaram durante anos, tratando a
deficiência sempre como incapacitante, Vigotsky nos mostra que há sim, a possibilidade de
criação de novos caminhos de desenvolvimento para pessoas com deficiência. Segundo o
estudioso, todo defeito cria estímulos para elaborar uma compensação, ou seja, cria uma reação
individual e contínua de adaptação ao déficit. Mas apenas essa força individual, não será
garantia de sucesso. Uma pessoa com deficiência não conseguirá compensar o defeito, se não
houver um ambiente social favorável, rico em estímulos, com pessoas mediando o processo de
desenvolvimento e dando apoio. Assim, o desenvolvimento cognitivo do aluno deficiente
intelectual só ocorrerá através de sua participação no grupo social e na mediação do
conhecimento estabelecida por outras pessoas, para a aprendizagem de novos conteúdos que
impulsionarão seu desenvolvimento.

Sugestões de atividades

TEMA: Brincando com a música

OBJETIVOS:
• Desenvolver a escuta, a atenção e a concentração.
• Desenvolver a memória auditiva.
• Desenvolver a expressão corporal.
• Acompanhar o ritmo da canção.
• Exercitar o canto e desenvolver a linguagem oral.

METODOLOGIA:

1º momento - Levar para o trabalho musical e corporal em sala, a música “Boneco de Lata” em
Cd, de Bia Bedran. Cantando e dançando essa canção, a criança trabalha muito a memória, ao
ter que repetir e mostrar até o final da música, em si mesma, todas as partes do corpo do boneco,
que são apresentadas e acrescentadas gradativamente.

BONECO DE LATA

Meu boneco de lata caiu com a cabeça no chão

Levou mais de uma hora pra fazer a operação
Desamassa aqui, pra ficar bom
Meu boneco de lata caiu com um braço no chão
Levou mais de duas horas pra fazer a operação
Desamassa aqui, desamassa aqui, pra ficar bom
Meu boneco de lata caiu com o outro braço no chão
Levou mais de três horas pra fazer a operação
Desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui pra ficar bom
Meu boneco de lata caiu com uma perna no chão
Levou mais de quatro horas pra fazer a operação
Desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, pra ficar bom
Meu boneco de lata caiu com a outra perna no chão
Levou mais de cinco horas pra fazer a operação
Desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, pra ficar
bom
Meu boneco de lata caiu com o corpo no chão
Levou mais de seis horas pra fazer a operação
Desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa
aqui, pra ficar bom
Meu boneco de lata caiu com o bumbum no chão
Levou mais de sete horas pra fazer a operação
Desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa aqui, desamassa
aqui, desamassa aqui, pra ficar bom

2º momento - Levar para sala latas de leite em pó, vazias, e cabos de vassouras cortadas.
Utilizar esse material como um instrumento de percussão, o tambor, para acompanhar
ritmicamente a pulsação da mesma música anterior, ao som do cd.
Depois, fazer um jogo chamado “eco rítmico”, onde o professor produz um motivo rítmico que
deverá ser ouvido e repetido pelo aluno em seu tambor. Para ficar mais dinâmico e para
desenvolvimento da criatividade do aluno, pode haver uma troca, onde ele passa a criar o tema
rítmico e o professor imita o som e ritmo criado. O nível de dificuldade da atividade deve ser
aumentado, na medida em que o professor observa o desenvolvimento do aluno.

3º momento - Distribua um pedaço de tecido colorido, um para cada criança da sala. É

importante que eles sejam leves e que produzam movimento ao serem agitados pelas crianças.
Ao som de uma música instrumental, sugira uma brincadeira : peça que andem pela sala,
movimentando livremente os lenços, seguindo a melodia da música. A música deverá ser
interrompida pelo professor e a pausa será um comando para que joguem os tecidos para cima e
a os peguem, a cada vez, com uma parte diferente do corpo. Nas primeiras vezes poderá ser
livre, onde os alunos poderão pegar com a parte do corpo que quiserem (com a cabeça, com a
barriga, com o braço, com o cotovelo, com os pés, com as costas, com as mãos, com o bumbum,
etc.). Posteriormente o professor deve efetuar o comando de qual parte do corpo deve pegar o
lenço.

RECURSOS:

 Aparelho de som e cds de Bia Bedran “Brinquedos Cantados” e de música instrumental.

 Sucatas: latas de leite em pó vazias, cabos de vassoura cortados.
 Lenços de tecidos leves e coloridos.

AVALIAÇÃO:

No final das aulas será feito um registro de tudo o que aconteceu, para que se possa comparar
com o plano de aula e observar se a experiência atingiu os objetivos propostos. Observar nesse
caso de aluno com DI, se no final das atividades há uma resposta positiva em relação ao
desenvolvimento: de sua capacidade de manter atenção, na execução de instruções mais
complexas, na sua expressão oral e na função mental de memória auditiva. Avaliada a atividade
e seus resultados, verificar se ajustes serão necessários e quais deverão ser feitos, nos planos de
aulas seguintes.