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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA CIDADE


CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL
DISCIPLINA: DI − 177 SEMINÁRIO EM DESIGN II
Profª Leila Longo

INTRODUÇÃO AO CURSO: O DESIGN E O ADVENTO DA MODERNIDADE

O surgimento do desenho industrial se insere num fenômeno maior que é o advento da


modernidade no mundo ocidental. O design é um dos produtos resultantes da sociedade moderna ou, mais
precisamente, da Revolução Industrial. Ao final do século XVIII e início do século XIX, já havia na Europa
as bases e para o desenvolvimento da indústria e do comércio e, portanto, do desenho industrial.

O advento do Iluminismo 1 no século XVIII foi um grande inspirador para Revolução Americana (a
guerra de independência dos EUA, em 1776, e o início da industrialização nas ex-colônias inglesas), com a
conseqüente fundação dos Estados Unidos com a premissa "Todos os homens são iguais".
Em seguida, a Revolução Francesa (1789), também inspirada pelos ideais iluministas. Ela foi o
ponto de partida para a conscientização ética e econômica da população. O comércio desenvolveu-se e
foi necessariamente precursor do desenvolvimento do desenho industrial, um dos produtos surgidos da
Revolução Industrial. Ela tem início na Inglaterra, de 1750 com inovações de grande impacto social e
econômico, pois o maquinismo predomina na produção industrial: máquina a vapor (1769), teares
mecânicos de fiação (1767), máquina de despolpamento de algodão (1793), locomotiva e estrada de ferro
(1829), etc. No restante do continente europeu, começa a partir do século XIX.

O termo “design moderno” se refere a uma prática e ideologia de design que têm suas origens no
século XIX em função do desenvolvimento da novas tecnologias industriais: na Grã-Bretanha, por haver
necessidade de divisão clara entre o artista e o designer, criaram-se escolas para dar esse treinamento
diferente das escolas de arte. Com as mudanças na forma de produção durante a Revolução Industrial,
cada vez mais se fez necessário que houvesse alguém responsável pela concepção dos objetos industriais.

Essa figura seria conhecida como o designer e, mais tarde, designer de produto. A diferenciação
de trabalho de design entre o reponsável pelo projeto na indústria e o artesão, com uma tradição antiga,
se torna evidente.

Para compreender o design hoje, é preciso voltar os olhos para épocas anteriores à Revolução
Industrial, pois já havia modelos estéticos, tendências à formas-padrão e método. No século XVIII, a
transição do trabalho manual para a produção industrial − o trabalho conceitual ou o planejamento do
objeto − inicialmente separou-se o trabalho feito à mão daquele feito à máquina.

Portfólios e livros de padronagens já estavam sendo impressos para garantir as encomendas. Novo
mobiliário, por exemplo, era produzido antes da encomenda e posto à venda como peça terminada em
lojas maiores e em catálogo de vendas. Ou seja, o design começou a adquirir importância não só para a

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O Iluminismo foi o movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII.
Nessa época, o desenvolvimento intelectual que vinha ocorrendo desde o Renascimento deu origem a idéias de
liberdade política e econômica defendidas pela burguesia. Os filósofos e economistas que difundiam essas idéias
julgavam-se propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas. O Iluminismo trouxe
consigo grandes avanços que, juntamente com a Revolução Industrial, abriram espaço para a profunda mudança
política determinada pela Revolução Francesa.
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produção, mas também para a venda. Com o aumento da importância do design, o treinamento de
desenhistas ficou mais especializado; por isso, além das academias clássicas de arte, escolas e museus de
arte comercial, depois da segunda metade do século XIX, reuniram, com propósito educativo, a técnica e
o gosto. Contudo, é bom lembrar, desde a revolução nascida com a criação de tipos móveis por
Gutenberg, a imprensa, no século XV, o designer gráfico tem sido responsável por produção em série do
livro, o primeiro objeto de design produzido em massa.

− Modernidade / Modernismo

A Modernidade é um fenômeno do Ocidente. Para compreender a nossa atualidade, é fundamental


compreender suas origens: a Modernidade, uma época que se inicia por volta de 1780, com uma dupla
revolução, a industrial e a burguesa. Uma época marcada por prodigiosas invenções tecnológicas, pelo
surgimento do capitalismo moderno, pela industrialização, pelo enorme crescimento das metrópoles que
regem o mercado mundial, pelo surgimento das massas como atores históricos, pela explosão da mídia,
pela velocidade que determina o ritmo de vida, pelas criações de vanguarda, etc. Por outro lado, segundo
Walter Benjamin, a Modernidade se caracteriza pela discrepância entre o admirável avanço tecnológico e
a patente incapacidade de se organizarem sociedades mais justas e mais humanas.

O Modernismo, que começa no final do século XIX, se caracterizou por um conjunto de


movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século
XX. Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se
diferenciam e até mesmo se antagonizam. Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura,
design, pintura, escultura e a música modernas.

Em princípio, o movimento pode ser descrito genericamente como uma rejeição da tradição e
uma tendência a encarar problemas sob uma nova perspectiva baseada em idéias e técnicas atuais.

O movimento moderno baseou-se na idéia de que as formas tradicionais das artes plásticas,
literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassados, e que se fazia
fundamental deixá-los de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de re-
examinar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as
"marcas antigas" e substituí-las por novas formas, possivelmente melhores, de se chegar ao progresso. Em
essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e
imanentes, e que as pessoas deveriam se adaptar as suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era
novo era também bom e belo. Para Walter Benjamin, o “fetiche do novo” gera obsolescência precoce e
caducidade. A modernidade é melancólica pelo seu abandono da tradição e da história.

Nas artes plásticas, a ruptura com a tradição aliada ao fetiche do novo incentivam o registro do
presente, da captação do instante. O impressionismo é um exemplo.

Na literatura, o poeta Charles Baudelaire (1821-1867), precursor do simbolismo, vive as mudanças


trazidas pela modernidade em Paris e escreve o ensaio O pintor da vida moderna (1859) onde faz o elogio
da apreensão do momento presente que faz o pintor Constantin Guys, com sua frenética pincelada. Guys
é um verdadeiro cronista da vida moderna que destrói da aura da obra de arte e faz prevalecer artes
antes periféricas como a moda, a maquiagem, as gravuras e o croqui. Seu trabalho é envolto numa
atmosfera de bulício e efervescência que institui o cenário de um personagem central na multidão
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cosmopolita: o flâneur, o solitário observador da metrópole agitada e da multidão moderna − ao lado do


dândi. A captação do momento passageiro, do presente fugaz e a velocidade na execução são os traços da
modernidade que Guys tão bem retratou em esboços e rascunhos.

Ao mesmo tempo, forças sociais, políticas e econômicas trabalhavam de forma a eventualmente


serem usadas como base para uma forma radicalmente diferente de arte e pensamento. Encabeçando
este processo estava a industrialização, que produziu obras como a Torre Eiffel, superam as limitações
que determinavam a altura de um edifício e, ao mesmo tempo, possibilitava um ambiente diferentes dos
anteriores para a vida urbana.

Convém ressaltar que a adoção interna do Modernismo pela Espanha, pela França, Escócia,
Áustria, Alemanha, Itália, União Soviética, entre outros países, foi interrompida pelo curso da história: os
modernismos da Alemanha são detidos pelo nazismo; os da União Soviética, pelo stalinismo; na Itália, pelo
fascismo. E dizer que todos esses regimes, quer de ditaduras de direita quer de esquerda, se
caracterizavam − em seu ideário de sedução, convencimento e conversão das respectivas populações,
pelo menos − pela intensificação do processo de modernização! Quanto à Inglaterra, berço do Art
Nouveau, a não adesão ao modernismo estético dos séculos XIX e XX é no mínimo curiosa. A França, por
exemplo, derrotada em Waterloo, escolhe o caminho sábio de inovação e exportação culturais.

QUADRO SINÓTICO DO MODERNISMO ESTÉTICO

Século XIX (2ª metade) Século XX (1ª metade)


Artes Art Nouveau Art Nouveau / Art Déco
decorativas
Artes Pré-Rafaelismo/Impressionismo/ Neo- Vanguardas Européias:
Plásticas Impressionismo/Realismo/ Fauvismo/Expressionismo/Cubismo/De Stijl/
Pós-Impressionismo/Secessionismo/ Futurismo/Dadaísmo/Suprematismo/
Simbolismo/Esteticismo Construtivismo russo/Realismo socialista
Neoplasticismo/ Surrealismo/Espacialismo
Arquitetura Art Nouveau/Industrialismo Deutscher Werkbund
Estilo Internacional: funcionalismo
“A forma segue a função”
Design Primórdios com Morris; artes gráficas, Bauhaus/Estilo Internacional
projetos de produtos para indústria,
Thonet
Literatura Simbolismo/Realismo/Naturalismo Tendências iniciais do Modernismo:
Parnasianismo carnavalização, parodismo, multiculturalismo,
espontaneísmo, liberdade para criticar os
cânones
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− Veja, abaixo, o questionário sobre o texto que você acabou de ler. Esta é uma forma de se preparae,
sem correrias, para a Avaliação 1:

− Responda (ou comente) às questões abaixo o mais clara e extensamente possível e em português correto.
O questionário pode ser respondido individualmente ou em grupo. Caso haja alguma dúvida, você deve
consultar a sua matéria da apostila, seus colegas, sua professora em sala de aula.

1. A modernidade é um fenômeno do ocidente. Cite suas características gerais no sentido


social, político e econômico.
2. No século XVIII houve três revoluções que determinaram a forma de organização política,
social e econômica do mundo ocidental. Cite e explique as três revoluções e suas
conseqüências.
3. Em que medida se pode dizer que a modernidade − e sua Revolução Industrial − influencia
grandemente o desenvolvimento do design?
4. O modernismo é a manifestação estética da modernidade: o “fetiche” pelo novo e a
ruptura com a tradição são predominantes. Explique.
5. Consulte o próximo texto que começa na página 5 e cite cinco características gerais da
modernidade em seu sentido político, social e econômico.

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