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OUTRA UFAL É POSSÍVEL

Carta à Comunidade Universitária da UFAL: estudantes, técnicos e


professores

Nós, professores, estudantes e técnicos, contrários aos rumos


atuais da política para a educação e para o ensino superior que
estão sendo impostos a nossa comunidade universitária, posicionamo-
nos coletivamente e convidamos todos os interessados a participarem
da construção de um projeto alternativo para a nossa universidade:

Por uma UFAL pública, estatal, de fato democrática, com expansão de


qualidade, com gestão transparente no uso dos recursos públicos e
comprometida socialmente com as necessidades da maioria da
população alagoana.

Entendemos que o processo eleitoral para a reitoria deve nos


encorajar à organização coletiva e ampliada e deve ser o ponto de
partida para a construção de um programa para o enfrentamento – a
curto, médio e longo prazo – dos inúmeros problemas vivenciados por
nossa universidade. Por isso, entendemos que todos os docentes,
técnicos e estudantes que vêm lutando nos diferentes campi pela
universidade que queremos, devemos formular princípios básicos e
comuns, orientados pela síntese do projeto alternativo apresentada
acima. O desafio é atualizar as bandeiras históricas do movimento
universitário, considerando as demandas colocadas pelo presente.

Nesse sentido, apresentamos, inicialmente, os três principais eixos


que devem nortear uma proposta de gestão que acolha e que responda
às demandas postas pela comunidade universitária e pela sociedade
alagoana. A seguir, listamos algumas propostas concretas que devem
dar início à construção de um projeto coletivo que se constitua
numa alternativa viável em torno da UFAL que precisa ser
construída.

DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA, ESTATAL E DE QUALIDADE SOCIALMENTE


REFERENCIADA, COMPROMETIDA COM O FORTALECIMENTO DAS ATIVIDADES DE
ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

1
Para que a dimensão pública da universidade se efetive, ela deve
ser capaz de ser representativa socialmente, culturalmente,
intelectualmente e cientificamente. Por isso, queremos desenvolver
na UFAL

“[...] a capacidade de assegurar uma produção de


conhecimento inovador e crítico que respeite a
diversidade e o pluralismo e não simplesmente
preencha uma função de reprodução de estruturas,
relações e valores, antes acolha os mais diversos
elementos que possam constituir questionamentos
críticos que configurem a universidade como
protagonista da evolução histórica da sociedade”1.

Ao contrário disso, os rumos impostos à UFAL nos últimos anos vêm


abrindo brechas para a consolidação de interesses privados em seu
interior. Este processo integra uma tendência mais ampla de invasão
do setor público pelo setor privado em que, cada vez mais, a
produção e a socialização do conhecimento vêm sendo submetidas à
lógica do lucro, conforme orientam as diretrizes neoliberais para a
educação. Isto representa uma forte ameaça à universidade como bem
público.

A universidade deve estar voltada para a produção de conhecimento


filosófico, científico e tecnológico que impacte positivamente na
melhoria da vida de todas as pessoas e não apenas de quem detém o
poder econômico. A formação promovida pela universidade deve estar
direcionada para as necessidades da humanidade, considerando
preferencialmente as demandas daqueles socialmente desprovidos de
condições sociais dignas de vida. É nesse sentido que a UFAL deve
orientar suas ações, reafirmando seu caráter de instituição
pública, socialmente influente, capaz de contribuir com a
transformação do caótico quadro social do estado de Alagoas.

A política econômica alagoana mantém os alagoanos sob um enorme


apartheid social, com um dos maiores níveis de concentração de
renda e de desigualdade social do país. Os dados do IPEA (2008)
sobre Alagoas são reveladores desta situação:

 5% dos alagoanos controlam 62% das nossas terras, enquanto os


pequenos proprietários, 82%, detêm apenas 11% do território do
estado;

 o rendimento médio dos 10% mais ricos é 54,4 vezes maior que a
renda dos 10% mais pobres no estado;

 22% da população economicamente ativa não possuem nenhuma


1
Extraídos do Caderno ANDES n. 2. Proposta do ANDES-SN para a universidade brasileira. 3ª edição atualizada e
revisada. Brasília, ANDES, 2003, p. 8.

2
renda; 48% recebem até 1 salário mínimo e apenas 4% recebem
mais de 5 salários mínimos;

 apenas 1% da população detém 22,34% da riqueza do estado, em


contraste com os 50% mais pobres, que abarcam apenas 14,78% da
riqueza total.

Conhecer os aspectos sociais, políticos e econômicos dessa


realidade local ajuda a compreender, sobretudo, a dinâmica que rege
a relação entre o público e o privado em Alagoas em todas as suas
áreas, incluindo a UFAL.

Muitos desafios precisam ser enfrentados nos 102 municípios


alagoanos, principalmente no contexto em que o que é público é
tratado com sigilo e apropriado privadamente pelos gestores,
resguardados pela impunidade reinante; a elite política e econômica
se alterna no poder, com fortes traços clientelistas, fisiologistas
e nepotistas; predomina uma cultura de subalternidade no povo
alagoano, muitas vezes, imposta pelas ameaças veladas e explícitas
dos “velhos” e “novos” coronéis políticos que mantêm seus “currais
eleitorais” a todo custo.

O ranço do coronelismo configura-se nas práticas reproduzidas pelos


senhores das grandes propriedades agrária, pecuária e
agroindustrial, destacando-se como um dos maiores responsáveis pelo
atraso em Alagoas. Afinal, são estes que determinam e legitimam o
poder político, cultural e econômico no estado, cuja hegemonia se
dá muito mais pela coerção do que pelo consenso, uma vez que os
direitos políticos, sociais e trabalhistas frequentemente são
negados às classes subalternizadas.

A universidade não está imune a esta realidade. Tais práticas se


reproduzem na UFAL, desvirtuando-a da função social transformadora
que ela deveria cumprir, na medida em que as últimas gestões têm
executado os projetos impostos pelas elites políticas e econômicas
de Alagoas.

Mas, é preciso lembrar que vivemos em terras alagoanas de bravos


guerreiros que são símbolo de resistência a ser seguido: Zumbi e o
Quilombo dos Palmares, os Cabanos, Graciliano Ramos, Nise da
Silveira, Jaime Miranda, Gastone Beltrão, Manoel Lisboa, Selma
Bandeira, Jarede Viana e tantos outros.

No ano em que completa 50 anos de existência, a UFAL é


especialmente desafiada a contribuir para fortalecer esta trilha
positiva da imagem de Alagoas no Brasil. Os campi podem e devem
atuar para reverter os graves problemas vividos pela maioria dos
alagoanos, concretizando, de fato, uma universidade socialmente
comprometida.

Para tanto, é preciso enfrentar e desmontar estruturas


privatizantes constituídas na UFAL e que têm criado “[...] um clima

3
favorável à desagregação do ambiente acadêmico, favorecendo o
individualismo, o empresariamento de docentes e pesquisadores,
transformando-os prioritariamente em gerentes do ensino, da
pesquisa e da extensão”2. É preciso também considerar as condições
econômicas da população alagoana e ampliar seu acesso ao
conhecimento produzido e socializado na UFAL. Para tanto o caráter
público da universidade deve ser preservado com a manutenção das
atividades de ensino, de pesquisa e de extensão oferecidos e a
extinção de quaisquer formas de cobrança relativas às mesmas.

DEFESA DA EXPANSÃO DA UFAL COM QUALIDADE E INFRAESTRUTURA


NECESSÁRIAS

A expansão da UFAL promoveu o aumento do número de cursos e a


entrada crescente de alunos. Entretanto isto tem ocorrido em
condições aviltantes para seus membros, vez que o crescimento
quantitativo não foi acompanhado pelo desenvolvimento da qualidade
e, não raro, os sonhos da comunidade universitária têm se
transformado em frustração e pesadelo.

Defendemos a garantia da manutenção e ampliação da oferta de


educação superior pública e gratuita na UFAL, mas com a qualidade e
com o respeito que essas populações merecem, garantindo a plena
realização da missão da universidade nas dimensões do ensino, da
pesquisa e da extensão.

Embora tenha havido uma ampliação significativa na contratação de


docentes (particularmente se levarmos em consideração o período de
FHC), grande parte destes profissionais chega em condições de
trabalho e com níveis de cobranças (número de turmas e alunos,
atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão) degradantes,
prolongando as jornadas de trabalho pelas madrugadas e pelos finais
de semana. Além disso, a diversidade de formas de contratação,
incluindo contratos que não garantem a dedicação exclusiva, resulta
numa brutal situação de desvalorização salarial e de quebra de
isonomia.

Somos contra a precarização do trabalho docente em condições de


trabalho e com níveis de cobranças (número de turmas e alunos,
atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão) degradantes,
prolongando as jornadas de trabalho pelas madrugadas e pelos finais
de semana. Defendemos uma política institucional que garanta aos
docentes condições humanas no desenvolvimento do seu trabalho no
ensino, na pesquisa e na extensão.

A situação dos técnicos não é diferente. Prevalece uma lógica de

2
Caderno ANDES n. 2. Op. cit., p. 10.

4
distribuição administrativa desigual, sobrecarregando e
descaracterizando funções administrativas, incluindo, ainda, a
precariedade de equipamentos e materiais e a falta de clareza nas
rotinas administrativas. Em termos salariais, a desvalorização dos
técnicos também é evidente, com claro desrespeito das instâncias de
gestão de decisões federais que poderiam amenizar esta situação. Ao
invés de implementar medidas que revertam a situação dos técnicos,
as últimas gestões da UFAL têm optado pelo barateamento das
atividades administrativas, não ampliando proporcionalmente as
contratações por meio de concursos públicos e transformando espaços
de aprendizagem dos alunos – potencial das bolsas-trabalho – em
aprofundamento da precarização das funções técnicas e
administrativas.

As condições de acesso e permanência dos estudantes da UFAL é outra


importante frente que deve orientar a gestão da universidade,
incluindo uma política de assistência estudantil que garanta reais
condições de estudo, por meio de sistemas e mecanismos que permitam
ao aluno condições de alimentação, transporte, moradia e
disponibilidade de material de estudo. Além disso, deve-se
denunciar a exploração da mão de obra subempregada através de
recursos como as bolsas-trabalho destinadas a realização de
atividades-meio próprias ao trabalho do corpo técnico-
administrativo e não vinculadas às atividades-fim da universidade
relacionadas aos processos de pesquisa e extensão. Essa exploração
vem produzindo uma crescente proletarização discente, transformando
programas de assistência estudantil destinados a alunos oriundos de
famílias de baixa renda em uma etapa do processo de precarização
dos serviços ofertados pela universidade, ao contrário de
constituírem-se em projetos de formação e qualificação estudantil.

Em síntese, a ampliação da UFAL, no sentido que a ela vem sendo


dado, tem resultado no comprometimento da qualidade das condições
de aprendizagem dos alunos e das condições de trabalho de docentes
e de técnicos.

A criação de novos campi no Agreste (Campus de Arapiraca, com


unidades em Palmeira dos Índios, Penedo e Viçosa) e no Sertão
(campus de Delmiro Gouveia, com uma unidade em Santana do Ipanema),
aspiração antiga de muitas regiões, muitas vezes tem representado a
ampliação de condições precárias de trabalho e de ensino, comuns em
diversas unidades de ensino no Campus A. C. Simões. O sucateamento
da infraestrutura, a renovação do clientelismo e a redução da
formação universitária a simples geração de mão de obra traduzem-se
numa expansão inconsistente e numa interiorização do ensino
superior público distante das reais necessidades e direitos das
populações do interior do estado, subordinando o interior à
capital. O que vem acontecendo na UFAL reproduz e aprofunda o
movimento nacional de desqualificação do ensino superior público,
que vem destituindo a universidade de sua condição de lócus de
pesquisa e produção de saber, rebaixando a solidez da formação de

5
quadros e o nível de criatividade e criticidade de futuros
profissionais. O propósito é garantir o pleno funcionamento de
algumas universidades denominadas de “Centros de Excelência”, onde
seria produzida a ciência, reservando às demais o papel de
transmissores de conhecimento.

A necessária continuidade da expansão da UFAL, em respeito à


população alagoana, deve orientar-se por um projeto coletivo, amplo
e democrático de reestruturação da universidade, que “[...] defina
modificações nas suas estruturas de organização e poder, no
desempenho de suas funções básicas como ensino, pesquisa e
extensão, no seu papel social, vale dizer, na sua interação com o
conjunto da sociedade”3.

Nesse sentido, propomos a expansão da UFAL com qualidade,


planejamento, infraestrutura e quantidade de pessoal para atender
com condições dignas as novas demandas de serviços da comunidade
acadêmica (técnicos, alunos e professores), elevando os novos campi
e suas unidades à condição de espaços de produção do conhecimento,
respondendo satisfatória e qualitativamente às demandas sociais
regionais.

COMPROMISSO COM UMA UNIVERSIDADE DEMOCRÁTICA E COM A TRANSPARÊNCIA


NAS DECISÕES E NO USO DOS RECURSOS PÚBLICOS

“A universidade, por ser uma instituição social de interesse


público e de caráter estratégico no atendimento às demandas da
sociedade, exige que todas as decisões estejam submetidas ao
controle público, sob critérios democráticos e transparentes”4. Essa
deve ser a orientação básica da gestão da UFAL que aqui propomos,
respeitando os preceitos constitucionais definidos para a
administração pública (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência) e para a autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial da
universidade, obedecendo ao princípio de indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão.

A gestão democrática que defendemos pressupõe a garantia, a


preservação, o fortalecimento e a ampliação das diversas instâncias
colegiadas da UFAL, responsáveis pelas proposições, discussões e
deliberações sobre os diferentes temas que afetam a vida da
universidade. Esses espaços devem garantir a autonomia e o
funcionamento plenamente democráticos da universidade, com base em
colegiados e cargos de direção eletivos que respondam diretamente
às suas respectivas comunidades acadêmicas. Entendemos que “É

3
Caderno ANDES n. 2. Op. cit., p. 12.
4
Caderno ANDES n. 2. Op. cit., p. 13.

6
fundamental que o avanço do processo de democratização interna das
IES tenha por objetivo uma reorientação na política institucional
da universidade, levando em conta o seu compromisso social e as
suas funções principais: formar bem, produzir o saber e servir à
comunidade em que está inserida”5.

Isto passa, entre outros, pela efetiva democratização do CONSUNI, a


partir de uma mudança na estrutura e proporcionalidade de sua
representação. O atual modelo, além de não ser representativo da
comunidade acadêmica, amplia as margens de construção de uma falsa
legitimidade em torno das demandas e interesses da Reitoria (veja-
se a última manobra promovida no adiantamento dos prazos para a
sucessão reitoral) e reduz os espaços de representatividade e de
deliberação da comunidade acadêmica e da comunidade alagoana. O
CONSUNI é a instância máxima de deliberação da UFAL e a ele cabe,
em última instância, a promoção e a garantia do cumprimento do
papel social da universidade, por meio da sua interação com o
conjunto da sociedade, envolvendo a comunidade acadêmica e a
comunidade alagoana na transformação da universidade, a partir da
perspectiva de construção de uma sociedade justa, democrática e
humana.

Outro importante aspecto que deve orientar a gestão da UFAL é a


absoluta transparência na definição e no uso dos recursos públicos,
o que deve ser garantido por um orçamento participativo, que inclua
um amplo e constante acompanhamento da aplicação dos recursos e das
prestações de contas. Apenas desta forma é possível conferir
transparência, publicidade e probidade aos processos de contratação
de empresas e de serviços necessários ao funcionamento e à
ampliação da UFAL, especialmente no que se refere às obras nos
campi da universidade, evitando e combatendo vícios e
favorecimentos que comprometem o patrimônio público e prejudicam o
bom desempenho de professores, técnicos e alunos.

EM DEFESA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PÚBLICO, ESTATAL E DE


QUALIDADE, CONTRA OS MODELOS DE GESTÃO PRIVATIZANTES

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes


(HUPAA/UFAL) é um órgão suplementar da Universidade Federal de
Alagoas, que também desenvolve atividades articuladas com o Centro
de Ciências da Saúde – CSAU e tem como os demais HU’s a missão de
“gerar, sistematizar e socializar o conhecimento e o saber,
produzidos na área da saúde e áreas afins, através do ensino, da
pesquisa e da extensão, servindo de campo moderno e dinâmico de
promoção da assistência e de excelência à saúde do cidadão,
integrando-se às políticas públicas de saúde e formando

5
Caderno ANDES n. 2. Op. cit., p. 14.

7
profissionais e cidadãos capazes de construir uma sociedade justa e
igualitária.” 6
Hoje, o HUPAA oferta aproximadamente 50 especialidades médicas
em consultas ambulatoriais, assim como os mais diversos serviços de
diagnóstico e terapias. Dispõe de centros cirúrgicos, centro
obstétrico, central de esterilização, central de quimioterapia, UTI
geral, UTI neonatal, maternidade, medicina nuclear, Central de
Testagem Anônima – CTA, Hospital Dia, que trata de doenças
infectocontagiosas com HIV/AIDS, e demais serviços.
O HUPA adquiriu o status de referência no estado de Alagoas em
Alta Complexidade, com os serviços de Oncologia (CACON),
Assistência as Gestantes de Alto Risco, Neurocirurgia, Cirurgia
Bariátrica, Genética, entre outros.
No contexto da realidade socioeconômica e cultural de Alagoas,
em que 94% da população dependem exclusivamente do SUS, o
funcionamento deste hospital com qualidade é de suma importância.
Entretanto, sua capacidade em oferta de serviços, ensino e pesquisa
ainda não foram esgotadas, há muito a ser feito, a exemplo da
assistência, faz-se necessária a ampliação da oferta de leitos,
salas de cirurgia, além da criação de uma unidade de terapia
intensiva pediátrica.
Nesse sentido, assumimos o compromisso de lutar pela ampliação
desses serviços no tocante a não só oferecer atenção integral ao
cidadão respeitando os seus direitos e valores, bem como favorecer
a discentes, residentes, docentes e técnicos desenvolverem seus
respectivos papéis com qualidade, integrando as atividades de
ensino, pesquisa, extensão e assistência. Assumimos, assim, o
compromisso na defesa da garantia condições de trabalho e insumos
para viabilizar o processo de formação/assistência, além da
valorização profissional de técnicos e docentes.
Entendemos que a concretização de condições dignas para
desenvolver o processo de formação e assistência com qualidade
depende de uma gestão participativa e transparente no uso dos
recursos públicos. Desta forma, propomos a democratização da gestão
do HUPAA, através da transformação do Conselho Diretor em Conselho
Gestor tornando-o um mecanismo de controle social. Só assim poderá
ser garantida a participação efetiva de estudantes, técnicos,
professores e representação do segmento de usuários nas decisões e
na alocação dos recursos destinados ao HU.
Defendemos o HUPAA público estatal e com serviços de
qualidade, posicionando-se contrários à adoção de qualquer modelo

6
CARTA CONJUNTA FASUBRA/MEC “HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS: Concepção, Papel e Missão”.
Brasília. Outubro de 2007. Disponível em
http://www.fasubra.org.br/phocadownload/documentos/hu/carta_conjunta_FASUBRA_MEC_HU.pdf Acesso
maio de 2011

8
de gestão privatizante. Nesse sentido corroboramos com a FASUBRA7 na
defesa do modelo de gestão que garanta os princípios da gestão
pública e estatal com a prestação de serviços universais, gratuitos
e com qualidade, tendo como balizador o controle social. As
condições que em concordância com a FASUBRA são determinantes para
a viabilidade deste modelo de gestão:

 Seja vinculada as IFEs fortalecendo o papel do Estado na prestação


de serviços de educação e saúde;
 Todo o processo educativo e formativo deve ser público, gratuito e
de qualidade;
 Seja 100% SUS, com financiamento exclusivamente público e operando
com uma única porta de entrada, sem prejuízo dos objetivos
fundamentais da Instituição de Ensino;
 A ocupação dos cargos diretivos ocorra segundo critérios técnicos,
mediante o estabelecimento de exigências para o exercício dessas
funções gerenciais, eleitos pelos seus pares, de forma, no mínimo,
paritária, ressalvadas as funções de conteúdo essencialmente
acadêmico;
 Envolva o estabelecimento de um termo de relação entre o HU e as
instâncias gestoras do SUS, sem prejuízo dos objetivos fundamentais
da Instituição de Ensino, no qual estejam fixados os compromissos e
deveres entre essas partes, dando transparência sobre os valores
financeiros transferidos e os objetivos e metas a serem alcançados,
em termos da cobertura, da qualidade da atenção, da inovação
organizacional e da integração no SUS, em conformidade com as
diretrizes do Pacto de Gestão;
 Seja investido profundamente em programas de controle social no
âmbito da gestão dos serviços de saúde no HU;
 Institua processos de gestão participativa nas Instituições e
serviços públicos de educação e saúde;
 Garanta a valorização do trabalho em educação e saúde por meio da
democratização das relações de trabalho;
 Coadune-se com as demais políticas e iniciativas de fortalecimento
do SUS e da educação;
 Garanta a reposição contínua de pessoal nos Hospitais
Universitários, através de concursos públicos, com autonomia para
contratação imediata;

7
CARTA CONJUNTA FASUBRA/MEC “HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS: Concepção, Papel e Missão”.
Brasília. Outubro de 2007. Disponível em
http://www.fasubra.org.br/phocadownload/documentos/hu/carta_conjunta_FASUBRA_MEC_HU.pdf Acesso
maio de 2011

9
 Assegure infraestrutura e condições de trabalho nos Hospitais
Universitários;
 Garanta um serviço de Atenção a Saúde do Trabalhador;
 Implementação da Política de Segurança e Saúde no Trabalho (NR32)
nos Hospitais Universitários;
 Implementação, em consonância com a Lei 8080/90 e com a Portaria
2437/05, de Ambulatório e Serviço de Saúde do Trabalhador nos
Hospitais Universitários.
Nesse sentido defendemos um HU:

 Capaz de promover o desenvolvimento da comunidade da qual esta


inserido, contribuindo para o avanço da qualidade de vida da
população;
 Produção de conhecimento que contribua com a qualidade da
educação e da saúde;
 Formação profissionais de saúde capazes de desencadear e
ampliar o pensamento crítico e a ação estratégica no sentido
de difundir e dinamizar o atendimento das necessidades de
saúde da população brasileira;
 Promoção de intercâmbios culturais, científicos e técnicos com
instituições congêneres nacionais e estrangeiras;
 Realização pesquisa básica e aplicada;
 Realização da extensão de serviços a comunidade, numa
perspectiva de troca de saberes;
 Garantia o acesso integral, equânime e universal respeitando a
hierarquia do sistema aos serviços do HU, contribuindo para a
redução do risco de adoecimento e promoção da qualidade de
vida do cidadão;
 Integração das atividades de ensino, pesquisa, extensão e
assistência as demais unidades da IES e outras instituições;
 Qualificação do atendimento através da formação e
desenvolvimento para os trabalhadores, da humanização da
assistência e da incorporação de novas tecnologias;
 Respeito ao princípio da bioética.

COMPROMISSO COM UMA UNIVERSIDADE SEGURA, ALEGRE, SOCIÁVEL,


SUSTENTÁVEL E COM MUITA CULTURA E POESIA

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UFAL SEGURA
Com um olhar crítico para os fundamentos estruturais da violência,
inserir a universidade na discussão sobre a insegurança que ameaça
alunos, técnicos e professores da UFAL no debate público da
insegurança que toma conta de Alagoas, tendo em vista que a
violência que atinge a universidade vincula-se de forma mais ampla
à violência que atinge a população alagoana;
Constituir uma política interna de segurança na qual os serviços de
segurança sejam redimensionados e voltem as suas ações
fundamentalmente para a proteção da vida e da segurança no âmbito
da universidade;
Buscar soluções para o problema da segurança na universidade,
superando a atual concepção de segurança patrimonial, articulando
essa problemática em com outras ações que promovam uma integração
junto às comunidades circunvizinhas;
Contribuir para a formação de um movimento nacional que defenda a
criação de guardas universitárias para proteção da segurança
pessoal e patrimonial no interior da universidade.
UFAL CULTURA
Criar um leque de programas, eventos e atividades culturais e de
extensão que possibilitem uma ampliação dos espaços/lugares de sua
realização, dias e horários dos eventos e público
assistente/participante, promovendo uma dinâmica de utilização dos
espaços e estrutura dos campi da Ufal de forma produtiva e lúdica,
bem como estimulando um intercâmbio com o que acontece fora dos
muros da Universidade.
Dinamizar o Circo cultural do campus/Maceió com eventos regulares.
Realizar festival de poesia, teatro e cinema integrando os campi e
dar continuidade ao festival de música universitário, ampliando-o e
articulando-o aos campi Arapiraca e Delmiro Gouveia.

UFAL SOCIÁVEL
Criar um ambiente de convivência entre estudantes, técnicos e
professores nos campi da UFAL, como um lugar de boa convivência
acadêmica e social, promovendo: feiras de livros; Debates com temas
diversos e plurais, oportunizando o encontro da comunidade
universitária em “tardes de cafés com letras”.
Na perspectiva de interagir com a sociedade do entorno dos campi,
abrir os campi da UFAL nos finais de semana à comunidade
circunvizinha para oferecer atividades de leituras, recreativas,
esportivas e culturais.
Criar alternativas de vias de acesso aos campi da UFAL: Construir
pista de ciclismo como alternativa de acesso aos campi;
Comprometer-se em melhorar o transporte público, intervindo junto
aos órgãos competentes; Abrir outro acesso ao campus/Maceió pela

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via expressa.
UFAL EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE

1. O meio ambiente, como uma dimensão do Desenvolvimento


Sustentável, não se aplica unicamente ao processo
produtivo. Ele perpassa todas as atividades humanas. Por
isso, a Universidade Federal de Alagoas precisa ter um
Plano de Desenvolvimento Ambiental que integre todos os
seus campi e pólos, através de programas e projetos que
mobilizem os alunos, os professores, os técnicos e toda a
sociedade.
2. Da qualidade ambiental da universidade depende uma série
de atividades que estão diretamente conectadas às
atividades de ensino, pesquisa e extensão. Até por uma
questão ética, é necessário um tratamento adequado e
atual das implicações ambientais das atividades
acadêmicas. De forma mais ampla, o trato adequado da
dimensão ambiental na universidade, em conexão com a
sociedade circundante, pode contribuir para o
desenvolvimento cultural, pelo envolvimento direto da
sociedade com o ambiente da universidade.

Nesse sentido propomos OUTRA UFAL que:

 Desenvolver, com a participação dos alunos, professores,


técnicos, representantes de organizações da sociedade civil e
de órgãos públicos, um plano para o Desenvolvimento Ambiental
da UFAL.
 Realizar um diagnóstico ambiental da Universidade cobrindo,
dentre outros aspectos, os que seguem:
Uso de água e energia
Níveis de ruído
Características, manipulação e destino final dos
resíduos sólidos gerados na UFAL
Situação dos resíduos gerados no âmbito do Hospital
Universitário
Atividades desenvolvidas no Arboretum no campus A.C.
Simões
Flora e fauna
Drenagem da água da chuva
Paisagismo
Ventilação, temperatura e iluminação, para determinar os
níveis de conforto ambiental para todos os seguimentos
que interagem com a UFAL
Arborização
Mobilidade interna
Condições físicas das salas de aula, laboratórios e
salas de técnicos e professores

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 Crie um programa de Educação Ambiental, inserido em todas as
atividades meio e atividades fim desenvolvidas pela e na
Universidade.
 Crie uma política de tratamento da relação da comunidade
circunvizinha com os campi e pólo através da valorização dos
recursos ambientais da universidade.

AMPLIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL COM QUALIDADE


Fundamentados na concepção do modelo de gestão democrática da
educação nossa visão quanto à assistência estudantil:
 Visa à manutenção e expansão de programas e projetos de
Assistência Estudantil cujo fim é a garantia do acesso, da
permanência e a conclusão de curso dos estudantes da UFAL;
 Concebe a assistência ao estudante como o pilar central,
imprescindível à democratização do ensino superior num país
com uma expressiva desigualdade social perceptível no interior
da universidade;
 Defende que a assistência deve existir como parte de um
projeto acadêmico do discente, pois ela é condição básica
para a permanência na Instituição – pois evita a retenção e
evasão - e assegura os meios necessários ao pleno desempenho
acadêmico de muitos estudantes na universidade;
 Visa associar, à qualidade do ensino ministrado, uma política
efetiva de assistência ao estudante universitário contribuindo
para a formação integral dos estudantes, dando melhores
condições para a realização do seu projeto acadêmico e isto
implica:
 Não direcionar a assistência ao estudante só para o
atendimento das suas necessidades imediatas, mas
contextualizá-la, considerando o conjunto dos problemas
acadêmicos no qual o discente se insere.
 Se opor a uma assistência focalizada, bolsificada,
estigmatizante, atrelada à condicionalidades e seletiva.
 Lutar pela garantia de assistência aos alunos do campus
Maceió e dos novos campi (interiorização)
 Lutar pela universalização do acesso à Assistência
Estudantil, incluindo Restaurante Universitário e Moradia.
 Zelar por reais condições de estudo do estudante
universitário e isto implica a garantia de que as ações de
assistência estudantil sejam desenvolvidas, de forma
efetiva, nas áreas de moradia
estudantil, alimentação, transporte, atenção à
saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche, apoio
pedagógico e acesso, participação e aprendizagem de

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estudantes com deficiência; conforme prevê o Programa
Nacional de Assistência Estudantil- PNAES, aprovado pelo
Decreto 7.234 de 19.07.2010.
 Criar efetivos canais de interlocução entre gestores e
movimento estudantil da UFAL, para que sejam estruturadas
e reestruturadas as ações na área da assistência ao
estudante, visando atender as reais necessidades do corpo
discente da UFAL.

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