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RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar e destacar o uso do Polipropileno Copolímero
Random Tipo 3 (PPR), na indústria da construção civil. A abordagem principal será a
aplicação do produto em instalações prediais de água quente, mas também serão abordadas
outras possibilidades de uso do produto em algumas situações específicas, como em obras
industriais, por exemplo. Para tal, será feita uma análise das características físicas e técnicas
do produto, englobando todas as vantagens de sua aplicação, métodos de instalação, cuidados,
dicas de manuseio e aplicação.
ABSTRACT
This article aims to present and highlight the use of Polypropylene Random Copolymer Type
3 (PPR) in the construction industry. The main approach will be to apply the product in
building facilities for hot water, but also will address other possible uses for the product in
some specific situations, as in industrial works, for example. This will be an analysis of
physical and technical characteristics of the product, encompassing all the benefits of its
application, installation methods, care, tips for handling and application.
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1. INTRODUÇÃO
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Materiais plásticos usados para condução de água quente não são referenciados
claramente pela norma brasileira de projeto e execução de instalações prediais de água quente
NBR 7198/1993. Porém, como nos lembram em seu livro os engenheiros Manoel Henrique
Campos Botelho e Geraldo de Andrade Ribeiro Jr. (2006):
“(...) mas entendem os autores que podem ser aceitos levando em conta o
item 5.7.10 da NBR 7198 /1993 que diz que:
“Na Europa, é muito comum o uso de tubos e conexões PPR para sistemas
hidráulicos tendo em vista da facilidade de uso e de dispensar o uso de
materiais isolantes, muitas vezes de alto custo e de difícil aplicação. Este uso
é orientado pelas normas DIN (de origem alemã) e a norma européia ISSO –
15874”.
Uma das grandes vantagens que o PPR apresenta em relação a outros sistemas para
condução de água quente é o custo. Esta característica é abordada em uma matéria da Revista
Construção e Mercado, na seção de custo comparado, em que diz:
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Em uma reportagem da revista Téchne, da Editora Pini, Juliana Nakamura destaca
como os tubos e conexões de PPR estão se disseminando no mercado brasileiro em função de
suas qualidades físico/químicas dizendo:
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
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4. CLASSIFICAÇÃO DOS TUBOS PPR
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soluções encontradas para condução de água quente ele encontra-se entre as mais baratas.
Evidentemente que o preço não é o único fator a ser avaliado, principalmente por
construtores, já que é deles a responsabilidade do bom funcionamento da instalação
hidrossanitária como um todo. Além de ser um material econômico, também deve garantir
segurança e praticidade na hora da execução da obra, quesitos estes atendidos pelo PPR.
Por ser um material plástico, torna-se superior a uma instalação predial de água quente
feita em cobre, por exemplo, no que tange à sua resistência a corrosão e as incrustações além
de não transmitir gosto nem odor à água. Com o passar dos anos a tendência é de que a
tubulação produzida em cobre sofra o processo natural de corrosão devido ao ataque químico
sofrido pela mesma em função dos diversos produtos usados na potabilização da água de
consumo. Da mesma forma, por ter uma parede interna com certa rugosidade acumula detritos
provenientes da rede pública de abastecimento e com o tempo perderá sua capacidade de
vazão inicial em decorrência de uma diminuição do diâmetro interno do tubo. No PPR esses
dois problemas não ocorrem, pois por ser produzido em material plástico, apresenta alta
resistência aos ataques químicos das substâncias ácidas e básicas como ferro, cloro ou flúor
contidos na água evitando a corrosão. Já a incrustação é combatida com uma parede interna
totalmente lisa, evitando assim a diminuição de bitola. Outro fenômeno comum de ocorrer em
tubulações metálicas são as perfurações causadas por correntes vagantes, que ocorrem
especialmente em instalações localizadas em zonas de grande aglomeração industrial ou de
forte concentração de corrente eletrostática. De novo, por ser uma tubulação plástica, o PPR
possui um alto isolamento elétrico evitando assim que problemas como estes ocorram.
Além do ferro, cloro e flúor contidos na água o PPR possui uma excelente resistência
química a outras substâncias, podendo ser utilizado não somente em instalações de água
quente predial, mas também em diversas instalações industriais e peculiares onde a tubulação
esteja submetida a exposição de fluídos tais como: diversos tipos de ácidos, bicarbonatos,
carbonatos, cloretos, nitratos e sulfatos, água do mar, soda cáustica, álcool, asfalto, azeite,
vinho, cerveja, requeijão, dióxido de carbono seco, enxofre, etanol, petróleo, querosene,
revelador fotográfico, sabão, óleo combustível, óleo diesel, fertilizantes, fluoreto de cobre,
gasolina comum, hidrogênio, iodo, leite, mercúrio, metano, metanol, morfina, xampu, uréia,
urina, vaselina, tinta de escrever, vinagre, entre outros.
Outra vantagem do PPR é a forma como tubos e conexões são unidos entre si.
Diferente dos outros sistemas de soldagens onde as peças são “coladas”, o PPR possui uma
tecnologia diferenciada, a termofusão. A termofusão nada mais é de que a união molecular
das peças através do aquecimento das mesmas. Os materiais se fundem molecularmente a
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uma temperatura de 260°C, garantindo total estanqueidade da instalação, já que após a
termofusão passa-se a ter uma linha contínua de tubulação. Mais adiante, o processo de
termofusão será explicado com maiores detalhes, explicando suas características e destacando
suas vantagens. A figura 1, abaixo, detalha um corte longitudinal feito numa conexão
termofundida em um tubo, mostrando a fusão molecular das partes.
Por ser necessário o aquecimento das peças a 260°C, as mesmas possuem uma
espessura de parede muito superior aos tubos de outros sistemas, garantindo também um
excelente conforto acústico a instalação, tornando-se um importante aliado contra o combate
aos ruídos causados pelo fenômeno do Golpe de Aríete nas tubulações, ocorrido quando
grandes variações de vazão do líquido fazem com que o fluído colida bruscamente suas
moléculas, causando um forte golpe na tubulação.
O PPR possui ainda uma alta resistência a pressão e temperatura. Para a determinação
desses valores faz-se o uso de uma tabela de regressão e de uma fórmula para a determinação
da pressão máxima admissível. Fazendo uma comparação com tubos de PVC, o PPR é
superior nestes dois quesitos. Para água fria a solução em PVC mais utilizada em instalações
prediais é a tubulação Classe 15, soldável. Esta tubulação resiste a 7,5 kgf/cm² ou 75 m.c.a. de
pressão com água a temperatura ambiente. Nas instalações de água quente, a solução em PVC
que se encontra no mercado é o CPVC, tubulação capaz de resistir pressões de 60 m.c.a. com
picos de temperatura de até 95°C. O tubo de PPR PN 12, para água fria tem uma resistência a
pressão 25% maior que tubos Classe 15 e tubos PPR PN 25, para água quente resistem a picos
de temperatura de 100°C a uma mesma pressão de 6,0 kgf/cm² ou 60 m.c.a. A figura 2 mostra
o ábaco e abaixo a fórmula para a determinação das pressões máximas admissíveis, Pmáx .
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Figura 2: Curva de Regressão para tubos de PPR. Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.
Pmáx= _2.e.σ_
de - e
Onde:
σ= tensão tangencial (curva de regressão)
e= espessura de parede do tubo PPR
de= diâmetro externo da tubo PPR
t= temperatura
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Levando em consideração uma instalação de água quente residencial, onde a
temperatura da água gira algo em torno de 70°C, podemos determinar qual seria a pressão
máxima admissível nesta tubulação. Para isso, consideremos uma vida útil de 50 anos a esta
instalação com utilização de tubulação PPR PN 20 de bitola 25 mm. Assim, temos que:
σ= 32 kgf/cm²
e= 3,5 mm
de= 25 mm
A ductilidade dos tubos PPR é outra característica que lhe proporciona destaque nas
soluções encontradas para condução de água quente. Devido a essa característica, os tubos são
extremamentes resistentes a impactos.
Dificilmente encontra-se nos canteiros de obras locais específicos para armazenagem
das tubulações de instalações hidrossanitárias, o que é um problema, pois as tubulações,
normalmente em PVC ficam expostas ao risco de fissuras ou quebras. Com o PPR não é
necessária a preocupação com esta exposição, já que sua resistência aos choques e impactos
que podem ocorrer em um canteiro de obras é absolutamente capaz de suportá-los.
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Além da ductilidade, os tubos de PPR possuem também uma grande flexibilidade,
permitindo a sua aplicação em projetos em que são previstas curvas de grande raio. O limite
para o raio da curvatura é determinado pela bitola do tubo, sendo o raio mínimo até 8 vezes o
diâmetro nominal do mesmo, conforme quadro 2. A maneira correta de fazer uso desta
flexibilidade dos tubos PPR é com o auxilio de um soprador industrial para que a tubulação
fique mais maleável no momento da instalação.
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Figura 3: Estádio Santiago Bernabéu do Real Madrid F.C. Fonte: Jéfferson Lagoas.
6. A TERMOFUSÃO
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Outra ferramenta que auxilia a instalação feita em PPR é a Tesoura para tubos em
PPR. Seu sistema de catraca permite que o corte da tubulação seja feita de forma prática,
rápida e sem deixar rebarbas, tal como acorre quando se faz cortes de tubos com o uso da
serra metálica, sendo necessário que se lixem as extremidades cortadas do tubo. Os modelos
de tesouras encontrados no mercado são mostrados na figura 5 abaixo:
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Quadro 3: Intervalo de tempo de aquecimento entre a fusão.
Tempo de Intervalo para Tempo de
Diâmetro Aquecimento Acoplamento Resfriamento
(mm) (segundos) (segundos) (minutos)
20 5 4 2
25 7 4 2
32 8 6 4
40 12 6 4
50 18 8 4
63 24 8 6
75 30 8 6
90 40 8 6
110 50 8 8
Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.
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Figura 6: Bocal de Reparo. Fonte: Figura 7: Tarugo de Reparo. Fonte
www.amanco.com.br. www.amanco.com.br.
Figura 8: Passo a passo do reparo com tarugo em tubos de PPR. Fonte: Jéfferson Lagoas
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futuros após o termino da obra. Por ser uma parte da edificação que ficará embutida em
paredes e locadas em shafts, ou seja, não aparente, nem sempre a tubulação hidráulica é bem
tratada durante a execução da obra. Obviamente que o PPR destaca-se por ser um material
muito superior em termos de resistência a impactos com relação a outros materiais plásticos
existentes no mercado, mas isso não significa que negligenciaremos suas limitações.
Um dos cuidados que se deve ter ao fazer uma instalação em PPR é a exposição dos
mesmos a luz solar. A camada externa dos tubos e conexões possui uma proteção contra a
atuação dos Raios Ultravioletas, porém esta proteção não é tão duradoura quanto a vida útil
das instalações hidráulicas. Por esse motivo, sempre quando, por uma concepção
arquitetônica ou por qualquer outra situação, a tubulação ficar exposta ao sol é necessário que
se de uma proteção extra a este tubo. A forma mais eficiente de proteção a esta tubulação é o
envolvimento da mesma através de um material isolante, como fita de alumínio, por exemplo.
Outra maneira também eficaz de proteger a tubulação seria com o uso de uma tinta especial
para Polipropilenos, porém o custo que essa solução agregaria a instalação seria um
diferencial negativo, tendo em vista que a fita de alumínio é uma material mais barato e mais
simples de aplicar a partir do momento em que se ganha inclusive tempo para fazer a proteção
desta tubulação.
Desenvolvido primeiramente para solucionar a condução de água quente, o PPR, por
suas inúmeras qualificações, vem sendo usado também em instalações de água fria inclusive
em instalações de sistemas de refrigeração em que a água percorre a tubulação com
temperaturas próximas de 0°C. O único cuidado que deve ser tomado neste tipo de aplicação é
com a condensação dos tubos, já que a temperatura interna dos mesmos normalmente será
menor que a temperatura externa (ambiente). Mesmo com uma condutividade baixa, como já
visto anteriormente, nestes casos o indicado é que se cubra a tubulação com algum material
capaz de fazer um isolamento térmico do tubo, evitando o fenômeno da condensação.
O Termofusor é um equipamento imprescindível para se fazer a instalação de tubos de
PPR e é de extrema importância que se conserve a integridade do equipamento para que ele
possa contribuir positivamente à instalação. Fazem parte do Termofusor os bocais, que são
peças metálicas revestidas em Politetrafluoretileno (PTFE), popularmente conhecidas por seu
nome comercial Teflon. A conservação destes bocais é parte importante da manutenção
preventiva, pois no momento do aquecimento do tubo e da conexão são eles que estarão em
contato direto com o PPR, evitando que o derretimento do mesmo cause algum tipo de avaria
à soldagem. A maneira correta de fazer essa manutenção é efetuando a limpeza dos bocais
com álcool gel antes e após utilizar o Termofusor.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
AMANCO BRASIL LTDA. (Brasil). Manual Técnico: Linha PPR. 1ª edição Joinville, 2003.
70 p.
NETTO, José Martiniano de Azevedo. Manual de Hidráulica. 8ª edição São Paulo: Edgard
Blücher, 2005. 669 p.
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