Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Oswaldo Curty da Motta Lima1*, Maura Stenzel2, Nehemias Curvelo Pereira1 e Elisabete
Scolin Mendes1
1
Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná,
Brasil. 2Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual do Oeste do Paraná. *Author for correspondence.
e-mail: oswaldo@deq.uem.br
Procurando ampliar o conhecimento sobre a de 1 mm. Sua umidade, nas condições ambientes do
cinética de secagem de celulose e papel, este trabalho LPS/DEQ, era da ordem de 6 a 10 % (b.s.).
faz parte de uma das linhas de pesquisa desenvolvidas
no Laboratório de Processos de Separação (LPS) do Módulo experimental
Departamento de Engenharia Química (DEQ) da A secagem das amostras de celulose foi realizada
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Estado na superfície superior de uma caixa metálica
do Paraná, e tem como objetivo a realização de um aquecida por meio de um banho termostático, sendo
estudo sobre a secagem condutiva/convectiva em a temperatura da placa acompanhada e ajustada com
condições de trabalho próximas daquelas encontradas o auxílio de um termopar de contato digital. O fluxo
em um secador convencional de papel. de ar na superfície da amostra foi mantido constante,
Dentro deste contexto, procurou-se simular o a partir da utilização de um soprador ajustável, sendo
movimento relativo entre a folha de papel, os regulado por um anemômetro digital portátil. A
cilindros secadores e o ar no interior do secador, umidade relativa e a temperatura do ar de secagem
através da passagem de ar em regime de convecção foram acompanhadas através de um psicrômetro
forçada sobre a superfície de folhas de celulose de digital portátil. O módulo experimental utilizado
fibra longa, em contato com uma placa aquecida. neste trabalho está representado na Figura 2.
O modelo esquemático que vem sendo utilizado Não se mostrou necessário o isolamento da caixa
na análise deste tipo de secagem está representado na metálica, mas apenas das mangueiras de recirculação
Figura 1: da água, já que o banho termostático se mostrou
capaz de manter as temperaturas desejadas.
Umidade (b.s.)
- em X0 : (∆X / ∆t)0+ ou (∆X / ∆t)1- 0.8
- em Xe : (∆X / ∆t)X
e -
0.4
Perfis de temperatura
O acompanhamento da temperatura das amostras
foi feito simultaneamente com a obtenção das curvas
0.0
de secagem, utilizando-se o termopar de contato 0 10 20 30 40 50
diretamente na superfície do material. Tempo (min)
As temperaturas no interior do material foram
consideradas iguais às medidas na sua superfície, em Figura 4. Curvas de secagem - 65 °C
função da dificuldade de sua medição, haja vista a
reduzida espessura das amostras de celulose 1.6
consideradas. Esta simplificação mostra-se de acordo
Tplaca=70ºC
com o proposto em alguns dos trabalhos sobre a
modelagem e simulação do secador convencional de 2 m/s
1.2 4 m/s
papel, citados anteriormente
6 m/s
Umidade (b.s.)
Resultados e discussão
0.8
Curvas de secagem e taxa de secagem
As curvas de secagem e de taxa de secagem das
amostras de celulose de fibra longa foram levantadas
0.4
para velocidades do ar de secagem de 2, 4 e 6 m/s e
temperaturas da placa aquecida de 60, 65, 70, 75, 80,
85 e 90°C, sendo mostradas nas Figuras 3 a 9 e
0.0
Figuras 10 a 16, respectivamente. 0 10 20 30 40 50 60
Na Tabela 1 são apresentados alguns dos Tempo (min)
resultados obtidos a partir destas curvas.
Figura 5. Curvas de secagem - 70 °C
1.6
Tplaca=60ºC 1.6
Tplaca= 75ºC
2 m/s
1.2
4 m/s 2 m/s
1.2
6 m/s 4 m/s
Umidade (BS)
6 m/s
Umidade (BS)
0.8
0.8
0.4
0.4
0.0
0 10 20 30 40 50 60
0.0
Tempo (min) 0 10 20 30 40 50
Tempo (min)
Figura 3. Curvas de secagem - 60 °C
Figura 6. Curvas de secagem - 75 °C
1.6 0.08
0.8 0.04
1.6 0.10
Tplaca=85ºC
2 m/s 0.08
Taxa de Secagem (1/min)
1.2 4 m/s
6 m/s
Umidade (b.s.)
0.06
0.8
0.04
Tplaca=65 ºC
0.4 2 m/s
0.02
4 m/s
6 m/s
0.00
0.0 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
0 10 20 30 40
Tempo (min) Umidade (b.s.)
1.6 0.10
Tplaca= 90ºC
2 m/s 0.08
Taxa de Secagem (1/min)
1.2
4 m/s
6 m/s
Umidade (BS)
0.06
0.8
0.04
Tplaca= 70ºC
0.4
0.02 2 m/s
4 m/s
6 m/s
0.0 0.00
0 10 20 30 40 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Tempo (min) Umidade (b.s.)
0.10 0.12
Taxa de Secagem (1/min)
0.08
0.06
0.06
Figura 13. Curvas de taxa de secagem - 75 °C Figura 16. Curvas de taxa de secagem - 90 °C
Perfis de temperatura
0.16 Os perfis de temperatura obtidos para as amostras de
0.14
celulose fibra longa, nas condições operacionais
estudadas, são mostrados nas Figuras 17 a 23.
Taxa de Secagem (1/min)
44 51
42 49
40
47
38
45
36
Tplaca= 75ºC
43
34 Tplaca= 60ºC
2 m/s
2 m/s 41 4 m/s
32 4 m/s 6 m/s
6 m/s
30 39
0.0 0.4 0.8 1.2 1.6 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Umidade (b.s.) Umidade (b.s.)
Figura 17. Temperatura das amostras - 60 ºC Figura 20. Temperatura das amostras - 75 ºC
56
44
54
Temperatura da Celulose (ºC)
40 48
46
38
44
Tplaca= 65ºC Tplaca= 80ºC
2 m/s 42
36 2 m/s
4 m/s 40 4 m/s
6 m/s 6 m/s
34 38
0.0 0.4 0.8 1.2 1.6 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Umidade (b.s.) Umidade (b.s.)
Figura 18. Temperatura das amostras - 65 ºC Figura 21. Temperatura das amostras - 80 ºC
50 56
48
54
Temperatura da Celulose (ºC)
46
52
44
42 50
40 48
38 Tplaca=70ºC Tplaca= 85ºC
46
36 2 m/s 2 m/s
4 m/s 44 4 m/s
34
6 m/s 6 m/s
32 42
0.0 0.4 0.8 1.2 1.6 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Umidade (b.s.) Umidade (b.s.)
Figura 19. Temperatura das amostras - 70 ºC Figura 22. Temperatura das amostras - 85 ºC
Os resultados do ajuste (R = 0,953 ; F = 302,5 ; Apesar das variações encontradas para a região de
p-valores: P < 0,05 ; erro médio da ordem de 4,8 %) taxa constante (acima), pode-se observar o bom
são apresentados também na Tabela 1, e na Equação desempenho desta metodologia na secagem de
7, abaixo. celulose de fibra longa, principalmente no período
de taxa decrescente.
(
N 'C,S = [ 4,423 + (0,0189 )Tpl ] (Tpl − Tvap ) −
)
Conclusão
... − (0,585) ( v ar ) 0,69 (Tvap − Tar ) x10 −5 (7) As principais conclusões deste trabalho são
relacionadas a seguir.
A análise destes resultados indica que a O ajuste do período de taxa constante de
abordagem proposta pode ser usada para a estimativa secagem, pelo balanço térmico no sólido (Equação
das taxas de secagem durante o período de taxa 8), mostrou-se adequado para a celulose de fibra
constante. As variações observadas para alguns longa.
valores (maiores erros na faixa de 9 a 10 %) não são
A escolha da abordagem capilar (redução linear da
suficientes para invalidar a utilização da Equação 7.
taxa de secagem como função das umidades crítica e
Período de taxa decrescente. Estendeu-se o de equilíbrio) mostrou-se acertada, possibilitando o
ajuste por escoamento capilar a todo período de taxa ajuste das taxas de secagem para todo o período de
decrescente, conforme proposto em Motta Lima et al. taxa decrescente.
(2000), através da utilização da Equação 8. Esta A metodologia proposta, Equações 7 e 8, tem
proposta mostra-se de acordo com as apresentadas condições de suprir a necessidade de um modelo
por Nissan e Kaye (1955), papel, e Ratna Prabhu et para a taxa de secagem presente em diferentes
al.(1980), tecidos, onde os autores adotam uma propostas de modelagem de secadores convencionais
redução linear para a taxa, no período decrescente. de papel, conforme pode ser visto no trabalho
pioneiro de Nissan e Kaye (1955), bem como em
(X − X e ) outros que dele se derivaram.
N 'D = N 'C (8)
(X C − X e ) De modo geral, as taxas de secagem para a
celulose do tipo fibra longa foram menores que as
Curvas de taxa de secagem ajustadas respectivas para fibra curta obtidas por Motta Lima et
As Figuras 24 a 30 trazem os resultados do ajuste al. (2000).
das curvas de taxa de secagem, obtidos a partir dos
procedimentos descritos anteriormente (Equações 7
e 8).
0.08 0.12
0.07
0.10
0.06
0.08
0.05
0.04 0.06
0.03 Tplaca=75ºC
Tplaca= 60ºC 0.04
0.02 2 m/s
2 m/s
0.02 4 m/s
0.01 4 m/s
6 m/s 6 m/s
0.00 0.00
0.0 0.4 0.8 1.2 1.6 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Figura 24. Taxas de secagem ajustadas - 60 ºC Figura 27. Taxas de secagem ajustadas - 75 ºC
0.12
0.08 Taxa de Secagem (1/min)
0.10
Taxa de Secagem (1/min)
0.06
0.08
0.06
0.04
Figura 25. Taxas de secagem ajustadas - 65 ºC Figura 28. Taxas de secagem ajustadas - 80 ºC
0.10 0.14
0.12
0.08
Taxa de Secagem (1/min)
Taxa de Secagem (1/min)
0.10
0.06 0.08
0.06
0.04
Tplaca= 70ºC Tplaca= 85ºC
0.04
2 m/s 2 m/s
0.02
4 m/s 0.02 4 m/s
6 m/s 6 m/s
0.00 0.00
0.0 0.4 0.8 1.2 1.6 0.0 0.4 0.8 1.2 1.6
Figura 26. Taxas de secagem ajustadas - 70 ºC Figura 29. Taxas de secagem ajustadas - 85 ºC
em convecção forçada. In: COBRASP, 26, 1998, MUJUNDAR, A.S. (Ed.). Drying’89. Washington D.C.:
Teresópolis-RJ. Proceedings... Teresópolis: DTQ/IT- Hemisphere Publ. Corp., 1989. p. 157-161.
UFRRJ, 1999, v. 2, p.429-436 RUEFF, M.; LALOUI, F. Influence of sheet structure and
MOTTA LIMA, O.C. et al. Taxas de secagem na secagem process conditions on paper drying. In: MUJUNDAR,
condutiva/convectiva de papel com ar ambiente em A.S. (Ed.). Drying’94. Washington D.C.: Hemisphere
convecção forçada. In: COBRASP, 27, 1999, Campos de Publ. Corp., 1994. p. 1221-1228.
Jordão-SP. Proceedings... Campos de Jordão: DEQ- SEYED-YAGOOBI, J. et al. Heat and mass transfer in a
EPUSP, 2000. p.525-532. paper sheet during drying. J. Heat Transfer - Trans. ASME,
NISSAN, A.H.; HANSEN, D. Heat and mass transfer Fairfield, v. 114, n. 2, p. 538-541, 1992.
transients in cylinder drying: Part I. unfelted cylinders. SHERWOOD, T.K. The drying of solids - III:
AIChE Journal, New York, v. 6, n. 4, p. 606-611, 1960. mechanism of the drying of pulp and paper. Ind. Eng.
NISSAN, A.H.; GEORGE Jr., H.H. Heat and mass Chem., Washington, D.C.: v. 22, n. 2, p. 132-136, 1930.
transfer transients in cylinder drying: Part II. felted VIDEAU, J.L.; LEMAITRE, A. An improved model of a
cylinders. AIChE Journal, New York, v. 7, n. 4, p. 635-641, paper machine multicylinder drying section. In:
1961. MUJUNDAR, A.S. (Ed.). Drying’82. Washington D.C.:
RATNA PRABHU, M. et al. Thermal characteristics of Hemisphere Publ. Corp., 1982. p. 129-138.
contact drying through computer simulation. In: WILHELMSSON, B. et al. Simulation models of multi-
MUJUNDAR, A.S. (Ed.). Drying’80. Washington, D.C.: cylinder paper drying. Drying Technol., New York, v. 11, n.
Hemisphere Publ. Corp., 1980, v. 1, p. 403-412. 6, p. 1177-1203, 1993.
REARDON, S.A. et al. Friction, heat and mass transfer for WILHELMSSON, B.; STENSTRÖM, S. Heat and mass
paper drying. Int. J. Heat Mass Transfer, Kidlington, v. 41, n. transfer coefficients in computer simulation of paper
10, p. 1313-1325, 1998. drying. In: MUJUNDAR, A.S. (Ed.). Drying’94.
RUEFF, M.; CHARUEL, R. Drying of paper: Washington D.C.: Hemisphere Publ. Corp., 1994. p.
measurement of moisture content. In: MUJUNDAR, 1195-1204.
A.S. (Ed.). Drying’86. Washington D.C.: Hemisphere
Received on August 23, 2001.
Publ. Corp., 19862. v. 1, p. 358-362.
Accepted on November 26, 2001.
RUEFF, M.; CHARUEL, R. Drying of paper:
measurement of local moisture content. In: