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Notas de apoio à disciplina de técnicas empresariais (Departamento de eng. Electrotécnica) – compiladas por
Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
1 Introdução à contabilidade
As empresas como já vimos, são conjuntos organizados de meios materiais e humanos, virados para a
produção de bens e serviços. As empresas são constituídas sem um horizonte temporal definido, com um
ciclo de vida limitado que pode ser dividido em três fases:
¾ Institucional, em que se decide da sua criação, através da obtenção e combinação dos recursos
necessários para a sua entrada em funcionamento;
¾ Funcionamento ou de execução, na qual se desenvolve todo o processo de transformação, ou seja, o
da produção de bens e serviços, com vista à obtenção de certos resultados;
¾ Liquidação, na qual se procede à extinção da empresa.
A fase da execução é a mais longa sendo necessário dividi-la em intervalos de tempo em que se apuram
resultados. A cada um desses períodos coincidindo com os anos civis, designa-se por período administrativo.
A parte da gestão correspondente a cada período administrativo, denomina-se exercício económico.
No desenvolvimento da sua actividade económica, a empresa estabelece relações umas viradas para os
aspectos internos e outras para os aspectos externos. Estas relações traduzem-se em fluxos de bens e serviços
aos quais correspondem fluxos monetários.
Fluxos da empresa:
Fornecedores
(materiais, mão
despesas Compras pagamentos Fornecedores
de obra …)
Custos
Produção Caixa / depósitos
Proveitos
¾ A financeira, que diz respeito ao endividamento da empresa perante o meio exterior. Nesta óptica
distinguimos despesas, que correspondem à remuneração dos factores produtivos e as receitas que
correspondem à remuneração das vendas efectuadas e/ou dos serviços prestados. As despesas e
receitas provocam saídas e entradas de valores monetários para a empresa.
¾ A segunda óptica é a económica ou produtiva que tem a ver com a transformação e incorporação de
diversos materiais, mão-de-obra, etc, até se atingir o produto ou serviço final. Os valores
incorporados e gastos na produção designam-se por custos; os produtos acabados de fabricar e aptos
para a venda são os proveitos.
¾ A terceira óptica é a de tesouraria ou de caixa e corresponde às entradas e saídas monetárias da
empresa. Podemos distinguir os recebimentos, que correspondem à entrada de valores monetários
para a empresa e os pagamentos que dizem respeito às saídas de valores monetários.
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Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
2 Generalidades
A contabilidade nasceu pela necessidade que os homens sentiam de preencher as deficiências de memória,
procedendo a um processo de classificação e registo, para recordar as variações de determinadas grandezas.
A contabilidade primitiva visava sugerir as limitações da memória e constituir meio de prova para entidades
em litígio.
Método contabilístico – é constituído por um conjunto de registos relativos às grandezas que se pretendem
observar e às variações aumentativas e diminutivas que essas grandezas possam sofrer. Estas grandezas são
apresentadas graficamente num diagrama em T, a que se chama conta.
A contabilidade hoje em dia é um instrumento de gestão, pois permite fornecer dados históricos e actuais que
ajudam na escolha de alternativas num processo de planeamento e que apoiam o seu controlo.
Contabilidade externa ou geral, a que regista as operações externas da empresa, tal como o apuramento do
lucro e a elaboração do balanço anual.
Contabilidade interna (ou analítica de exploração), a que regista as operações realizadas no seio da
empresa (internas). Tem como objectivo o apuramento dos resultados não globais (por produtos, por
departamentos, etc.), assim como dos custos unitários nas diversas fases de produção, os consumos, etc.
A contabilidade geral, dá-nos a situação económico-financeira da empresa, a contabilidade interna permite
um controle mais directo e pormenorizado da actividade da empresa.
Contabilidade histórica – dá a conhecer o que efectivamente se fez e proporciona uma visão retrospectiva
da gestão. Mostra-nos até que ponto os objectivos fixados foram alcançados. É uma contabilidade que
reflecte o passado, sendo contudo fundamental para o estabelecimento e controle da contabilidade
previsional.
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Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
3 Conceitos fundamentais
A empresa no desenvolvimento das suas actividades estabelece relações que constituem direitos e
obrigações. Assim, aparecem dívidas a receber (créditos da empresa ou débito de terceiros) que representam
valores pertencentes à empresa; e dívidas a pagar (débitos da empresa ou créditos de terceiros), que
representam valores pertencentes a terceiros e que a empresa se obriga a pagar. Tanto as dívidas a receber
como as dívidas a pagar, são consideradas também valores integrantes do património.
No património distinguimos duas classes de elementos patrimoniais: o activo que representa o conjunto de
valores que se possui e tem a receber e o passivo que representa aquilo que se tem a pagar.
Exemplo 1:
Património da empresa Y:
Activo
Numerário (dinheiro) ……………………………… 20 000,00 MT
Edifício…………………………………………….. 280 000,00 MT
Viatura……………………………………………... 120 000,00 MT
Dívidas a receber…………………………………... 80 000,00 MT
500 000,00 MT
Passivo
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A expressão numérica do valor do património chama-se: situação líquida, capital próprio ou património
líquido. A situação líquida representa o conjunto de valores que pertence efectivamente ao proprietário da
empresa. Esta, no seu início coincide com o capital social com que a empresa se constituiu.
1) O activo ser superior ao passivo, havendo um excesso de valores activos sobre os passivos. A situação
líquida diz-se activa, representando o capital próprio.
2) O activo e o passivo são iguais, não havendo, neste caso situação líquida, ou seja é nula.
3) Num último caso o activo pode ser inferior ao passivo. Neste caso existe um excesso de valores passivos
sobre os activos. A situação líquida diz-se passiva e é considerada negativa.
Exemplo 2:
ACTIVO PASSIVO
Numerário ………………..50 000 MT Dívidas a pagar ……………. 60 000 MT
Mercadorias……………… 80 000 MT Empréstimo a reembolsar …. 40 000 MT
Móveis diversos …………180 000 MT
Depósitos em bancos…….140 000 MT
____________ ____________
450 000 MT 100 000 MT
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ACTIVO PASSIVO
Numerário …………..... 30 000 MT Dívidas a pagar ……………. 60 000 MT
Mercadorias…………… 80 000 MT Empréstimo a reembolsar…… 40 000 MT
Móveis diversos ……….180 000 MT
Depósitos em bancos…. 160 000 MT
_______________ ___________
450 000 MT 100 000 MT
Verifica-se uma alteração na composição do património (os elementos patrimoniais apresentam uma
extensão diferente) mas o seu valor mantém-se (350 000 MT).
Este é um exemplo de um facto patrimonial permutativo.
ACTIVO PASSIVO
Numerário……………………. 60 000 MT Dívidas a pagar………………… 60 000MT
Mercadorias…………………... 55 000MT Empréstimo a reembolsar………. 40 000MT
Móveis diversos………………180 000MT
Depósitos em bancos ……….. 160 000MT
___________ ___________
455 000 MT 100 000 MT
Após esta última operação verifica-se uma alteração não só na composição do património, como também no
seu valor. Este último é agora 355 contos, ou seja, sofreu um acréscimo de 5 contos, que corresponde ao
ganho obtido na venda das mercadorias. Temos, nesta segunda operação, um facto patrimonial
modificativo.
No exemplo acima mencionado, o comprador paga integralmente, com valores patrimoniais próprios, a
viatura. Teremos então:
Valor da viatura (propriedade) = Valor dos direitos do proprietário
(200 000 MT) (200 000 MT)
Como os direitos de terceiros representam dívidas a pagar, isto é, valores passivos, teremos:
O Activo pode designar-se por Capital Total ou Financeiro, ou seja, é o montante de valores utilizados
pela empresa no desempenho da sua actividade.
O Passivo é o Capital Alheio, ou, seja, o conjunto de valores utilizados pela empresa mas que não são de
sua pertença. São os valores sobre que incidem direitos de terceiros.
A Situação Líquida (SL) é o Capital Próprio, ou seja, representa o montante de recursos postos à
disposição da empresa pelos seus proprietários. Representa valores sobre os quais incidem direitos do
proprietário.
Imagine-se então que a referida viatura, dado o seu desgaste, sofreu uma redução de valor de por ex. 40
contos.
Valor actual + Quebra verificada = Valor dos direitos + Valor dos direitos
da viatura de terceiros do proprietário
160 000 MT + 40 000 MT = 80 000 MT + 120 000 MT
Neste exemplo o passivo é nulo.
Ora sabe-se que a quebra ocorrida constitui um prejuízo ou perda, ou ainda e o que é o mesmo, uma situação
líquida passiva (negativa)
Virá então:
Valor actual + Quebra verificada = Direitos de terceiros + Direitos do proprietário
da viatura s/ a viatura s/ a viatura
Exemplo 3
Património uma empresa X:
Activo ……………………………………………………… 1 600 C
Passivo ……………………………………………………… 400 c
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Notas de apoio à disciplina de técnicas empresariais (Departamento de eng. Electrotécnica) – compiladas por
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Com base nestes valores se determina que:
Vimos atrás que o Activo representa o capital total ou financeiro, o passivo o capital alheio e a situação
líquida o capital próprio. Diremos, no exemplo citado que «X» dispõe na sua actividade de recursos no valor
de 1 600 contos, os quais foram obtidos da seguinte forma: 400 contos de terceiros por meio de créditos e 1
200 do próprio.
Isto possibilita-nos uma outra reflexão. De um lado, o Activo (e situação líquida passiva) representa as
aplicações dadas aos capitais. Por outro lado o Passivo e a Situação Líquida Activa, as origens desses
mesmos capitais. Em síntese: o primeiro membro da equação fundamental representa as aplicações de
capitais, enquanto que o segundo membro representa a sua origem, O Passivo representa uma origem alheia,
ou seja, capitais utilizados pela empresa mas propriedade de terceiros. A. S. L. Activa representa uma origem
própria.
Vejamos, por meio de um exemplo, a forma como se verifica, por um lado a alteração dos elementos
patrimoniais, e por outro, a manutenção da igualdade referida.
Exemplo 4
Suponhamos que o comerciante K inicia a sua actividade, com um capital de 1 000 contos (representado em
dinheiro), dedicando-se à comercialização de produtos electrónicos.
Os valores iniciais seriam representados por:
1) Compra de mobiliário para montagem do estabelecimento: 100 contos. Esta operação vai originar:
- saída de caixa do valor de aquisição (100 contos)
- criação de um novo valor activo — mobiliário diverso, que representa um elemento em que foi aplicado
capital.
2) Compra a crédito de 10 máquinas calculadoras ao preço unitário de 6 c, uma das quais ficará ao serviço da
empresa.
Serão movimentadas:
- mercadorias, pela entrada de 9 máquinas calculadoras, com as quais fará comércio (9 x 6 000 MT = 54 000
MT);
- equipamento, pela aquisição de uma máquina para uso do comerciante (6 000MT).
Estes elementos são ambos activos, visto representarem valores que passaram a pertencer ao comerciante.
— fornecedores será criada no passivo, visto que esta operação originou uma dívida do comerciante. A
dívida a pagar corresponde à globalidade da compra (10 x 6 000 MT = 60 000 MT) e representa o direito do
credor em receber esta quantia dentro de certo prazo.
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3) Venda ao Sr. F de 2 calculadoras ao preço unitário de 8 000MT, pagando este 50 % da compra e
comprometendo se a entregar o restante dentro de um mês.
Esta venda vai originar:
— aumento das disponibilidades em caixa (8 000MT); aparecimento de nova rubrica no activo que
representa uma dívida a receber, isto é, o direito a receber do Sr. F em data futura 8 000 MT (clientes);
— diminuição de mercadorias pelo custo das máquinas vendidas. Saem duas máquinas que ao preço unitário
de 6 000MT, totalizam a importância de 12 000 MT;
— aparecimento de um ganho (lucro), que irá aumentar o capital próprio do comerciante (4 000MT).
4) Pagou ao seu fornecedor 60 % da dívida resultante da operação 2).
Neste caso, serão diminuídos, dois elementos: um do activo e outro do passivo, pelo mesmo valor.
— diminui caixa, visto haver uma saída de dinheiro (36 000 MT) diminui fornecedores, visto ter sido paga
parte da dívida em questão (36 000 MT).
5) Pediu um empréstimo ao BPD de 200 contos, ficando esta quantia, deduzida dos juros pagos
antecipadamente de 5 contos, depositada no referido Banco e à ordem do comerciante.
Analise-se em pormenor o quadro I aonde são registadas as operações descritas, com base na equação
fundamental da contabilidade.
Como se pode verificar, a igualdade da equação fundamental da contabilidade é sempre mantida. Isto é
possível devido aos registos compensatórios efectuados em cada operação. Aqui aparece um novo princípio
contabilístico: toda e qualquer operação dá azo ao registo em pelo menos dois elementos patrimoniais.
Qualquer facto patrimonial não altera apenas o valor de um elemento patrimonial, mas sim pelo menos de
dois.
O Capital Próprio ou Situação Líquida só é alterado pelos factos patrimoniais modificativos. Estão neste caso
os factos referentes às operações (3) e (5). Os restantes são necessariamente permutativos.
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Notas de apoio à disciplina de técnicas empresariais (Departamento de eng. Electrotécnica) – compiladas por
Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
Caixa + Mobiliário diverso + Mercadorias + Equipamento. + Clientes + Dep. em Bancos = Fornecedores + Emprést. Bancário + Cap. Próprio
Quanto ao âmbito, os inventários podem classificar-se em gerais e parciais. Um inventário diz-se geral
quando abarca todos os valores que constituem um dado património; diz-se parcial quando abrange apenas
alguns dos elementos patrimoniais. No inventário geral figuram todos os elementos patrimoniais, no parcial
figura apenas uma parte deles. A inventariação de mercadorias ou dos débitos de dada empresa são casos
representativos de inventários parciais.
Quanto à disposição dos elementos patrimoniais, podem considerar se dois casos distintos:
a) os elementos aparecem dispostos sem obedecer a qualquer ordem. Neste caso o inventário diz-se simples;
b) os elementos aparecem agrupados, segundo a sua natureza, característica ou função. Se isto acontece, o
inventário diz-se classificado.
Os inventários que as empresas elaboram devem ser transcritos para o livro de Inventário e Balanços que é
um dos livros obrigatórios para qualquer comerciante.
Nas grandes empresas, devido à grande extensão dos seus elementos patrimoniais, os inventários gerais
correspondem à reunião de vários inventários parciais que serão elaborados em folhas próprias e em
separado.
Exemplo 5:
Como exemplo de aplicação apresentaremos um caso de inventário simples e de inventário classificado,
referentes a um mesmo património.
a) inventário simples
Inventário do comerciante K, em 1/10 n
Activo
dinheiro em caixa ……………………………………….. 50 000,00 MT
2 máquinas de escrever …………………………………. 6 000,00 MT
4 máquinas calculadoras ………………………………... 30 000,00 MT
um edifício na rua H ………………………………..…. 400 000,00 MT
um frigorífico …………………………………………… 25 000,00 MT
conjunto de estantes …………………………………….. 40 000,00 MT
uma máquina registadora ……………………………….. 12 000,00 MT
uma viatura …………………………………………..….120 000,00 MT
dívidas de:
M. Castro ……………………………………………. 3 000,00 MT
F. Santos ……………….…………………………… 15 000,00 MT
saques
6 s/ B. Carvalho…………….……………………….. 17 000,00 MT
7 s/ C. Matos ……………..…...……………………. 13 000,00 MT
2 secretárias …………………….…...…………………… 12 000,00 MT
4 cadeiras ……………………….……………………..….. 1 000,00 MT
depósitos no BPA …………………………..…………... 145 000,00 MT
2 sofás …………………………………………………..…. 8 000,00 MT
papel, tinta, material diverso………………………………. 3 000,00 MT
Total do activo ………………………………………. 900 000,00 MT
Passivo
dívidas a:
H. Fagundes……………………………..…………… 16 000,00 MT
S. Antunes …....…………………………..…………… 9 000,00 MT
aceites nºs
11, saque de J. Fernandes…………...………………... 18 000,00 MT
12, saque de M. Pereira ………………………………..12 000,00 MT
dívida à Papelaria Progresso …………….……………..… 10 000,00 MT
empréstimo contraído no BA ……………………………..150 000,00 MT
Total do passivo…...………..………………………. 215 000,00 MT
b) inventário classificado
Activo
Disponível
dinheiro em caixa ……………..………………..……… 50 000,00 MT
depósito no BPA ……………………………………….145 000,00 MT 195 000,00 MT
Clientes
M. Castro ………………………………………………… 3 000,00 MT
F. Santos ………………………………………………….15 000,00 MT 18 000,00 MT
Letras a receber
saque n.° 6 s/ B. Carvalho ……………………………….. 17 000,00 MT
saque n.° 7 s/ C. Matos…………………………….………13 000,00 MT 30 000,00 MT
Equipamento de escritório
1 máquina registadora ………………………...………….. 12 000,00 MT
1 frigorífico……………………………………………….. 25 000,00 MT
conjunto de estantes………………………………………. 40 000,00 MT
2 secretárias……………………………………………….. 12 000,00 MT
4 cadeiras …..………………………………………………. 1 000,00 MT
2 sofás……………………………………………………….. 8 000,00 MT 98 000,00 MT
Material de expediente
papel, tinta, material diverso ………………………………… 3 000,00 MT
Imobilizados
um edifício na rua H ………………………………..……. 400 000,00 MT
uma viatura ………………………………………………. 120 000,00 MT 520 000,00 MT
Mercadorias
2 máquinas de escrever…………………………………….. 6 000,00 MT
4 máquinas calculadoras…………………………………… 30 000,00 MT 36 000,00 MT
Total do activo…………………………………. 900 000,00 MT
Passivo
Letras a pagar
aceite n. ° 11, saque de J. Fernandes……………………….. 18 000,00 MT
aceite n.° 12, saque de M. Pereira………………………….. 12 000,00 MT 30 000,00 MT
Fornecedores
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H. Fagundes …………………………………………………16 000,00 MT
S. Antunes …………………………………………………… 9 000,00 MT
Papelaria Progresso ………………………………………….10 000,00 MT 35 000,00MT
Empréstimos Bancários
Empréstimo do BA ………………………………………….. 150 000,00 MT
Total do passivo 215 000,00 MT
NOTA: Inventariar um património não é um trabalho tão fácil quanto parece à primeira vista Há casos em
que se poderão (e deverão) incluir valores ainda não registados e excluir outros que embora existindo já não
pertencem à empresa. Como exemplo, podemos referir que ao proceder-se a um inventário, os bens já
adquiridos, mas que ainda não entraram na empresa, devem ser considerados, o mesmo não acontecendo
àqueles que já tenham sido vendidos mas que ainda não saíram.
Os inventários efectuados periodicamente, denominam-se ordinários. Por sua vez, são denominados
inventários extraordinários aqueles que são elaborados em consequência de condições excepcionais. Os
primeiros são regulares e previsíveis; os segundos são excepcionais e, consequentemente, imprevisíveis.
Segundo Dumarchey «o balanço é, pois, a expressão da relação existente entre o activo, o passivo e a
situação líquida».
Em pontos precedentes vimos que a situação patrimonial de qualquer empresa obedece sempre à fórmula:
Ou
Sendo o balanço constituído por dois membros, o primeiro membro engloba o primeiro conjunto de valores:
Activo e Situação Líquida Passiva (ou apenas o Activo se esta última for incluída no segundo membro com
sinal negativo); por sua vez, o Passivo e a Situação Líquida Activa constituem o segundo membro do
balanço.
Como aparece representado um balanço e, consequentemente os seus membros?
Exemplo 6:
2) disposição vertical
Balanço
Activo…………………………………………………………………….. 1 820 c
Passivo …………………………………………………...……………… 780 c
S. L. Activa ………………………………………………………………. 1 040 c
1 820 c
É claro que se torna desnecessário referir que os membros de qualquer balanço são sempre de igual valor. O
primeiro membro nunca pode ser superior ao segundo e vice-versa, face ao exposto sobre a equação
fundamental.
a) Activo> Passivo
então: Activo = Passivo + S. L. Activa
Exemplo:
Balanço
b) Activo = Passivo
A situação líquida é nula.
Balanço
Exemplo:
Balanço
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Ou ainda.
Balanço
Esta terceira situação é, sem margem para dúvidas, francamente desfavorável na medida em que as dívidas a
pagar superam o montante do activo. Ou seja, deve-se mais do que se possui e se tem a receber.
O balanço poderá ainda ser sintético ou analítico. Será tanto mais analítico quanto maior for a sua
pormenorização isto é, quanto mais discriminados forem os valores activos e passivos. Por sua vez, o
balanço sintético é aquele em que o grau de pormenorização é mínimo. O mais sintético dos balanços é
aquele que nos dá apenas a conhecer os valores totais do activo, passivo e situação líquida.
Tal como se viu para o inventário, o balanço também pode ser, ou não, classificado. Será classificado quando
os elementos que o compõem são dispostos e ordenados segundo uma certa ordem, dependente das suas
características, natureza ou função. Na prática os balanços são classificados.
A ordenação das rubricas do balanço está normalmente associada a critérios pré-definidos.
Para o 1º membro, ou seja, para o Activo o critério é o da liquidez crescente ou decrescente. Para o 2º
membro, os valores do Passivo são ordenados pelo critério da exigibilidade, crescente ou decrescente e os da
Situação líquida ou Capital Próprio, pela formação histórica dos respectivos valores.
Exemplo 7:
Consideremos o inventário de K, apresentado no exemplo 5.
a) Balanço sintético
Balanço
b) Balanço analítico
Balanço
Activo Passivo
Disponível Dívidas a pagar
Caixa ………… 50 000,00 MT Fornecedores … 35 000,00 MT
Dep. em bancos 145 000,00 MT 195 000,00 MT Letras a pagar… 30 000,00 MT
Dívidas a receber Empréstimos…...150 000,00 MT 215 000,00 MT
Clientes ………... 18 000,00 MT Total passivo... 215 000,00 MT
Letras a receber… 30 000,00 MT 48 000,00 MT Sit. Líquida
Existências Capital………….. 685 000,00 MT
Mercadorias...... 36 000,00 MT
Imobilizado
M. admin……..101 000,00 MT
Imóveis……….520 000,00 MT 621 000,00 MT
900 000,00 MT 900 000,00 MT
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É evidente que estes balanços também poderão ser representados sob a forma vertical. Utilizámos a
horizontal por ser a mais corrente.
Sendo o balanço um mapa de origens (segundo membro> e de aplicações de fundos (primeiro membro),
facilmente se depreende que ele está sujeito a constantes mutações. Aliás, um balanço constitui uma
fotografia da situação patrimonial da empresa, na medida em que dá esta última num dado momento. Estas
mutações são motivadas pela própria actividade da empresa, pois ela submete a uma constante alteração os
seus elementos patrimoniais.
Usualmente o balanço só é elaborado com uma certa periodicidade em geral um ano. Ora, estando o
património em contínua transformação (alteração), o balanço apenas nos dá a conhecer os valores nas datas
da sua elaboração; daí que, um só balanço corresponde a uma situação estática, enquanto que a comparação
de balanços sucessivos representa uma situação dinâmica, porquanto vai dando a conhecer a evolução
patrimonial da empresa.
No início de um exercício económico haverá um balanço inicial com a correspondente situação líquida
inicial; ao fim daquele corresponderá um balanço final e a consequente situação líquida final.
A situação líquida final (a que corresponde ao balanço de fim de exercício) não é senão a situação líquida
inicial (correspondente ao balanço inicial) alterada pelos lucros ou prejuízos do exercício. A diferença entre a
situação líquida inicial e a situação líquida final chama-se situação líquida adquirida.
Teremos: S. L. Final = S. L. Inicial + Lucros - Prejuízos
Saliente-se que, quaisquer que sejam os tipos de operações efectuadas pela empresa durante o exercício
económico, a igualdade entre os membros do balanço não será desfeita, como foi referenciado na equação
fundamental.
Exemplo 8
O senhor Gomes apresentava, em 1 de Novembro, o balanço que se indica a seguir.
No dia 3 de Novembro realizou a seguinte operação:
¾ venda a pronto pagamento de mercadorias por 5 000,00 MT, que lhe haviam custado 3 500,00 MT.
Pretende-se o balanço do senhor Gomes, após o registo desta operação.
Balanço a 1 de Novembro
1º membro 2º membro
caixa ……………………… 15 000,00 MT fornecedores ……………………… 30 000,00 MT
depósitos à ordem ………... 25 000,00 MT capital…………………………….. 60 000,00 MT
mercadorias…………….….. 10 000,00 MT
imobilizado ………………... 40 000,00 MT ___________
90 000,00 MT 90 000,00 MT
Após a operação:
Balanço a 1 de Novembro
1º membro 2º membro
Caixa (+5) ……………….. 15 000,00 MT fornecedores …..………………… 30 000,00 MT
depósitos à ordem ……….. 25 000,00 MT capital……..…………………….. 60 000,00 MT
mercadorias (-3,5) .………. 6 500,00 MT lucros…………………………… 1 500,00 MT
imobilizado …………........ 40 000,00 MT ___________
91 500,00 MT 91 500,00 MT
O lucro de 1 500,00 MT provém da venda de mercadorias por 5 000,00 MT, que havia comprado por apenas
3 500,00 MT.
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Exemplo 9
No exercício n, o senhor J. Gonçalves apresentava o seguinte balanço inicial:
Balanço a 1 de Novembro
Activo Passivo
caixa ……………………… 40 000,00 MT fornecedores ………………….……70 000,00 MT
depósitos à ordem ………....120 000,00 MT empréstimo bancário….…………..170 000,00 MT
clientes…………………….. 60 000,00 MT Total do passivo…………….. 240 000,00 MT
mercadorias…………….….. 80 000,00 MT
mobiliário diverso………....140 000,00 MT Sit. líquida
imóveis…………………….400 000,00 MT capital………………………….… 600 000,00 MT
840 000,00 MT 840 000,00 MT
a) Comprou mercadorias por 60 000,00 MT, 50% a pronto pagamento e os restantes 50% a crédito;
b) Vendeu mercadorias por 90 000,00 MT, que lhe haviam custado 70 000,00 MT. Recebeu 60% do valor
desta venda.
c) Pagou dívidas aos seus fornecedores no montante de 45 000,00 MT;
d) Recebeu dos seus clientes 40 000,00 MT;
e) Reembolsou uma fracção de 70 000,00 MT do empréstimo bancário, por meio de transferência bancária.
Resolução:
Após estas operações os membros do balanço sofreram as seguintes alterações:
Operação a)
Mercadorias: (+ 60 000,00 MT)……..novo valor 140 000,00 MT;
Caixa (- 30 000,00 MT) ……………..novo valor 10 000,00 MT
Fornecedores (+30 000,00 MT)………novo valor 100 000,00 MT
Operação b)
Mercadorias: (- 70 000,00 MT)………. Novo valor 70 000,00 MT
Caixa: (+54 000,00 MT)……………... Novo valor 64 000,00 MT
Clientes (+36 000,00 MT)……………. Novo valor 96 000,00 MT
Lucros (+20 000,00 MT)……………… Novo valor 20 000,00 MT
Operação c)
Caixa (-45 000,00 MT)………………... Novo valor: 19 000,00 MT
Fornecedores (-45 000,00 MT) ………. Novo valor: 55 000,00 MT
Operação d)
Caixa (+40 000,00 MT) ………………. Novo valor: 59 000,00 MT
Clientes (-40 000,00 MT) …………….. Novo valor: 56 000,00 MT
Operação e)
Depósitos à ordem (-70 000,00 MT)…. Novo valor 50 000,00 MT
Empréstimos bancários (-70 000,00 MT).Novo valor 100 000,00 MT
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Notas de apoio à disciplina de técnicas empresariais (Departamento de eng. Electrotécnica) – compiladas por
Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
Representação do balanço após a operação:
Balanço a 31 de Dezembro
Activo Passivo
caixa ……………………… 59 000,00 MT fornecedores ………………….……55 000,00 MT
depósitos à ordem ……….... 50 000,00 MT empréstimo bancário….…………..100 000,00 MT
clientes…………………….. 56 000,00 MT Total do passivo…………….. 155 000,00 MT
mercadorias…………….….. 70 000,00 MT Sit. líquida
mobiliário diverso……….... 140 000,00 MT capital………………………….… 600 000,00 MT
imóveis……………………. 400 000,00 MT lucros…………………………….. 20 000,00 MT
775 000,00 MT 775 000,00 MT
Os lucros aumentam a situação líquida activa por isso a sua inclusão no segundo membro do balanço e nessa
S.L. Os prejuízos constituem a S. L. passiva a havê-los devem ser incluídos no primeiro membro do balanço.
Os resultados são normalmente incluídos no segundo membro do balanço (situação líquida) com sinal +
(positivo), sendo lucros; com sinal – (negativo), sendo prejuízos.
A estrutura financeira de uma unidade é representada pelo Passivo e pela Situação Líquida. Esta estrutura
representa a origem dos recursos, havendo a considerar os fundos próprios e os fundos alheios.
4.3.2 O activo
Neste ciclo dos elementos patrimoniais activos pode intervir o fenómeno do crédito (vendas a prazo),
implicando a transformação de existências em créditos e destes em disponibilidades.
O activo circulante (AC) é constituído pelos meios monetários (activo disponível), clientes e existências
(activo realizável).
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b) Activo fixo
4.3.3 O passivo
Nos fundos alheios, regra geral, os débitos a curto prazo são débitos de funcionamento, originados pelas
operações correntes de exploração, enquanto os débitos a médio e a longo prazos são débitos de
financiamento, pois estão estreitamente relacionados com a obtenção de recursos financeiros.
No passivo e situação líquida surge-nos uma arrumação que se relaciona com a sua exigibilidade.
FM = AC – ECP
CP = EMLP + SL
5 A Conta
5.1 Noção
Já foi referido que o património de uma empresa é constituído por um grande e complexo número de
elementos de natureza diferente. Contudo, esses elementos podem ser mensuráveis, ou seja, traduzidos numa
unidade de valor comum. Isto é, transformam-se as matérias ou os objectos em valores, possibilitando a sua
comensurabilidade, que é o mesmo, a comparação entre si. Um televisor e um livro apresentam-se com
características diferentes mas, graças à sua quantificação (tradução na mesma unidade) podem facilmente ser
comparáveis.
É graças a esta quantificação que o trabalho contabilístico se pode levar a cabo nas unidades económicas.
Sem aquela, ele seria não só de difícil execução, como também perdia o seu significado, na medida em que
se referiria, a um conjunto de elementos entre os quais não seria possível estabelecer qualquer relação.
Mas a contabilidade, como conjunto de processos atinentes ao registo, classificação e controlo dos factos
patrimoniais, tornar-se-ia impraticável se o fizesse em relação a cada elemento em particular. Por outras
palavras, o registo, a classificação e controlo não seriam de fácil execução, se a observação fosse feita
elemento a elemento patrimonial.
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Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
Daí que consoante a sua natureza ou função que desempenhem na empresa, os valores patrimoniais possam
ser agrupados em classes com características comuns. Chegamos assim à noção de conta, que podemos
definir como um conjunto de elementos patrimoniais expresso em unidades de valor.
Porém numa perspectiva mais prática, a conta aparece associada a uma série de notações ou registos
referentes a um dado objecto, ordenadamente dispostas num quadro. Portanto, na primeira noção a conta
define-se pelas características dos elementos que engloba, enquanto que na segunda, é considerado o aspecto
dinâmico ou evolutivo desses elementos, ou seja, o conjunto dos registos das suas variações. Representam
assim, duas formas distintas de definir uma mesma realidade: a conta representa uma classe de valores ou
elementos patrimoniais, mas a sua disposição é tal que permite registar todas as variações sofridas por esses
elementos.
¾ A compreensão de uma conta é determinada pelas características comuns e específicas dos elementos
nela agrupados, devendo ser evidenciada, pelo título (denominação própria)
¾ A extensão é o valor da conta expresso em unidades monetárias.
O título é a expressão (ou palavra) por que se designa a conta. Deve ser escolhido de tal forma que revele
imediatamente a natureza dos elementos que a compõem, isto é, nos dê a conhecer o seu conteúdo. Tem
como finalidade identificar a conta e distingui-la de todas as outras, pelo que será fixo e mutável. Deve ser
claro no que respeite à característica comum dos elementos a que diz respeito.
Exemplo: os escritórios das empresas estão geralmente equipados com móveis diversos, tais como,
secretárias, estantes, cadeiras e outros. Todos esses elementos possuem a característica comum de se
destinarem ao indispensável apetrechamento dos escritórios; a denominação para a conta que englobe estes
elementos poderá ser, por exemplo, Mobiliário de Escritório.
O valor representa a qualidade, expressa em unidades monetárias contida na conta no momento em que se
analisa. O valor registado na contabilidade deve ser verídico, ou seja, deve estar de acordo com a verdadeira
extensão dos elementos que representa.
Se o título é fixo e imutável, a extensão já não o é. Pelo contrário, ela constitui o elemento variável da conta,
na medida em que os elementos patrimoniais que engloba estão sujeitos a variações contínuas provocadas
pelas operações realizadas.
A conta constitui a base de toda a escrituração, dado que é a partir dela que se desenvolve todo o trabalho
contabilístico. Como tal, a conta deve obedecer a requisitos próprios, para que o trabalho se processe com
fundamento e regularidade.
¾ A integralidade. A conta deve incluir todos os elementos que gozam da característica comum por ela
definida. Deste modo a conta Mercadorias, deverá incluir todos os tipos de mercadorias transaccionadas
pela empresa, assim como as suas variações.
Em suma, a conta deve ser «homogénea» e «integral» dado que só poderá admitir movimentos ligados com a
respectiva classe de valores, não excluindo qualquer deles.
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5.3 Representação gráfica
A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, que constitui o dispositivo prático para acompanhar as suas
variações quantitativas. Inscrevendo-se neste quadro a extensão inicial da conta e as variações seguintes,
consegue saber-se a todo o momento o valor dos elementos patrimoniais que agrupa.
No aspecto gráfico, a conta apresenta-se normalmente na forma de um T. Sobre o traço horizontal indica-se o
título da conta, podendo ainda distinguir-se um lado esquerdo e um lado direito.
Esquematicamente:
Título da conta
Por extensão do princípio das contas pessoais às contas de coisas e de factos, os termos «débito» e «crédito»
ou «deve» e «haver» respectivamente, não representam mais do que variações aumentativas ou diminutivas
no valor das respectivas contas.
Graficamente teremos:
— debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do débito;
— creditar uma conta é efectuar o registo dum valor no lado do crédito.
A diferença entre o débito e o crédito duma conta, no momento considerado, chama-se saldo dessa conta.
Ao balancear uma conta, ou seja ao comparar o seu débito com o seu crédito, podem ocorrer três hipóteses:
9 D > C — o saldo diz-se devedor (Sd);
9 D = C — o saldo diz-se nulo (So);
9 D < C — o saldo diz-se credor (Sc).
Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor valor, obtendo-se assim uma
igualdade entre os dois lados da conta.
Atendendo às três hipóteses consideradas anteriormente, teremos:
9 D= C So donde: D=C
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O saldo da conta corresponde à sua extensão, ou valor, num determinado momento.
Fechar uma conta corresponde a somar as colunas dos valores do débito e do crédito — depois de as saldar
previamente — sublinhando com dois traços (trancando) cada soma.
Reabrir uma conta é inscrever o saldo na coluna dos débitos, se na conta fechada o mesmo era devedor; ou
inscrever o saldo na coluna dos créditos, se na conta fechada o mesmo era credor.
Dispositivos da conta
É também utilizado o dispositivo vertical ou unilateral que comporta as seguintes subdivisões: de coluna
simples; de coluna dupla; e, de coluna dupla com saldos à vista.
O disposto vertical ou unilateral de coluna simples tem apenas uma coluna para inscrever o valor dos débitos
e dos créditos. Poderá apresentar-se da seguinte forma:
Título da conta
Data Descrição Valor D/C
O dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla, tem duas colunas: uma para os débitos e outra para os
créditos:
Título da conta
Data Descrição Débito Crédito
O dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla com saldos à vista, tem as mesmas duas colunas e ainda
uma ou duas outras para os saldos apurados após cada registo:
Título da conta
Título da conta
Embora qualquer conta possa ser escriturada em qualquer dispositivo, vamos, de seguida, referir as
vantagens e inconvenientes dos vários dispositivos da conta, que foram apresentados.
O dispositivo unilateral de coluna simples, tendo a vantagem de mostrar o saldo à vista, apresenta a grande
desvantagem de, se houver erro de soma ou de subtracção de uma verba, ficarem erradas todas as operações
subsequentes, sendo normalmente difícil a detecção de tais erros. Por tal motivo, pouco se usa actualmente.
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O dispositivo unilateral de coluna dupla com saldos à vista, apresenta a vantagem de se conhecerem estes a
qualquer momento sem necessidade de somar as colunas das variações aumentativas e diminutivas. Quando
a coluna dos saldos é única, obriga a assinalar a natureza de cada saldo; quando a coluna dos saldos é dupla,
estes aparecem nitidamente separados segundo a sua natureza. Este último dispositivo é actualmente dos
mais usados, por se prestar à escrituração mecanográfica.
O dispositivo bilateral apresenta a vantagem de separar completamente, em lados distintos da conta, os factos
que originam variações aumentativas dos que originam variações diminutivas e a desvantagem de não ter o
saldo à vista, obrigando para a sua determinação, à soma das colunas dos débitos e dos créditos.
As contas classificam-se em contas do activo, do passivo, de situação Líquida, de Gestão e outras contas.
Dentro destas grandes classes inserem-se outras de âmbito mais reduzido, cujos elementos patrimoniais
foram agrupados em obediência a um determinado ponto de vista ou característica.
As contas podem, pois, ter um âmbito mais ou menos vasto, compreenderem mais ou menos elementos
patrimoniais, isto é, serem mais ou menos simples, ou mais ou menos complexas. Uma conta é tanto mais
simples quanto maior identidade houver nos elementos que agrupa; e, tanto mais complexa quanto maior for
a diversidade dos mesmos.
Devido à grande generalidade de algumas contas, estas são divididas em outras contas mais
específicas e, necessariamente, de maior significado, cujos saldos deverão ser transferidos para as
contas de que fazem parte. As primeiras, ou seja, as que tratam de valores de maior generalidade
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Gabriela Rebello da Silva, extracto do livro “Elementos de Contabilidade Geral”
dizem-se principais; as segundas, que resultam do desdobramento das principais para efeitos de
registo contabilístico e cujo saldo se deve transferir para aquelas, dizem-se subsidiárias.
Resumindo, diremos que existe um desdobramento horizontal ou paralelo entre as contas principal e
subsidiária, e um desdobramento vertical ou descendente entre as contas colectiva e divisionária.
b) Contas de créditos
Registam as dívidas de terceiros a receber pela empresa e distinguem-se várias, consoante a natureza das
operações e das entidades devedoras:
Depósitos com pré-aviso
Depósitos a prazo
Clientes
Empréstimos concedidos e obtidos
Sector público e estatal
Sócios e associados
Outros devedores e credores - Respeita às dívidas de terceiros que não estejam abrangidas pelas
contas anteriores.
c) Contas de existências
Pode haver vários tipos de contas de acordo com a empresa em estudo:
Mercadorias: Respeita aos bens existentes na empresa com destino à venda e não sujeitos a qualquer
transformação no seu seio; no seu preço de custo devem ser incluídas as despesas adicionais de
compra. (Essencialmente empresas comerciais);
Os três tipos de contas acima referidas. Contas de disponibilidades; contas de créditos e contas de existência,
constituem o Activo Circulante, sendo o primeiro tipo aquele que representa os meios monetários e os outros
dois o activo realizável.
d) Contas de imobilizações
Os bens e direitos adquiridos para rendimento e/ou controle de outras empresas, ou para serem utilizados na
própria actividade empresarial com carácter de permanência são relevados nas seguintes contas:
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Aplicações Financeiras, inclui as participações de capital e outros títulos adquiridos pela empresa
para rendimento ou controlo de outras empresas. Devem ser também aqui englobados os títulos da
dívida pública e os empréstimos de financiamento concedidos. (Imobilizações Financeiras);
Imobilizações corpóreas, onde se classificam os bens tangíveis, tais como terrenos, edifícios
(administrativos, fabris e outros), equipamento de transporte (camionetas, automóveis, motociclos,
etc., para uso da empresa), máquinas, ferramentas, e equipamento administrativos (mesas, cadeiras,
estantes, máquinas de escritório, aquecedores, etc.)
Imobilizações incorpóreas, inclui elementos patrimoniais sem existência física, tais como trespasses,
patentes, marcas, alvarás, licenças, concessões, gastos de constituição e de organização da empresa, de
aumentos de capital, estudos e projectos.
Imobilizações em curso
Custos plurianuais, inclui gastos que se reflectem por vários anos, nomeadamente campanhas
publicitária e conservação plurianual.
a) Fornecedores - Engloba todas as dívidas a pagar, resultantes da aquisição, pela empresa, de bens e
serviços, com excepção dos destinados ao imobilizado.
b) Empréstimos concedidos e obtidos - Engloba os financiamentos contraídos pela empresa, particulares
ou não.
c) Estado e outras entidades públicas - Abrange as operações com a Administração Central e Local e ainda
com as Instituições de Previdência, à excepção de transacções ou financiamentos.
d) Sócios e associados
e) Outros devedores e credores - Respeita às dívidas para com terceiros, que não estejam contempladas
nas contas precedentes.
Note-se que o exigível a curto prazo engloba todas as dívidas até um ano, abarcando nomeadamente as
contas de fornecedores e sector público estatl, enqanto o exigível a médio e longo prazo engloba as três
restantes contas, nomeadamente.
a) Capital, para as sociedades esta conta respeita ao capital nominal subscrito. Regista também o capital
fixado dos estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada e o capital inicial das empresas
públicas. Para as empresas em nome individual esta conta compreende não só o capital inicial e adquirido,
mas ainda as operações de natureza financeira com o respectivo proprietário.
b) Reservas (legais, estatutárias, livres, reavaliação), são contas constituídas em geral à base da retenção
de lucros, visando o aumento dos meios de acção das empresas (auto - financiamento), etc.
c) Resultados, visa o apuramento do resultado de cada exercício económico.
a) Custos
Custo de existências vendidas e consumidas;
Subcontratos;
Fornecimento e serviços de terceiros;
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Impostos;
Despesas com pessoal;
Despesas financeiras;
Outras despesas e encargos;
Amortizações e reintegrações do exercício;
Provisões do exercício.
b) Proveitos
Vendas de mercadorias e produtos;
Prestação de serviços;
Subsídios destinados à exploração;
Receitas suplementares;
Receitas financeiras correntes,
Receitas de aplicações financeiras;
Outras receitas.
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