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Por␣ uma␣ Gestão

Ambiental␣ Total
As empresas devem usar a filosofia dos programas de
Gestão de Qualidade Total e buscar a meta “zero-poluição”
para ser sustentáveis. Por Paul Shrivastava e Stuart Hart

Sustentabilidade é a palavra-chave. O mundo será obrigado a se No entanto, o que motivaria as em-


desenvolver de forma sustentável – ou seja, que preserve o meio presas a se tornar sustentáveis do
ambiente – e as empresas deverão fazer o mesmo, por iniciativa própria ponto de vista ambiental, e a que
ou por exigência legal. Isso poderá ser conseguido com um programa de preço? Essas perguntas precisam ser
“Gestão Ambiental Total” e um projeto de “organização sustentável”, as incluídas em qualquer discussão
expressões adotadas pelos autores deste artigo. A “Gestão Ambiental sobre desenvolvimento sustentável.
Total” visa limitar os danos ao meio ambiente causados pelas atividades Há no mínimo quatro forças ex-
industriais. O projeto organizacional sustentável busca criar um novo tipo tremamente motivadoras para as
de empresa integrada com o ambiente natural. empresas:
Muitas empresas já dizem preocupar-se com a sustentabilidade, mas 1) Leis nacionais cada vez mais rigo-
poucas realmente fazem algo sobre isso. Aquelas que fizerem certamente rosas e novos tratados internacionais
colherão benefícios competitivos e financeiros, afirmam os autores. criam um imperativo político.
2) A sustentabilidade está se tornan-
do um requisito para a competição.
Um número maior de consumidores
■ Paul Shrivastava é professor de Administração da Bucknell University, de Lewisburg, vem exigindo produtos “ecológicos”
Pensilvânia, EUA. e os concorrentes estão se distin-
MEIO AMBIENTE

■ Stuart Hart é diretor do Programa de Gestão Ambiental Corporativa da University guindo com base em critérios am-
of Michigan, de Ann Arbor, Michigan, EUA. bientais. Empresas como Body Shop
e Dow Chemical usam sua receptivi-
dade a problemas relativos ao meio
Ninguém tem mais dúvidas de Essas mudanças concentrarão esfor- ambiente como pedra angular de
que o crescimento econômico futu- ços no uso mais eficiente de energia suas estratégias de competição.
ro precisará ocorrer dentro dos limi- e recursos, em processos de produ- 3) A idéia, cada vez mais difundida,
tes físicos dos ecossistemas e, para ção não-poluentes, na redução de de que a natureza tem direito a exis-
isso, serão necessárias mudanças resíduos e emissões e no geren- tência própria cria um imperativo
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estruturais nas economias industriais. ciamento de riscos tecnológicos. ético. Cada vez mais as pessoas e as

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Image Bank/Komilly Lockyer

empresas estão sendo consideradas


moralmente responsáveis pela mini-
Entre 1975 e ganizacional sustentável, por sua vez,
pretende criar a organização susten-
mização de seu impacto sobre o pla-
neta, para que não neguem às gera-
1989, a 3M tável, um novo tipo de empresa com
uma relação completamente diferen-
ções futuras o direito de viver em
um mundo sustentável.
economizou cerca te com a natureza.
Gestão Ambiental Total
4) A resolução de problemas am-
bientais está inevitavelmente vincula-
de US$ 500 Para a criação de empresas susten-
da a questões de desenvolvimento
econômico, particularmente nos
milhões e evitou táveis, é importante identificar as
relações sistêmicas entre questões
países em desenvolvimento, e isso
cria um imperativo global.
a emissão de ambientais, econômicas e organiza-
cionais. Em cada degrau da cadeia de
Para facilitar o processo de trans-
formação, é útil perguntar “como
500 mil toneladas valor ou da vida útil dos produtos e
serviços há uma ligação entre a natu-
seria uma empresa ambientalmente de poluentes, com reza e a organização. Todas as ativida-
sustentável”. Parece claro que as des organizacionais – do uso de insu-
economias e as empresas sustentáveis seu programa mos e energia (inputs), passando pe-
do futuro não poderão se basear no los processos de produção (through-
crescimento contínuo do consumo de controle puts), até o uso e o descarte de emba-
de energia não-renovável e de maté- lagens e produtos usados (outputs) –
rias-primas virgens, tampouco gerar estão relacionadas com problemas
emissões poluentes e resíduos preju- sustentáveis pela adoção da “Gestão ambientais. A Gestão Ambiental Total
diciais. A sustentabilidade ambiental Ambiental Total” e de um projeto envolve o tratamento desses proble-
requer o completo replanejamento organizacional sustentável. A Gestão mas a partir de uma perspectiva de
de organizações e estratégias.
A seguir desenvolvemos um mo-
Ambiental Total visa limitar os danos
ao meio ambiente causados pelas
sistemas totais, ou holísticos.
Insumos e energia. Todas as em- ➙
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delo para a criação de empresas atividades industriais. O projeto or- presas precisam de matérias-primas

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Com seu programa de “Gestão da ção. Uma empresa sustentável tenta-
ria minimizar o legado de resíduos
Reciclagem de Ativos”, a Xerox trata as de produtos descartados.
Para isso, os projetistas devem
antigas copiadoras como fontes de minimizar o uso de insumos virgens
e não-renováveis na hora de conce-
peças e acessórios de baixo custo para ber um produto e prever que ele
provoque ônus ambiental baixo –
suas novas máquinas sendo facilmente reutilizado ou reci-
clado. Assim, as decisões sobre de-
senvolvimento de produtos baseiam-
se não apenas em fluxos de caixa
e energia como insumos para seus dos programas de Gestão da Qualida- projetados, mas também na projeção
processos de produção. A empresa de Total implantados na maioria das de custos ambientais futuros.
sustentável tentaria minimizar o uso empresas nas duas últimas décadas. A Xerox foi pioneira em projetos
de materiais virgens e de insumos Prova disso é o programa “A Preven- compatíveis com o meio ambiente
não-renováveis. Esse objetivo pode ção da Poluição Compensa”, da 3M, (ou designs for environment, como vêm
ser alcançado com: (a) redução do conhecido pela sigla “3P”. Entre 1975 sendo chamados nos EUA). Com seu
consumo de energia e materiais por e 1989, a 3M economizou cerca de programa de “Gestão da Reciclagem
meio de medidas de preservação; US$ 500 milhões e evitou a emissão de Ativos”, trata as antigas copiadoras
(b) maior uso de energia e materiais de 500 mil toneladas de poluentes, Xerox como fontes de peças e acessó-
reciclados ou renováveis; ou com seu programa de controle. rios de alta qualidade e baixo custo
(c) equilíbrio entre o consumo e O “3P” se baseia na redução da para suas novas máquinas. Um sofisti-
o reabastecimento. poluição na fonte, com a reformula- cado processo de “refabricação” per-
As possibilidades práticas para a ção de produtos e equipamentos, mite que essas peças e acessórios
preservação de recursos e energia modificação de processos e recicla- sejam recondicionados, testados e
são imensas, e algumas empresas já gem e reaproveitamento de mate- usados em novas máquinas.
estão desenvolvendo programas ino- riais. Cada projeto incluído no pro- A Procter & Gamble é um exem-
vadores para torná-las reais. Junto grama deve obedecer a quatro crité- plo de empresa que está implemen-
com o Fundo de Defesa Ambiental, rios: eliminar ou reduzir a poluição, tando a Gestão Ambiental Total em
o McDonald’s elaborou, por exem- economizar energia ou materiais todas as suas instalações, sob a batu-
plo, um programa para reduzir o uso e recursos, apresentar inovações ta do vice-presidente de Assuntos
de matérias-primas e embalagens em tecnológicas e economizar dinheiro. Ambientais diretamente subordina-
80%. Para mudar o design de produ- Um exemplo de um dos projetos do ao CEO. O programa é organiza-
to e os padrões de embalagem, a englobados pelo programa da 3M do em uma estrutura matricial que
empresa trabalhou juntamente com foi a reformulação de uma das eta- engloba áreas funcionais de enge-
os fornecedores, o que foi um fator- pas de fabricação de resina em spray. nharia ambiental, segurança, saúde,
chave na redução do desperdício de Com o projeto anterior, havia um gerenciamento de resíduos etc. e
insumos. resíduo de aproximadamente 230 instalações operacionais (fábricas e
Processos de produção. O proces- toneladas de spray anualmente, que armazéns).
so de produção de mercadorias e tinha de ser incinerado em instala- O gerenciamento do impacto
serviços tem, em geral, pontos em ções especiais. O novo projeto acar- ambiental de insumos, processos de
que ocorrem emissões de efluentes retou custos adicionais de US$ 45 produção e produtos finais coloca as
e com alguma frequência assiste a mil em equipamentos, mas a quanti- empresas na trilha da sustentabilida-
vazamentos e outros acidentes. Uma dade residual de resina foi reduzida de ambiental. No entanto, é preciso
empresa sustentável procuraria mini- em 57 toneladas por ano. mais do que isso para chegar a uma
mizar as emissões e os efluentes. Produtos finais. A escolha do organização sustentável. É preciso
Assim como o objetivo “zero-defeito” produto e seu projeto também têm uma mudança de paradigmas.
no controle da qualidade exige me- importantes implicações no desem-
Projeto organizacional sustentável
didas preventivas e melhoria contí- penho ambiental. Os produtos que
nua de cada etapa da produção, os duram pouco ou são difíceis de con- A transformação da empresa em
objetivos “zero-poluição” e “zero- sertar impõem, claramente, maior direção a uma organização sustentá-
risco” podem ajudar a concentrar demanda de materiais e energia. vel deve abordar todas as suas di-
esforços visando a eliminação de Além disso, os produtos de reutiliza- mensões. Diversos trabalhos publica-
praticamente todos os resíduos. ção ou reciclagem trabalhosas ou dos apontam as seguintes dimen-
A melhora dos processos de produ- caras são destrutivos para o meio- sões-chave de um projeto organiza-
ção faz muito sentido em termos co- ambiente, pois resultam em resíduos cional: (1) missão; (2) estratégias
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merciais e é uma extensão natural desnecessários e custos de deposi- empresariais e competitivas; (3)

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competências essenciais; (4) estrutu-
ras e sistemas; (5) cultura e proces-
sos organizacionais e (6) critérios de
desempenho. Para que uma empre-
sa aborde a sustentabilidade, todas
essas dimensões devem focalizar o
desempenho socioambiental e ser
internamente coerentes.
1. Missão. A sustentabilidade exige
mudanças fundamentais na missão da
empresa. No passado, as missões ti-
nham tipicamente uma orientação
nacional ou financeira e visavam satis-
fazer as demandas de um conjunto
limitado de pessoas interessadas,
como acionistas e clientes, seguidos
de fornecedores, órgãos do governo,
comunidades e do público em geral.
A sustentabilidade exige que a
missão das empresas seja orientada
para questões de longo prazo, mun-
diais e ambientais. Além de buscar
ganhos financeiros, as empresas
devem buscar ativamente a harmo-
nia com a natureza – deixar o menor
número possível de “pegadas no
planeta”. Um bom exemplo vem do
executivo Maurice Strong, nomeado
presidente do conselho da Ontario
Image Bank

Hydro, após concluir seu trabalho


na presidência da Eco-92, no Brasil.
Propôs uma nova missão à Ontario
Hydro: “Ajudar a região de Ontário
a se tornar a economia mais competi-
tiva, com o mais eficiente uso de A sustentabilidade implica, por PG&E realmente ganhasse dinheiro
energia do mundo e um exemplo exemplo, estratégias que visem redu- vendendo menos eletricidade (com-
vivo de desenvolvimento sustentável”. zir o consumo de materiais e energia partilhando com os usuários os re-
2. Estratégias empresariais e compe- por clientes dos mercados desenvol- sultados da economia de energia e
titivas. As estratégias empresariais vidos. A Pacific Gas and Electric investindo nas instalações de clientes
sensíveis às questões ambientais in- (PG&E) conseguiu, no final da déca- que usavam eletricidade no horário
centivam as organizações a abando- da de 80, negociar o primeiro pro- de tarifa reduzida).
nar os negócios prejudiciais ao meio grama de “gerenciamento do lado A sustentabilidade também sugere
ambiente e empreender outros am- da demanda”, na Califórnia. Seu estratégias que procurem desenvol-
bientalmente favoráveis. acordo com o Estado permitiu que a ver mercados para produtos, bens
ou serviços provenientes do mundo
em desenvolvimento. A Body Shop,
por exemplo, concorre com gigantes
A Procter & Gamble está dos cosméticos, como a Revlon, ven-
dendo apenas produtos naturais. E,
desenvolvendo um programa de mais importante, contribui com con-
siderável quantidade de recursos e
controle de qualidade do meio atenção para questões ambientais
mundiais, como proteção às florestas
ambiente, encabeçado pelo vice- tropicais e preservação das espécies
ameaçadas e da camada de ozônio.
presidente de Assuntos Ambientais, que Essa estratégia pouco ortodoxa pos-

sibilitou à companhia tornar-se hoje
se reporta diretamente ao CEO uma das empresas de cosméticos
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Em resposta à crescente pressão luentes do passado (as chamadas
“empresas-chaminés”) eram organi-
para a redução das emissões de gás zadas de fato como “chaminés” –
unidades funcionais administradas
carbônico, a Mazda está empenhada na hierarquicamente por meio de siste-
mas de controle formais. As pessoas
criação do primeiro motor “limpo”, eram responsáveis pela produção de
resultados específicos e frequente-
com o emprego de tecnologia cíclica mente trabalhavam, durante toda a
carreira, entre as “paredes” de uma
chaminé funcional. Essas organiza-
ções do tipo chaminé sacrificavam o
mais conhecidas e de mais rápido o projeto da sustentabilidade (embo- desempenho do sistema total pela
crescimento do mundo. Possui mais ra não suficiente). Isso inclui a indica- eficiência e previsibilidade dentro de
de 600 lojas espalhadas por diversos ção de um ombudsman do meio am- cada uma das funções estreitamente
países do mundo. biente com credibilidade e evidência. definidas.
3. Competências essenciais. Uma É também boa idéia incluir membros A sustentabilidade exige culturas e
estratégia sustentável terá êxito se as do conselho diretor para supervisio- processos organizacionais diferentes.
competências essenciais da empresa a nar o desempenho ambiental. Em- Os valores culturais devem enfatizar a
apoiarem. Para tanto é necessária presas como Dow Chemical, DuPont coexistência harmoniosa com o mun-
uma auditoria interna das capacida- e Chevron têm vice-presidentes en- do natural. As funções e as equipes
des tecnológicas e humanas e a realo- carregados da gestão ambiental. tradicionalmente isoladas devem
cação de recursos para aquelas tecno- Igualmente importante é o alinha- trabalhar de forma mais coordenada
logias que atendam aos critérios de mento dos sistemas organizacionais e integrada. Um requisito mínimo
Gestão Ambiental Total: minimização com a sustentabilidade. Os sistemas seria que a equipe ambientalista fosse
de uso de energia e de materiais de avaliação e recompensas devem integrada aos processos de desenvol-
perigosos, de produção de resíduos e incluir alguma forma de mensuração vimento de produtos da empresa e
de custos de ciclo de vida. O desen- do desempenho socioambiental de tivesse contato com o marketing e
volvimento de tal tecnologia exige, funcionários e equipes de trabalho. com os clientes, para minimizar o
geralmente, cooperação – consórcios, O processo de alocação de recursos impacto ambiental do produto em
parcerias e joint ventures –, incluindo – sistemas de planejamento e orça- uso e garantir a reciclagem.
países em desenvolvimento. mento – tem de incorporar critérios Talvez mais importante, a sustenta-
A Mazda, por exemplo, parece ambientais – em particular, a aborda- bilidade passa também pelo envolvi-
comprometida com o desenvolvimen- gem de ciclo de vida para análise de mento de interessados externos –
to do primeiro motor “limpo” do projetos e orçamento de capital deve ambientalistas, líderes comunitários,
mundo, usando tecnologia cíclica, ser aceita como parte do procedi- formadores de opinião, legisladores –
em resposta à crescente pressão pelo mento operacional padrão. E os no processo estratégico. A Dow Che-
controle da poluição atmosférica e a sistemas de informação dentro das mical, por exemplo, já instituiu um
redução das emissões de gás carbôni- organizações precisam ser reprojeta- conselho consultivo de ambientalistas
co. De fato, o CEO da empresa consi- dos para promover o livre fluxo de e cientistas.
dera o investimento de 20 anos da informações sobre problemas e 6. Desempenho. As teorias econômi-
empresa na tecnologia de motores oportunidades socioambientais. cas definem o bom desempenho
cíclicos uma “busca sagrada”. 5. Cultura e processos organizacio- principalmente sob o ponto de vista
4. Estruturas e sistemas. A sustenta- nais. De importância fundamental de investidores, como lucros ou
bilidade tem implicações considerá- para a busca da sustentabilidade são enriquecimento dos acionistas.
veis na estrutura e nos sistemas orga- os processos informais de solução O ambientalismo sugere o contrário:
nizacionais (por exemplo, sistemas de problemas e tomada de decisão o bom retorno deve ser entendido
de avaliação e recompensas, aloca- usados pelos gerentes de linha e também como resultados desejáveis
ção de recursos e sistemas de infor- funcionários da empresa. As culturas do ponto de vista social e ambiental.
mação). Juntos, esses sistemas aju- organizacionais “propensas a crises A empresa que tomar essas medidas
dam a criar a capacidade institucio- ambientais” não levam em conside- voluntariamente e não por exigência
nal para realizar a missão e executar ração a natureza, incentivam estrutu- legal terá a maior das recompensas:
as estratégias. Tornam a organização ras rígidas, têm excessiva confiança a sobrevivência no próximo século
sensível aos valores e às demandas em sua capacidade tecnológica e e o privilégio de contribuir para a
do ambientalismo. ficam na defensiva em relação aos criação de um mundo sustentável. ◆
Um forte departamento de assun- recursos organizacionais.
tos ambientais, com ligação direta Não é mera coincidência o fato de © Business Strategy and
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com a cúpula, é imprescindível para que as organizações industriais po- the Environment

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