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A escola morreu! Viva a Internet!

Freqüentemente pode-se ler, em jornais e revistas semanais, a respeito das


vantagens proporcionadas pela Internet. A última dessas matérias está veiculada na
revista “Isto é”, no. 1593 de 12 de abril de 2000. Lá, entre várias opiniões sobre a
utilidade dessa Rede em nas vidas das pessoas, lê- se que “Mas é na área de
educação que os benefícios da rede são mais festejados”. A comprovação disto vem
em seguida, na fala do professor Litto, coordenador da Escola do Futuro da USP.
Segundo ele, uma Enfermeira, em um Congresso de Educação no Canadá, declarou
ter conseguido formar-se através de um curso à distância. Além desse exemplo, a
matéria fornece outros, inclusive o da Escola Pueri Domus, em São Paulo, onde o
computador foi inserido no currículo dos estudantes a partir dos dois anos de idade
(?) para melhorar a aprendizagem dos alunos; idéias reforçadas em legenda inferior
da mesma página: “Escolas inserem computador no currículo e alunos aprendem
mais no vai-e-vem de idéias da rede que nas salas de aula”. Muitas vantagens e
apenas uma possível crítica, de um senhor chamado Don Tapscott (sem qualquer
referência de quem seja ele): a Internet pode nunca chegar às camadas mais baixas
da população, “aumentando a distância entre ricos e pobres, entre os que têm
ferramentas para crescer no mundo da informação e os que nem sequer o
compreendem” (p. 58). Opinião semelhante à publicada no Diário de Pernambuco
(2/04/2000): “Recife tem 2,1 milhões de excluídos digitais – 84% da população”
Sem dúvida, o assunto é atual e desperta polêmica. Imagine-se uma
aprendizagem livre dos muros das escolas e independente da figura do professor...
Liberdade total para escolher a hora e o lugar da aprendizagem... Quem não se sente
atraído por essa proposta? Por outro lado, qual professor não entra em pânico ao
imaginar-se inútil e desempregado... Principalmente, quando se constata a atual crise
por que passa a nossa profissão.
Há muito pesquiso sobre utilização da Informática nas escolas,
experimentando o computador nas minhas aulas de Português do Colégio de
Aplicação, ministrando a disciplina de Ensino de Línguas e Novas Tecnologias da
Informação em cursos de Pós-graduação na UFPE e UFPB e oferecendo cursos de
extensão a profissionais da área. E uma pergunta sempre surge quando se fala em
computador: ele vai substituir o professor? Essa “ameaça” , de certo modo, acaba
sendo alimentada pela mídia. Segundo esta, agora quem quer aprender deve usar a
Internet, caso contrário ficará à margem desse processo de “modernização” (?)
Assim, como já discuti em outro artigo1, as escolas correm para comprar
computadores, já que os pais – modernos(?) – acreditam estar oferecendo o melhor
ensino quando matriculam seu filhos nesses estabelecimentos informatizados. E
mais: quem não tem um provedor nem acesso `a rede está ultrapassado segundo as
opiniões correntes. É a camisa-de-força da Internet.
1
Os computadores chegaram. E agora, professor? http://www.moderna.com.br - em março de 1998
http://www.aprendiz.com.br - 5 a 11 de abril de 1998 http://www.cac.ufpe.br/~clipping - 1999
Esquece-se de que a questão principal a ser discutida é o modo como essa
Informática vem sendo implantada nas escolas. Usar computador para passar a
limpo textos escritos a mão, ou navegar na Internet – muitas vezes para selecionar,
copiar e colar informações – ou bater papo nos “Mircs da vida” não garante essa tal
aprendizagem tão propalada. Quando muito alguma informação, mas dificilmente
aprendizagem e, mais raro ainda, a construção do saber.
Recentemente, dentro do Projeto Virtus (www.virtus.ufpe.br), iniciei uma
experiência de utilização de ambiente virtual para proporcionar situações de
aprendizagem a meus alunos do 3º ano do Ensino Médio. Com certeza, ainda
estamos no início dos trabalhos e muito ainda precisa ser assimilado, discutido e
avaliado. Mas, uma questão pode já ser levantada: no momento em que a atividade
era o bate-papo a respeito do livro lido – Dom Casmurro, de Machado de Assis – e
havia uma proposta de tema para discussão – A infidelidade na vida real e na
literatura – os alunos limitaram-se a escrever(?) sem se preocuparem com o
compromisso da aprendizagem. Apenas nos momentos em que intervi como
participante do bate-papo a direção das conversas tendeu para o debate proposto. No
geral, as conversas limitaram-se a brincadeiras descomprometidas e, em certos
momentos, até descambando para brincadeiras de mau gosto – uma conversa sem
muito assunto, característica dos canais de bate-papo freqüentado pelos jovens.
Material interessante para pesquisas lingüísticas mas longe de ser considerado
aprendizagem.
Dessa forma, insisto na questão: de que modo pode-se introduzir a Internet
como ferramenta nas atividades de ensino-aprendizagem? Concordo que existem
experiências interessantes nessa área – o projeto Kidlink é um deles. Mas, daí aceitar
como verdadeiras as afirmações de que a Internet é um espaço especial de
aprendizagem no presente e no futuro, a distância é grande. Experimentos devem ser
feitos, discutidos e avaliados antes que – como afirmei no outro artigo – toda essa
tecnologia seja substituída por outra “mais moderna”... quem sabe o livro virtual ou
e-livro que já chegou ao mercado.

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