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Esse surto industrializante que vivia o Brasil teve como símbolo a figura
do empreendedor Irineu Evangelhista de Souza, o Barão de Mauá. Este se
tornou o maior investidor em atividades urbanas no Brasil da época, tendo
algumas de suas empresas se tornado até mesmo multinacionais. Segundo
Furtado,
Mauá fundou o Banco Comércio e Indústria do Brasil (1851) que, por sua
proposta, passou a se chamar Banco do Brasil, com capital de 10 mil contos de
réis. Era, então, a maior sociedade por ações da América do Sul. Dois anos
mais tarde, por imposição do governo, fundiu-se com o Banco Comercial do
Rio de Janeiro, dando origem ao novo Banco do Brasil. Em 1854, Mauá
organizou a Casa Bancária Mauá, Mc Gregor & Cia, mais conhecida como
Casa Mauá, com o objetivo de suprir capital às indústrias, a médio e a longo
prazo. Seus investimentos se estenderam por praticamente todo o Brasil e sua
organização possuía várias agências no exterior – Londres, Manchester, Nova
Iorque, Buenos Aires, Salto, Paissandu, Mercedes, Cerro Largo e Montevidéo.
A Casa Mauá operava associada aos irmãos Baring, na Inglaterra e, mais
tarde, fundiu-se ao London and Brazilian Bank. Além dessas atividades
bancárias, Mauá organizou várias sociedades por ações, com a participação
da
com a participação de capital inglês, as quais desenvolveram atividades
pioneiras nos mais diversos setores da economia, notadamente no setor de
transporte, comunicação e infra-estrutura urbana. No setor ferroviário, foi
pioneiro ao construir a primeira estrada de ferro do país (1854); iniciou a
ligação do cabo submarino entre Brasil e Portugal; antes porém, implantou na
cidade do Rio de Janeiro a iluminação às gás etc7.
“Fato único, que prova exuberantemente a podridão que vai por este pobre
país e que muito necessita a ditadura militar para expurgá-la. Como liberal,
que sou, não posso querer para o meu país o governo da espada; mas não
há quem desconheça, e aí estão os exemplos, que é ele que sabe purificar
o sangue do corpo social, que, como o nosso, está corrompido"30.
Não demorou muito para esses políticos entenderem que era quase
impossível se combater o Governo na República Velha. Não se reconhecia à
oposição o direito de existir. O oposicionista não era considerado como um
adversário político, mas, ao contrário, como um terrível inimigo a quem o
governo devia combater por todos s meios lícitos e ilícitos. Por isso, não é
exagero afirmar que, na República Velha, todos os governantes estaduais
seguiam esta diretriz política: aos amigos, todas as benesses do poder; para
os adversários, os rigores da lei e a violência do arbítrio60.
(...) “No terreno das idéias, com a mais perfeita independência de pensar, com
as nossas convicções solidamente firmadas, sem violências nem excessos
(grifo nosso), mas com perseverança e constância, sempre na linha reta da
propaganda doutrinária” (...)
(...) “Se trabalharmos em a esperança de gozar pessoalmente os frutos da
grande reforma ao menos estamos preparando um futuro melhor para os
nossos filhos. Cremos entretanto que a liberdade triunfará em curto prazo e
sem abalos nem convulsões. Contamos com a vitória pacífica da opinião
que progride e cada dia mais e mais se fortalece” (grifo nosso) (...)71
“Monarquistas, nós?
Vive todos os dias o órgão do governo a tirar-nos umas alusões, que já não
fazem efeito por gastas, dizendo que somos monarquistas, tem intuitos
restauradores todo o trabalho da oposição contra os desmandos do atual
governo. (...)
Dil-o-hiamos francamente, se o fossemos, porque não há governo, não há
força que nos prive de pensar como entendemos... O que não somos é
republicanos da rabadilha dos governos, o que não podemos é bater palmas
ao governo desonrado e corrupto do Sr. Pedro velho, porque não podemos
pactuar com o banditismo político-governamental que assola o estado(...)
Assim não somos republicanos nem queremos sê-lo.
Enquanto os tartufos se banqueteiam a custa do suor do povo, prostituindo a
República, nós iremos continuando em nossa faina de doutrinar o povo até
que este se convença de que não deve mais tolerar os verdugos que embalam
com meigas cantinelas para melhor o explorarem”102.
Também no jornal O Nortista, grupos de oposição precisaram se
defender das violentas acusações de Pedro Velho e seus correligionários:
“Conversemos
“Governo de Mentira
O Exm. Dr. Pedro Velho tem se mantido até hoje no governo somente pela
mentira, isto é facto sabido.
Todos tem visto o desfaçamento com que a imprensa do governo assoalha
boletins, arvorando em princípio de verdade a mais requintada mentira de que
fazem propaganda para manter o espírito à esta situação que ameaça cair de
podre.
E o governo entre nós mentindo para iludir o povo, e assim ganhar terreno
para viver mais tempo ainda que ingloriamente como tem vivido até hoje!
O Dr. Pedro Velho jurou aos seus deuses não escrever a verdade uma só vez
na sua imprensa mercenária.
Ele pensa que pelo ciganismo, pela falta de sinceridade é que há de
consolidar a República”106.
REFERÊNCIAS
1
Podemos citar alguns trabalhos considerados clássicos sobre o assunto,
como COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos
decisivos. São Paulo: Livraria Ciências Humanas, 1979.; CARDOSO, Fernando
Henrique. Dos governos militares à Prudente – Campos Sales. In: FAUSTO,
Boris (Org.). História Geral da civilização brasileira. 5.ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1989. t. 3, v. 1, cap. 3.
2
PANG, Eul-Soo. Coronelismo e oligarquias (1889 – 1943): a Bahia na
Primeira República brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
3
SHILS, Edward apud LINDOSO, José Spinelli. Da oligarquia Maranhão à
política do Seridó. p. 20.
4
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. O coronelismo numa interpretação
sociológica. In: FAUSTO, Bóris (Org.) História da civilização brasileira. 5. Ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. t. 3, v. 1, cap. 3.
5
FURTADO, Milton Braga. Síntese da economia brasileira. 2. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora AS, 1984. p. 102.
6
ALENCAR, Francisco, CARPI, Lúcia, RIBEIRO, Marcus Venício. História da
Sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. p. 148.
7
FURTADO, Milton Braga. Síntese da economia brasileira. 2. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora AS, 1984. p. 103.
8
ALENCAR, Francisco, CARPI, Lúcia, RIBEIRO, Marcus Venício. História da
Sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. p. 149.
9
COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São
Paulo: Livraria Ciência Humanas, 1979. p. 201.
10
FAUSTO, Bóris. História do Brasil. 12. Ed. São Paulo: EDUSP, 2007. p. 237.
11
FAUSTO, Bóris. História do Brasil. 12. Ed. São Paulo: EDUSP, 2007. p. 238.
12
FURTADO, Milton Braga. Síntese da economia brasileira. 2. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora AS, 1984. p. 108.
13
FURTADO, Milton Braga. Síntese da economia brasileira. 2. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora AS, 1984. p. 107.
14
FAUSTO, Bóris. História do Brasil. 12. Ed. São Paulo: EDUSP, 2007. p. 240.
15
BELLO, José Maria. História da República. p. 2.
16
BELLO, José Maria. História da República. p. 5.
17
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos
decisivos. p. 317.
18
CASTRO, Therezinha de. História Documental do Brasil. p. 229-237.
19
BELLO, José Maria. História da República. p. 19.
20
BASBAUM, Leôncio. História sincera da República. p. 207.
21
COSTA, Emília Viotti da . Da Monarquia à República: momentos decisivos.
p. 318.
22
BASBAUM, Leôncio. História sincera da República. p. 210.
23
BASBAUM, Leôncio. História sincera da República. p. 209.
24
BELLO, José Maria. História da República. p. 26.
25
COSTA, Emília Viotti da . Da Monarquia à República: momentos decisivos.
p. 322.
26
COSTA, Emília Viotti da . Da Monarquia à República: momentos decisivos.
p. 325.
27
CARONE, Edgar. A República Velha: evolução política. p. 26.
28
COSTA, Emília Viotti da . Da Monarquia à República: momentos decisivos. p.
326.
29
BELLO, José Maria. História da República. p. 29.
30
CARDOSO, Fernando Henrique. História geral da civilização brasileira. p.
29.
31
CARONE, Edgar. A República Velha: evolução política. p. 31.
32
CARDOSO, Fernando Henrique. História geral da civilização brasileira. p.
38.
33
CARONE, Edgar. A República Velha: evolução política. p. 52.
34
CARONE, Edgar. A República Velha: evolução política. p. 36.
35
Este episódio ficou conhecido como a Primeira Revolta da Armada, liderada
pelo Contra-Almirante Custódio de Melo e que exigia a renúncia do presidente
Deodoro da Fonseca.
36
CARDOSO, Fernando Henrique. História geral da civilização brasileira. p.
42.
37
CARDOSO, Fernando Henrique. História geral da civilização brasileira. p.
42.
38
CARONE, Edgar. A República Velha: evolução política. p. 118.
39
Para saber mais sobre o movimento jacobino e suas teorias no início da
República brasileira, consultar QUEIROZ, Suely Robles Reis de. Os radicais
da República.
40
QUEIROZ, Suely Robles Reis de. Os radicais da República. p. 29.
41
QUEIROZ, Suely Robles Reis de. Os radicais da República. p. 31.
42
CARONE, Edgar. A República Velha: evolução política. p. 183.
43
CARDOSO, Fernando Henrique. História geral da civilização brasileira. p.
47.
44
CARDOSO, Fernando Henrique. História geral da civilização brasileira. p.
49.
45
MONTEIRO, Denise Mattos. Introdução à história do Rio Grande do Norte.
Natal: EDUFRN, 2000. p.128.
46
POMBO, Rocha. História do Rio Grande do Norte. Rio de Janeiro: Annuario
do Brasil, 1922. p. 361.
47
MONTEIRO, Denise Mattos. Introdução à história do Rio Grande do Norte.
Natal: EDUFRN, 2000. p.138.
48
SANTOS, Paulo Pereira dos. Evolução econômica do Rio Grande do Norte
(do século XVI ao século XX). p. 25.
49
Nesse ano ocorreu uma grande seca que impulsionou a agricultura na faixa
litorânea da província, uma vez que esta era menos sujeita aos efeitos da
falta ou da irregularidade das chuvas. – MONTEIRO, Denise Mattos.
Introdução à história do Rio Grande do Norte. p.129.
50
MONTEIRO, Denise Mattos. Introdução à história do Rio Grande do Norte.
p.129.
51
SANTOS, Paulo Pereira dos. Evolução econômica do Rio Grande do Norte
(do século XVI ao século XX). p. 41.
52
SANTOS, Paulo Pereira dos. Evolução econômica do Rio Grande do Norte
(do século XVI ao século XX). p. 22.
53
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 49.
54
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 50.
55
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 133.
56
CASCUDO, Câmara. História da República no Rio Grande do Norte. p. 49.
57
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 133.
58
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 134.
59
Diário de Natal, 5-9-1897.
60
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 135.
61
LINDOSO, José Antônio Spinelli. Da oligarquia Maranhão à política do
Seridó. p. 21.
62
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 140.
63
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 52
64
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 51
65
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 133.
66
MONTEIRO, Denise Mattos. Introdução à história do Rio Grande do Norte.
p.161.
67
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 118.
68
LYRA, Tavares de. História da República no Rio Grande do Norte. p. 315.
69
LYRA, Tavares de. História da República no Rio Grande do Norte. p. 320.
70
LINDOSO, José Antônio Spinelli. Da oligarquia Maranhão à política do
Seridó. p. 17.
71
Manifesto escrito por Pedro Velho após a reunião de fundação do Partido
Republicano em 27 de janeiro de 1889. Ver anexo 1.
72
Este documento, intitulado “Manifesto Republicano ao Povo Seridoense”, foi
escrito em abril de 1889, pelos republicanos de Caicó (então Vila do Príncipe).
Ver anexo 2.
73
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 112.
74
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 112.
75
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 111.
76
MONTEIRO, Denise Mattos. Introdução à história do Rio Grande do Norte.
p.162.
77
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 112.
78
CASCUDO, Luís da Câmara. História da República no Rio Grande do Norte.
Rio de Janeiro: Edições do Vel. LTDA, 1965. p. 278-279.
79
LINDOSO, José Antônio Spinelli. Da oligarquia Maranhão à política do
Seridó. p. 21.
80
A República. 30 nov. 1889.
81
“Na execução dessa estrada foram gastos cerca de oitenta contos de réis e o
trabalho ficou mal feito e incompleto. A referida estrada não passava de uma
vereda que, partindo de Natal, terminava em guarapes, onde Fabrício Gomes
Pedroza, avô de Pedro Velho, erguera o seu empório comercial”. SOUZA,
Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930. p. 220.
82
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 120.
83
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 120.
84
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 120.
85
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 117.
86
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 119.
87
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 121.
88
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 124.
89
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 222.
90
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 224.
91
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 140.
92
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 225.
93
BUENO, Almir de Carvalho. Visões da República. p. 142.
94
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 226.
95
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 226.
96
LINDOSO, José Antônio Spinelli. Da oligarquia Maranhão à política do
Seridó. p. 25.
97
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 123.
98
LINDOSO, José Antônio Spinelli. Da oligarquia Maranhão à política do
Seridó. p. 26.
99
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-1930.
p. 124.
100
SOUZA, Itamar de. A Republica Velha no Rio Grande do Norte – 1889-
1930. p. 229.
101
Rio Grande do Norte. dois jan. 1893.
102
Rio Grande do Norte. 16 mar. 1893. Ver Anexo 3.
103
O Nortista. 29 set. 1893. Ver Anexo 4.
104
PANG, Eul-Soo. Coronelismo e oligarquias. p. 34.
105
Diário do Natal. 25 dez. 1895.
106
O Nortista. 23 jun. 1893.
FONTES E BIBLIOGRAFIA
Fontes
Bibliografia
FAUSTO, Bóris. História do Brasil. 12. Ed. São Paulo: EDUSP, 2007.
LEAL, Vitor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. 5. ed. São Paulo: Alfa-Omega,
1986.
LYRA, A. Tavares de. História do Rio Grande do Norte. 3. ed. Natal: IHGRGN,
1998.
SOUZA, Itamar de. A República Velha no Rio Grande do Norte (1889 – 1930).
Natal: [s.n.], 1989.
ANEXOS
1
O “estadista do norte” era o conselheiro Jòão Alfredo Correa de Oliveira, presidente do então gabinete
ministerial. Nascera em Pernambuco. (nota de Câmara Cascudo)
Este manifesto foi escrito em 1889 pelos republicanos de Caicó
(então Vila do Príncipe), na região sertaneja do Seridó, no Rio Grande do
Norte, que reorganizaram o Centro Republicano Seridoense, que fora
fundado em 1886 pelo estudante de Direito Janúncio da Nóbrega Filho, que
se tornará um dos principais líderes do republicanismo potiguar na fase da
propaganda.
Regeneremos a Pátria!
1
No seu “manifesto político” de maio de 1892, Janúncio da Nóbrega alude a um núcleo fundado a
25 de julho de 1886. Seria o mesmo? ( nota de Câmara Cascudo)
A hipótese de um terceiro reinado é de tremendas conseqüências; é por
isso que nós, os regeneradores da pátria vamos trabalhando pela
democratização do espírito do povo para uma resistência, que se deverá
fazer efetiva no momento oportuno.
As tradições históricas da nossa província sancionam o nosso
pronunciamento republicano.
O nosso passado, o sangue dos mártires rio-grandenses das
adesões de 1817 e 1824 constituem um apelo eterno à geração atual
para um futuro melhor.
Nós queremos a República, não fazendo questão de meios para a
consecução do nosso desideratum: ou pela evolução da idéia ou pela
revolução!
A História nos ensina, que todo direito foi adquirido pela luta. E, nós não
a evitaremos, onde quer que a coloque a fatalidade de um gôverno imoral
e despótico: porque, cônscios da grandeza da causa, que defendemos,
havemos de realizar, frase de grande propagandista da República, a
divisa dos lutadores: Vencer ou Morrer!...
Cidade do Caicó (ou Príncipe), 4 de abril de 1889.
Monarquistas, nós?
Conversemos