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Reservatório Carangueja
Joceline Costa de Almeida1; Leonardo Lopes de Azeredo Vieira; Thaís Tonin de Barros; Valeska
Cavalcante da Costa & Valmir de Albuquerque Pedrosa2
ABSTRACT --- The Carangueja reservoir, located in Alagoas, is the only water source to three
cities, who population is around 90 thousand people. In end of 2006, the Quebrangulo Agriculture
Department decided implement fish farm project to support poor community in its waters. Now is
necessary to define a integrated water management, to avoid eutrophication of lake. The article
presents water analyses before and after the Tilápia Project. Based in this two analyses, the water
quality is no getting worse than before. Nevertheless, the authors believe that water management is
very important to avoid the degradation of Carangueja´s water.
1
Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento - UFAL. E-mail: jocelinecostaa@yahoo.com.br;
leolav@uol.com.br; thaistonin@ig.com.br, valeskacavalcante@hotmail.com.
2
Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento Universidade Federal de Alagoas - UFAL. E-mail:
valmirpedrosa@yahoo.com.
O reservatório é formado pelo represamento das águas de pequenas nascentes que correm para
o rio Paraíba do Meio. De fato, a barragem fica a 200 metros do leito deste. De acordo com o
“Levantamento Exploratório – Reconhecimento de Solos do Estado de Alagoas” – SUDENE
(1975), os solos são do tipo podzólicos vermelho amarelo, latosol vermelho amarelo, hidromórficos
e halomórficos. A vegetação é basicamente composta por Caatinga Hiperxerófila com trechos de
Floresta Caducifólia. A figura 2 apresenta uma visão geral do reservatório.
O relatório Atlas de Obras Prioritárias para a região Semi-Árida, desenvolvido pela ANA em
2005, classifica o sistema Carangueja como numa situação crítica, tanto no quesito disponibilidade
do manancial, como no quesito capacidade do sistema (adutoras e ETA). A figura 3 apresenta a
esquematização do Sistema Coletivo Carangueja, com suas adutoras, ETA e estações elevatórias.
3 - RESERVATÓRIOS NO SEMI-ÁRIDO
Técnicas para reter e acumular as águas superficiais nas regiões áridas do mundo sempre foi a
grande luta do homem para suprir as suas necessidades hídricas. O semi-árido brasileiro possui
cerca de 70.000 reservatórios superficiais, que acumulam grandes volumes de água, sendo
reservatórios plurianuais ou interanuais.
A construção de reservatórios, entretanto, provoca a modificação dos ecossistemas naturais.
Devido a grande dimensão dessas obras e à mudança do uso do solo em seu entorno, ocorrem
impactos ambientais durante a construção e após o início da operação, produzindo alterações
hidrológicas, atmosféricas, biológicas e sociais, na região de construção e na área atingida pelo lago
artificial (Tundisi, 1987).
IX Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 4
Dentro deste contexto, pode ocorrer em alguns reservatórios o processo de eutrofização. A
vulnerabilidade ou fragilidade ambiental está relacionada com a susceptibilidade de uma área em
sofrer danos quando submetida a uma determinada ação, como a ação do aporte de nutrientes num
corpo d’água. Quanto maior a vulnerabilidade da bacia, menor a chance de recuperação do
ambiente.
Marca a hidrologia do semi-árido a alta evaporação e o sistema fluvial intermitente. Estes
fatos dificultam o manejo adequado dos reservatórios, pois durante o período de diminuição dos
volumes de água nos reservatórios, ocorre o aumento da demanda pelo excessivo calor e ausência
de chuvas. Com os volumes reduzidos, as concentrações de carga poluidora sofrem destacado
crescimento.
O processo de eutrofização é um problema mundial que atinge lagos, represas, rios e águas
costeiras de todo o planeta. A eutrofização das águas significa seu enriquecimento por nutrientes,
principalmente nitrogênio e fósforo, levando ao crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto
planctônicas quanto aderidas, com conseqüente desequilíbrio do ecossistema aquático e progressiva
degeneração da qualidade da água dos corpos lênticos. Em razão da eutrofização, muitos
reservatórios e lagos no mundo já perderam sua capacidade de abastecimento, de manutenção da
vida aquática e de recreação. Vários trabalhos apontam para a gravidade do problema.
(VOLLENWEIDER, 1976).
A eutrofização pode ou não ser benéfica, aumentando a produtividade primária, tornando o
sistema ideal para a presença dos consumidores (zooplâncton, moluscos, crustáceos e peixes), ou
causando sérios desequilíbrios com o superpovoamento de algas microscópicas. (PADUA, 2000).
Quanto ao grau de trofia dos reservatórios, estes podem ser classificados como:
• Oligotrófico: sucessão de sedimentos predominantemente inorgânico, com fósseis
indicadores de oligotrofia;
• Mesotrófico: moderado enriquecimento com nutrientes; moderado crescimento planctônico;
alguma acumulação de sedimentos na maior parte do fundo; e, em geral, suporta espécies de
peixes de águas mais quentes;
• Eutrófico: sucessão de sedimentos mais orgânicos, com fósseis indicadores de oligotrofia;
• Hipereutrófico – Algumas características: enriquecimento máximo de nutrientes; número
excessivo de algas e plantas aquáticas (ao ponto de impedir ou dificultar a navegação).
Os danos à saúde humana e o aumento exagerado dos custos do tratamento da água são
algumas das conseqüências econômicas mais severas e problemáticas da eutrofização, como mostra
a tabela 3.
Tabela 3. Efeitos da eutrofização em reservatórios
Efeitos da eutrofização
Anoxia (ausência de oxigênio dissolvido), que causa a morte de peixes e de invertebrados e também
resulta na liberação de gases tóxicos com odores desagradáveis.
Florescimento de algas e crescimento incontrolável de outras plantas aquáticas.
Produção de substancias tóxicas por algumas espécies de cianofíceas.
Altas concentrações de matéria orgânica, as quais, se tratadas com cloro, podem criar compostos
carcinogênicos.
Deterioração do valor recreativo de um lago ou de um reservatório devido à diminuição da
transparência da água.
Acesso restrito à pesca e a atividades recreativas devido ao acúmulo de plantas aquáticas.
Menor número de espécies e diversidade de plantas e animais (biodiversidade).
Alterações na composição de espécies daquelas mais importantes para as menos importantes
(em termos econômicos e valor protéico).
Depleção de oxigênio, particularmente nas camadas mais profundas, durante o outono em lagos e
reservatórios de regiões temperadas.
Diminuição da produção de peixes causada por depleção significativa de oxigênio na coluna de água
e nas camadas mais profundas de lagos e reservatórios.
Fonte: UNEP-ILEC, 2001.
a) temperatura;
b) oxigênio dissolvido;
c) gás carbônico;
d) pH;
e) alcalinidade e dureza total;
f) amônia;
g) nitrito;
h) gás sulfídrico.
Em grandes reservatórios onde são realizados cultivos de peixes em tanques-redes, a
qualidade de água está diretamente relacionada ao consumo de ração pelos peixes cultivados, à taxa
de conversão alimentar e ao tempo de retenção da água nesses ambientes.
Nesse contexto, é necessário observar princípios básicos referentes à qualidade de água, à
manutenção e ao monitoramento dos sistemas de produção com relação aos seguintes fatores:
manejo alimentar, temperatura da água e estratificação, oxigênio dissolvido e produtividade
6 - RESULTADOS
Tabela 6. Parâmetros analíticos físicos nas amostras de água na Barragem da Carangueja em 2008.
Parâmetros
Coleta Horário Ponto
Data
Mensal Manhã Superfície Temperatura OD Turbidez Cor
Tanques-rede 27,7 4,8 4,0 23,0
Margem Esquerda (*) 27,6 4,8 3,8 22,0
1 17.01.2008 10h15 - 11h15 Margem Direita (**) 28 4,2 9,3 29,0
Captação
28,8 2,9 2,0 30,0
ETA/CASAL
(*) Sem influência direta humana (**) Com influência direta humana
Fonte: PPGRHS, 2008.
O reservatório Carangueja tem enfrentado problemas de proliferação de algas aquáticas,
conforme pode ser visto nas figuras 6 e 7. Historicamente, a CASAL tem diminuido este presença
por meio de limpeza mecânica do reservatório. Por meio de correntes e redes as algas são puxadas
em direção ao vertedor nos momentos de vertimento do reservatório, conforme figura 8.
7 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O cultivo intensivo de tilápias em tanques-rede tem sido proposto como uma alternativa para
aumentar a produção pesqueira, a geração de renda e a oferta de proteína animal em diversos países
tropicais e subtropicais. No entanto, esse sistema de produção enriquece o ambiente aquático com
nutrientes, principalmente o nitrogênio e o fósforo, oriundos dos dejetos do metabolismo do
alimento e com eventuais sobras de alimentos não consumidos pelos peixes; uma vez que a
alimentação dos peixes nessa modalidade de cultivo é extremamente dependente do aporte de ração.
A emissão desses nutrientes em níveis acima do limite que o sistema é capaz de provocar o