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Apresentação

Você est? recebendo um conjunto de atividades interativas propostas


para a área de Língua Portuguesa, a qual faz parte do núcleo comum do
currículo do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano).
O objetivo primordial é proporcionar ao educando momentos ricos e
prazerosos de revisão e/ou reforço de conteúdos já estudados, ou até mesmo
de aquisição de novos conhecimentos. Para auxiliá-lo nessas tarefas, a
equipe pedagógica da empresa Netbil elaborou este livro + CD, com
orientações claras e objetivas sobre as atividades interativas de Língua
Portuguesa propostas.

Atividades interativas para a área de L?ngua Portuguesa

Um mundo de novas possibilidades


O material contém atividades interativas de Língua Portuguesa,
elaboradas em diferentes formatos de visualização (caça-palavras, jogo da
memória, pintura, clicar e arrastar, jogo da forca, quebra-cabeça, relacionar,
palavras-cruzadas e outros), inserindo, assim, a utilização das novas
tecnologias no processo educativo.
Ensino Fundamental
Objetivos
Língua Portuguesa *Oportunizar a utilização de recursos e metodologias diferenciados e
modernos no processo educativo.

*Incentivar o educando a interessar-se pelo computador como


ferramenta de aprendizagem e sentir-se mais motivado a aprender.

*Utilizar o recurso tecnológico como ferramenta de apoio na


revisão ou complementação de conhecimentos.

*Levar o educando a compreender a cidadania como


participação social e política, adotando, no seu dia a dia, atitudes
de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças,
respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.
Sumário
ÁREA DO CONHECIMENTO: LÍNGUA PORTUGUESA

Os assuntos propostos nas atividades interativas de Língua


1 - Descrição dos Conteúdos
Portuguesa garantem a sistematização dos conceitos numa organização
própria da área de Língua Portuguesa e consideram a articulação aprendiz - 1.1 Língua Portuguesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
área do conhecimento - aprendizagem, utilizando o recurso do computador.
As atividades interativas para o ensino da Língua Portuguesa 2 - Textos e Contextos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
privilegiam a norma culta da língua, mas respeitam, também, as demais
variedades linguísticas. Essas atividades objetivam: despertar a atitude
receptiva do educando diante de leituras desafiadoras e disponibilidade para
a ampliação do repertório a partir de experiências com material diversificado;
incentivar a leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer
e arte; ampliar, progressivamente, o conjunto de conhecimentos discursivos,
semânticos e gramaticais da língua materna; constituir um conjunto de
conhecimentos sobre o funcionamento da linguagem e sobre o sistema
linguístico relevantes para as práticas de escuta, leitura e produção de textos.
Língua Portuguesa: 6º ao 9º ano 25. Denotação e conotação
26. Linguagem não-verbal
Espera-se que o educando adquira competências e habilidades 27. Numerais
para: utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade, 28. Pontuação
operando sobre as representações construídas em várias áreas do 29. Pronomes
conhecimento; conhecer e valorizar as diferentes variedades do português; 30. Sujeito paciente e agente da passiva
usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise linguística 31. Análise sintática dos termos da oração
para expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da 32. Aposto
linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica, através das atividades 33. Colocação pronominal
executadas na informática. 34. Estrutura das palavras
35. Formação das palavras
Conteúdos 36. Orações subordinadas
37. Vocativo
1. Acentuação gráfica 38. Concordância verbal e nominal
2. Classes gramaticais 39. Crase
3. Conceito de verbo 40. Figuras de linguagem
4. Fonologia 41. Orações subordinadas adjetivas
5. Gírias 42. Regência nominal
6. Linguagem denotativa e conotativa 43. Regência verbal
7. Mitologia 44. Versificação, estrofação e rima
8. Modos verbais
9. Norma culta
10. O Mito de Prometeu
11. Obras de Monteiro Lobato
12. Pessoas do verbo
13. Quiz – Monteiro Lobato
14. Substantivo, adjetivo e coerência
15. Substantivos – Gênero
16. Classificação dos substantivos I
17. Classificação dos substantivos II
18. Tempos verbais I
19. Tempos verbais II
20. Tipos de discurso: literatura
21. Variação linguística
22. Adjetivo
23. Adjetivos pátrios
24. Caracterização de personagem
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justiça, do saber, não seriam regras do "não pode porque não pode". Seria
uma escola menos ditadora...
Quarto: a linguagem falada na escola dos sonhos seria a do respeito.
Não haveria gritos, não existiria briga, não seria ouvida nenhuma ofensa em
seu ambiente. Haveria amizade entre alunos, professores e funcionários. Na
escola dos sonhos aluno e professor são parceiros na construção do saber,
por isso se respeitam e crescem juntos. Há mais educação, tanta educação
que ela sai pelas portas e janelas dessa sonhada escola e toma as ruas. Seria
o reflexo de tudo o que acontece dentro dela, e seria tanto que as paredes não
seriam limites.
Nessa escola ideal não há vez para o preconceito, não há espaço para
a intolerância porque ela é amante da igualdade, porque semeia a aceitação
das diferenças, que a enriquecem tanto!
No sonho de escola, são frequentes as viagens que se faz pela leitura,
a cultura é o alimento da alma e é o que faz com que os que por ela passam
tornem-se grandes!

(Andréa Ramos de Oliveira – 18/04/2008)


Há sempre alguém que nos pergunta o que achamos da escola e
nossa resposta quase sempre revela que gostaríamos de que ela mudasse.
No entanto, quando nos indagam sobre como seria a escola ideal, nem
sempre temos claro o que desejamos, ou apontamos mudanças superficiais.
Pois muito bem, vou apresentar a você como sonhar uma escola!
Primeiro: esqueça muito do que você já sabe sobre escolas! Aulas
chatas, por exemplo. Na escola dos sonhos as aulas são todas envolventes,
os alunos demonstram seu interesse em aprender e os professores são
alegres, ensinam com entusiasmo porque percebem que o que fazem
modifica positivamente a vida de alguém.
Segundo: a curiosidade é fator primordial na escola dos sonhos. Ela
é o combustível para tudo o que for desenvolvido. E as respostas não são
intangíveis ou distantes da realidade; elas são possíveis, próximas de todos
os que estão ávidos pelo saber.
Terceiro: a escola dos sonhos seria menos uma escola de proibição
("não pode isso, não pode aquilo") e mais um lugar de permissão, a
linguagem positiva do sim dominaria todos os espaços dela. É claro que
haveria regras, mas seriam regras para ordenação, para a implantação da
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Em seu sentido literal, entende-se que o sujeito, por algum acidente,
fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido
figurado, como "Aquele sujeito não se deu bem", tentou realizar alguma coisa
e não conseguiu.
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode
apresentar mais de um significado, ocorrendo, basicamente, duas
possibilidades:
a) no primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original,
impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse
caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotação;
b) no segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado,
passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for
empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação.

Assim:
A significação de uma palavra não é fixa, nem estática. Através da
imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu significado Denotação: Quando o emissor busca objetividade de expressão da
ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). mensagem, utiliza a linguagem denotativa. As palavras são empregadas em
Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou
associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. imaginária. A denotação é encontrada em textos de natureza informativa,
como textos jornalísticos ou científicos, visto que o emissor busca informar
Leia: objetivamente o receptor.
A menina está com a cara suja. Conotação: Quando o emissor visa a imprimir subjetividade na
expressão da mensagem, utiliza uma linguagem conotativa, empregando as
Aquele cara parece preocupado. palavras em sentido figurado, diferente do significado usual que lhe é próprio.
Quando a palavra é empregada em sentido figurado, conotativo, ela passa a
No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo. A conotação
antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já, no segundo utiliza-se das figuras de linguagem para valorizar o texto, tornando a
exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma linguagem mais expressiva.
série de associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa",
"sujeito", "indivíduo".
Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais)
possibilidades de interpretação.

Aquele sujeito quebrou a cara.

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A entrevista representa a busca de informações
sobre fatos e pessoas que os vivenciam. Possibilita a
comparação de opiniões divergentes, bem como a
reflexão sobre as causas de variação dos pontos de vista.
É matéria jornalística apresentada sob a forma de
pergunta e resposta.

Tipos de entrevista

Segundo os especialistas, pode se ter:

Entrevista noticiosa: a que procura extrair do


entrevistado informações sobre fatos que resultarão em
Os jornais saem todos os dias, escrevem-se todos os dias, as notícias.
informações são diariamente veiculadas e cumprem a função de nos fazer
integrados aos acontecimentos do mundo. Entrevista de opinião: a que levanta a opinião do
A tecnologia afeta a vida de todos os seres humanos, disto ninguém entrevistado sobre o assunto pesquisado, pode fazer parte de uma
mais duvida. Diante deste fato, o jornalismo impresso ainda resiste. As novas reportagem.
tecnologias têm o papel de produzir e circular notícias assim como acontece
no jornalismo impresso, mas contam com algumas características mais Entrevista de ilustração: aquela que levanta aspectos biográficos do
interessantes, como a instantaneidade e a interatividade, por exemplo. Estes entrevistado, que registra suas ideias, gostos, trajes, seu modo de falar, o
fatores, no entanto, não seriam propriamente uma ameaça ao jornal de papel. ambiente em que vive.
A experiência sensorial em folhear as páginas e de conseguir deslocar todas
as notícias contidas em uma edição para onde quiser e poder dobrar, recortar Entrevista coletiva: aquela em que o entrevistado responde a
e reler ainda faz diferença. perguntas de diversos repórteres de diferentes veículos de comunicação.
As reportagens do jornal impresso contam com uma apuração mais Esse tipo de entrevista pode ser iniciado com um rápido depoimento do
produzida do que qualquer outro tipo de veículo e oferece um produto final entrevistado.
"imbatível", mais cuidadoso e zeloso do que costumamos ler na internet.
Características da entrevista

"É espantoso que a quantidade de notícias que acontece no Introdução: deve colocar o leitor a par:
mundo todo dia sempre acabe exatamente no jornal.”
- do assunto abordado;
(Jerry Seinfeld) - da vida e da personalidade do entrevistado.
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Por que / Por quê / Porque / Porquê
Formas de apresentar a entrevista
Por que
Ao redigir a entrevista, ela pode assumir três formas diferentes:
O mais comum é usar esse por que
a) As palavras do entrevistado não são transcritas, mas integram-se com o sentido de por que motivo ou
às informações de notícias ou reportagens. Só quando for necessário apoiar- por que razão. Trata-se da junção da
se no testemunho direto é que se transcrevem palavras do entrevistado, preposição por + o pronome
entre aspas. interrogativo que.
b) Faz-se a transcrição das palavras do entrevistado. Neste caso Exemplos:
pode-se apresentá-la exatamente como foi falada ou fazer alterações de
linguagem, passando-se da expressão oral para a escrita, cortando-se Não sei por que não quis ficar em
repetições, apoios da fala (huum! né, então...), mas sem alterar-lhe o sentido. casa.
Por que não quis ficar em casa?
c) A entrevista é transformada num texto corrido, onde se reúnem as Saiba por que é importante estudar
ideias, as informações etc., emitidas pelo entrevistado. português.
Por que é importante estudar
O entrevistador português?
O entrevistador pode ser parcial ou imparcial sobre o assunto da Ainda pode ser empregado quando se tratar da preposição por +
entrevista. Se o entrevistador for imparcial, evita fazer perguntas que dirijam pronome relativo que e, neste caso, será relativo à "pelo qual", "pela qual",
a resposta do entrevistado. Evita conduzi-lo a emitir uma opinião que possa "pelos quais", "pelas quais" ou ainda "para que".
ter interpretação contrária à ideia do entrevistado.
Exemplos:
Exemplo de entrevistador parcial:
A avenida por que passei me encantou!
Fato: No sábado à noite, o dono do "Bar Rosa" agrediu a garrafadas Expliquei a razão por que brigamos.
três jovens, porque eles estavam fazendo arruaças no bar.
Por quê
Pergunta possível: O Sr. não acha que foi muito agressivo com os
jovens? Por quê é apenas usado no final de perguntas?
Não, por quê leva acento em final de frase porque o que é tônico.
Reposta possível: Absolutamente não.
Exemplos:
Você não foi à minha festa?! Posso saber por quê?
O mesmo ocorre quando ele aparece antes de pausa forte:
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Não me pergunte por quê, mas eu não gosto dela...
A diretora não descobriu por quê, quando, nem como os vidros da
escola foram quebrados. Na unidade anterior, vimos que há palavras que completam o sentido
dos verbos. Por isso, estudamos os complementos verbais, que são o objeto
De forma bem simplificada, há quem diga que se usa por quê direto e o objeto indireto.
quando vier antes de um ponto, seja final, de interrogação ou exclamação: Mas não são apenas os verbos que podem necessitar de
complemento. Um substantivo, um adjetivo ou um advérbio também podem
Exemplos: exigi-lo. Nesta unidade, vamos estudar o complemento nominal, que, assim
como o objeto direto e o objeto indireto, é um termo integrante da oração.
Ficar em casa sem fazer nada, por quê?
Não sei por quê. Leia a tira a seguir:
Você não deu a prova para sua mãe assinar, por quê?
As tarefas não foram feitas, por quê?

Porque

O termo porque é uma conjunção causal ou explicativa e o seu uso


tem significado aproximado de "pois", "já que", "uma vez que" ou ainda indica
finalidade e tem valor aproximado de "para que", "a fim de".

Exemplos: Observe a primeira fala de Sami:


"Você tem medo de barata?"
Vou fazer um bolo porque receberei visitas.
Não fale mentiras porque isso é um péssimo hábito. Nessa oração temos:
• sujeito simples – você
Porquê • predicado verbal – tem medo de barata
• verbo transitivo direto – tem
Quando aparece nessa forma, o porquê é um substantivo, denota o • objeto direto – medo
sentido de "causa", "razão", "motivo" e vem acompanhado de artigo, adjetivo
ou numeral: Observe que o objeto direto "medo" precisa de um complemento
(medo de quê?); observe, ainda, que "medo" é um substantivo (nome) e não
Exemplos: um verbo. À expressão "de barata", que completa o sentido de um nome,
damos o nome de complemento nominal.
Diga-me o porquê de seu atraso. O vínculo entre o complemento nominal e o nome que ele completa é
Tenho um porquê para meu atraso: os ônibus não circularam devido sempre estabelecido por uma preposição (a, de, com, em, por etc.).
à greve dos motoristas.
Portanto:
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Complemento nominal é o termo da oração que completa o
sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), sempre
precedido por uma preposição.

Leia e observe os termos grifados: 1 - Ao longo dos anos de estudo dos mais diversos tipos de textos,
você já aprendeu que tudo o que se escreve recebe o nome genérico de
redação ou composição textual. Basicamente, existem três tipos de redação:
A venda de bebidas alcoólicas é imprópria para menores. No
narração, descrição e dissertação. Cada um desses tipos redacionais mantém
entanto, o proprietário da lanchonete agiu contrariamente à lei e foi
suas peculiaridades e características. Resumidamente:
denunciado por um cliente, que está com medo de represálias.
• narração – modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou
No primeiro caso, a expressão "para menores" está completando o não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos
sentido do adjetivo "imprópria", com o auxílio da preposição "para"; no personagens. Estamos cercados de narrações: piadas, histórias infantis,
segundo caso, a expressão "à lei" está completando o sentido do advérbio novelas, músicas, histórias em quadrinhos, crônicas, contos etc.
"contrariamente", com o auxílio da preposição "a"; no terceiro caso, a
expressão "de represálias" está completando o sentido do substantivo • descrição – tipo de texto em que se faz um retrato, por escrito, de um
"medo", com auxílio da preposição "de". Portanto, os termos grifados lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. Pode-se também descrever
exercem a função sintática de complemento nominal. emoções e sentimentos.

Morfossintaxe do complemento nominal Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos textos; é


raro encontrarmos textos exclusivamente narrativos ou descritivos.
O núcleo do complemento nominal pode ser expresso por:

a) substantivo ou palavra substantivada: • dissertação – é um texto que se caracteriza pela defesa de uma
Roberto tem saudades da infância. ideia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um
determinado assunto. A dissertação pode ser um texto escrito, mas também
b) pronome substantivo pode ser um texto oral, quando você expõe uma ideia, um pensamento ou faz
Caminhar a pé lhe era saudável. (era saudável a ele) uma crítica a respeito de um assunto numa roda de amigos ou num diálogo
Neste caso, a preposição está implícita no pronome oblíquo. com seus pais, por exemplo.
Quero você perto de mim.

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A língua portuguesa oferece, em alguns casos, mais de uma
possibilidade de concordar o verbo com o sujeito. Esse fato gera algumas
Vamos trabalhar agora mais um conteúdo importante tanto para a dificuldades, que podem ser sanadas com a consulta às gramáticas.
compreensão quanto para a produção de textos.
Um dos aspectos que diferencia a linguagem coloquial da linguagem Principais regras de concordância verbal
formal é a maneira como é feita a concordância entre os termos da oração.
1 - Verbo com sujeito simples
Chamamos de concordância ao mecanismo da língua pelo qual
as palavras sofrem alterações para se adequarem a outras. Vamos Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e
estudar dois tipos de concordância: a verbal e a nominal pessoa.

Ex.: Nós fomos ao teatro.


Concordância verbal O verbo (fomos) está na primeira pessoa do plural para concordar
com o sujeito (nós).
Você já deve ter ouvido essa cantiga popular.
Casos especiais:
Um elefante incomoda muita gente a - O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.
Dois elefantes incomodam, incomodam muito mais. O bando anunciou a primavera.
Dois elefantes incomodam muita gente Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir
Três elefantes incomodam, incomodam, incomodam muito mais. para o plural.
O bando de pássaros anunciou a primavera.
Três elefantes incomodam muita gente O bando de pássaros anunciaram a primavera.
Quatro elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam
muito mais. b - Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria etc.) – o
Agora, compare: verbo fica no singular ou vai para o plural.
Um elefante incomoda muita gente. (sujeito no singular, verbo no A maioria das crianças pratica esportes.
singular) A maioria das crianças praticam esportes.
Dois elefantes incomodam muito mais. (sujeito no plural, verbo no
plural) c - O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na
Esses dois exemplos deixam claro que o verbo estabelece 3ª pessoa (do singular ou do plural).
concordância com o sujeito. Vossa Alteza pediu água?
Vossas Altezas pediram água?
Portanto:
d - O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o
antecedente do pronome.
Concordância verbal é a concordância do verbo com o seu sujeito,
Fui eu que fiz o jantar.
em número e pessoa.
Fomos nós que fizemos o jantar.
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e - O sujeito é o pronome relativo quem - o verbo pode ficar na 3ª
pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Fui eu quem fez o jantar.
Fui eu quem fiz o jantar.

f - O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos


de vós, quais de ..., quantos de ... etc.- o verbo poderá concordar com o
pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Alguns de nós andam por aí?
Alguns de nós andamos por aí.

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o


verbo concorda com eles em pessoa e número.
Qual de nós anda por aí?

g - O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se


o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em Lisboa,
antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e
Minas Gerais produz queijos.
Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por
As Minas Gerais produzem queijos.
Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº. 54,
Para nomes de obras literárias, admite-se também a de 18 de abril de 1995.
concordância ideológica com a palavra obra implícita na frase: Esse acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua
“Os Lusíadas" (considerada a maior obra literária da língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas
portuguesa) exalta a grandeza do povo português. as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua
portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida
h - O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de unificação ortográfica desses países. No Brasil, aproximadamente 0,5% das
dois, cerca de... etc. – o verbo concorda com o numeral. palavras estão sofrendo modificações.
Mais de um atleta ganhou troféu. Os imortais da Academia Brasileira de Letras estão divergindo quanto
Mais de dez atletas ganharam troféus. ao novo acordo ortográfico da língua portuguesa. O jornalista Arnaldo Niskier
diz que a reforma pode ser um pretexto para a população escrever melhor,
Há dois casos em que a expressão mais de um exige verbo no enquanto Carlos Heitor Cony disse que tais mudanças fazem do acordo algo
plural: "inútil e improdutivo". Ele também afirmou que "A língua é feita pelo povo. Não
• quando vier repetida – Mais de um aluno, mais de um professor adianta o governo querer discipliná-la (…) Não é a primeira vez que vai se
faltaram hoje. fazer esse acordo. A tendência é daqui a algum tempo [a escrita] mudar outra
• quando o verbo indicar reciprocidade – Mais de um jogador vez. Portugal jamais vai se submeter a certas coisas".
agrediram-se. Contudo, outros imortais se mostraram favoráveis às mudanças.
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Novas regras ortográficas
Acentuação
Estas são as novas regras ortográficas (entrada em vigor em
2009!) Nova Regra Regra Antiga Como Será
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa assembléia,
platéia, idéia, assembleia,
colméia, plateia, ideia, colmeia,
Alfabeto Ditongos abertos (ei, oi) boleia,
boléia,
não são mais panaceia,
panacéia,
Nova Regra Regra Antiga Como Será acentuados em Coreia, hebreia, boia,
Coréia, hebréia,
palavras paroxítonas paranoia, jiboia, apoio,
bóia, paranóia, jibóia,
Essas letras serão apóio, heróico, heroico, paranoico
usadas em siglas, paranóico
símbolos, nomes
O 'k', 'w' e 'y' não eram próprios, palavras Obs.: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento
O alfabeto é agora
consideradas letras estrangeiras e seus continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
formado por 26 letras
do nosso alfabeto. derivados. Exemplos: Obs. 2: o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
km, watt, Byron,
byroniano Nova Regra Regra Antiga Como Será
enjôo, vôo, corôo, enjoo, voo, coroo,
O hiato 'oo' não é mais perdôo, côo, môo,
perdoo, coo, moo,
acentuado. abençôo, povôo abençoo, povoo
Trema
crêem, dêem, lêem, creem, deem, leem,
Nova Regra Regra Antiga O hiato 'ee' não é mais vêem, descrêem,
Como Será veem, descreem,
acentuado. relêem, revêem releem, reveem
agüentar / a g u e n t a r /
Não existe mais o trema conseqüência / consequência / Nova Regra Regra Antiga Como Será
em língua portuguesa. cinqüenta / qüinqüênio cinquenta / quinquênio
Apenas em casos de / freqüência / freqüente / frequência / frequente pára (verbo), péla para (verbo), pela
nomes próprios e seus / eloqüência / / eloquência / Não existe mais o (substantivo e verbo), (substantivo e verbo),
derivados, por exemplo: eloqüente / argüição / eloquente / arguição / acento diferencial em pêlo (substantivo), pelo (substantivo),
mülleriano delinqüir / pingüim / delinquir / pinguim / palavras homógrafas. pêra (substantivo), p e r a , p o l o
tranqüilo / lingüiça tranquilo / linguiça pólo (substantivo) (substantivo)

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Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do sonografia, semi-real, ultrassonografia,
Pretérito Perfeito do Indicativo – 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da semi-sintético, supra- suprarrenal,
preposição 'por' renal, supra-sensível suprassensível

Nova Regra Regra Antiga Como Será Obs: em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra
seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado,
Não se acentua mais a hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional,
letra 'u' nas formas argúi, apazigúe, super-realista, super-resistente etc.
argui, apazigue,
verbais rizotônicas, averigúe, enxagúe, averigue, enxague, Nova Regra Regra Antiga Como Será
quando precedido de 'g' obliqúe oblique
ou 'q' e antes de 'e' ou 'i'
(gue, que, gui, qui). O hífen não é mais auto-afirmação, auto- autoafirmação,
utilizado em palavras ajuda, auto- autoajuda,
formadas de prefixos aprendizagem, auto- autoaprendizabem,
Não se acentua mais 'i' baiúca, boiúna, (ou falsos prefixos) escola, auto-estrada, autoescola,
baiuca, boiuna, auto-instrução, contra- autoestrada,
e ' u ' t ô n i c o s e m cheiínho, saiínha, terminados em vogal +
cheiinho, saiinha, exemplo, contra- autoinstrução,
paroxítonas quando feiúra, feiúme palavras iniciadas por
feiura, feiume indicação, contra- contraexemplo,
precedidos de ditongo. outra vogal.
ordem, extra-escolar, contraindicação,
extra-oficial, infra- contraordem,
Hífen estrutura, intra-ocular, extraescolar,
intra-uterino, neo- extraoficial,
Nova Regra Regra Antiga Como Será expressionista, neo- infraestrutura,
imperialista, semi- intraocular,
O hífen não é mais ante-sala, ante- antessala, aberto, semi-árido, intrauterino,
utilizado em palavras sacristia, auto-retrato, antessacristia, semi-automático, semi- neoexpressionista,
formadas de prefixos anti-social, anti-rugas, autorretrato, embriagado, semi- neoimperialista,
(ou falsos prefixos) arqui-romântico, arqui- antissocial, antirrugas, obscuridade, supra- semiaberto,
terminados em vogal rivalidade, auto- arquirromântico, ocular, ultra-elevado semiautomático,
+ palavras iniciadas regulamentação, auto- arquirrivalidade, semiárido,
por 'r' ou 's', sendo sugestão, contra- autorregulamentação, semiembriagado,
que essas devem senso, contra-regra, contrassenha, semiobscuridade,
ser dobradas. contra-senha, extra- extrarregimento, supraocular,
regimento, extra- extrassístole, ultraelevado.
sístole, extra-seco, extrasseco, infrassom,
infra-som, ultra- ultrarromântico, Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes:
antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
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Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': Observações Gerais
anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
O uso do hífen
Nova Regra Regra Antiga Como Será Exemplos
permanece
Agora utiliza-se hífen antiibérico, anti-ibérico, anti-
quando a palavra é antiinflamatório, inflamatório, anti-
formada por um prefixo antiinflacioná rio, inflacionário, anti- Em palavras formadas por prefixos ex-marido, vice-presidente, soto-
(ou falso prefixo) antiimperialista, imperialista, arqui- 'ex', 'vice', 'soto'. mestre
terminado em vogal + arquiinimigo, inimigo, arqui-
palavra iniciada pela arquiirmandade, irmandade, micro-
mesma vogal. microondas, ondas, micro-ônibus, Em palavras formadas por prefixos pan-americano, circum-navegação
microônibus, micro-orgânico 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas
microorgânico em vogal, M ou N

Obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com
vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina Em palavras formadas com prefixos pré-natal, pró-desarmamento, pós-
com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen 'pré’, 'pró’ e 'pós' + palavras que têm graduação
significado próprio
Obs2: uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com
a vogal 'o', NÃO utiliza-se hífen.
Em palavras além-mar, além-fronteiras.
Nova Regra Regra Antiga Como Será

Não usamos mais manda-chuva, pára- mandachuva,


hífen em compostos quedas, pára-quedista, paraquedas,
que, pelo uso, perdeu- pára-lama, pára-brisa, paraquedista,
se a noção de pára-choque, pára- paralama, parabrisa,
composição. vento parachoque,
paravento
Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm
elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica,
mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: anos-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-
gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

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sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.

c) Antes de citação.
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: "Que o amor não seja eterno
posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure."

3- RETICÊNCIAS ( ... )

a) Indicar dúvidas ou hesitação do falante.


Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.

b) Interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.


Ex.: - Alô! João está?
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua - Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais
como: entonação, jogo de silêncio, pausas etc... c) Ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de
Divisão e emprego dos sinais de pontuação: sugerir prolongamento de ideia.
Ex.: "Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
1- PONTO ( . ) faces duns longes cor-de-rosa..." (Cecília - José de Alencar)

a) Indicar o final de uma frase declarativa. d) Indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.
Ex.: Dei o recado para sua secretária. Ex.: "Quando penso em você (...) menos a felicidade." (Canteiros -
Raimundo Fagner)
b) Separar períodos entre si.
Ex.: Fica comigo. Não vá embora. 4- PARÊNTESES ( ( ) )

c) Nas abreviaturas. a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.


Ex.: Av.; V. Ex.ª Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreram inúmeras perdas
humanas.
2- DOIS-PONTOS ( : ) "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na
véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. " (O milagre
a) Iniciar a fala dos personagens. das chuvas no nordeste - Graça Aranha)
Ex.: O menino respondeu: Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
- Não gosto de mentiras.

b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou


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5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

a) Após vocativo.
Ex.: Venha aqui, Pedro!

b) Após imperativo.
Ex.: Cale-se!

c) Após interjeição.
Ex.: Ufa! Ai!

d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional.


Ex.: Que pena!

6- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

a) Em perguntas diretas. Nossa língua, dada a sua complexidade, pode causar dúvidas até
Ex.: Como você se chama? mesmo quando se vai empregar palavras tão pequenas e simples como MAL
e MAU.
b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação.
Ex.: - Quem ganhou na loteria? MAU, o contrário de bom, é adjetivo – portanto sempre acompanha
- Você. um substantivo – e tem o feminino má (plural: maus e más).
- Eu?!
Fez um mau negócio, num mau momento.

Os homens maus e as mulheres más sempre se dão mal.

O lobo mau enfrentou um homem bom.

MAL tem por antônimo a palavra bem e pode ser:

(1) advérbio de modo: neste caso fica invariável e no mais das vezes
acompanha um verbo ou um adjetivo.

Quando ele se comporta mal, nada vai bem.


Isso pegou mal.
Ela joga muito mal.
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Ele é mal-humorado.
Estamos mal servidos.
Observe as imagens e frases que seguem:
(2) substantivo.
FIGURA 1
O pequeno mal que o remédio provoca é compensado pelo bem que O gatinho da vovó é muito
lhe traz. sapeca, ele se esconde sob a mesa
da sala e ninguém o encontra!
Ele não imagina o mal que fez.
FIGURA 2
(3) conjunção.

Mal chegou de viagem, já deseja partir.

O comparativo de superioridade de mau e mal é "pior".

Ele fez o pior negócio da sua vida.


O gatinho da vovó é muito
Esse rapaz joga pior do que os demais. sapeca, ele dorme sobre a mesa da
sala!
O comparativo de superioridade de (mais) bom e (mais) bem é Quando queremos dizer que
"melhor": algo está EMBAIXO de algum móvel
ou objeto, usamos SOB.
Margô é melhor atleta do que suas colegas. Quando queremos dizer que
Ela fala inglês melhor do que seus irmãos. algo está EM CIMA de algum móvel ou objeto, usamos SOBRE.

O brasileiro se saiu melhor do que os americanos. Assim, dizemos:


Deitamos sob uma frondosa árvore para descansar.
Os gêmeos Pat e Nick são os melhores alunos da turma. O livro estava sobre a mesa.

No entanto, diz a regra que quando vêm antes do particípio, os SOB = EMBAIXO
advérbios mal e bem não se contraem com o "mais" que os precede, como SOBRE = EM CIMA DE
por exemplo "mais bem aceito; mais mal ajeitado; o trabalho mais bem feito;
as ruas mais bem calçadas". Sobre ainda pode ser usado para indicar referência a algum assunto.
Por exemplo:
Na reunião, a diretora falou sobre a importância dos estudos.
Nesse caso, sobre significa referente a.
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lugares, reconhecido como pessoa, perante a lei.

ARTIGO VII – Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem
qualquer distinção, à igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.

ARTIGO VIII – Todo ser humano tem direito a receber, dos tribunais
nacionais competentes, remédio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Aprovada pela Organização das Nações Unidas e divulgada em 10 de ARTIGO IX – Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
dezembro de 1948.
ARTIGO X – Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma
ARTIGO I – Todos os seres humanos nascem livres e iguais em justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial,
dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer
relação uns aos outros com espírito e fraternidade. acusação criminal contra ele.
ARTIGO II – Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos ARTIGO XI – Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer direito de ser presumido inocente, até que sua culpabilidade tenha sido
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. Ninguém será
condição. Além disso, não se fará distinção alguma baseada na condição condenado por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos,
política, jurídica ou internacional do país ou território de cuja jurisdição não tenham sido delituosos segundo o direito nacional ou internacional.
dependa uma pessoa, quer se trate de país independente, como de território Tampouco será imposta penalidade mais grave do que a aplicável no
sob administração fiduciária, não autônomo ou submetido a qualquer outra momento em que foi cometido o delito.
limitação de soberania.
ARTIGO XII – Ninguém será sujeito a interferências na sua vida
ARTIGO III – Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência nem a ataques à
segurança pessoal. sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra
tais interferências ou ataques.
ARTIGO IV – Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. ARTIGO XIII – Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção
ARTIGO V – Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Todo ser humano tem
castigo cruel, desumano ou degradante. direito a sair de qualquer país, inclusive do próprio, e a ele regressar.
ARTIGO VI – Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os ARTIGO XIV – Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito
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de procurar e de gozar asilo em outros países. Esse direito não poderá ser serviço público do seu país. A vontade do povo será a base da autoridade do
invocado contra uma ação judicial realmente originada em delitos comuns ou governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
em atos opostos aos propósitos e princípios das Nações Unidas. sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a
liberdade de voto.
ARTIGO XV – Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
Não se privará ninguém arbitrariamente da sua nacionalidade nem do direito ARTIGO XXII – Todo ser humano, como membro da sociedade, tem
de mudar de nacionalidade. direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela
cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
ARTIGO XVI – Os homens e as mulheres de maior idade, sem Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua
qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao
casamento, sua duração e dissolução. O casamento não será válido senão ARTIGO XXIII – Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre
com o livre e pleno consentimento dos nubentes. A família é o núcleo natural e escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção
fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. contra o desemprego. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a
igual remuneração por igual trabalho. Todo ser humano que trabalha tem
ARTIGO XVII – Todo ser humano tem direito à prosperidade, só ou direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como
em sociedade com outros. Ninguém será arbitrariamente privado de sua à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
propriedade. acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. Todo ser
humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção
ARTIGO XVIII – Todo ser humano tem direito à liberdade de de seus interesses.
pensamento, consciência e religião. Esse direito inclui a liberdade de mudar
de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ARTIGO XXIV – Todo ser humano tem direito a repouso e lazer,
ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas
particular. periódicas.

ARTIGO XIX – Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e ARTIGO XXVI – Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução
expressão. Esse direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução
e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a
independentemente de fronteiras. todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. A instrução
será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
ARTIGO XX – Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
associação pacífica. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância
associação. e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará
as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. Os pais têm
ARTIGO XXI – Todo ser humano tem o direito de fazer parte no prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a
governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes seus filhos.
livremente escolhidos. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao
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ARTIGO XXVII – Todo ser humano tem o direito de participar
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de participar do
progresso científico e de seus benefícios. Anotações
ARTIGO XXVIII – Todo ser humano tem direito a uma ordem social e
internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente
Declaração possam ser plenamente realizados.

ARTIGO XXIX – Todo ser humano tem deveres para com a


comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é
possível. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará
sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim
de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do
bem-estar de uma sociedade democrática. Esses direitos e liberdades não
podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.

ARTIGO XXX – Nenhuma disposição da presente Declaração pode


ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou
pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.

(extraído do site www.onu-brasil.org.br, acesso em dezembro/2008)

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