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AÇÃO RESCISÓRIA

1.1 - Conceito

A ação rescisória é o meio através do qual se pede a


desconstituição de uma sentença de mérito ou acórdão do
Tribunal eivados de vícios e transitados em julgado.

A sentença ou acórdão podem ser atacados por dois


remédios processuais: os recursos, a ação anulatória e a
ação rescisória.

Destarte, a ação rescisória é aquela "que colima reparar a


injustiça da sentença transitada em julgado, quando o seu
grau de imperfeição é de tal grandeza que supera
necessidade de segurança tutelada pela res iudicata".
(JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual
Civil. Vol. I. 41. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2004, pág. 612).

A competência para este tipo de ação é originária, ou seja,


deve ser proposta no juízo hierarquicamente superior ao
juízo que proferiu a sentença ou acórdão rescindendo.

O trânsito em julgado é a qualidade da sentença ou do


acórdão não mais sujeitos a qualquer recurso, seja porque
todos os recursos foram utilizados, seja porque a parte
deixou escoar o prazo sem interpô-los.
Assim, a sentença ou acórdão tornam-se imutáveis ou
indiscutíveis.

- Legitimidade ativa

Art. 487, CPC. Tem legitimidade para propor a ação:


I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título
universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que Ihe era
obrigatória a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a
fim de fraudar a lei.

Observação:

Quanto à legitimidade do sucessor cumpre ressaltar que


esta é concedida independentemente de ser a sucessão
inter vivos ou causa mortis.

Terceiro juridicamente interessado é aquele que, por


manter uma relação jurídica com o vencido, suportou os
efeitos indiretos da sentença/acórdão. Ele deve
necessariamente ter interesse jurídico, não bastando ter
interesse de fato para possuir legitimidade.
No que tange ao Ministério Público, sempre que este for
parte no processo rescindendo, é legitimado para propor
ação rescisória. A lei processual abre mais duas
possibilidades para o caso do parquet não ter sido parte no
processo rescindendo: alíneas "a" e "b" do inciso III do art.
487 do CPC supra transcrito.

- Legitimidade passiva

Quem está legitimado a ocupar o pólo passivo da ação


rescisória é sempre a parte contrária do processo em que
se proferiu a decisão rescindenda, ou seus sucessores.

- Prazo
O prazo para promover a ação rescisória é de 02 (dois)
anos, contados do trânsito em julgado da decisão
rescindenda.

Reza o artigo 495 do CPC: "O direito de propor ação


rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do
trânsito em julgado da decisão." Destarte, este prazo é
decadencial.

- Requisitos

A ação rescisória, como já visto, visa rescindir uma


sentença de mérito ou acórdão do Tribunal. Mas, para que
seja proposta e possa ser julgada procedente, o autor deve
preencher alguns requisitos que fundamentam o
ajuizamento da ação rescisória. Estes requisitos são
taxativamente dispostos no art. 485 do CPC.

Requisitos que fundamentam a ação rescisória:

- a existência de uma decisão de mérito transitada em


julgado;

- a existência de algumas das hipóteses de admissibilidade


dispostas no art.485 do CPC.

São motivos de rescindibilidade:

- se verificar que a sentença/acórdão foi dada por


prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

- a sentença/acórdão ter sido proferida por juiz impedido


ou absolutamente incompetente;

- a sentença/acórdão resultar de dolo da parte vencedora


em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as
partes, a fim de fraudar a lei;

- a sentença/acórdão ofender a coisa julgada;


- a sentença/acórdão violar literal disposição de lei;
- a sentença/acórdão se fundar em prova, cuja falsidade
tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada
na própria ação rescisória;

- depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja


existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz,
por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;

- houver fundamento para invalidar confissão, desistência


ou transação, em que se baseou a sentença;

- a sentença/acórdão fundada em erro de fato, resultante


de atos ou de documentos da causa.

Art. 485, I - Prevaricação, concussão ou corrupção do juiz

Para explicar tais crimes, vejamos como o Código Penal os


define:

Prevaricação - Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,


indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal.

Concussão - Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem,


direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Corrupção - Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.

Art. 485, II - Impedimento ou incompetência absoluta do


juiz

O juiz é impedido quando incorre em algumas das situações


prevista no art. 134 do CPC, ou seja, quando exerce as
funções no processo:

I - de que for parte;


II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou
como perito, funcionou como órgão do Ministério Público,
ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-
lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da
parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu,
consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral
até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de
alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o
terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de
pessoa jurídica, parte na causa.
O juiz é ainda impedido na hipótese do art. 136 do CPC:
"Quando dois ou mais juízes forem parentes,
consangüíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau
na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no
tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso
em que o segundo se escusará, remetendo o processo ao
seu substituto legal."

No que tange à incompetência, apenas a decisão proferida


por juiz absolutamente incompetente dá ensejo ao
ajuizamento da ação rescisória.

Art. 485, III - Dolo da parte vencedora ou colusão para


fraudar a lei

A falta de lealdade e boa-fé da parte vencedora e seu


procurador (dolo) deve ser motivo para o resultado a que
se chegou a sentença. De igual maneira a colusão maliciosa
realizada com o fim de fraudar a lei configura motivo para
manejar ação rescisória.

Art. 485, IV - Ofensa à coisa julgada

Diz o art. 467 do CPC: "Denomina-se coisa julgada material


a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário."
Art. 485, V - Violação de literal disposição de lei

Consoante lição da doutrina jurídica, a violação de lei, para


dar ensejo à propositura de ação rescisória, há de ser
frontal, flagrante e direta.

Art. 485, VI - Falsidade de prova

A prova da falsidade pode se apurada em processo criminal


ou produzida nos próprios autos da ação rescisória.
A doutrina é firme no sentido de que não há necessidade da
prova falsa ser o principal fundamento da sentença;
contudo, a prova falsa deve ser indispensável para suportar
a conclusão do julgamento. Assim, demonstra BARBOSA
MOREIRA :

“Contenta-se o dispositivo ora analisado com o fato de a


sentença fundar-se na prova falsa. O que importa é
averiguar se a conclusão a que chegou o órgão judicial, ao
sentenciar, se sustentaria ou não sem a base que lhe
ministrara a prova falsa. A sentença não será rescindível se
havia outro fundamento bastante para a conclusão".
(BARBOSA MOREIRA, José Carlos de, "Comentários ao
Código de Processo Civil", 11a. ed., vol. V, Rio de Janeiro:
Forense, 2003).
Art. 485, VII - Documento novo

THEOTÔNIO NEGRÃO E JOSÉ ROBERTO F. GOUVÊA citam


em sua obra duas jurisprudências que traduzem o caso em
comento. Consta nas mesmas que documento novo é
aquele:

"cuja existência o autor da ação rescisória ignorava ou do


qual não pôde fazer uso, no curso do processo de que
resultou o aresto rescindendo" (RTJ 158/774)"

"já existente quando da decisão rescindenda,


ignorado pelo interessado ou de impossível obtenção à
época da utilização no processo, apresentando-se
bastante para alterar o resultado da causa". ( STJ-3ª
Seção, AR 1.133-SP, rel. Min. Fernando Gonçalves, J.
22.08.01, julgaram procedente, v.u., DJU 17.09.01, p.
103). Mesmo sentido: STJ-RT 652/159, RT 675/151.

Art. 485, VIII - Confissão, desistência ou transação


inválidas

Neste caso é necessário que o ato jurídico (confissão,


desistência ou transação) sejam inválidos e que a sentença
tenha tido como base este ato.

Art. 485, IX - Erro de fato


Há erro de fato quando a sentença admitir um fato
inexistente, ou quando considerar inexistente um fato
efetivamente ocorrido.

"... o erro de fato, suscetível de fundamentar a rescisória, é


precisamente o averiguável mediante o exame das provas
já existentes no processo, não aquele cuja correção
requeira a produção de novas provas no juízo rescisório".
(RTJ 132/1.119; a citação é do voto do Ministro Gallotti, p.
1.121).

Procedimento

O procedimento usado nesta forma de ação é o


procedimento ordinário, com algumas particularidades.
Discorreremos sobre elas de forma sucinta:

A) Necessidade de caução prévia - deve o autor da ação


depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o
valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por
unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou
improcedente.
Este é um requisito essencial para o ajuizamento da ação,
sob pena de indeferimento. Assim, à petição inicial da ação
rescisória deve ser juntado o comprovante de depósito da
caução prévia.
Exceções - não se sujeitam à caução prévia a União,
Estados e Municípios; entidades isentas de depósito inicial -
Ministério Público e beneficiários da assistência judiciária.

B) O ajuizamento da ação rescisória não impede o


cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo,
ressalvada a concessão de medidas de natureza cautelar ou
antecipatória de tutela (caso imprescindíveis e sob os
pressupostos previstos em lei).

PROCESSUAL CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. SUSPENSÃO DA


EXECUÇÃO DO ACÓRDÃO RESCINDENDO.
EXCEPCIONALIDADE. SERVIDOR PÚBLICO.
APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR TEMPO DE
SERVIÇO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS. CAUTELAR
IMPROCEDENTE. I - Não obstante o disposto no 489 do
Código de Processo Civil - "A ação rescisória não suspende
a execução da sentença rescindenda." - o Superior Tribunal
de Justiça tem entendido ser cabível, excepcionalmente, a
concessão de medidas cautelares para a suspensão de
execução de decisões transitadas em julgado, que sejam
objeto de ação rescisória, desde que presentes os
requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora. II -
Na hipótese dos autos, a requerente não logrou
demonstrar, de forma inequívoca a ocorrência da fumaça
do bom direito e tampouco do periculum in mora, motivo
pelo qual deve ser mantida a eficácia da coisa julgada. III -
Medida cautelar julgada improcedente. (STJ - MC 7873 /DF;
MEDIDA CAUTELAR 2004/0022117-6 - 3ª Turma - Rel.
Ministra DENISE ARRUDA, data do julgamento:
13/06/2007).

C) Prazo para contestação/ exceção/ reconvenção: 15


(quinze) a 30 (trinta) dias - findo este prazo para a defesa,
mesmo inexistindo resposta, o processo segue com as
providências preliminares e o julgamento conforme o
estado do processo.

D) Necessidade de produção de provas: autos retornam


para a 1ª instância - havendo necessidade de produção de
prova dos fatos alegados pelas partes, o relator delegará a
competência ao juiz de direito da comarca onde deva ser
produzida, fixando prazo de 45 (quarenta e cinco) a 90
(noventa) dias para a devolução dos autos.

O ajuizamento da ação é feito no juízo hierarquicamente


superior ao juízo que proferiu a sentença de mérito ou
acórdão rescindendo.

A petição inicial deve conter os requisitos essenciais do art.


282, devendo o autor ainda:

- cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo


julgamento da causa;
- depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o
valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por
unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou
improcedente.

O relator do processo pode, em caráter liminar, indeferir a


petição inicial nos casos previstos no art. 295 do CPC ou
quando não efetuado o depósito da caução prévia.

Correta a petição inicial ou sanadas as irregularidades, o


relator manda citar o réu fixando um prazo nunca inferior a
15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) para responder
aos termos da ação rescisória. Findo o prazo com ou sem
resposta, feito prossegue com observância do rito ordinário.

Concluída a instrução, é aberta vista, sucessivamente, ao


autor e ao réu, pelo prazo de 10 (dez) dias, para razões
finais. Em seguida, os autos sobem ao relator, procedendo-
se ao julgamento.

Diz o art. 494 do CPC: "Julgando procedente a ação, o


tribunal rescindirá a sentença, proferirá, se for o caso, novo
julgamento e determinará a restituição do depósito;
declarando inadmissível ou improcedente a ação, a
importância do depósito reverterá a favor do réu, sem
prejuízo do disposto no art. 20."

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