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GERAÇÃO DE PROGRAMAS CNC: UM EXPERIMENTO PRÁTICO


BASEADO EM FEATURES
Nilson L. Maziero Agno Bonato
nlm@upf.tche.br
R. Fidêncio Franciosi, 126A Vila Annes Gustavo Peres
Passo Fundo - Cep:99010-590

1 RESUMO
Este artigo aborda uma aplicação prática dos conceitos de features num sistema CAD para a geração de programas
CNC para peças rotacionais. A partir da definição da peça com features, e com o uso de aplicativo específico, é possível
gerar o programa CNC automaticamente sem a intervenção do usuário. Isto é feito a partir da interpretação das features
representadas numa estrutura de dados adequada. Internamente o sistema possui um plano de processo padrão para as
features disponíveis na biblioteca. Desta forma é possível obter o programa CN automaticamente, sendo o mesmo
submetido a um simulador independente que interpreta o arquivo CN.
Palavras-chave: CAD, CAM, CNC, Features.

Irani (1995) faz uma análise do sequenciamento das


2 INTRODUÇÃO operações num CAPP. Para isso ele utiliza features pré-
A geração de programas CN depende inicialmente da definidas numa biblioteca e através da extração das
definição do plano de processo, das ferramentas e da informações que estão em arquivos, determina a seqüência
trajetória das mesmas, além de outras informações de operações a serem executadas buscando a otimização do
tecnológicas. O programa CN pode ser feito manualmente plano final.
pelo usuário quando são peças simples, ou com o uso de Rezende (1996), desenvolveu um sistema CAPP
softwares que interagem com o usuário para peças mais (generativo) para aplicação numa célula de manufatura para
complexas. torneamento de peças com o escalonamento num único
A automação destas tarefas tem-se desenvolvido muito sentido. Este sistema permite modelar as informações
bem com relação a obtenção do programa CNC, como de através de features, mapear estas informações para o
peças representadas em modelo sólido, 3D ou 2D, onde o modelo de manufatura e então definir as operações de
usuário vai escolhendo as ferramentas e indicando onde usinagem bem como as ferramentas a serem utilizadas.
elas devem atuar. Quanto ao plano de processos, depende Como resultado gera um plano de processo. As análises são
exclusivamente da experiência do usuário. Esta forma de realizadas através de um sistema especialista.
atuar pode ser encontrada nos sistemas CAM comerciais. Oliveira et al.(1998) desenvolveram o FurboCAM para
Assim, a obtenção de um bom programa, que inclui a geração de programas CNC a partir de informações
seqüência de operações e outras definições, depende da contidas num arquivo DXF obtido a partir de um CAD.
experiência do usuário. Este arquivo contém o perfil da peça que é obtido pela ação
Do ponto de vista da automação da manufatura tem-se do usuário que define o perfil. O arquivo DXF é
tratado o problema a partir do CAPP (Computer-Aided interpretado para a geração das trajetórias por um programa
Process Planning), o qual tem-se desenvolvido com a feito em Turbo Pascal. O usuário ainda informa as
finalidade de gerar planos de processos para a fabricação de dimensões da matéria-prima e a posição de atuação das
componentes, para posterior geração dos programas CN. ferramentas.
Chen (1998) faz uma análise das trajetórias para
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ferramentas no torneamento buscando otimizar o processo
Segundo Chang (1985), a geração de planos de processo de usinagem através dos percursos e das velocidades de
automáticos tem-se apoiado em duas metodologias que são corte e avanço com a análise da trajetória. Para isto ele
os sistemas variante e o generativo. O sistema variante analisa a descrição do perfil da peça através de linhas.
presume a existência de um plano de processos padrão, que Chen (1998) ainda define uma típica trajetória de
a partir de algumas variações se adapta a uma família de corte para torneamento de barras em perfil contínuo. Para o
peças. Já o sistema generativo presume a inexistência de primeiro passe a trajetória é assim descrita (figura 1):
um plano de processo, e este é gerado toda vez que uma 1) A partir do ponto PI(zi,xi), na direção X até uma
peça é analisada, sendo independente cada novo plano distância dr (profundidade do passe) para o ponto P1.
gerado. 2) avança até o ponto P2 na direção Z, o qual está
Pande (1995) desenvolveu o Expert CAPP o qual localizado a uma distância ds (sobre-material de
possui a representação das informações através de features acabamento) da superfície nas direções X ou Z.
para o planejamento de processos de peças rotacionais, 3) Retrai rapidamente de um ângulo de 45° na
sendo o “Expert CAPP” um módulo do EXTURN. Este direção do ponto inicial e retorna rapidamente uma
sistema possui estratégias para definir as máquinas, elabora distância e de escape.
um plano de processos e a seqüência de operações.

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4) Move-se rapidamente na direção Z para o ponto desenvolveu o sistema FeatCAD-2D. Neste sistema, as
P3, o qual tem a mesma coordenada do ponto PI(zi,xi). features rotacionais são classificadas de acordo com sua
O último passe é dado ao longo do perfil da peça para forma em: simples, compostas e de alto nível. As features
obter o acabamento. compostas são por exemplo, o padrão circular de furos; as
features de alto nível são peças como o pino cilíndrico com
cabeça, parafuso, etc. As features simples se subdividem
X em elementares e combinadas. Sendo que as combinadas
Pm(Zm,Xm
são resultantes da combinação de features elementares
Pi( Zi,Xi)
) como um eixo roscado.
As features elementares dividem-se em básicas e
modificadoras. As básicas são o eixo e o furo; as
modificadoras são aquelas que produzem alteração sobre as
features básicas (chanfro, arredondamento, concordância,
rosca, ranhura, etc.)
Pl( Zl,Xl) A representação destas informações é feita através de
uma estrutura de dados independente do sistema CAD
(AutoCAD R12). Como representada na figura 2, esta
Movimento de corte Movimento rápido Z
estrutura é composta por um conjunto, que pode ter vários
subconjuntos, que por sua vez, cada subconjunto pode ter
várias peças. Cada peça pode então ser composta por
features básicas eixo (externa) e furo (interna). Sendo que a
Figura 1: Trajetória de corte para desbaste e acabamento, cada uma delas podem ser associadas features
Chen (1998). modificadoras.
Maziero (1998) desenvolveu um sistema CAD baseado Lista de Conjuntos

em features que permite que o usuário modele peças com PRODUTO

features, que estão representadas numa estrutura de dados e Lista de Subconjuntos

posteriormente através de aplicativos específicos, possa


efetuar análises com distintas finalidades como: montagem, Lista de Peças

identificação de dimensões a serem toleradas, etc.


4 METODOLOGIA Lista de "features" externas

Para gerar um programa CNC automaticamente, o Lista de "feature" modificadora

sistema deve possuir uma forma de registrar as informações


que contemple não apenas informações alfanuméricas ou Lista de "feature" modificadora

gráficas separadamente, mas que entre elas exista uma


ligação (representação gráfica associada a informações
tecnológicas). Lista de "features" internas

Com as informações armazenadas adequadamente com


Lista de "feature" modificadora
a utilização da tecnologia de features, o próximo é criar
uma seqüência lógica em que as operações de usinagem
Lista de "feature" modificadora
devam ser realizadas, como a peça deve estar posicionada
na máquina, decidir sobre que ferramentas utilizar e os
parâmetros tecnológicos, e finalmente, gerar um programa
CN. Figura 2: Estrutura de dados (Maziero,(1998).
Para Rezende (1996), os sistemas CAPP apresentados As features são modeladas na estrutura de dados em
na literatura procuram resolver problemas muito genérico; e forma de objetos (programação orientada para objetos),
talvez seja uma das causas das dificuldades encontradas na sendo que cada um possue atributos gerais e específicos a
adaptação a realidade industrial. cada entidade representada. Assim, um eixo e um furo são
Assim, a proposta aqui desenvolvida é de obter representados através de atributos genéricos e específicos,
programas CN automaticamente para peças rotacionais a como mostra a figura 3.
partir de um plano de processo padrão (CAPP variante), o Y
Face Final-FF
features furo cego featurefuro passante

qual possui seqüências de operação de usinagem para peças Face Inicial-FI feature e i x o

simples já definidas, sendo a tolerância das dimensões


possíveis de serem obtidas com a máquina a ser utilizada. Face Inicial-FI

Assim o processista especializado é liberado para utilizar o Face Final-FF

Face Final-FF
CoordY

tempo em problemas de maior complexidade, contribuindo Face Inicial-FI

Face Inicial - FI

para uma maior rentabilidade da produção. Face Final - FF

5 IMPLEMENTAÇÃO X

5.1 ESTRUTURA DE DADOS


Para implementar o protótipo, foi desenvolvido um Figura 3: Eixo, furo e seus atributos, Maziero (1998).
aplicativo associado ao trabalho de Maziero (1998), que Cada feature representada na estrutura pode ter
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associada features tecnológicas como tolerâncias, Para o cálculo do índice de aproveitamento, é necessário
acabamento superficial, etc. conhecer o peso da matéria-prima. Para isso, a peça é
O sistema possui uma interface gráfica desenvolvida no pesquisada em busca do maior diâmetro, de modo
AutoCAD R12, utilizando-se do ambiente de programação semelhante ao descrito anteriormente. Ao definir qual é o
ADS (programável em linguagem C/C++), bem como um maior diâmetro, é verificada a respectiva tolerância que este
sistema especialista que realiza análises em tempo real da diâmetro possui. Pois a tolerância do diâmetro é um
condição de existência da feature que está sendo inserida na atributo da feature eixo Deste modo, a partir da tolerância é
peça. definido o sobre-material a ser deixado em função do
No caso específico deste trabalho, o aplicativo retira acabamento desejado. O diâmetro, mais o sobre-material,
informações da estrutura de dados onde está representada a resulta no diâmetro mínimo da matéria-prima. Com este
peça, para gerar o programa CN de forma automática. resultado, é procurado um diâmetro padrão que está
cadastrado no sistema e definida a matéria-prima.
5.2 O APLICATIVO PARA GERAÇÃO DE Com o diâmetro da matéria-prima e o comprimento da
PROGRAMAS CNC peça mais o sobre-material nas extremidades, define-se o
Como a peça é representada através de features, e as volume da matéria-prima e consequentemente o peso. O
features estão representadas na estrutura de dados com a índice de aproveitamento (peso da peça dividido pelo peso
hierarquia representada na figura 2, basta percorrer a da matéria-prima) pode ser definido, bem como o custo da
estrutura de dados para analisar as informações do ponto de matéria prima envolvida.
vista desejado e gerar novas informações em função do
aplicativo específico 5.3 POSIÇÃO DA PEÇA
PEÇA
Para efetuar a usinagem da peça, primeiramente deve
CONCORDÂNCIA0
eixos ser definida a posição em que deve ser fixada no torno. A
EIXO1
EIXO0
EIXO0 chanfro
CHANFRO0 posição da peça depende das features externas e internas
EIXO2

ROSCA0 EIXO1 concordância


existentes bem como a sua disposição na peça.
CONCORDÂNCIA0
Rezende (1996), define como elemento de
CHANFRO0
chanfro
CHANFRO0 posicionamento o escalonamento crescente em direção a
CHANFRO0
EIXO2 rosca
ROSCA0
fixação na placa, pois o mesmo considera a usinagem de
CHANFRO0
chanfro
peças com estas características (escalonamento num
CHANFRO0
sentido).
Figura 4: Peça eixo e as respectivas features representados Deste modo, foram definidos alguns critérios que são
na estrutura de dados. levados em conta para definir a posição da peça, como:
Na estrutura de dados, a peça esta representada com a) O escalonamento do diâmetro das features eixo
vários atributos como: a localização dos extremos da peça à devem ser em ordem crescente da direita para a esquerda,
direita e à esquerda (DED e DEE). Assim, é possível considerando a posição de usinagem;
percorrer a peça da direita para à esquerda e vice-versa. b) O lado que possui o escalonamento onde o
Através da estrutura de dados, pode-se determinar o comprimento das fetaures eixos possuem o menor
diâmetro da matéria-prima (peças a partir de barras) a ser comprimento deve ser colocado afastado da placa, isto
utilizada, bem como o peso da peça, da matéria-prima e devido a dificuldade de usinar eixos de pequeno
índice de aproveitamento. comprimento perto da placa (em função das dimensões da
O princípio baseia-se em percorrer a peça (estrutura de ferramenta);
dados) identificando cada feature eixo e as features c) As features modificadoras não influenciam a posição
modificadoras (figura 5); calculando o volume da feature da peça.
eixo (volume positivo) e adicionando ou subtraindo o d) No caso da existência de furo, e este pertence ao lado
volume das features modificadoras associadas a ele de maior escalonamento, e a peça possui um comprimento
(chanfro, volume negativo; arredondamento, volume menor que duas vezes o maior diâmetro, o furo deve ser
negativo; concordância, volume positivo). Após, percorre- posicionado afastado da placa e fixação.
se a peça analisando os furos (volume negativo) bem como Caso a peça esteja de acordo com as definições, a
as features modificadoras a ele associadas, as quais serão mesma permanece na posição. Do contrário, a posição da
subtraídas do volume total da peça, consequentemente o peça deve ser invertida, o que é realizado automaticamente
peso. pelo sistema, atualizando os dados necessários a manter a
Identificar a
consistência da peça representada.
Procura todos os furos coincidente com
Pega eixo FF coincidente com DED da DEE ou DED da peça 5.4 PLANO DE PROCESSO
Calcula o volume e adiciona resultado Calcula o volume e subtrai o resultado
em volume da peça do volume da peça O sistema utiliza-se do conceito de plano de processo
Se tem fetaure modificadora (chanfro, Se tem fetaure modificadora (chanfro, “variante”, ou seja, o plano de processo utilizado é um
arredondamento, concordância), calcula arredondamento, concordância), calcula
o volume e subtrai do volume da peça o volume e subtrai do volume da peça plano padrão, o qual é utilizado para peças semelhantes,
Tem eixo vizinho à esquerda Tem furo vizinho à esquerda ou à direita que no caso são peças constituídas por features que estão
S N S
N
Calcula o peso da definidas na biblioteca (figura 6). Deste modo, o plano de
FIM
processo somente é adaptado em função das features que
compõem a peça em análise, trabalhando assim com uma
Figura 5: Fluxograma do algoritmo de cálculo do peso da família de peças.
peça.
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Deste modo foi definida a seqüência de operações que Identificar peça

Procura eixo que possui FF coincidente


são feitas na seguinte ordem, em função das features com lado direioto da peça

disponíveis no sistema e implementadas: Comprimento=comprimento+comprimentoEixo


Pega FI eixo existente

1) Desbaste: para eixos, chanfros, arredondamentos e Verifica se há concordância na FI do eixo


PosiçãoPasse < RaioEixo +
RaioConcordânca + sobreMetal Comp=Comp - Lconcordância

concordâncias. Verifica se há arredondamento na FI do eixo


PosiçãoPasse < RaioEixo +
RaioConcordânca + sobreMetal Comp=Comp - Lconcordância

2) Acabamento: para eixos, chanfros, arredondamentos


PosiçãoPasse < RaioEixo +

e concordâncias. Verifica se há chanfro na FI do eixo RaioConcordânca + sobreMetal Comp=Comp - Lconcordância

3) Rosca externa - antes deve-se executar ranhura para Pega FF do eixo como argumento

saída da ferramenta. Verifica se há concordância na FF do eixo PosiçãoPasse < RaioEixo +


RaioConcordânca + sobreMetal Comp=Comp - Lconcordância

4) Ranhura externa. Verifica se há arredondamento na FF do eixo


PosiçãoPasse < RaioEixo +
RaioConcordânca + sobreMetal Comp=Comp - Lconcordância

5) Sangramento da peça.
PosiçãoPasse < RaioEixo +
Estas operações são executadas em função da existência Verifica se há chanfro na FF do eixo RaioConcordânca + sobreMetal Comp=Comp - Lconcordância

das respectivas features. No caso de desbaste e acabamento, Procura novo eixo que possui FF=FI do eixo
conhecido

pode-se dizer que sempre estarão presentes, pois atuam PosiçãoInicial=Trajetória

sobre as features básicas diretamente. PosiçãoFinal=comp+espessura Sangramento


gera linhas de programa CN

analise completa do diâmetro da barra

Termina geração das trajetórias de desbaste e


linhas de programa

FIM

Figura 8.: Biblioteca de features


No caso da existência destas features, procedimentos
específicos são tomados para que o desbaste seja realizado
de forma a deixar um sobre-metal adequado sobre elas para
o acabamento posterior (figura 8). Assim, cada passe de
usinagem é simulado e definida a trajetória de corte e a
trajetória de retorno da ferramenta.
Durante a geração da trajetória de desbaste, o aplicativo
calcula os passes levando em conta o sobre-metal a ser
deixado nas superfícies cilíndricas e nas suas faces para o
Figura 6: Biblioteca de features acabamento.

5.5 GERAÇÃO DA TRAJETÓRIA DA FERRAMENTA


Com a posição da peça definida e a seqüência de
operações conhecida, define-se a trajetória de usinagem de Figura 7: Trajetórias de desbaste para features chanfro,
acordo com o plano de processo definido para a família de arredondamento e concordância.
peças em função das features do sistema.
Para a operação de acabamento, outro algoritmo
A geração da trajetória é feita a partir da identificação proporciona a trajetória do perfil da peça a ser executado, o
das features existentes na peça, porém a geração específica
qual considera que haverá um sobre-metal máximo para
das trajetórias é baseada no modelo de Chen (1998). A
cada superfície que a referida ferramenta possa cortar.
análise é feita da direita para a esquerda, percorrendo a A geração da trajetória para ranhura, corresponde a
peça, identificando as features básicas (eixo) e as
localizar sobre a posição e executar a trajetória radial, ou
modificadoras (chanfro, arredondamento, concordância,
radial e axial quando a ranhura é mais larga que a
rosca, etc.) ferramenta, ou ainda, pode-se utilizar uma macro que o
A análise inicia identificando a peça e o seu extremo
processador do CNC entenda.
direito para gerar as trajetórias de desbaste, conforme
Para a geração de roscas, a ferramenta é posicionada
fluxograma descrito na figura 7. Procura-se pela primeira próxima do local da operação e a seguir é utilizada uma
feature eixo que está do lado direito da peça e se verifica se
macro da máquina, sendo então somente necessário
o diâmetro do passe de usinagem é maior que o diâmetro da
preencher as posições da mesma. A operação de
feature eixo. Se é maior, procura a próxima feature eixo até sangramento é definida em função do maior diâmetro da
encontrar uma em que seja menor ou que termine o
peça, para permitir o deslocamento da ferramenta sem que
comprimento da peça.
haja colisão, e da posição extrema esquerda da peça. Com
Ao chegar ao final da peça sem que interfira com movimento radial de avanço controlado para efetuar o
nenhuma feature eixo, o sistema registra a coordenada
corte, que é dado pelo valor da coordenada do centro da
inicial e a coordenada final, levando em conta o material
peça.
necessário a ser deixado para o sangramento (em função da A geração de trajetória até o presente momento somente
ferramenta de sangrar). Se encontra uma feature eixo que
foi implementada para peças de escalonamento numa única
interfere com a trajetória, verifica primeiramente a
direção, da direita para a esquerda. O programa resultante é
existência de features modificadoras tipo chanfro, escrito em arquivo texto automaticamente.
arredondamento e concordância.
5.6 USINAGEM
Conhecendo-se as trajetórias das ferramentas, a

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determinação do tempo de usinagem é dividido em duas


partes: o tempo de corte efetivo, e o tempo de movimento
da ferramenta. Isto deve ser separado pelo motivo que as
velocidades de avanço para a usinagem e para a
movimentação das ferramentas são diferentes. Além disso,
deve ser inserido no sistema o tempo de troca da ferramenta
que é uma particularidade da máquina, e também o tempo
de troca da peça. Assim, o tempo de operação efetivo da
máquina é dado por:
Tempo de processamento = tempo de corte + tempo de
movimento + tempo de troca de ferramenta.
Nesta implementação foram especificadas ferramentas
para o desbaste, acabamento, roscamento e sangramento. Figura 10: Simulação da usinagem – início da operação de
Não foi desenvolvido ainda o algoritmo para a escolha das acabamento - UniCAM
ferramentas automaticamente.
Para a presente aplicação, foram estipulados parâmetros
para as ferramentas envolvidas, sendo que por exemplo
apenas um é atualizado no programa, que é a rotação da
máquina em função do diâmetro de usinagem.
5.7 SIMULAÇÃO
Como os testes são realizados em um simulador
(UniCAM), foi necessário desenvolver arquivos específicos
para a definição das ferramentas para que o simulador posa
entender automaticamente a configuração gerada pelo
sistema, sem que o usuário indique individualmente as
ferramentas cada vez que um programa é simulado. Este
Figura 11: Peça simulada - UniCAM.
tipo de implementação foi necessário para configurar a
atuação de um sistema totalmente automático. 7 CONCLUSÕES
6 EXEMPLO DE APLICAÇÃO Os testes efetuados estão em nível de laboratório, mas
tem demonstrado a facilidade de uso por usuários que
O caso aqui apresentado corresponde a uma peça fictícia
tenham pouco conhecimento do processo de fabricação,
que possui escalonamento num único sentido, um furo
pois as tarefas passam a ser apenas a de representar a peça
cego, rosca externa e um chanfro externo. A peça aqui
através das features pré-definidas no sistema e anexar
considerada possui tolerâncias possíveis de serem obtidas
algumas informações já existentes nos desenhos normais.
em função da máquina a ser utilizada. Na figura 9 esta
Após basta solicitar o uso da rotina específica e obter o
representada a peça e as trajetórias de desbaste a serem
arquivo com o programa CN.
efetuadas pela ferramenta.
Após a obtenção da peça por features, esta foi
A obtenção de um sistema simples e robusto, visa
submetida ao gerador de trajetórias das ferramentas, o qual
atender aqueles usuários (prestadores de serviços de
verifica inicialmente a posição da peça em função das
usinagem para terceiros) que possuem um grande volume
features envolvidas
de peças simples, e ao mesmo tempo necessitam gerar
rapidamente os programas, bem como determinar custos de
usinagem de forma rápida e precisa.
Os testes feitos em laboratório envolveram estagiários
de engenharia mecânica que não tinham grandes
conhecimentos e experiência na geração de processos ou
programação CN.
8 AGRADECIMENTOS
A Universidade de Passo Fundo, Faculdade de
Figura 9: Peça modelada por features e a representação das Engenharia, pelo tempo disponibilizado para a tarefa e a
trajetórias de desbaste. uma bolsa de iniciação científica; ao Cnpq, pela outra bolsa
de iniciação científica fornecida através de projeto
A figura 10 apresenta o resultado da simulação após a integrado.
execução do desbaste e início da operação de acabamento.
Na figura 11, está representado o resultado da simulação do 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
programa CN gerado automaticamente.
CHANG, Tien-Chien; WYSK, Richard A. An introduction
to automated process planning.Printice-Hall, INC.,
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